Seleção italiana Liga das Nações

Depois de 291 dias sem entrar em campo, a Itália teve uma atuação tímida contra a Bósnia

A pandemia de covid-19 deixou a seleção da Itália quase um ano inativa. Após 291 dias sem entrar em campo, a Squadra Azzurra voltou a reunir suas peças para a estreia da Liga das Nações, contra Bósnia e Herzegovina, e ficou no 1 a 1, em Florença. Dessa forma, o time de Roberto Mancini interrompeu sua sequência de 11 vitórias consecutivas, mas segue invicto há 15 compromissos.

Sem poder contar com Verratti – que está retornando de lesão e jogou a final da Liga dos Campeões – e Jorginho, que se recupera da contaminação pelo novo coronavírus, Mancini armou o seu meio-campo com Sensi, Barella e Pellegrini. Já pelo lado da Bósnia, Pjanic, agora jogador do Barcelona, também foi desfalque. Com isso, a seleção visitante precisou contar ainda mais com a qualidade de Dzeko.

O jogo começou dentro do esperado em Florença. A Itália buscava controlar a posse de bola, estabelecer o seu jogo de posição e precisava de paciência e boa circulação da bola para superar o bloqueio defensivo da Bósnia. O funcionamento do time continuou sendo o mesmo, como em toda essa passagem de Mancini: mudam-se as peças, não a ideia.

O time italiano se posicionou no 4-1-4-1 no momento sem bola, com Florenzi e Biraghi como laterais e Sensi sendo o primeiro homem entrelinhas, atrás de uma segunda linha com Chiesa, Pellegrini, Barella e Insigne. Já no momento ofensivo, as coisas mudavam bastante, com o time passando a atacar no 3-4-2-1, segurando Florenzi para sustentar a saída de bola pela direita e abrindo campo com Chiesa, pela direita, e com Biraghi pelo lado inverso. Barella alternava entre somar jogo mais próximo a Sensi e avançar com o controle da bola, enquanto Insigne – da esquerda para o centro – e Pellegrini – em movimento oposto –, buscavam municiar Belotti.

Se a Itália buscava ter a bola e estabelecia diferentes dinâmicas para defender e atacar, a Bósnia tratou de executar algo bem mais simples – e muito bem. Dusan Bajevic desenhou um 4-4-2 bem tradicional, com as duas linhas bem próximas, muitas peças na zona central e apenas com Gojak e Dzeko soltos mais à frente. Os bósnios conseguiram defender com bastante tranquilidade, mantiveram a concentração e, a cada recuperação, buscavam chegar ao ataque com poucos toques, fosse com a ligação direta buscando o seu 9 ou com a condução dos laterais.

Itália teve dificuldades de furar a defesa da Bósnia e interrompeu série de 11 vitórias seguidas (LaPresse)

Por causa da falta de ritmo das duas equipes e das diferentes propostas, o primeiro tempo acabou sendo bastante morno e com poucas chances de gol. Pelo lado da Itália, a melhor delas aconteceu quando Chiesa conseguiu receber de Barella no mano a mano pela direita e finalizou com perigo. Já a Bósnia teve sua melhor chance quando Dzeko ganhou uma bola pelo alto e tabelou com Kolasinac, que cruzou na medida para Visca concluir.

Na volta do intervalo, os treinadores não fizeram modificações, mas a dinâmica do jogo mudou por alguns instantes. Sentindo que os italianos estavam em dificuldade para encontrar fluidez dentro de suas estratégias, os bósnios subiram suas linhas, levaram perigo ao gol de Donnarumma com Hodzic, ainda antes dos 5 minutos da segunda etapa e, aos 12 abriram o placar, através da bola parada. Após escanteio cobrado por Gojak, pela direita, Sunjic venceu a zaga italiana pelo alto e a bola ficou na medida para Dzeko girar e marcar.

Com a desvantagem no marcador, Mancini mudou a dinâmica do time. O treinador deixou apenas Barella para sustentar a saída de meio e liberou Sensi para subir e participar mais na entrelinha rival, como um facilitador de jogadas. Deu certo: o jogador da Inter começou a se entender com Insigne e, em uma dessas jogadas, recebeu do camisa 10 e contou com um desvio na defesa para vencer Sehic e empatar a partida.

Depois do empate, Mancini trocou Chiesa por Zaniolo e Belotti por Immobile, voltando a atuar com bases mais parecidas com as do começo da partida. Assim, Sensi voltou a fazer a saída e Pellegrini jogava na entrelinha rival, o que acabou sendo um erro no direcionamento da partida. A Itália voltou a ser previsível e acabou sofrendo para chegar à meta rival, apesar do bom jogo de Insigne. O napolitano buscou soluções criativas o tempo todo e terminou o jogo com seis passes decisivos. A Bósnia, por sua vez, dentro de sua ideia previsível, mas eficiente, viu Dzeko outra vez precisar de pouco para produzir muito e obrigou Donnarumma a aparecer com destaque algumas vezes. Kean ainda entrou nos minutos finais na vaga de Pellegrini, mas a partida acabou mesmo empatada.

Por conta do cenário de paralisação e do tempo de inatividade da Nazionale, acaba sendo um resultado compreensível, mas um pouco preocupante para a Itália. É que, na segunda-feira, os azzurri enfrentam a Holanda, líder do grupo A1 da Nations League, por conta da vitória da Polônia, e uma derrota já complicaria muito a sua situação. De todo modo, a meta principal continua sendo a Euro e, pensando nesse prazo maior, o projeto de jogo do Mancini é interessante, com jogadores mais adaptados ao estilo proposto pelo técnico.

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