Giovanni Trapattoni, Franco Baresi, Alessandro Costacurta, Paolo Maldini, Fabrizio Miccoli. Vários jogadores de renome internacional saíram das categorias de base do Milan e Demetrio Albertini, que se tornou um dos pilares do meio-campo do time de Fabio Capello no início dos anos 1990, não poderia ficar de fora da lista de sucessos.
As duas primeiras chances no primeiro time rossonero aconteceram sob comando de Arrigo Sacchi. A primeira delas, ainda aos 17 anos, na temporada 1988-89, e mais uma na época seguinte. Mas aquele Milan de Sacchi, campeão italiano e bi da Liga dos Campeões, tinha um meio-campo de altíssimo nível.
À procura de ter regularidade em uma equipe, o jovem meia ganhou uma oportunidade quando o Padova sinalizou com um contrato de empréstimo por uma temporada. Apresentado em novembro de 1990, Albertini jogou em 28 das 38 rodadas da Serie B e ajudou os biancoscudati a quase serem promovidos à elite do futebol italiano: o Padova encerrou a temporada 1990-91 apenas um ponto atrás do Ascoli, quarto colocado e último integrante do grupo de acesso.
De volta a Milão, Albertini reencontrou Fabio Capello. E também com seus antigos, e agora companheiros de titularidade, Donadoni, Rijkaard e Ancelotti. A equipe rossonera foi sendo modificada por conta de lesões e transferências, o que permitiu que Albertini fosse se consolidando cada vez mais como peça-chave no centro do campo. Inteligente, com uma excelente visão de jogo e passes longos precisos, o Metrônomo, apelido que lhe foi dado por ditar as ações de ataque do Milan, posou com o scudetto em cinco oportunidades e com a taça da Liga dos Campeões em 1994.
Após a saída de Capello em 1996, sete treinadores passaram pelo clube de Milanello antes de Carlo Ancelotti. Albertini continuou como titular da equipe, mas já percebia a sombra de Pirlo, cara nova no elenco milanista e que era visto por Ancelotti como o futuro da posição, preenchendo a vaga do Metrônomo, que caminhava para o ocaso da carreira.
Desta forma, Albertini acertou um empréstimo de uma temporada para o Atlético de Madrid, que acabara de retornar para a elite espanhola, após dois anos na segunda divisão. Após a breve experiência em Madrid, Albertini retornou para a Itália, transferido para a Lazio em uma negociação que levou o lateral Pancaro a Milão e deixou o Metrônomo muito chateado com seu antigo clube, taxado de “ingrato”.
Logo em sua primeira partida na capital, Albertini marcou o gol que deu início a goleada de 4 a 1 sobre o Lecce. O Metrônomo ajudou Roberto Mancini, em seu segundo trabalho como técnico, a levar os biancocelesti à sexta posição da Serie A e a vencer a Coppa Italia na temporada 2003-04.
Na época seguinte, porém, Albertini trocou de clube novamente e acertou com a Atalanta. Também estreou com gol em Bérgamo e defendeu o clube até janeiro de 2005 antes de jogar seus últimos cinco jogos oficiais da carreira pelo Barcelona, clube pelo qual conquistou um Campeonato Espanhol e uma Supercopa da Espanha.
Para encerrar sua carreira com chave de ouro, foi marcado um amistoso entre Milan e Barça, na Itália, em março de 2006 para homenagear o meia. Marco van Basten, Ruud Gullit, Frank Rijkaard e Franco Baresi, por exemplo, se juntaram aos jogadores que estavam, à época, nos clubes. No fim das contas, vitória do time rossonero por 4 a 2.
Pela Nazionale, Albertini fez 79 partidas e jogou três Copas do Mundo (1994, 1998 e 2002). Ele, aliás, foi um dos dois jogadores italianos que converteram o pênalti na final do Mundial dos Estados Unidos, contra o Brasil. Além do vice-campeonato mundial, Albertini também participou da campanha italiana no vice-campeonato do Euro 2000 e conquistou a Euro Sub-21 em 1992, em torneio disputado na Espanha.
Depois de encerrar a carreira, Albertini acenou com a possibilidade de se tornar treinador de futebol, mas acabou enveredando por outros caminhos. Com o Calciopoli, acabou sendo nomeado vice-comissário extraordinário da Federação Italiana de Futebol (FIGC), para, a partir de 2007, se tornar vice-presidente da instituição – cargo que ocupou até 2014, quando se candidatou à chefia e acabou sendo derrotado pelo ultrapassado Carlo Tavecchio. Posteriormente, Demetrio desempenhou várias funções em comissões governamentais e entidades, sendo de conselheiro da Associação de Jogadores da Itália (AIC) a responsável pela curatela falimentar do Parma. Em 2019, voltou à federação como responsável pelo setor técnico.
Demetrio Albertini
Nascimento: 23 de agosto de 1971, em Besana in Brianza, Itália
Posição: meio-campista
Clubes: Milan (1988-90 e 1991-2002), Padova (1990-91), Atlético de Madrid (2002-03), Lazio (2003-04), Atalanta (2004) e Barcelona (2005)
Títulos: Copa/Liga dos Campeões (1989, 1990 e 1994), Supercopa Uefa (1989 e 1994), Copa Intercontinental (1989 e 1990), Serie A (1992, 1993, 1994, 1996 e 1999), Euro Sub-21 (1992), Supercopa Italiana (1992, 1993 e 1994), Coppa Italia (2004), La Liga (2005) e Supercopa da Espanha (2005)
Seleção italiana: 79 partidas e 3 gols