Robinho marca o gol, de pênalti, que definiu a vitória do Milan sobre a Juve. Rumo certo? (Juventiknows)
Poucos gols (apenas 17) foram a tônica de uma rodada fria, quase morna, com pouquíssimas alterações na tabela. A mais significativa foi a volta do Napoli à vice-liderança, após o tropeço da Inter, e a diminuição da vantagem juventina. Antes, de quatro pontos, caiu para dois. Tudo isso porque o Milan fez sua melhor partida na temporada até agora e venceu a partidaça da rodada, contra a Juventus, por 1 a 0. Parece que a equipe de Allegri voltou a entrar nos eixos. Jogando no 4-3-3,
ainda não desempenha um futebol primoroso, mas está encontrando um
rumo. Contra a Juventus, fez sua melhor partida no ano e chegou a três
partidas sem perder. Acompanhe o resumo da rodada.
Milan 1-0 Juventus
A Gazzetta dello Sport classificou a
vitória do Milan como “merecida, conquistada com metalidade operária,
quase provinciana”. E, apesar de o pênalti que decidiu a partida ter
sido mal marcado, é isso mesmo. O time de Allegri praticou um futebol
coletivo muito eficiente e deu poucos espaços para a Juve ameaçar
efetivamente. O desgaste da Liga dos Campeões pesou para o lado
bianconero, que esteve muito mais sob pressão do que o Milan na
competição continental. A entrada de Robinho para formar o tridente
ofensivo com Boateng e El Shaarawy deu boa mobilidade ao ataque
rossonero, que foi bem mais perigoso na primeira etapa.
Com ótima marcação, que congelou a criação
juventina, o Milan pôde chegar mais ao ataque e logo fez boa jogada, que
acabou com cabeçada de Nocerino interceptada por Isla. A bola bateu nas
costas do chileno, mas o juiz viu mão e marcou a penalidade. Robinho
bateu e abriu o placar, aos 31 minutos da etapa inicial. No segundo
tempo, o Milan se encolheu e se preocupou mais em não deixar a Juve
chegar com perigo. Trabalho muito bem executado, que levou a Velha
Senhora a sua segunda derrota na temporada. A vitória contra a líder
pode dar novo ânimo ao Milan, que ainda não engatou boa sequência no
campeonato, mas já acumula três jogos sem perder. Pode ser o início da recuperação. (Rodrigo Antonelli)
Cagliari 0-1 Napoli
Apesar
do placar baixo, um bom jogo na finalmente lotada Is Arenas. Cagliari
e Napoli fizeram um confronto muito equilibrado e em que ambas as
equipes desperdiçaram várias chances – a efeito de comparação, foram 18
chutes dos anfitriões e 13 dos visitantes, sendo 3 a 4 “no alvo”. O
único gol do jogo saiu após cochilo da defesa rossoblù, e Hamsík, esperto, aproveitou a sobra de bola para tocar no canto de
Agazzi, garantindo a vitória napolitana aos 72 minutos de jogo.
Mesmo
sem Cavani e Pandev, fazendo Mazzari voltar ao 3-5-1-1, com o baixinho
Insigne no ataque amparado por Hamsík, o Napoli conquistou uma vitória
importante fora de casa, garantindo assim a invencibilidade no mês de
novembro – enquanto o Cagliari não venceu uma, depois das quatro
vitórias seguidas no mês de outubro – e a vice-liderança, graças a
tropeços de Fiorentina e Inter. Desta forma, a equipe do empresário Aurelio De
Laurentiis volta a diminuir a diferença para a Juventus, que também
tropeçou, para apenas dois pontos. (Artur Barcelos)
Parma 1-0 Inter
Mais uma vez a Inter jogou um futebol abaixo da crítica e perdeu a chance de encostar na Juventus. Desde que venceu a líder, quatro rodadas atrás, a equipe de Milão não vence, e já acumula três tropeços consecutivos na Serie A. Com os pontos desperdiçados nas duas últimas rodadas, em que a Velha Senhora também tropeçou, a Inter poderia ter um ponto de vantagem sobre a Juve. No entanto, continua quatro pontos atrás e viu o Napoli assumir a vice-liderança. No entanto, nesta segunda o Parma de Donadoni teve muitos méritos. Muito bem postado taticamente, ofereceu pouquíssimos espaços à Inter e confirmou sua solidez. Donadoni, muito criticado por passagens ruins no Napoli e na seleção italiana, vai emplacando mais um bom trabalho, depois daquele no Cagliari. Para equipes de menores pretensões, tem se mostrado uma ótima aposta.
