Inconstante, o capitão Montolivo não chegou a ser “o cara”, mas deverá ser duro seguir em frente sem ele. É a metáfora para o período sabático da Fiorentina (Getty Images)
Os artilheiros: Alberto Gilardino (12 gols), Alessio Cerci (7) e Gaetano D’Agostino (5)
Os onipresentes: Alessandro Gamberini e Alberto Gilardino (ambos com 35 jogos) e Manuel Pasqual (34)
O técnico: Sinisa Mihajlovic
O decisivo: Juan Vargas
A decepção: Adrian Mutu
A revelação: Michele Camporese
O sumido: Stevan Jovetic
Melhor contratação: Gaetano D’Agostino
Pior contratação: nenhuma
Nota da temporada: 6
Depois de anos brigando por vagas em competições europeias, a Fiorentina viveu um período sabático. Com a saída de Cesare Prandelli para treinar a seleção italiana, Mihajlovic assumiu uma equipe praticamente igual à que acabou a Serie A 2009-10 na 11ª colocação, ganhando apenas os reforços de Boruc (inicialmente reserva de Frey), D’Agostino e Cerci, além de jovens que retornavam de empréstimo, como Gulan. No entanto, o sérvio teve vários problemas na gestão do elenco. O primeiro deles foram os desfalques: Jovetic, melhor jogador da equipe, lesionou-se gravemente na pré-temporada e não jogou em 2010-11; enquanto Frey jogou apenas 11 vezes e Montolivo e Vargas perderam pelo menos 25% da competição. Somado a isso, Mihajlovic teve de lidar com o problemático Mutu, que esteve suspenso por doping até o final de outubro e, depois, foi afastado do elenco por indisciplina entre janeiro e fevereiro. Para completar, a família Della Valle ameaçou deixar o comando do clube, colocando um forte sentimento de incerteza para o futuro viola.
Os desfalques foram muito sentidos, porque a diretoria investiu pouquíssimo em contratações – além da boa participação de Boruc no gol, D’Agostino fez temporada apenas regular e Cerci só foi bem nos últimos jogos. Reparos foram feitos na janela de janeiro, quando Behrami foi contratado e exerceu papel importante na segunda metade do campeonato – enquanto Neto chegou para ser o goleiro do futuro. Com as lesões, Mihajlovic teve dificuldade para definir um esquema tático. Os viola passaram por 4-4-1-1, 4-3-3 e o tradicional 4-2-3-1, que acabou sendo mais utilizado pelo sérvio por conta do costume dos jogadores de jogarem assim durante os anos da gestão de Prandelli. Quando esteve bem fisicamente, Vargas foi um dos destaques, período em que o time cresceu de produção, juntamente com seu futebol. Assim como Cerci, promessa formada na Roma que encaminhava-se para o esquecimento até emplacar seis gols e três assistências nas rodadas finais do campeonato. Gilardino também apareceu e fez sete gols – contra os cinco marcados até a parada de inverno.
De maneira geral, Mihajlovic acabou fazendo o time jogar mais quando fez os motivou os atletas para jogarem para ele. Assim, o ataque cresceu após o inverno e marcou 33 vezes, mais que o dobro do que havia alcançado até a pausa em dezembro. Mesmo assim, a inconstância de jogadores importantes como Ljajic, Montolivo, Vargas e Gilardino, também prejudicou a Fiorentina, que até poderia ter tido mais fôlego para brigar por uma vaga na Liga Europa, visto os constantes tropeços de rivais como Palermo, Juventus e Roma. O grande desafio para o ano que vem será avançar sem o capitão Montolivo, que não renovará o contrato e deve ser negociado, retornando dinheiro suficiente para reforçar o elenco, com contratações pontuais e inteligentes. Outros jogadores importantes, como Frey e Gilardino, podem não continuar e é provável que a temporada 2011-12 continue tendo característica de entressafra. Será a hora de dar chance de vez a jovens como Camporese e Ljajic e também o momento de explosão definitiva do talentoso Jovetic.