Liga Europa

Como há 14 anos, a Roma sofreu com o Manchester United em Old Trafford e acabou goleada

Em 45 minutos, o Teatro dos Sonhos se tornou palco de um pesadelo para a Roma – de novo. A Loba enfrentou o Manchester United nesta quinta-feira (29), em Old Trafford, pelas semifinais da Liga Europa e foi goleada de forma impiedosa pelos Diabos Vermelhos. O resultado de 6 a 2 a favor dos ingleses praticamente garante a classificação da equipe treinada por Ole Gunnar Solskjaer para a grande decisão do torneio continental.

Os 90 minutos se dividiram e duas partidas diferentes, uma em cada tempo. Na primeira etapa, a equipe de Paulo Fonseca perdeu Veretout logo de cara, com apenas cinco minutos de bola rolando, por lesão muscular. O prenúncio já não era dos melhores e o Manchester United controlava o jogo, mas duelava com uma Roma organizada defensivamente.

A organização começou a desmoronar quatro minutos após a saída do camisa 17, resultando no primeiro gol inglês. A tabela de Bruno Fernandes com Cavani deixou a linha defensiva giallorossa desnorteada e terminou no tento anotado pelo português. Por incrível que pareça, a reação foi imediata: pênalti cometido por Pogba, com o deslize da sorte que faltava à Loba. Pellegrini converteu e empatou o jogo aos 15 minutos.

A esta altura, a equipe romana celebrava o que poderia ser um ótimo resultado na Inglaterra (AS Roma/LaPresse)

A busca dos Diabos Vermelhos pelo segundo gol fez Pau López começar a trabalhar. Numa das chances do time da casa, o goleiro espanhol fez ótima defesa em chute de Pogba, mas, na queda, sentiu problema no ombro esquerdo. Com isso, Mirante entrou e Fonseca já executava sua segunda substituição em menos de meia hora de partida. Quis o destino que os rumos mudassem juntamente com o ânimo romanista, quando Mkhitaryan achou um passe genial para a infiltração de Pellegrini na área. A jogada terminou no gol de Dzeko e, consequentemente, na virada da Roma.

A vitória parcial assustava e passava um ar de incredulidade àqueles romanistas que se deparavam com o placar – inclusive aos que proporcionaram um “boa sorte” daqueles na partida do time da capital para Manchester. Porém, de forma incrível, os italianos perdiam seu terceiro jogador em menos de 45 minutos. Spinazzola deu lugar ao brasileiro Bruno Peres. A falsa confiança que o resultado passava perdia espaço devido aos substitutos de três das principais peças da equipe, que fizeram o nível de atuação da equipe cair consideravelmente. Villar até teve uma participação digna, mas Peres e Mirante não corresponderam.

Entretanto, a sorte ainda parecia estar de mãos dadas com os giallorossi. Um erro de Ibañez, que cedeu a posse de bola em frente a sua área para Cavani, no último lance do primeiro tempo, não resultou em gol por muito pouco. O atacante uruguaio finalizou duas vezes, mas parou em Mirante e Smalling.

Com um alívio na volta do intervalo pela vantagem estabelecida, os comandados de Paulo Fonseca ficaram dispersos. Com isso, a dobradinha entre Bruno Fernandes e Cavani voltou a funcionar – e, dessa vez, o camisa 7 marcou, logo no início da segunda etapa. Seria abusar da sorte pensar que o atacante desperdiçaria duas dessas chances. E o que parecia ser sorte logo se revelou ilusão. A Roma tinha azar. E a expressão do mau agouro é que Cavani estava inspirado e voltou a marcar após rebote de Mirante, aos 64 minutos, virando o jogo.

A defesa da Roma não foi páreo para Cavani, que ainda contou com um pênalti duvidoso para anotar a sua doppietta (imago)

A tentativa de reação dos romanistas, que atacavam o gigante inglês dentro de seu território, era um ato de coragem. Porém, estes arroubos foram feridos cruelmente, com um pênalti bastante duvidoso de Smalling em Cavani. Bruno Fernandes teve a chance de aumentar a vantagem e não desperdiçou. A partir daí, a tal organização citada anteriormente se aliou à dispersão e o resultado não poderia ser outro. Quatro minutos depois de Bruno, Pogba aproveitou escanteio cobrado pelo próprio camisa 18 e abriu a porteira em Old Trafford.

A sequência dos fatos já despertava uma memória horrível para os torcedores da Loba. O filme do 7 a 1 em 2007, quando clamavam para o jovem Cristiano Ronaldo desacelerar, era evidente nas mentes dos giallorossi. Ao mesmo tempo, o 4 a 1 sofrido para o Barcelona, três anos atrás, era um alento na busca de motivação para a partida no Olímpico. Entretanto, aos 86 minutos, Greenwood deu um sabor ainda mais amargo para a situação da Roma e destruiu qualquer consolo com o sexto gol dos vice-líderes da Premier League.

A Roma sai sem muitas esperanças do confronto. O seu desempenho recente, em paralelo ao elenco que tem, leva a crer que vai cumprir tabela e encerrar sua participação na Liga Europa no próximo dia 6 de maio, na Cidade Eterna. A não ser que os comandados de Paulo Fonseca se inspirem em outras viradas incríveis do futebol, tudo indica que os giallorossi terão foco na reta final da Serie A, na qual visam conservar um  prêmio de consolação: a vaga na Liga da Conferência ou, no máximo, se a Lazio refugar, o retorno à Europa League. Qualquer que seja o resultado, comandada pelo substituto de um contestado Paulo Fonseca.

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