Limitada pela ótima prestação tática dos ducali, a Inter foi presa fácil. Nas chances que teve, em cabeçadas ou chutes de fora da área, esbarrou em Mirante, que fez boas defesas. Faltou profundidade e ligação entre meio-campo e ataque, muito por causa de um Álvarez completamente desconexo do jogo. Stramaccioni demorou para mudar peças (sua lentidão em ler o jogo e fazer mudanças é seu grande ponto fraco até então) e viu sua defesa entrar em colapso quando Sansone avançou, praticamente livre, por cerca de 40 metros, antes de chutar no canto de Handanovic. Um recado para Stramaccioni: talvez seja a hora de rever algumas decisões, como a de manter a titularidade de Juan, que falhou neste gol e nos últimos jogos.
Torino 2-2 Fiorentina
Os 15 mil torcedores que estiveram no Olímpico de Turim domingo provavelmente assistiram ao melhor jogo da rodada. Foram quatro gols, emoção do início ao fim e belas jogadas dos dois lados. Montella mostrou porque é um dos técnicos mais badalados do país atualmente logo na escalação: tirou Ljajic dos onze iniciais para dar lugar a Matías Fernández, a fim de povoar o meio de campo, que teria o desfalque de outro chileno, Pizarro. A estratégia deu certo e o chileno foi um dos melhores jogadores viola na partida, ajudando seu time a manter a posse de bola e chegar com perigo à frente.
Do lado do Torino, as investidas pelos lados eram o ponto forte, com um 4-4-2 que mais parecia um 4-2-4, com Cerci e Santana sempre muito avançados e incomodando muito. E foi por ali que saiu o primeiro gol, depois que D’Ambrosio cruzou para Cerci marcar seu primeiro gol com a camisa granata. O empate aconteceu aos 29 da segunda etapa, em pênalti cobrado por Rodriguez. O Torino passou à frente um minuto depois, com Birsa. No final, El Hamdaoui deu números finais ao movimentadíssimo jogo, pela segunda vez com participação de Cuadrado. Destaque negativo para as lesões de Toni, Aquilani e Glik. Com o resultado, a Fiorentina não chegou á sétima vitória seguida, mas continua ótima sequência sem perder, se fortalecendo como candidata ao topo. (RA)
Lazio 3-0 Udinese
Em partida que começou movimentada, a Lazio praticamente definiu a vitória sobre a Udinese com gols que surgiram na primeira etapa. Com 11 minutos de jogo, Brkic já havia defendido um pênalti, mal cobrado por Ledesma. Na sequência, Di Natale acertou o travessão, na única vez em que a Udinese assustou a Lazio por seus próprios méritos – em outro lance, Marchetti quase entregou o ouro sozinho. Só que, aos 17 minutos, Mauri começou a aparecer. Primeiro, deu assistência primorosa para González abrir o placar. Aos 32, com outro passe esperto que saiu dos pés do capitão, Klose ampliou o placar. E poderia ter sido mais, caso Brkic não tivesse crescido para cima de Candreva, em outro lance.
No segundo tempo, a Lazio passou a administrar o jogo e chegava menos ao ataque. Em uma dessas chegadas, Klose acabou sendo derrubado próximo a área e ofereceu a chance para Hernanes, recém-entrado, marcar seu gol. Em bela cobrança, o brasileiro deu números finais à partida e manteve a Lazio na quinta colocação, com 26 pontos. Já a Udinese segue em sua temporada melancólica, em que nada decola. De protagonista-surpresa, a equipe de Francesco Guidolin passou a insossa coadjuvante. Ao fim da temporada, o ciclo pode terminar.
Palermo 3-1 Catania
O dérbi siciliano não decepcionou. No Renzo Barbera, Palermo e Catania
fizeram um jogo digno de um dérbi recheado de rivalidade. A surpresa
ficou por conta da apresentação de alto nível de Ilicic e de toda a equipe de Gian Piero
Gasperini, que, merecidamente, saiu com a vitória em casa – mais uma:
desde que Gasp assumiu, são três triunfos (Chievo, Sampdoria e Catania) e
dois empates (com Milan e Torino). Com os três pontos, os rosanero se
distanciam por três pontos da zona de rebaixamento, na 15ª colocação,
enquanto o Catania caiu para a 8ª posição. O destaque do jogo foi Ilicic: voltando a jogar bem depois de mais de um ano, se mantiver a
regularidade, ele pode fazer ótimo trio juntamente a Brienza e
Miccoli, ajudando o Palermo a escapar das zonas baixas da tabela.
