Na segunda rodada da Champions League, Napoli e Inter tiveram de viajar em busca da vitória. Mas cada equipe tinha um propósito distinto em sua chave: enquanto a formação nerazzurra buscava se reabilitar no grupo da morte, os partenopei buscavam a liderança isolada e acumular uma gordurinha, visando a classificação para as oitavas de final. Contando com boas atuações, os dois times tiveram sucesso no que se propuseram e garantiram vitórias tranquilas em suas partidas.
Glasgow Rangers 0-3 Napoli
O Napoli, que teve seu jogo adiado de terça para quarta, por conta da morte da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, viajou até a Escócia para enfrentar o Glasgow Rangers. Após a ótima estreia em casa contra o Liverpool, os partenopei ainda contavam com a vitória dos Reds sobre o Ajax no dia anterior. Com os resultados, o time italiano tinha uma chance de ouro para se isolar na liderança do Grupo A e aumentar muito as suas chances de classificação. Foi o que aconteceu.
O panorama em que as duas equipes chegavam para a partida era muito distinto. Enquanto o time napolitano segue invicto na temporada, e lidera a Serie A, a formação escocesa vinha de duas derrotas consecutivas por goleada. Além de perder na estreia da Liga dos Campeões para o Ajax, por 4 a 0, caiu pelo mesmo placar para o Celtic, seu maior rival.
Depois de descansar parte de sua equipe na 6ª rodada da Serie A, Luciano Spalletti só não contava com Osimhen, lesionado no jogo contra o Liverpool, para buscar a liderança do grupo. Antes da partida, a torcida do Rangers homenageou a rainha Elizabeth II com um mosaico, no qual a bandeira da Grã-Bretanha era acompanhada pela silhueta da monarca. O minuto de silêncio foi fielmente respeitado em Ibrox, e só foi interrompido no momento em que os presentes começaram a cantar o hino bretão à capela.
Após todas essas homenagens, o Rangers se sentiu motivado e começou a partida tentando sufocar o time italiano. Porém, quem primeiro chegou com muito perigo foi Zielinski, que acertou a trave logo aos 2 minutos. A intensidade inicial ainda fez com os escoceses exigissem grande defesa de Meret, aos 10, que e Simeone obrigasse McGregor a trabalhar – o arqueiro da casa, aliás, dava início a uma boa atuação.
As equipes alternaram bons momentos, mas as fortes emoções ficaram guardadas mesmo para a segunda etapa. E, logo aos 55 minutos, Simeone foi lançado em contra-ataque e acabou derrubado na área por Sands, expulso por impedir uma chance clara de gol do argentino. McGregor pegou a cobrança de Zielinski, mas Politano marcou no rebote. Porém, o VAR notou a invasão de área do atacante e a penalidade teve de ser batida outra vez. Na repetição, o polonês parou novamente no arqueiro escocês.
Politano, que teve seu gol anulado, era quem mais aparecia no time partenopeo, pelo lado direito do ataque. Quase todas as ações contavam com a sua participação. Kvaratskhelia, no outro flanco, vivia noite pouco inspirada, mas apareceu no lance que originou mais um pênalti na partida: tentou finalização, aos 67 minutos, e parou no braço do zagueiro do Rangers.
Dessa vez, Zielinski deu lugar a Politano na cobrança. O italiano não titubeou, trocou o canto da batida, mas não foi sem emoção: McGregor acertou o canto e quase tocou na bola. Abrindo o placar e com um jogador a mais, o Napoli aumentava e muito as suas chances de classificação no disputado Grupo A.
Sem muita inspiração e parando na boa atuação de McGregor, Spalletti sentia que sua equipe precisava de fôlego para garantir a vitória. Foi quando começou a promover as substituições: pôs Olivera, Raspadori e Zerbin nos lugares de Mário Rui, Simeone e Politano. Com os dois primeiros citados, saiu a jogada do segundo gol, aos 85, em finalização de Raspadori. Os partenopei ainda fecharam a conta nos acréscimos, após Anguissa roubar a bola no ataque e rolar para Ndombélé, que bateu firme e deu números finais à peleja.
O Napoli lidera o Grupo A com 6 pontos e um saldo de seis gols. Muito bem colocado após duas rodadas da Champions League, o time de Spalletti vê Ajax e Liverpool abaixo, com 3, enquanto o Rangers segue zerado. Esse posicionamento só ratifica o grande início de temporada dos campanos.

Com um gol e uma assistência para Dumfries, Dzeko foi o nome da Inter no triunfo sobre o Viktoria Plzen (AFP/Getty)
Viktoria Plzen 0-2 Inter
Após ser derrotada em casa pelo Bayern de Munique, a Inter viajou até a Chéquia para enfrentar o Viktoria Plzen, que sofreu uma acachapante derrota frente ao Barcelona em sua estreia. A equipe de Simone Inzaghi tentava se reabilitar na temporada, já que vinha de duas derrotas e uma vitória nas últimas três partidas. Portanto, um triunfo contra o adversário mais frágil do Grupo C era fundamental para os nerazzurri se reabilitarem na competição.
Em um início de jogo frio, o time da casa demonstrou que vinha com a intenção de se defender, buscando poucas bolas longas em direção a Chory, seu imenso atacante de referência, que mede 1,99m. A Inter aproveitava a sua maior qualidade técnica para ter a posse da pelota e controlar a partida. Assim, focava sua construção ofensiva com passes curtos e rápidos, para depois buscar as ultrapassagens de seus alas e cruzamentos.
Foi em um cruzamento que Gosens fez o pivô para Correa. Na sequência, o argentino achou Dzeko pelo bico esquerdo da área, entrando sozinho. O camisa 9 chegou na bola batendo de chapa, cruzado e rasteiro, tirando qualquer chance de Stanek no lance. Com a bonita finalização do atacante bósnio, a Inter saía na frente aos 20 minutos.
O Viktoria Plzen seguia sem levar perigo a defesa do time italiano, e ainda se complicou na partida com o elevado número de cartões – levou o terceiro amarelo com apenas 22 minutos. Do outro lado, a Inter ainda tentou finalizações com Mkhitaryan e Dzeko, mas não ampliou o placar. O primeiro tempo terminou com 68% de posse de bola por parte dos visitantes, que dominaram completamente os checos e não sofreram nenhum grande susto.
O segundo tempo começou com um ímpeto mais forte dos nerazzurri. Rapidamente, Stanek foi obrigado a fazer duas boas intervenções: primeiro, em cabeçada de Gosens, e no rebote, fechando o ângulo para Skriniar, que chegava livre para aproveitar a chance. Poucos minutos depois, o goleiro efetuou ótima defesa em uma finalização rasteira de Dzeko.
O jogo ficou ainda mais complicado para o Viktoria Plzen aos 61 minutos. Em uma disputa de bola com Barella, Bucha, chegou de sola no tornozelo do italiano e recebeu o cartão vermelho após a revisão do árbitro no VAR. Além do domínio técnico e territorial, a Beneamata contava com um homem a mais em campo.
O domínio italiano foi capitalizado rapidamente. Aos 70 minutos, Dzeko puxou o contra-ataque e serviu Dumfries que chegou em velocidade pelo lado direito. O holandês só teve o trabalho de tocar na saída do goleiro e ampliar o placar da partida. Atrás, uma defesa liderada pelo estreante Acerbi manteve Onana praticamente inoperante até o apito final.
Com a vitória, a Inter se restabeleceu no grupo: está empatada em pontos com o Barcelona, que perdeu por 2 a 0 para o Bayern de Munique, líder da chave. Assim, parece que a briga dos italianos por vaga no mata-mata será mesmo com os catalães.