Segue a segunda parte do preview da Serie B, que começa nesta sexta-feira, 21. A primeira parte, com os outros onze concorrentes, você confere clicando aqui.
Lecce
A casa: Estádio Via del Mare (Lecce, 33.876 lugares)
O cara: Guillermo Giacomazzi (meio-campista)
A promessa: Marino Defendi (atacante)
O técnico: Luigi De Canio (desde 03/2009)
Principal reforço: Alan Pierre Baclet (a, Arezzo)
Principal perda: Andrea Esposito (d, Genoa)
Na temporada passada: 20º lugar na Serie A, rebaixado
Objetivo: vaga na Serie A
Para tentar corrigir um pouco os erros dos últimos anos, quando o diretor esportivo Guido Angelozzi não poupou catástrofes no mercado do Lecce, dessa vez a sociedade optou por algo incomum na Itália: Luigi De Canio foi confirmado como treinador mesmo com o rebaixamento e ganhou um contrato de quatro anos que lhe faz também “manager”, com mais liberdade do que jamais teve algum treinador no clube pugliese. O começo foi complicado, mas necessário para conter a cara folha de pagamentos do clube. De uma vez, meio time titular se foi: Esposito (Genoa), Ariatti (Chievo), Caserta e Tiribocchi (Atalanta) e Castillo (Fiorentina). E Cacia e Edinho devem ser os próximos. Mas a base com Schiavi, Giacomazzi e Diarra parece suficiente para, pelo menos, se classificar para os play-offs de promoção. A eles se unem a dupla de ataque francesa Bergougnoux (Toulouse) e Baclet (Arezzo) – o primeiro, um foguete molhado histórico do Lyon; o segundo, um desconhecido que marcou quatro vezes em sua estreia pela Coppa Italia e quebrou o recorde de gols em um só jogo com a camisa dos salentinos.
Mantova
A casa: Estádio Danilo Martelli (Mântua, 14.844 lugares)
O cara: Jacopo Balestri (lateral-esquerdo)
A promessa: Alessandro Lambrughi (zagueiro)
O técnico: Michele Serena (desde 06/2009)
Principal reforço: Davide Carrus (m, Empoli)
Principal perda: Filippo Cristante (d, Ancona)
Na temporada passada: 13º lugar
Objetivo: ficar no meio da tabela
O Mantova fará sua quinta temporada seguida na Serie B, desde que voltou à serie cadetta. O problema é que suas campanhas têm caído, ano após ano, e o último 13º lugar foi até um presente para a inconstância demonstrada. Por mais que a meta declarada seja o retorno à Serie A, na qual o Mantova não está presente desde 1972, é complicado apostar nisso. O rejuvenescimento do elenco virgiliano já é um bom começo, com as saídas de Godeas (Triestina), Corona (Taranto) e Cristante (Ancona), de custo-benefício bem duvidoso. A contratação de Carrus (Empoli), bom meio-campista experiente na Serie B, foi um ótimo golpe de mercado sobre os rivais. Mas a verdade um time que ainda não tem um atacante no mínimo medíocre no elenco (o melhorzinho é o recém-contratado Malatesta) a menos de uma semana para o início do campeonato não pode convencer ninguém. E a goleada sofrida para o Chievo na Coppa Italia não é um bom presságio.
Modena
A casa: Estádio Alberto Braglia (Modena, 20.507 lugares)
O cara: Armando Perna (zagueiro)
A promessa: Aiman Napoli (atacante)
O técnico: Luigi Apolloni (desde 01/2009)
Principal reforço: Carlo Luisi (m, Ascoli)
Principal perda: Jonathan Biabiany (a, Parma)
Na temporada passada: 15º lugar
Objetivo: lutar contra o rebaixamento
As três temporadas passadas viram um Modena desesperado contra o rebaixamento até as últimas rodadas. Esta não vai ser diferente. Mesmo sem dinheiro em caixa, os canários perderam uma pá de jogadores sem ganhar nada em troca, como Frezzolini, Bolaño, Gemiti e Longo. A aposentadoria do veterano lateral Cardone também não foi nada comemorada. Ao menos o técnico continua o mesmo, o ex-zagueiro do Parma Luigi Apolloni, que fez milagres no returno da temporada passada para salvar o time da queda para a Lega Pro. Ainda assim, o Modena é uma incógnita, já que deve ceder também o centroavante Bruno nos próximos dias. O jeito é apostar em jovens que chegam emprestados por clubes da Serie A: Rickler e Diagouraga (Chievo), Bianco (Juventus) e Alfonso, Daminuta e Napoli (Inter). Nomes bem promissores, mas ainda verdes para uma missão tão complicada.
