Um adversário que vem sendo presença constante nas competições europeias nos últimos anos e um retrospecto de raros gols marcados em casa na Liga Europa. Esse era o panorama que o Napoli teria pela frente para tentar superar, no San Paolo, o bom e veloz time do Villarreal. Como tem sido praxe no torneio, o time partenopeu não fez gols e, mesmo sem os ter tomado também, leva a decisão da vaga para a Espanha, onde o Submarino Amarelo costuma navegar tranquilamente.
A oscilação entre o (bom) futebol jogado no primeiro tempo para o jogo burocrático da segunda etapa fez com que o empate sem gols acontecesse. Os espanhóis entraram em campo com a clara missão de não levar gols e abusar dos contra-ataques, ativando seu veloz ataque, comandado sempre pelo artilheiro Giuseppe Rossi. E, como esperado, o Villarreal se encolheu e esperou suas chances. Melhor para o Napoli, que aproveitou para dominar o meio-campo e criar as melhores chances da primeira etapa, mesmo sem Hamsík como titular.
A ausência do eslovaco entre os titulares não impediu que os napolitanos chegassem, quase sempre pelos pés do inspirado Cavani, esperança da torcida para que a sina de ter apenas um gol feito no San Paolo em toda a Liga Europa terminasse. E quase terminou. O uruguaio teve pelo menos duas boas chances nos primeiros 45 minutos, sendo uma cara a cara com o goleiro Diego López, que contou com a falta de sorte do atacante em não conseguir dominar direito uma bola que teria destino certo.
A volta para o segundo tempo marcou também o desaparecimento total do futebol partenopeu. A impaciência da torcida com o jogo, que passou a ficar truncado no meio-campo, sem maiores chances para as equipes, fez com que Walter Mazzari finalmente colocasse Hamsík em campo, já no decorrer da etapa final. A entrada do meio-campo não mudou muitas coisas e a dupla formada por Cavani e Lavezzi seguia ditando o ritmo azzurro – assim como Rossi, ao lado de Nilmar, criava a maior parte das investidas amarelas.
Sem nenhuma criatividade em um ritmo muito devagar, o Napoli ainda viu Aronica perder a cabeça – e a próxima partida – ao levar seu segundo cartão amarelo já nos acréscimos, sendo expulso e deixando os donos da casa com um jogador a menos por alguns segundos. Nada que tenha mudado o panorama de uma partida na qual os italianos sofreram com a oscilação de seu meio-campo e a falta de criatividade do mesmo – além de alguma falta de sorte, principalmente de Cavani.
A torcida, agora, fica por conta de uma partida melhor em El Madrigal. A parada é realmente muito dura para o Napoli, mas a confiança em um time que vem fazendo uma temporada muito melhor que o esperado é alta. Basta chutar para longe o azar – e para dentro do gol pelo menos uma bola.