Llorente chegou a ser tido como descartável para alguns, mas ganhou espaço e é fundamental na Juve (AFP)
Pela segunda rodada seguida, a Juventus é a grande vitoriosa do fim de semana italiano. Enquanto outros times desperdiçaram chances, como a Inter, que sofreu o empate da Sampdoria nos acréscimos, ou a Roma, que precisou de um gol salvador de Strootman no apagar das luzes para não amargar a primeira derrota no campeonato, diante da Atalanta, a Juventus fez o inverso. A partida contra a Udinese já caminhava para o apito final, e era o time capitaneado por Di Natale que havia feito um jogo melhor. Llorente, porém, literalmente meteu a cabeça no meio do caminho que a bola fazia na área adversária para garantir três pontos que fazem a Juve abrir vantagem na liderança.
A persistência que a Velha Senhora recuperou nos últimos meses é o maior diferencial entre o time de Turim e os outros que estão na corrida pela glória – sem falar em qualidade do elenco, entrosamento y otras cositas más. E é justamente ela que pode dar o tricampeonato à equipe, em um ano que não começou com brilhantismo e já começa a se vislumbrar no modo “piloto automático” para a equipe de Antonio Conte. Após mais uma lição do He-Man, fique com o resumo da rodada.
Juventus 1-0 Udinese
Depois de um início de temporada ruim, Llorente se adaptou ao futebol italiano e já é um dos principais jogadores da nova Juve. Dos seis gols que marcou na temporada até aqui, cinco foram decisivos. Um deles foi o de domingo, contra a Udinese, aos 91 minutos de jogo. O gol do atacante espanhol garantiu o time de Turim mais uma rodada na liderança da Série A e devolveu à Velha Senhora um fator que ainda não tinha aparecido essa temporada: o de vencer mesmo as partidas em que não joga bem. A equipe da casa sofreu o jogo inteiro e viu Buffon salvar diversas oportunidades de uma Udinese muito organizada e eficiente.
A lesão de Pirlo, que o tirou do jogo ainda aos 14 minutos, pesou muito para a Juventus, que ficou com meio de campo pouco criativo e quase não chegou ao gol Brkic. Fechada, a Udinese marcava bem e saía para os contra-ataques sempre com perigo com o inesgotável Di Natale. O jogo só melhorou para o time da casa quando Conte tirou De Ceglie e colocou Quagliarella. A pressão final rendeu duas oportunidades para Llorente. Em uma delas, ele marcou e deu a vitória aos bianconeri. Com a derrota, a Udinese cai três posições e amarga apenas o 13º lugar na tabela. (Rodrigo Antonelli)
Atalanta 1-1 Roma
Mais
um tropeço da Roma de Garcia. Depois de dez vitórias consecutivas, a
equipe da capital chegou ao quarto empate seguido. Antes líder
com boa vantagem, os giallorossi agora somam 34 pontos, três atrás da Juventus e três a frente do Napoli. Com vitórias
sobre Udinese e Lazio e empates com Inter e Roma, a Atalanta segue o
projeto de carrasco de times que ambicionam algo na temporada, mas perdeu uma boa oportunidade de se colocar em
posição mais confortável, ainda que os 17 pontos e a 9ª colocação
sejam bons resultados a essa altura do campeonato.
Com
a bola rolando, uma Atalanta sem muitos recursos técnicos e
uma Roma pouco inspirada, com Marquinho e Florenzi ao lado
de Gervinho no ataque marcaram um primeiro tempo fraco. Foram apenas cinco
finalizações, sendo apenas uma em direção ao gol, numa das cinco
providenciais defesas de Consigli a favor da Dea. Na volta do intervalo, após certa
pressão romana, Brivio contou com falha bizarra de De Sanctis para abrir
o placar para o time da casa em cobrança de falta logo aos seis minutos da segunda etapa.
Os visitantes se lançaram ao ataque com as entradas de Ljajic e
Pjanic, enquanto a Atalanta, timidamente, buscou contra-ataques, mas sem
sucesso. Com o jogo nas mãos, o time de Garcia tentou de todas as
maneiras o empate e levou perigo com Strootman, Florenzi e Gervinho, mas
só aos 90 o holandês Strootman, após ter tido dois chutes defendidos,
empatou, depois de grande jogada de Ljajic. (Arthur Barcelos)
Lazio 2-4 Napoli
Após três derrotas seguidas, o Napoli ressurgiu da melhor das formas: em grande partida de Higuaín, que voltou a marcar depois de 71 dias de jejum na Serie A. Jogando fora de casa contra uma Lazio irregular e pouco propositiva, a equipe da Campânia dominou o jogo do início ao fim, e só teve dificuldades com as inserções de Candreva e Keita Baldé sobre um Armero com muitas deficiências defensivas. O placar mantém o Napoli na 3ª posição, com 31 pontos, três a menos que a Roma e quatro a mais que Inter e Fiorentina. Já a Lazio ocupa o 9º lugar, com os mesmos 17 pontos que Milan, Parma e Atalanta. Pouco para a equipe, que, caso continue assim, deve, em breve focar mais na conquista do bicampeonato da Coppa Italia e na disputa da Liga Europa.
