A marca da cal ficou gasta nos campos da Itália neste final de semana. Ao todo, foram sete pênaltis marcados na sexta rodada – o mais polêmico deles no sábado, entre Inter e Napoli, a favor dos azzurri. No domingo, apesar da profusão de penalidades, o jogo de maior destaque não teve nenhum. O dérbi entre Juventus e Milan, que levou a equipe de Turim para a liderança do campeonato marcou uma inversão de pólo do campeonato, que vê os times de Milão penando na parte de baixo da tabela, enquanto a própria Juventus e o Napoli demonstram que tem força para brigar pelo título. Até quando durará?
6ª rodada: É pênalti!
Juventus 2-0 Milan
A Juventus já tem uma grande conquista nesta temporada: voltou a jogar como time grande. O grande responsável por isso é o técnico Antonio Conte, que sente muito o clube e, bom motivador que é, tem feito os jogadores comprarem o discurso. Não apenas motivador, mas bravo taticamente, Conte apostou em um 4-1-4-1 (já utilizado na última partida) para segurar o Milan e, assim, anulou Seedorf – e, consequntemente, Ibrahimovic -, com o ótimo trabalho feito por Marchisio, Vidal e Pirlo no meio-campo. Nas pontas, enquanto Pepe fez excelente partida, voltando para ocupar espaços, Krasic foi, novamente, a grande nota negativa da Juve e deve acabar perdendo espaço. Vucinic, mesmo isolado na frente, fez excelente partida – o gol não aconteceu por pouco e por uma falta de sorte; o que não aconteceu com Marchisio, autor dos dois gols.
O Milan, por sua vez, jogou como uma equipe provinciana e à medida que a Juve a dominava, abdicou do ataque. O péssimo início de temporada acende o alarme vermelho em Milanello e Allegri começa a pensar em soluções. As lesões de alguns jogadores, como Pato e Robinho, além de Boateng (que voltou ontem, jogou mal e acabou expulso) podem atrapalhar, mas não parecem ser a principal causa de problemas. A equipe joga mal e até quem era garantia na última temporada, como o goleiro Abbiati, vem indo mal. O goleiro tem sido inseguro e falhou feio duas vezes nos últimos três jogos. Assim como para a Inter, a pausa no campeonatio para jogos das Eliminatórias deve fazer bem ao Milan.
Udinese 2-0 Bologna
A Udinese continua a impressionar toda a Europa. Aparentemente já indepentente dos jogadores que saíram, esta versão friulana ainda dá show no ataque, com incursões laterais de Isla e Armero e, claro, os gols de Di Natale, mas é muito sólida na defesa. Hoje, a líder do campeonato (ao lado da Juventus) sofreu apenas um gol no campeonato. O seguro Handanovic é um dos responsáveis por isso, mas há vezes que ele nem mesmo precisa se preocupar, já que Benatia tem sido muito sólido. E não é presente apenas na defesa, como quando desarmou Di Vaio no ataque mais perigoso do Bologna, mas também no ataque, marcando gols importantes, como o que abriu o placar neste domingo. O 2 a 0, aliás, ficou até barato, pelo volume de jogo apresentado pela equipe de Údine, que finalizou muito, mas teve a sua frente um Agliardi inspirado. O péssimo início do lanterna Bologna deixa a batata de Pierpaolo Bisoli assando. Segundo informações da mídia italiana, Davide Ballardini está cotado para substitui-lo.
Fiorentina 1-2 Lazio
Quem não faz, toma. Um dos mais clássicos ditados futebolísticos foi facilmente visualizado no Artemio Franchi, neste domingo, quando a Fiorentina jogou melhor e produziu mais que a Lazio, mas não conseguiu converter as chances criadas. De nada serviram o domínio territorial e as boas partidas de Behrami, Montolivo e Cerci, se as finalizações não eram realizadas da melhor forma possível. O lado direito, tão forte com Cerci, poderia ganhar um importante reforço caso Mihajlovic não insistisse tanto com De Silvestri, que vacilou nos dois gols da Lazio e é nulo ofensivamente, sobretudo quando Cassani, jogador da seleção italiana, tem ficado no banco por opção. Falando em Nazionale, Cerci (que fez seu décimo gol nas últimas dez partidas oficiais), ainda teve de amargar a desilusão de não ter sido convocado por Prandelli, no final do dia. A Lazio, por sua vez, passou longe de fazer grande partida, mas aproveitou as chances que criou. Klose, carrasco da Fiorentina na Liga dos Campeões 2009-10, foi fundamental: marcou um gol de centroavante e ainda saiu bem da área para dar assistência para Hernanes no primeiro gol.