Padova
A casa: Estádio Euganeo (Pádua, 32.336 lugares)
O cara: Massimiliano Varricchio (atacante)
A promessa: Matteo Darmian (zagueiro)
O técnico: Carlo Sabatini (desde 01/2009)
Principal reforço: Vincenzo Italiano (m, Chievo)
Principal perda: Bogdan Patrascu (m, Piacenza)
Na temporada passada: vice-campeão do Grupo A da Lega Pro
Objetivo: ficar no meio da tabela
Depois de conseguir a vaga na Serie B vencendo os play-offs de seu grupo na Lega Pro, o Padova de Sabatini tem feito um ótimo mercado no verão, praticamente se afastando dos graves riscos de rebaixamento que costumam afetar quem acaba de subir. A única perda considerável foi a do meia romeno Patrascu, que quis voltar ao Piacenza. Por outro lado, vários bons valores chegaram sem que o time precisasse gastar quase nada: Soncin (Ascoli) irá reforçar o ataque, enquanto Italiano (Chievo) comandará o meio-campo biancoscudato depois que o Padova atravessou a negociação do jogador com o Torino. A defesa, ponto fraco do último ano, foi muito reforçada, com destaque para o goleiro Aglardi (Palermo), o zagueiro brasileiro César (Chievo) e o lateral-esquerdo Renzetti (Albinoleffe). Já o ponto forte dos patavinos deve continuar sendo o ataque: a dupla ofensiva formada por Rabito e Varricchio marcou 19 gols na temporada pessada pela Lega Pro.
Piacenza
A casa: Estádio Leonardo Garilli (Piacenza, 21.608 lugares)
O cara: Tomás Guzmán (atacante)
A promessa: Tommaso Bianchi (meio-campista)
O técnico: Fabrizio Castori (desde 07/2009)
Principal reforço: Bogdan Patrascu (m, Padova)
Principal perda: Luigi Riccio (m, Sassuolo)
Na temporada passada: 10º lugar
Objetivo: ficar no meio da tabela
O presidente Fabrizio Garilli prometeu um novo redimensionamento para as ambições do clube, que até pouco tempo atrás entrava na Serie B com pretensões mais altas do que só fazer um campeonato estável. Sem tanta ambição, Stefano Pioli abandonou o barco e a direção do Piacenza resolveu apostar no experiente Castori, ex-Salernitana e Cesena. Da mesma forma, os lobos perderam seu capitão, Riccio, que preferiu seguir Pioli no Sassuolo. Ogoleiro Cassano, melhor da posição na última Serie B, foi negociado com a Reggina. Mas o ataque com Moscardelli, Graffiedi e o paraguaio Guzmán continua sendo perigoso e Patrascu, que retorna para jogar sua sétima temporada com a camisa biancorossa, promete uma boa dupla com o belga Nainggolan no meio-campo. O time em si não é fraco, mas falta profundidade no elenco, algo que todo brasileiro já entende depois de seis anos com pontos corridos por aqui. A chegada de tantos jogadores jovens de uma vez, como o zagueiro Tonucci (Cesena), liga o sinal amarelo. Amarelo como o Verona, que eliminou o Piacenza sem piedade na primeira partida da Coppa Italia.
