Muitas vezes as seleções que disputam a Copa das Confederações entram em campo pensando mais em fazer testes do que em conseguir resultados. Afinal, do ponto de vista futebolístico, o título da competição não vale muito. Porém, a Itália chegou ao Brasil mostrando que, além de fazer testes, quer ganhar alguma coisa.
Na estreia, contra o México, a Squadra Azzurra jogou com muita seriedade. Como tem sido praxe com Cesare Prandelli em jogos oficiais, a equipe entra em campo pensando em conseguir um bom resultado, sem a sonolência e desinteresse dos amistosos – como foi no 4 a 0 ante San Marino e no 2 a 2 frente ao Haiti. A seriedade foi tanta que Prandelli modificou o time taticamente para acomodar os jogadores mais bem preparados, protegendo também a defesa.
Com a mudança tática de Prandelli, a Itália deixou o 3-5-2 que vinha utilizando e enfrentou El Tri no 4-3-2-1. Balotelli era o único atacante, apoiado por Marchisio e Giaccherini. Mais atrás, De Rossi, Montolivo e Pirlo completavam um trio de habilidade técnica e tática. Pirlo, inclusive, atingia uma marca histórica: 100 jogos com a camisa da seleção. Justamente em um estádio de tantas histórias como o Maracanã.
Frente a um estádio lotado, mas dividido meio a meio entre apoiadores da Itália e do México, a equipe azzurra deu o tom do jogo no início, mantendo a posse de bola no campo adversário e ameaçando sempre com Balotelli. Guardado respondeu, acertando a trave.
O primeiro gol, no entanto, aconteceu aos 26 minutos. Baloteli sofreu falta na intermediária e Pirlo cobrou magistralmente, sem dar chance a Corona, que até pulou, mas quando percebeu que não chegaria na bola, recolheu os braços para evitar o impacto com a trave. Pirlo ainda havia sofrido pênalti claro, minutos antes, mas o árbitro Enrique Osses não marcou. O chileno, no entanto, marcou pênalti claro de Barzagli sobre Giovani dos Santos, depois que o defensor se atrapalhou na saída de bola e perdeu para o atacante. Na cobrança, Chicharito Hernández converteu, batendo bem.
No final da primeira etapa, os mexicanos cresceram no jogo, muito porque estavam fisicamente mais inteiros que os italianos, mas Buffon não chegou a trabalhar. No segundo tempo, o jogo ficou mais igual, embora Montolivo e De Rossi participassem um pouco mais do jogo ao lado de Pirlo. Marchisio e Giaccherini produziam pouco e a Itália não chegava com perigo. A entrada de Cerci no lugar de Marchisio não mudou o esquema, mas deu um pouco mais de mobilidade ao time. Até que, em bola lançada à área, Balotelli ganhou de Rodríguez no corpo e definiu a partida, aos 32 do segundo tempo.
Após o jogo, Prandelli criticou a comemoração de Balotelli, que tirou a camisa e levou um bobo cartão amarelo – na Copa das Confederações, apenas dois cartões suspendem um atleta. Uma crítica válida e aceita pelo atacante (que deixou o campo ovacionado), uma vez que ele e Pirlo são os dois principais jogadores da seleção. Decisivos e indispensáveis para Prandelli.