Todos os números na partida, com exceção das roubadas de bola e das divididas favoráveis, foram positivos para a Lazio. O Napoli, porém, foi mais objetivo, e transformou em gols as chances que criou. A primeira, aos 24, quando Higuaín deixou Ciani para trás e abriu o placar. Após bate-rebate, os biancocelesti empataram no lance seguinte. Aos 5 da segunda etapa, Pandev fez um ótimo trabalho como pivô e girou para marcar contra a ex-equipe, provocando o presidente Lotito, da Lazio, na comemoração – em 2009, ele deixou o time de graça, após litígio com o dirigente. O macedônio voltou a aparecer aos 27, depois que fez ótima jogada e deixou Higuaín na cara do gol para fazer o 3 a 1 – novamente, as câmeras focalizaram um Lotito decepcionado. O jovem Keita Baldé fez excelente jogada individual e marcou um golaço, perto do fim, mas Callejón respondeu nos acréscimos, dando números finais ao jogo e sacramentando a vitória napolitana. (Nelson Oliveira)
Inter 1-1 Sampdoria
Thohir não gostou. Na
primeira vez em que o novo presidente interista compareceu a um jogo de seu
clube no Meazza, deveria haver festa. E foi o que aconteceu antes do jogo, já que cerca de 50 ex-jogadores da Inter participaram de uma celebração a convite do indonésio. O dirigente, porém, viu uma Sampdoria que não vencia há
quatro rodadas tirar a vitória da Inter aos 44 do segundo tempo,
empatando o jogo em 1 a 1. Com gol brasileiro, do
volante Renan Garcia, ex-Atlético-MG. Mesmo que não tenha perdido a
quarta posição, a Inter vê o Napoli, com 31 pontos, abrir quatro pontos
de vantagem na zona Champions, e a Fiorentina empatar em pontos, após a
estonteante vitória sobre o Verona, com 27. A Samp, que perdeu dois
pontos com um gol a 15 segundos do fim na última rodada (empate com a
Lazio), experimenta a sensação oposta, mas cai para a vice-lanterna,
pela vitória do Chievo, com 11 pontos.
Mesmo com a
disparidade de campanhas dos times, a Samp de Mihajlovic nunca foi
dominada pela Inter na partida. Ao fim, por exemplo, foram os genoveses
que tiveram maior posse de bola, com 53%, e finalizaram mais. Mas quem
abriu o placar foram os nerazzurri. Álvarez tabelou com Cambiasso na
esquerda, “entortou” Gabbiadini duas vezes e cruzou rasteiro para a
pequena área, onde Guarín dominou e fuzilou para o gol. As chances mais
perigosas da partida eram da Inter, mas os milaneses não souberam
convertê-las. A Samp cresceu gradualmente na segunda metade do segundo
tempo, até que, aos 44, De Silvestri tentou o cruzamento da direita, a
defesa desviou, Renan pegou o rebote na entrada da área e colocou um de
seus melhores fundamentos em prática, soltando uma bomba colocada de
esquerda, no canto esquerdo de Handanovic. Câmeras focadas nos rostos de
decepção de Thohir e Moratti, sentados lado a lado: os dois sabem que a Inter não perde desde a 7ª rodada, mas já perdeu pontos demais com empates bobos. (Thiéres Rabelo)
Fiorentina 4-3 Verona
Um dos jogos mais agradáveis e movimentados do campeonato terminou em festa para a Fiorentina. Diante de Batistuta, que havia sido homenageado mais cedo, entrando para o hall da fama do futebol italiano e estava no Artemio Franchi, a Fiorentina encarnou uma alma goleadora, e foi fulminante no ataque, embora tenha pecado na defesa. 14 minutos após o apito inicial, o jogo já estava empatado em 2 a 2 e,
curiosamente, todos os gols tiveram origem em chutes à distância. A
Fiorentina saiu na frente com Borja Valero, empossado capitão, e viu o
Hellas virar com Rômulo, ex-viola, e Iturbe, com boa participação de
Toni, ex-bomber da equipe da casa. Valero empatou novamente e, depois disso, a viola mandou no jogo e conseguiu pontos importantes. Com a vitória, o time de Florença mantém a 5ª posição, mas se iguala a Inter, 4ª colocada, no número de pontos (27). O Verona, por sua vez, acabou ficando para trás, mas ainda é o 6º, com 22 pontos – três a mais que o Genoa, que vem logo atrás.