Reggina
A casa: Estádio Oreste Granillo (Reggio Calabria, 27.454 lugares)
O cara: Franco Brienza (atacante)
A promessa: Daniel Adejo (meio-campista)
O técnico: Walter Novellino (desde 06/2009)
Principal reforço: Antonio Buscè (m, Empoli)
Principal perda: Edgar Barreto (m, Atalanta)
Na temporada passada: 19º lugar na Serie A, rebaixada
Objetivo: título
Após sete anos seguidos na Serie A, os calabreses retornam à Serie B para bater e voltar: salvo bombas nos últimos dias de mercado, a Reggina tem o melhor elenco e é o time a ser batido nesta temporada. A primeira prova de fogo foi superada com sucesso, com o time eliminando o Brescia da Coppa Italia. O destaque deve ser o meio-campo, reformulado sob o olhar de Novellino e que deve alinhar Buscè, Volpi, Carmona e Pagano em linha – com a exceção do jovem titular da seleção chilena, todos recém-chegados. Com o trabalho clínico no mercado, que também convenceu Bonazzoli a descer de divisão para voltar à Calábrio e ao comando de Novellino, nem mesmo as saídas de Vigiani (Bologna), Barreto (Atalanta) e Corradi (Udinese) tendem a atrapalhar. Dois brasileiros desconhecidos por aqui devem ter papel importante no time amaranto: o zagueiro Santos começa como titular e o atacante Joelson deve ser a primeira alternativa ao indiscutível Brienza. Olho no meia nigeriano Adejo. E, vá lá, em Novellino, mestre em tirar de seus comandados menos do que eles podem dar.
Salernitana
A casa: Estádio Arechi (Salerno, 37.425 lugares)
O cara: Luca Fusco (zagueiro)
A promessa: Danilo Soddimo (meio-campista)
O técnico: Fabio Brini (desde 04/2009)
Principal reforço: Ciro Polito (g, Catania)
Principal perda: Giovanni Marchese (d, Chievo)
Na temporada passada: 14º lugar
Objetivo: vaga na Serie A
Na temporada passada, a Salernitana teve a segunda melhor média de público da Serie B, com 11.441 torcedores por partida, atrás somente do campeão Bari. No encontro contra o próprio Bari em Salerno, aliás, o público de quase 23 mil pessoas supera até mesmo a média da Juventus na primeira divisão. É com essa força que o clube granata vai buscar um campeonato tranquilo, que sirva de base para objetivos mais ambiciosos em curto prazo. Para essa limonada, Brini terá em suas mãos bons limões, como os meias Carcuro (Crotone), Soddimo (Sampdoria) e Cozza (Reggina), o goleiro Polito (Catania) e o atacante Caputo (Bari). O peruano Merino, recuperado de uma grave lesão, pode ser um importante ponto de desequilíbrio. Atrás, continua firme a segurança do capitão Fusco, um dos sete jogadores a atingirem a marca dos 200 jogos com essa camisa. Com um pouco de sorte, é uma Salernitana para jogar suas fichas num play-off e mirar o terceiro acesso para a Serie A em sua história.
Sassuolo
A casa: Estádio Alberto Braglia (Modena, 20.507 lugares)
O cara: Riccardo Zampagna (atacante)
A promessa: Attila Filkor (meio-campista)
O técnico: Stefano Pioli (desde 06/2009)
Principal reforço: Luigi Riccio (m, Piacenza)
Principal perda: Andrea Poli (m, Sampdoria)
Na temporada passada: 7º lugar
Objetivo: vaga na Serie A
O Sassuolo comandado por Andrea Mandorlini foi a sensação da Serie B passada, com um futebol vistoso que ficou apenas a quatro pontos dos play-offs de acesso logo em seu primeiro ano na segundona. Para a temporada atual, Mandorlini passou o cargo para Pieoli, que terá a missão espinhosa de manter a linha de trabalho e dar ao ambicioso presidente Carlo Rossi uma histórica promoção para a Serie A. Para assumir o lugar dos jovens Andreolli e Poli, únicos titulares que deixaram o time após o fim de seus empréstimos, Minelli (Triestina) e Riccio (Piacenza) chegam para dar um toque de experiência. Também chegam os meias Quadrini (Treviso), Romano (Siena) e Filkor (Inter) e os zagueiros Rossini (Udinese) e Gorzegno (Brescia). Na frente, a dupla Noselli-Zampagna garante os gols: juntos, marcaram 27 vezes em 2008-09. Assim como na temporada passada, os neroverdi irão mandar seus jogos em Modena.
