Seleção italiana

Boa participação da Itália no Mundial Sub-20 é mais um indicativo da renovação azzurra

Estamos presenciando um período muito movimentado e positivo para o futebol da Itália. As principais ligas do Belpaese já entraram de férias, mas as seleções nacionais estão trabalhando a pleno vapor, em diversas competições já concluídas ou em andamento.

Ainda em ação, a equipe feminina avançou ao mata-mata do Mundial depois de passar duas décadas longe do torneio, enquanto o sub-21 masculino estreou muito bem na Eurocopa da categoria, despachando a Espanha. Entre as equipes italianas que já cumpriram sua missão, a sub-17 foi, pelo segundo ano seguido, vice-campeão europeu e garantiu um lugar na Copa do Mundo, que será disputada no Brasil, a partir de outubro. Por fim, os garotos da sub-20 tornaram a fazer uma boa campanha na Copa do Mundo dois anos depois do terceiro lugar em 2017, na Coreia do Sul.

No torneio anterior, a geração de Dimarco, Mandragora, Barella e Orsolini, que atualmente estão na disputa do Europeu sub-21, caiu na semifinal para a campeã Inglaterra. Neste ano, o time de Paolo Nicolato também foi derrotado pelos futuros campeões – a surpreendente Ucrânia. Apesar das quedas no final, para ucranianos e equatorianos, os azzurrini saíram da Polônia com o quarto lugar e uma boa impressão.

O elenco foi formado essencialmente pelos jogadores que conquistaram o vice do Europeu sub-19 no ano passado, ante Portugal, sob o comando do mesmo treinador. Dessa vez, porém, Nicolato não pode contar com suas principais estrelas, envolvidas na preparação para a já comentada Euro sub-21 deste ano, disputada na Itália. Jogadores como Zaniolo, Tonali e Kean foram desfalques importantes, que fizeram o time ser montado de forma improvisada para o Mundial e modificaram profundamente o sistema de jogo da geração.

O grande trunfo da Itália sub-20 nesta campanha foi potencializar alguns destaques individuais, a exemplo de Pellegrini, Pinamonti e Scamacca, além de ter apresentado talentos pouco comentados, como Ranieri, Frattesi e Esposito. Sem deixar de mencionar, é claro, o prodígio Plizzari, um dos mais jovens do grupo: o goleiro do Milan já estava no elenco da Copa do Mundo de 2017 como reserva. Se não é uma geração que encanta como a sub-21 comandada por Luigi Di Biagio, superou as expectativas com um time competitivo.

Na fase de grupos, a Itália ficou com a liderança da chave B. Na estreia, venceu o México em grande jogo de Scamacca e Frattesi: os jovens do Sassuolo se destacaram pelas funções que assumiram no 3-5-2 de Nicolato. O centroavante Scamacca, que já passou pelo PSV, ganhou bastante protagonismo por sua constante participação nas jogadas e pela habilidade com a bola, somada a um conjunto que une força e altura – o que lhe rendeu comparações com Ibrahimovic. Já o meio-campista se aproveitou dos espaços abertos pelo companheiro e apareceu com frequência na área.

Na rodada seguinte, a Itália teve um jogo bastante complicado contra o Equador, que se provou uma constante ameaça para a zaga azzurra. Plizzari acabou salvando a pátria com defesas decisivas, enquanto Pinamonti mostrou seu lado artilheiro ao aproveitar as jogadas do talentoso e veloz Pellegrini, lateral-esquerdo utilizado como meia pela canhota. No último jogo, com a classificação já garantida, os reservas ficaram no zero com o Japão. Descanso importante para enfrentar e derrubar a anfitriã Polônia, com outro gol de Pinamonti.

Contra Mali, nas quartas de final, a força coletiva do time se sobressaiu, em que pese a excelente partida do volante Esposito, destaque individual. Salvatore, hoje vinculado à Spal, foi formado pela Inter e é o irmão mais velho do promissor Sebastiano, destaque do sub-19 nerazzurro e da Itália sub-17. O meio-campista potencializou seus companheiros com bons passes e protagonismo para organizar o jogo da equipe, que uma vez mais contou com os gols de Pinamonti para conquistar a vitória e a segunda classificação consecutiva para as semifinais do Mundial.

A Ucrânia, porém, fez os italianos ficarem pelo caminho. Diante dos eslavos, a Itália finalmente encontrou um time que soube realmente anular Esposito, Scamacca e Pinamonti, que estavam devastando os adversários na Polônia. Sem saída, a equipe de Nicolato sofreu com a pressão na marcação e a produção ofensiva dos ucranianos. O talentoso meia Colpani, destaque da Atalanta campeã italiana sub-19, perdeu boa chance, mas no final das contas os azzurrini acabaram ficando na bronca com a arbitragem de Raphael Claus, que anulou um gol espetacular de Scamacca.

Já na disputa pelo terceiro lugar, a Itália voltou a entrar em campo com uma formação alternativa para dar oportunidade a quem que não teve muitos minutos durante a competição e dessa vez acabou caindo para o Equador, que tinha se classificado na segunda posição de seu grupo. As duas derrotas depois de cinco partidas de invencibilidade não mancharam a boa imagem deixada por uma geração, que agora estará na torcida pelos companheiros do sub-21 na sua casa. Pinamonti, em especial: camisa 9 e capitão na Polônia, chegou a ser convocado para a Euro, mas foi cortado por lesão.

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