Napoli e Inter chegaram à quarta rodada da fase de grupos da Champions League com chance de classificação antecipada para as oitavas de final do torneio. Os partenopei contabilizam ótimas atuações na Serie A e na competição continental, e buscavam uma vitória em casa, sobre o Ajax, para avançarem ao mata-mata e viabilizarem a primeira colocação da chave – o que aconteceu. Já os nerazzurri encararam o Barcelona, e em caso de triunfo no Camp Nou, se garantiriam na etapa seguinte. Num jogo emocionante, quase conseguiram o feito, mas o empate foi comemorado, já que a vaga está muito perto. Confira as análises das partidas.
Barcelona 3-3 Inter
Em confronto decisivo pelo Grupo C, a Inter foi até a Catalunha para enfrentar o time do Barcelona. Uma vitória dos nerazzurri carimbava a sua classificação para as oitavas de final e eliminava os blaugrana Após os dois últimos triunfos, pontuar novamente seria ideal para acalmar os ânimos dos torcedores interistas e consolidar a recuperação da equipe.
Cerca de 92 mil presentes deixaram o Camp Nou em clima de decisão. E era assim que as duas equipes encararam a partida. Jogando a vida na Champions League, o Barcelona quase abriu o placar aos 9 minutos de jogo, em cabeçada de Lewandowski, tirada por Mkhitaryan em cima da linha.
O clima quente da arquibancada ficava ainda mais inflamado quando Onana não mostrava nenhuma pressa para bater os tiros de meta e Dumfries segurava a bola no lateral até encontrar um companheiro livre. Ainda com as polêmicas de arbitragem da última partida na cabeça, o Barcelona já pedia pênalti em Alonso antes dos 10 minutos de peleja.
O cenário foi parecido com o do último encontro entre as equipes. Enquanto o Barcelona tinha o controle das ações, a Inter fechava bem o meio-campo e buscava saídas com passes rápidos. Depois do susto inicial, a Beneamata também levou perigo à meta de Ter Stegen quando Dzeko, após falta pela direita, finalizou de sola e viu a bola bater no travessão e pingar em cima da linha do gol na sequência.
A Inter passou a ser mais perigosa durante o primeiro tempo e Mkhitaryan obrigou Ter Stegen a fazer boa defesa. Pouco depois, em contra-ataque puxado por Barella, Dumfries chegou voando pela direita e também exigiu que o alemão aparecesse para manter o zero no placar. Apesar do domínio territorial, que lhe deu 62% de posse de bola na etapa inicial, o Barcelona não conseguia ameaçar tanto nas finalizações. Isso só mudou perto do intervalo, quando Dembélé apareceu como centroavante para completar o cruzamento rasteiro de Sergi Roberto e inaugurar o marcador.
No início da segunda etapa, logo aos 50 minutos, a Inter teve uma grata notícia. Barella recebeu um lançamento primoroso de Bastoni e, após contar com a complacência de Piqué, dominou de coxa antes de disparar um chutaço de perna canhota para empatar a partida. Ducha de água fria no Barcelona, que via a pressão voltar para o seu lado novamente.
Com a partida em equilíbrio, a Inter viu suas chances aumentarem e assustou novamente com Çalhanoglu, que exigiu ótimas defesas de Ter Stegen, que passou a se destacar a partir do momento em que os nerazzurri intensificaram a carga. O lado direito da equipe italiana, com Dumfries e Barella, auxiliados pelo meia turco, causava sérios problemas a Piqué, que era o ponto fraco da defesa catalã no jogo.
Aproveitando o bom momento, Çalhanoglu interceptou passe no meio-campo e puxou um contragolpe com uma visão de jogo absurda, acertando um lançamento espetacular para Martínez. O atacante argentino matou a bola no peito, tirando Eric García da jogada, ajeitou para o pé direito, e mandou bala. Após bater nas duas traves, a bola entrou lentamente no gol, consolidando a virada da Inter e injetando desespero nos catalães.
Xavi tentou mudar os rumos da partida promovendo as entradas de Ansu Fati e De Jong nas vagas de Raphinha e Busquets, enquanto Inzaghi oxigenou seu time com Darmian no lugar de Dimarco. O descansado lateral seria o responsável por parar Dembélé, que novamente era o jogador mais perigoso do Barcelona. Em uma jogada do francês, Lewandowski aproveitou bate-rebate e teve gol anulado por impedimento. Cauteloso, o técnico nerazzurro ainda colocou Gosens e Bellanova nos lugares de Çalhanoglu e Dzeko, formando um 5-4-1 para defender o resultado.