Parma 3-1 Genoa
No duelo entre a pior defesa (Parma) e o melhor ataque (Genoa), surpresa: o Parma, embalado por um cada vez mais importante Giovinco, venceu com sobras. Para um que viu apenas os melhores momentos, a partida pareceu até equilibrada: no primeiro tempo, o Genoa acertou uma bola na trave, com Bovo, e Mirante fez ótima defes aem chute de Constant – mas, curiosamente, os dois jogadores citados foram os piores rossoblù em campo, em um dia de ampla dispersão em todos os setores. No Parma, Giovinco fez um golaço, depois de livrar-se de Bovo e tocar na saída de Frey; também aproveitou bobeada de Miguel Veloso e, em pênalti que ele mesmo sofreu, fez o segundo. Após o intervalo, participou da jogada que acabou no gol de Morrone, o primeiro do Parma nesta Serie A que não foi seu. A seu lado na artilharia do campeonato, com cinco gols, está Palacio, que batendo pênalti, já no final do jogo, deixou o vexame do Genoa menor. Assim como Frey, autor de ótimas defesas.
Novara 3-3 Catania
Dez gols marcados e dez sofridos. Essa é a marca do caçula Novara, protagonista de partidas sempre recheadas de gols – e normalmente, emocionantes – neste campeonato italiano. No jogo da hora do almoço no Belpaese, os piemonteses saíram em desvantagem contra o Catania, chegaram a empatar o jogo duas vezes, e viraram aos 40 do segundo tempo, mas permitiram o empate dos siclianos já nos acréscimos. Se o Catania, mesmo com abundância de jogadores lesionados na defesa, foi melhor no primeiro tempo, com boas partidas de Lodi e Gómez (que marcariam na segunda etapa), o Novara dominou o segundo tempo com boas prestações de Rigoni e Pinardi, donos do meio-campo e criadores das jogadas que permitiram que Morimoto e Jeda (ambos ex-Catania) marcassem. No final das contas, um resultado justo, que permitiu ver, principalmente ao Novara, que o time ainda tem de ficar mais focado.
Lecce 0-2 Cagliari
Continua bem o Cagliari, uma das surpresas agradáveis deste início de temporada, que está apenas um ponto atrás dos líderes. Na visita a Lecce, a equipe sarda definiu a partida logo no primeiro tempo, com jogadas praticamente iguais: cruzamentos vindos da esquerda – que Oddo não conseguiu impedir – e duas falhas do lateral Brivio: na primeira, marcou gol contra, assinalado para Thiago Ribeiro, e na outra permitiu que Biondini aparecesse para completar. No restante do jogo contra a frágil equipe da Apúlia, estéril no ataque, bastou ao Cagliari administrar. Para isso, a equilibrada partida de Nainggolan, impecável no controle do meio-campo, foi fundamental.
Palermo 2-0 Siena
O surpreendente bom início palermitano não foi minimamente atrapalhado pelo Siena, que mesmo com um a mais por quase todo o segundo tempo, depois de uma confusa expulsão de Balzaretti, não pressionou o bastante para chegar ao empate – perdia por 1 a 0 – e ainda sofreu o segundo, no final do jogo. O nome do jogo foi o Abel Hernández, que nem chegou a fazer grande partida, mas sofreu a falta que originou o gol de Migliaccio e cobrou o pênalti que sacramentou a vitória dos rosanero. Para o Palermo, boa impressão também do israelense Zahavi, que fez uma partida razoável. As desconfianças continuam, mas o Palermo de Devis Mangia vai superando os obstáculos e continua à caça dos líderes. Hoje, ao lado de Napoli e Cagliari, tem 10 pontos, um a menos que Juventus e Udinese.
Cesena 0-0 Chievo
Jogando em casa, o Cesena teve a melhor chance para conseguir sua primeira vitória no campeonato, mas esbarrou em um Sorrentino inspirado e ficou apenas no empate. O primeiro tempo foi muito ruim e o time romanholo sentiu a falta de Parolo, enquanto Ghezzal fez péssima partida pelo lado esquerdo do ataque. Após o intervalo, com a entrada de Bogdani, o jogo mudou: Mutu foi deslocado para a função que Ghezzal fazia e Bogdani comandou o ataque. Assim surgiram as melhores chances e também o pênalti, sofrido pelo aríete albanês. O problema, para o Cesena, é que Mutu desperdiçou a cobrança, defendida por um Sorrentino em estado de graça. O consolo para a equipe da casa, que somou seu primeiro ponto no campeonato, é que foram claramente vistas melhoras em seu futebol. Para o Chievo, é o terceiro resultado útil consecutivo, fundamental na busca pela permanência.
Para resultados, escalações e estatísticas da 6ª rodada, clique aqui.
Para relembrar os jogos do sábad, clique aqui.
Para relembrar a 5ª rodada, clique aqui.
Seleção da 6ª rodada
Sorrentino (Chievo); Maggio (Napoli), Cannavaro (Napoli), Benatia (Udinese), Chiellini (Juventus); De Rossi (Roma), Inler (Napoli); Giovinco (Parma), (Napoli), Marchisio (Juventus), Hamsík (Napoli); Vucinic (Juventus). Técnico: Antonio Conte (Juventus).
o invisível da seleção é o Hamsik?
ele mesmo. hehe.
http://opitacoboleiristico.wordpress.com/
Para quem quer saber um pouco mais dos pitacos, das análises, críticas e dos diagramas táticos propostos pelos mais diferentes times. Aqui estou eu, para isso. Acesse.
http://opitacoboleiristico.wordpress.com/