Depois do início surpreendente, praticamente só deu o time da casa. Ainda no primeiro tempo, Vargas, redivivo nesta temporada, ganhando chances com Montella, fez o 3 a 2, também chutando de longe – neste quesito, os goleiros brasileiros Neto e Rafael pecaram bastante. No segundo tempo, o sérvio Jankovic foi expulso após colocar a mão na bola quando seu compatriota Tomovic ia ampliar para a Fiorentina. O gol acabou surgindo, já que Rossi converteu a penalidade bem marcada pelo árbitro e chegou aos 12 gols no certame. O ítalo-brasileiro Jorginho, que estava sendo observado por Cesare Prandelli in loco, estava sumido no jogo, mas marcou um bonito gol, e fez a partida reacender. Porém, após o gol gialloblù, aos 27, foi a Fiorentina que voltou a ter chances, desperdiçadas por Rossi, Ryder e Cuadrado. Ao fim do jogo, Montella comentou que seu time precisa definir as partidas mais cedo. Nisso ele está certíssimo. (NO)
Catania 1-3 Milan
Envolto em um ambiente conturbado após a quase saída de
Adriano Galliani, o Milan foi até a Sicília buscando reagir na Serie A. Bem na
Champions, o rossonero vivia sequência de cinco rodadas sem vencer e encarava o lanterna
Catania. Cheio de desfalques, inclusive Abbiati, cortado antes da viagem, com
febre, o Milan apostava suas fichas na boa fase de Kaká. Do outro lado, com
apenas uma vitória nos últimos seis jogos, De Canio não quis ousar, e recuou Barrientos
e Castro, que fazem a linha de ataque para completar o meio campo. Ainda assim,
os elefantini saíram na frente logo aos 13. Se aproveitando da falta de ação do
Milan, Castro aproveitou a bola sobrando na área, chutou e ainda contou com o
desvio em Bonera para encobrir Gabriel.
A vantagem siciliana pouco durou. Aos 20, Montolivo igualou
o placar, aproveitando cruzamento de Emanuelson. Com o empate, o Milan tomou
conta da partida, mas o gol da virada veio somente na segunda etapa, quando aos
5, Balotelli marcou de falta. O camisa 45, aliás, foi um personagem à parte.
Além do gol, foi responsável pela expulsão de Tachtsidis e reclamou muito de
ofensas racistas por parte de Spolli – o que não foi confirmado, ao menos por enquanto, pelas imagens da tv. Kaká, já no final do jogo definiu o
placar, com mais um belo gol (o terceiro seguido), acabando de vez com qualquer
esperança de um inofensivo Catania. A vitória (primeira fora de casa no
campeonato) reanima a equipe, antes dos duelos decisivos das próximas semanas,
contra Ajax, Roma e Inter, enquanto o Catania segue amargando a última
colocação. (Caio Dellagiustina)
Genoa 1-1 Torino
Em Gênova, o Torino visitou o embalado
Genoa, buscando sair do limbo na tábua de classificação, enquanto os
donos da casa buscavam aproximar-se da zona Champions. Em dia de um bom
futebol apresentado por ambas as equipes e de muita inspiração para o
goleiro genoano Perin, prevaleceu o empate de 1 a 1, pouco interessante
para ambos os times. O Grifone permanece na 7ª posição, com 19
pontos, a oito pontos da Fiorentina, primeira equipe na zona de
classificação à Liga Europa. Também o Toro não se mexe na classificação,
na 12ª posição, com 16 pontos, favorecido pelos cinco empates na
rodada.
Com Gasperini, o Genoa ressuscitou e, dos
últimos 15 pontos disputados, somou 11, perdendo apenas para a Juventus,
que somou 15. E, nesta partida, o time genovês também dominou a
partida, mas não foi o time mais efetivo. O Toro acertou a trave logo a 1
minuto de jogo, com El Kaddouri. Aos 7, Farnerud bateu de fora da área e
El Kaddouri desviou, enganando Perin – o gol foi computado ao sueco, que chutou a gol, por regras da Lega Serie A.