Só que o abafa do Barcelona deu resultado. Lewandowski, no rebote de uma cobrança de escanteio, contou com o desvio em Bastoni para matar Onana e empatar para o Barça – resultado que era ruim para os catalães, pois somente a vitória lhes interessava. O gol obrigou o técnico italiano a colocar Asllani e Acerbi para segurar a pressão blaugrana e assegurar o empate nos últimos dez minutos de partida, mas viu o cenário ficar ainda melhor aos 89. O arqueiro camaronês lançou Lautaro num rápido contra-ataque e o atacante, com paciência, segurou a bola. Então, viu Gosens passando em velocidade pelo lado oposto e rolou para o alemão chegar batendo de primeira para colocar a Inter na frente.
O gol italiano parecia resolver a situação no Camp Nou. Mas quis o destino que a noite mágica de Champions League tivesse mais emoções: depois da saída de bola, Lewandowski acertou um cabeceio no ângulo de Onana e empatou a partida novamente. Com mais cinco minutos de jogo, ninguém poderia prever mais nada em Barcelona e Asllani ainda teve a chance de ouro para classificar a Inter, mas parou na incrível defesa de Ter Stegen. O alemão ainda pegou uma cabeçada do compatriota Gosens e segurou o empate.
Após partida emocionante, a Inter voltou para Milão sem a vaga antecipada, mas com um ótimo resultado. Afinal, depende apenas de si para se classificar: para chegar às oitavas de final, basta garantir uma vitória em casa contra o Viktoria Plzen, lanterna do Grupo C, que não somou nenhum ponto. O Bayern de Munique, com 12, já se garantiu e encara o Barcelona, com 4, na próxima rodada.
Napoli 4-2 Ajax
Com a liderança do Grupo A pouco ameaçada na rodada, o Napoli recebeu o Ajax para assegurar a sua classificação para o mata-mata. E, como de praxe, presenteou sua torcida com mais uma belíssima apresentação na temporada.
O Napoli começou a partida buscando impor seu estilo de jogo, marcando em cima, mantendo a posse de bola e atacando rápido pelos lados. Antes mesmo dos 5 minutos, os italianos abriram o placar com Lozano. Após construir a jogada pela esquerda e tabelar com Zielinski, o mexicano completou de cabeça, no canto do gol do Ajax.
Com 16 minutos de partida, os azzurri ampliaram o placar, após Raspadori aproveitar assistência de Kvaratskhelia. Em uma jogada que veio desde o gol partenopeo, com velocidade pelo lado esquerdo, o atacante acertou o ângulo com uma belíssima finalização de perna esquerda. Com o resultado favorável e a aprovação de Spalletti, no banco de reservas, o Napoli teve tranquilidade para controlar o confronto e o Ajax não ofereceu perigo à meta de Meret no primeiro tempo.
Na volta para a segunda etapa, o Ajax chegou com mais perigo e, aos 49 minutos, conseguiu diminuir com Klaassen, que completou cruzamento de Bassey com uma cabeçada no contrapé de Meret. Em seguida, Spalletti sacou Anguissa, lesionado, e Raspadori, promovendo as entradas de Ndombélé e Osimhen. O meia francês acabou tendo participação decisiva pouco depois, já que conseguiu um pênalti. Kvaratskhelia converteu a cobrança com um chute firme e ampliou a vantagem azzurra.
Aos 83 minutos, o Ajax até viu uma nova chance de renascer na partida, quando Juan Jesus cometeu pênalti em cima de Brobbey. O artilheiro Bergwijn foi para a cobrança e bateu forte, no canto direito de Meret. No entanto, o time holandês tomou uma ducha de água fria aos 89. Osimhen aproveitou bobeira de Blind e, na pressão, roubou a bola do experiente defensor holandês, ficando com o gol aberto para dar números finais à peleja.
Com mais uma vitória, a quarta na competição, os partenopei mantiveram os 100% de aproveitamento e ainda igualaram um recorde: só o Paris Saint-Germain de 2017-18 e o Bayern de Munique de 2021-22 haviam anotado 17 gols a esta altura da Champions League. Classificado, o Napoli, sensação do torneio, visa agora manter a primeira posição no Grupo A. Com 12 pontos, lidera a chave, seguido por Liverpool (9), Ajax (3) e Glasgow Rangers (0).