Coppa Italia

A Inter venceu a segunda final contra a Juventus na temporada e faturou a Coppa Italia

Ao subirem para o gramado no Olímpico de Roma na noite deste 11 de maio, Inter e Juventus voltaram a se enfrentar em uma decisão de Coppa Italia após 57 anos. As equipes chegaram à final em momentos distintos na temporada: de um lado, os nerazzurri ainda tinham a oportunidade de chegar a três títulos em 2021-22, já que seguem numa disputa ponto a ponto com o Milan pelo scudetto; do outro, os bianconeri se garantiram na próxima Liga dos Campeões, mas sua última esperança de taça na campanha residia num triunfo na Cidade Eterna. Num duelo muito animado, quem acabou levando a melhor foi a Beneamata, que fez 4 a 2 na prorrogação.

Apesar das diferenças nos trabalhos, a decisão valia muito para os clubes e sobretudo para Simone Inzaghi e Massimiliano Allegri. Em sua temporada de estreia no comando da Inter, o técnico nerazzurro teria, com o título da copa, o seu primeiro grande momento junto aos torcedores – mesmo já tendo conquistado a Supercopa Italiana sobre a própria Juventus.

Por sua vez, o veterano bianconero venceu quase tudo pela Juve, mas encontrou a equipe num patamar inferior em relação ao de quando substituiu Antonio Conte na passagem anterior. Allegri tem sido muito criticado e, se conquistasse a taça, teria, ao menos, mantido a sequência de campanhas com troféus levantados pela gigante de Turim. Não deu: a Velha Senhora parou em 10 anos consecutivos com canecos obtidos. Portanto, Chiellini, que anunciou sua despedida do clube ao fim da partida, se despedirá sem comemorar um título após muito tempo.

O jogo

Sem poder contar com Bastoni em seu melhor nível físico, Inzaghi optou por deslocar Skriniar para o lado esquerdo e D’Ambrosio ganhou a disputa com Dimarco por uma vaga na equipe titular. Essa escolha condicionou o início da partida, já que a Inter teve dificuldade para sair jogando, devido ao bom encaixe feito pela Juventus.

Em seu 4-4-2, a Juventus tinha Cuadrado e Zakaria fechando pela direita, enquanto Bernardeschi e Rabiot faziam o mesmo trabalho pelo lado oposto. Dybala e Vlahovic alternavam entre pressionar De Vrij e dificultar para que Brozovic recebesse a bola. Durante esse estudo inicial, porém, a Inter achou um gol. Barella apareceu pelo lado esquerdo, conduziu para o centro do campo e, com a perna direita, acertou um chute colocado no ângulo superior direito defendido por Perin, que nada pode fazer.

O gol, que aconteceu aos 6 minutos, não mudou o rumo da partida, já que a Inter continuou a sofrer para estabelecer seu jogo. Afinal, não contava com um apoio sólido para Perisic pelo lado esquerdo e via Brozovic precisar se desdobrar para oferecer fluidez à equipe. A Juventus, por sua vez, conseguia encaixar a marcação e trabalhava bem em poucos toques e ataques velozes, usando a explosão de Vlahovic. Na melhor oportunidade, Handanovic saiu jogando errado e o sérvio terminou cara a cara com o goleiro esloveno, que fez uma linda defesa.

Poucos minutos antes do fim do primeiro tempo, Danilo sentiu uma lesão e Allegri teve que fazer uma troca, optando pela entrada de Morata, que passou a fazer o lado direito do campo na segunda linha, com Cuadrado recuando para ser lateral-direito. A alteração sugeria uma postura mais agressiva da Juventus e isso se refletiu após o intervalo.

Novamente, antes de muita possibilidade de estudo, tivemos um gol. Ou melhor, dois. Aos 50 minutos, a Juventus pressionou, ganhou a segunda bola e Alex Sandro conduziu até arrematar sem muita força: a pelota passou perto de Morata e Handanovic aceitou, cometendo mais uma falha na temporada. A Inter teve um bom ataque logo após reiniciar a partida, mas errou no cruzamento. Aí, a Velha Senhora retomou a posse e Morata iniciou um contragolpe. A jogada terminou com Vlahovic finalizando no rosto do arqueiro adversário e aproveitando o rebote para virar o placar.

A Inter levou a virada, mas conseguiu restabelecer a sua vantagem no jogo e faturou a sua oitava Coppa Italia (Getty)

Em desvantagem, Inzaghi fez três trocas na equipe da Inter, substituindo Dzeko, Darmian e D’Ambrosio por Correa, Dumfries e Dimarco. As mudanças levaram a uma melhora na saída de bola e, principalmente, produziram mais profundidade para a Beneamata, já que Perisic passou a ter ajuda para chegar no mano a mano com os defensores da Juventus. Observando o crescimento da rival, Allegri trocou Zakaria por Locatelli, ajustando a pegada do seu meio-campo. Bonucci também assumiu a vaga de Bernardeschi e a Velha Senhora passou a espelhar o 3-5-2 nerazzurro.

Sem encontrar boas saídas para contra-atacar, a Juventus foi se defendendo e rebatendo os cruzamentos da Inter, que chegava muito pelo lado esquerdo. Chiellini fez um grande jogo nesse sentido. Porém, aos 80 minutos, Martínez foi acionado dentro da área e terminou derrubado dentro da área por um toque de De Ligt, enquanto recebia carga de Bonucci. Çalhanoglu cobrou o pênalti de maneira perfeita, vencendo Perin e empatando a grande decisão.

Nada mais ocorreu no tempo normal e a prorrogação começou com uma Inter menos agressiva, mas ainda em controle da partida, enquanto a Juventus tinha dificuldade para encaixar suas melhores jogadas. Arthur, que entrou no lugar de Chiellini, não conseguiu ter a influência desejada por Allegri e Brozovic ditou o ritmo nos minutos extras.

Aos 99, De Vrij tentava finalizar para gol dentro da área da Juventus e De Ligt esticou a perna além da conta, derrubando o zagueiro da Inter. O VAR foi acionado, o árbitro Paolo Valeri foi até a cabine e a penalidade foi assinalada. Lautaro e Çalhanoglu já tinham deixado o campo para a entrada de Sánchez e Vidal, de maneira que a cobrança ficou a cargo de Perisic. O croata cobrou com muita categoria, deslocando Perin e virou a partida para a Beneamata.

Apenas três minutos depois do gol da virada, Dimarco encontrou Perisic novamente pela esquerda e o camisa 14 pegou na bola com extrema felicidade, vencendo Perin e dando números finais ao confronto. O segundo tempo da prorrogação acabou sendo mera formalidade, pois a Inter voltou a se organizar e se mostrava mais inteira fisicamente. Com isso, a Beneamata se sagrou campeã da Coppa Italia pela oitava vez – a primeira desde 2011. Grande vencedor do torneio, Inzaghi chegou a seu quinto título, o segundo como técnico. Falta, agora, a Serie A.

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