Seleção italiana

Sonífero italiano

Jogadores comemoram o gol de Marchisio no primeiro minuto: os outros 89 não deram muitos motivos para vibrações (Getty Images)

Já classificada para a Euro-2012, a Itália nada mais faria do que cumprir tabela na Sérvia. E se houve algo na partida de ontem que os jogadores de Cesare Prandelli souberam fazer com louvor, foi justamente não se importar com a partida. O empate em 1 a 1, que em nada mudou a situação italiana nas Eliminatórias, não teve sequer a função de testar novos jogadores na Squadra Azzurra – destaque para o romanista Osvaldo, que não atuou sequer por poucos minutos. O resultado, que mantém o treinador com apenas duas derrotas em 13 jogos, não enche os olhos da torcida, mas dá alguma esperança de que a Nazionale aos poucos vai se acertando após um período turbulento que começou ainda na Copa do Mundo de 2010.

Atuando em um 4-3-1-2 que mostrou certa coragem de Prandelli mesmo fora de casa, a Itália começou bem. Muito melhor do que o esperado, sem dúvidas. E com esse bom futebol não precisou nem de um minuto para abrir o placar e dar a esperança de que faria um ótimo jogo. Após bela troca de passes, Marchisio se viu livre dentro da área e teve apenas o trabalho de tirar o goleiro adversário em belo chute. Placar aberto, volantes que se revezavam entre marcar (bem) e atacar (com eficácia) e o panorama parecia o melhor possível para a Azzurra. Mas o bom jogo e a boa disposição em campo não duraram por muito mais tempo do que nas outras partidas.

Se estava muito bem postada em campo nos primeiros 15 minutos de jogo, a Itália viu um adversário desesperado pelo empate e muito pressionado pela torcida começar a crescer. Precisando da vitória para manter a Euro mais próxima, os sérvios passaram a atacar e acuaram os italianos em seu campo de defesa. E foi após uma cobrança de escanteio, aos 25 minutos da primeira etapa, que veio o empate dos donos da casa. Após cobrança de escanteio e desvio da zaga azzurra, a bola sobrou para os sérvios, que a jogaram novamente dentro da área. Ivanovic, aproveitando a confusão, apenas teve o trabalho de utilizar seus pés para desviá-la para o fundo das redes italianas.

A partir daí, mesmo com mais um tempo e meio restando para o final do jogo, é possível considerar que o duelo acabou. Prandelli manteve a Itália na defesa e viu os sérvios diminuirem o ritmo que os levou ao empate. A torcida, incomodada com a postura de seu time, não apoiava como no começo da partida e viu diminuir o ritmo do duelo. O primeiro tempo se foi e na segunda etapa a situação não foi nada diferente. Futebol sonolento e filme das últimas partidas repetido. Nem mesmo os esperados testesm que deveriam acontecer com a classificação assegurada, não foram vistos. O treinador italiano não ousou e se contentou com o 1 a 1. 

Se teve um ataque nulo, principalmente com o apagadíssimo Cassano, a Itália tira deste empate algumas coisas boas. Seu meio-campo parece cada dia mais entrosado e permite alternação entre defesa e ataque principalmente para seus volantes, movimentação que tem sido essencial para gerar boas jogadas para os azzurri. Além disso, Barzagli voltou a fazer uma partida na zaga italiana após quatro anos afastado da seleção e não comprometeu – pelo contrário, chegou a fazer uma boa partida. Diferente da seleção italiana, acostumada a até jogar bem em alguns momentos, mas que tem sido um sonífero dos mais potentes para aqueles que a acompanham.

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