O início da rodada foi antecipado por conta da viagem que a Inter fará para os Emirados Árabes Unidos, onde disputará o Mundial de Clubes da Fifa. A antecipação serviu para que a Lazio mostrasse, antes do Milan, que está forte: dormiu na liderança, graças a uma ótima atuação de Hernanes. O sábado devolveu o Milan à liderança isolada, graças a Ibrahimovic, solista de uma orquestra montada por Massimiliano Allegri e que começa a ganhar coadjuvantes importantes, como Robinho. Ainda houve espaço para a Roma quase levar alegria para sua torcida, mas acabar decepcionando nos últimos minutos. Confira o resumo dos jogos.
Lazio 3-1 Inter
Um ano atrás, Lazio e Inter encontravam-se em posições completamente opostas: enquanto os nerazzurri ocupavam o topo da tabela, os biancocelesti passavam por uma grande crise de performance, que puxava o time em direção à zona de rebaixamento. Hoje, a pentacampeã italiana pode até não estar próxima à zona de rebaixamento, mas passa por uma grande crise: são três derrotas em quatro jogos, totalizando quatro em 2010-11, o mesmo número de toda a última temporada.
Após recuperar espaço com a vitória contra o Parma, o time de Benítez jogou muito mal e viu a Lazio, comandada por uma boa atuação de Hernanes, encostar temporariamente no Milan na liderança, com a primeira vitória sobre a equipe milanesa em 14 partidas. Fica cada vez mais claro que a boa gestão do grupo eita por Edy Reja pode fazer o time brigar por vaga nas competições europeias.
Uma Inter demasiado desatenta sofreu demais para evitar os avanços de Mauri e Hernanes, que facilmente dominaram o meio-campo. Um gol de sorte, com Biava, abriu os trabalhos para o time da casa, que sempre encontrava espaços nas costas de Biabiany, elemento que claramente tem destoado na equipe. No segundo tempo, a defesa alta armada por Benítez e a inexperiência do jovem lateral direito Natalino deram a oportunidade para Hernanes achar Zárate com um grande lançamento, para o segundo gol.
A Inter chegou a acordar, mas já era tarde demais: o empate ficou próximo, com o gol de Pandev e uma defesa importante de Muslera em chute de Córdoba, mas Hernanes deu números finais à partida, em cobrança de falta. Fato é que o poder de decisão do Profeta será fundamental para as pretensões da equipe na temporada. Até quando ele, que está fisicamente em final de temporada, aguentará?
Chievo 2-2 Roma
E a Roma romou. Depois de abrir dois a zero no horroroso gramado do Marc’Antonio Bentegodi, com dois gols de Fábio Simplício, a equipe visitante parou e permitiu a chegada do Chievo no segundo tempo. Adriano começou jogando pela primeira vez desde que foi contratado, e, embora sem ritmo, foi prestativo à equipe, participando do segundo gol. O destaque da etapa inicial veio com Simplício, inspirado, que comandava as ações ofensivas e precisou fazer malabarismo para abrir o placar.
Se o primeiro tempo dava tranquilidade à Roma, o time da capital provou mais uma vez não ser nada confiável na hora de segurar resultados. O Chievo, mesmo sem qualquer qualidade, chegava aos poucos, e, depois de inúmeros passes longos mal-sucedidos, foi premiado com uma falha de Júlio Sérgio. Moscardelli bateu de longe e a bola quicou na frente do goleiro, que se atrapalhou e, em raro momento de insegurança, deixou passar.
Os giallorossi até acordaram, mas suas ações ofensivas se esfaleciam diante do cansaço de Simplício e Adriano. Taddei, Borriello e Ménez entraram em campo, porém sem efetividade. O empate veio em jogada rápida, que deixou Granoche na cara do gol. Incrivelmente, o Chievo ainda teve a chance mais clara da partida, chegando muito perto de virar o placar: Burdisso precisou salvar em cima da linha uma pancada de Pellissier. Também deu tempo para De Rossi entrar de forma criminosa em Moscardelli e receber cartão vermelho.
Com o resultado, a Roma deixa mais uma vez de se aproximar das posições mais altas da tabela, fazendo se questionar o quão definitiva foi, de fato, sua reação. Já o Chievo se firma na nona posição, no que até o momento surge como uma excelente campanha e mais uma façanha do técnico Stefano Pioli, que quase subiu para a Serie A com o modestíssimo Sassuolo. (Mateus Ribeirete)
Milan 3-0 Brescia
O San Siro viu um Milan absoluto sobre o fraco Brescia. Mais uma vez, Massimiliano Allegri escalou a equipe no 4-3-1-2, com a estranha – mas que se mostrou efetiva – opção por Boateng como trequartista. Ibrahimovic e Robinho novamente formaram a dupla de ataque, que tem dado certo nas últimas partidas, em detrimento ao ocaso de Ronaldinho no Diavolo. Com três minutos o sueco fez a sua sexta assistência na Serie A e Boateng abriu o placar. As andorinhas não esboraçaram reação, estavam entregues ao jogo imposto pelos donos da casa. E sem grandes dificuldades, os rossoneri fizeram mais dois na primeira etapa, com um Robinho em fase exuberante e com um golaço de Ibrahimovic, o homem que faz a diferença neste Milan.
A boa vantagem alcançada no primeiro tempo fez com que o Milan diminuísse o ritmo de seu jogo. Porém, o time de Milão não perdeu o controle da partida e terminou o jogo com 65% de posse de bola. Ibrahimovic, o melhor em campo, deixou a partida aos 70 minutos para a entrada de Ronaldinho Gaúcho, que pouco produziu. A vitória recoloca os rossoneri na liderança isolada da Serie A, após a vitória da Lazio e, para melhorar, com 10 pontos de vantagem sobre a rival Inter. Já o Brescia mostrou que seguirá brigando para não voltar à Serie B, um ano depois do acesso e, muito provavelmente, não chegará em 2011 com Giuseppe Iachini no comando da equipe principal. (Pedro Spiacci)
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