Buscando a classificação para as quartas de final da Uefa Champions League, fase que não alcançava desde a temporada 2010-11, a Inter foi à Portugal e visitou o Porto, nesta terça-feira, 14 de março. Após a vitória por 1 a 0 em Milão, bastava um empate para a equipe italiana assegurar sua vaga na próxima fase – e foi o que ocorreu.
Formações iniciais
Sérgio Conceição foi forçado a realizar várias alterações no time titular do Porto. Desfalcados de Otávio, expulso na partida de ida, os mandantes contaram com o retorno de Evanilson ao onze inicial e começaram a partida com Eustáquio na meia direita. João Mário, lesionado, deu lugar ao ponta brasileiro Pepê na lateral direita e o zagueiro Pepe, cortado antes de o jogo começar, a Fábio Cardoso.
Simone Inzaghi teve menos problemas. a única alteração em relação ao jogo de ida foi a ausência de Skriniar, que, se recuperando de lesão, ficou como opção no banco. Dumfries entrou na ala direita e Darmian foi recuado para a posição de zagueiro.
A postura da Inter
Em vantagem no resultado agregado, a Inter de Inzaghi foi a campo com uma postura mais conservadora e variou entre um bloco médio e baixo. A partir dessa ideia, a equipe italiana minimizava os espaços às costas de sua linha defensiva e concentrava vários jogadores pelo centro, defendendo a entrada da área.
Dzeko e Martínez, os dois jogadores mais avançados, não faziam grande pressão sobre os zagueiros adversários, preferindo guardar sua posição e bloquear o acesso aos meio-campistas do Porto. Essa estratégia forçava o time português a sair jogando pelo corredor lateral e, aí sim, ocorria uma pressão maior: de acordo com o setor da bola, Dumfries e Dimarco eram responsáveis por avançar e fazer uma marcação mais agressiva contra os jogadores que recebiam a bola por ali. Geralmente, estes eram Pepê e Zaidu, os laterais.
Confortável ao ceder a bola (a etapa inicial terminou com 70% de posse para o Porto), a Inter controlou bem os ataques portistas durante o primeiro tempo e Onana não teve muito trabalho – exceção feita a uma jogada gerada após retomada no campo ofensivo e drible de Pepê pelo centro, já na reta final do primeiro tempo. Boa parte das finalizações contra a meta interista foram bloqueadas ou originadas de distâncias muito longas para oferecer real perigo. As melhores situações dos primeiros 45 minutos de jogo foram criadas pela própria Beneamata, ao explorar o espaço cedido pelos dragões.
O panorama do segundo tempo
O segundo tempo seguiu de maneira semelhante, com a Inter assumindo uma postura ainda mais defensiva e se estabelecendo quase que exclusivamente em seu próprio campo. Nesse contexto, os ataques italianos ficaram mais escassos, uma vez que Lautaro e Dzeko, por característica, não eram capazes de conduzir a bola por longas distâncias, após receberem passes ainda no campo de defesa. Lukaku foi acionado aos 70 minutos de jogo, mas também não obteve muito sucesso nesse tipo de ação.
Diante da inabilidade em reter a bola no ataque e/ou ameaçar a meta de Diogo Costa, e com o Porto se lançando cada vez mais para a frente, a Inter se viu forçada a lidar com cruzamentos constantes e chegou a agrupar oito jogadores dentro da sua própria área durante os momentos de maior pressão.
A Inter seguia sem ceder chances claras, como fruto de boas atuações individuais da linha defensiva, mas flertava com o perigo ao ver tantas bolas rondando sua área. Durante os minutos finais da partida, Dumfries, autor de grande partida, cortou uma finalização de Marcano em cima da linha e Onana brilhou ao defender uma cabeçada de Taremi, já dentro da área.
Classificação assegurada
Numa temporada turbulenta, marcada por altos e baixos, se colocar entre as oito melhores equipes da Europa é um feito e tanto para a Inter, ainda que as atuações não tenham sido tão convincentes. Além do ganho esportivo, avançar na principal competição europeia permite um respiro maior aos cofres do clube. Inzaghi ainda não atingiu a constância necessária que se espera da Beneamata na liga nacional, mas segue coletando bons resultados em competições de mata-mata.