Confuso no primeiro tempo, o Genoa só voltou à busca do resultado no
seugndo tempo. Fetfatzidis substituiu Centurión e o meia grego fez
jogada individual, servindo Biondini com um passe milimétrico dentro da
área, para empatar. Os dois times foram à caça do gol de desempate, mas
as defesas prevaleceram. (TR)
Parma 1-1 Bologna
No
dérbi emiliano, um Parma embalado por Cassano e Sansone bem que tentou
passar o Genoa na tabela, mas a falta de sorte e mais uma boa atuação de
Curci impediram o sucesso de time Donadoni que, irregular, segue na
mesma situação, com 17 pontos, com bons cinco pontos à frente da zona de
rebaixamento. Para o Bologna, bom resultado, mas que não lhe garante
situação confortável, já que segue à beira da zona de degola, com os mesmos
12 pontos de Livorno e Chievo.
Com a segunda pior defesa do campeonato, o Bologna levou pressão da boa dupla
Cassano-Sansone (ajudados por Amauri e
Palladino na reta final da partida) em quase todo o jogo. Os rossoblù, de verde desta vez, contudo,
abriram o placar aos 10 minutos em belo chute de Kone de fora da área, após pivô
de Bianchi. E assim baseou suas tentativas de ataque, sempre com os dois
e em contra-ataques, mas faltou o algo a mais (Diamanti, que ficou os
90 minutos no banco). O Parma, por sua vez, empatou dez minutos depois
justamente com Cassano, finalizando de forma magistral um cruzamento de Sansone. Atrás do
segundo gol, o time da casa contou com a expulsão de Sorensen no início
da segundo etapa para ter mais espaços, porém as 14 finalizações não
bastaram para a virada. (AB)
Chievo 3-0 Livorno
Embalado pela vitória no clássico de Verona, o Chievo conseguiu seu
segundo triunfo consecutivo nessa temporada. Venceu o Livorno, rival direto na luta contra o rebaixamento, no Marc’Antonio Bentegodi (onde o time grená
perdeu 8 dos 9 jogos que fez contra o Chievo), saiu das últimas posições e de
quebra colocou os toscanos entre os três últimos colocados. A derrota deixou
Davide Nicola em risco, uma vez que somou apenas uma vitória nos últimos 11
jogos, perdendo inclusive para concorrentes diretos como o próprio Chievo e
Bologna. Para seu lugar já são cotados Domenico Di Carlo, como favorito, além de
Davide Ballardini e Edy Reja.
Cauteloso, Corini apostou no 4-1-4-1 retraído ao invés do
prometido 4-3-3. Não a toa, o jogo só saiu do marasmo após o gol de Rigoni, aos
35 minutos. O meia gialloblù tabelou com Estigarribia e finalizou no canto de Bardi.
Nicola tentou avançar a equipe na segunda etapa, com Emeghara, mas minutos após
o suíço entrar, o Livorno levou o segundo gol. Théréau recebeu de Hetemaj e
bateu de primeira, no canto do goleiro. Paloschi ainda fez o terceiro,
aproveitando rebote de Bardi, e definiu o placar. Com times acessíveis pela
frente, o Chievo poderá se distanciar ainda mais do final da tabela, enquanto o
Livorno tem nada menos que Milan, Lazio e Udinese nas próximas rodadas. (CD)
Cagliari 2-2 Sassuolo
No Sant’Elia, o Sassuolo fez uma boa partida e chegou a abrir 2 a 0 contra os donos da casa. Jogando do jeito que o técnico Di Francesco gosta, em espaços curtos e com muita marcação, os emilianos não deram espaço para o Cagliari e foram eficientes quando chegara à frente. Marzorati marcou de cabeça, após cobrança de escanteio, e Zaza aproveitou bom passe de Berardi para fazer o segundo, ainda aos 20 minutos da primeira etapa.
O Cagliari ficou refém da marcação de Magnanelli sobre Cossu e nada conseguiu produzir durante a maior parte do jogo. No primeiro tempo, a equipe de Lopez não conseguir dar sequer um chute a gol. Ibarbo saiu machucado ainda aos 12 minutos de jogo e também foi um problema para os cagliaritanos. No segundo tempo, o Sassuolo cansou fisicamente e, tentano apenas segurar o resultado, deu mais campo para o Cagliari trabalhar. Os donos da casa aproveitaram e conseguiram empatar o jogo no final. Nenè fez de cabeça, após cruzamento da esquerda, e Sau empurrou para as redes depois que Pegolo deu rebote em chute de Naingollan. Os dois times ocupam a metade de baixo da tabela, na 14ª e 15ª colocação. (RA)
Relembre a 13ª rodada aqui.
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