Torino
A casa: Estádio Olímpico (Turim, 27.500 lugares)
O cara: Matteo Sereni (goleiro)
A promessa: Dominique Malonga (atacante)
O técnico: Stefano Colantuono (desde 06/2009)
Principal reforço: Massimo Loviso (m, Livorno)
Principal perda: Alessandro Rosina (m, Zenit)
Na temporada passada: 18º lugar na Serie A, rebaixado
Objetivo: título
O Torino volta à Serie B com a obrigação de lutar pelo título, mas o fato é que os granata são ainda uma grande incógnita. Depois de três temporadas tétricas na primeira divisão, o diretor esportivo Rino Foschi finalmente acertou com um bom técnico, Colantuono, que fez bom trabalho nos últimos anos por Atalanta e Palermo. Mas a sequência de trabalho não foi lá muito agradável, com sérias dificuldades de contratação para suprir as saídas de jogadores até então importantes: Rosina, Abate, Natali, Barone, Di Loreto, Corini, Stellone… As poucas entradas foram a do inseguro zagueiro Loria (Roma), os bons meias Belingheri (Ascoli) e Loviso (Loviso) e o retorno de Di Michele, que volta depois de empréstimo ao West Ham. O fantasista terá a companhia do centroavante Bianchi, que refutou qualquer hipótese de deixar o clube rumo à Serie A. Um time que pode sonhar em subir de primeira, se Sereni e Dzemaili contrariarem as previsões e continuarem vestindo a mesma camisa.
Triestina
A casa: Estádio Nereo Rocco (Trieste, 32.454 lugares)
O cara: Emiliano Testini (meio-campista)
A promessa: Riccardo Brosco (zagueiro)
O técnico: Luca Gotti (desde 06/2009)
Principal reforço: Rocco Sabato (d, Catania)
Principal perda: Riccardo Allegretti (m, Bari)
Na temporada passada: 8º lugar
Objetivo: vaga na Serie A
Se um bom time começa por um bom goleiro, a Triestina larga bem. Agazzi fez ótimos jogos na temporada passada e barrou o experiente David Dei. A ambição é a palavra-chave dos biancorossi, que fecharam com Luca Gotti, ex-técnico da seleção italiana sub-17 e das categorias de base de Milan, Reggina e Palermo. Ele poderá trabalhar com bons nomes que já passaram por sua mão, com os empréstimos que a Triestina conseguiu do zagueiro Brosco (Roma) e dos meias Siligardi (Inter) e Corvetto (Udinese). Para suprir saídas importantes, como as de Minelli, Allegretti, Rullo e Granoche, também chegaram bons jogadores, entre eles o lateral-esquerdo Sabato (Catania) e a veloz dupla Sedivec e Godeas, ambos ex-Mantova e o último capaz de garantir aquela “quota de 10 gols” de que os italianos tanto gostam. A temporada já começou bem: pela Coppa Italia, os alabardati eliminaram o Cagliari, se vingando de seu algoz na última edição.
Vicenza
A casa: Estádio Romeo Menti (Vicenza, 17.163 lugares)
O cara: Alessandro Sgrigna (meio-campista)
A promessa: Stefano Botta (meio-campista)
O técnico: Rolando Maran (desde 06/2009)
Principal reforço: Fabiano (m, Genoa)
Principal perda: Piermario Morosini (m, Udinese)
Na temporada passada: 6º lugar
Objetivo: ficar no meio da tabela
Rumo à sua nona temporada consecutiva na Serie B, o Vicenza de tantas glórias em seus tempos de Lanerossi não tem uma ambição maior do que não dar sustos a sua torcida. Por isso não é animadora a queda para a Cremonese, da Lega Pro, logo em sua primeira partida pela Coppa Italia. Dos quatro titulares do meio-campo na boa temporada passada, só Sgrigna continua, pelo menos até que os clubes da Serie A interessados em seu futebol tirem-no da serie cadetta. Morosini, um dos melhores da última Serie B, foi contratado pela Udinese, enquanto Raimondi e Bottone retornaram para Livorno e Torino, respectivamente. A defesa, liderada pelo zagueiro Zanchi e pelo goleiro Fortin, continua sendo o ponto forte. Já o ataque precisará se encontrar com a ajuda do jovem Litteri (Inter) e de uma aposta cara e arriscada, o croata Bjelanovic (Pisa).