O
3-4-2-1 de Gasperini dominou por completo o 4-3-3 de Maran, desde os
primeiros minutos. Tinha a posse de bola (cerca de 60% no primeiro
tempo) e criava boa parte das oportunidades de gol. Aos 10 minutos, o
ala-direito Morganella, em grande noite, cruzou para a área e Miccoli
aproveitou o cochilo rossoazzurro para abrir o placar e chegar ao
seu 100º gol na Serie A, com bela girada. Já no começo da segunda etapa, aos 49, Ilicic
recebeu após jogada do veterano Brienza, que alcançou a marca de 200
jogos na elite italiana, e ampliou a vantagem com chute de fora da área.
Aos 60, Ilicic recebeu novamente de Brienza e arrancou em rápido
contra-ataque, e teve calma e habilidade para
cortar Spolli duas vezes e finalizar no contra-pé de Andújar. (AB)
Pescara 0-1 Roma
A promessa de muitos gols entre o melhor ataque da Serie A contra a segunda pior defesa terminou não cumprida. A Roma chegou a sua sétima vitória ao derrotar o Pescara, no Adriatico, com gol solitário de Destro. Sem De Rossi, que continua cumprindo suspensão pela expulsão contra a Lazio, e Lamela, Zdenek Zeman promoveu as entradas de Pjanic e Destro como titulares. Os giallorossi saíram na frente – e definiram o marcador final – aos 5 minutos: Totti cobrou falta na direção do gol, Perin espalmou e Destro teve apenas o trabalho de empurrar a bola para o fundo da rede. Do outro lado, Goicoechea quase entregou ao interpretar mal um cruzamento realizado por Modesto, mas conseguiu praticar a defesa.
O resultado só não foi maior porque Perin – assim como já tinha feito contra a Juventus – foi o destaque da equipe da casa. Destro, depois de cruzamento de Totti, finalizou para defesa do jovem arqueiro do Pescara, ainda no primeiro tempo; na etapa final, o atacante da Roma entrou na área e chutou com força, fazendo com que Perin desviasse a bola para longe. O Pescara chegou com perigo ao ataque apenas uma vez e quase marcou: já no momento derradeiro da partida, Weiss puxou o contra-ataque e rolou para Abbruscato, que finalizou prensado a Piris. Na estreia do técnico Cristiano Bergodi no banco dos golfinhos, o Pescara foi vencido pela nona vez na Serie A. A equipe do Abruzzo tem os mesmos 11 pontos de Bologna e Siena, mas perde no saldo de gols (-16). Na próxima rodada, o Pescara enfrenta o Napoli, no San Paolo; a Roma, no Artemio Franchi, encara o Siena. (Murillo Moret)
Sampdoria 1-0 Bologna
Depois de vencer o dérbi contra o Genoa e se livrar da mais que incômoda série de sete derrotas, a Sampdoria voltou a somar pontos no Marassi e agora ocupa a 12ª posição, com 16 pontos. O Bologna também tinha voltado a vencer, mas acabou penalizado pela prematura expulsão de Morleo, que com apenas 6 minutos de jogo parou um Icardi que ia em direção ao gol. Com a derrota, a equipe emiliana segue na zona de rebaixamento, com 11 pontos ganhos.
O jogo não foi nada brilhante. Depois de perder um defensor, os felsinei recuaram bastante, e pouco foram ao ataque com perigo. Como atuava contra um time bem fechado e, como não tem o meio-campo mais criativo do mundo, a Samp sofreu. A solução era alçar bolas na área, e assim Gastaldello e Éder assustaram Agliardi. Quando Poli resolveu arriscar e tabelar com Éder, o gol acabou saindo – foi o segundo do meia italiano, que nunca havia marcado na Serie A, nos últimos dois jogos. Kone e Pasquato ainda tentaram buscar o empate para os bolonheses, mas não deu. Atalanta 0-1 Genoa
A Atalanta conseguiu dar folêgo novo ao Genoa, ao ser derrotada, em casa, por 1 a 0. A partida tinha tudo para ser de mais uma vitória da Atalanta, que tinha vencido quatro de seus últimos seis jogos. No entanto, o Genoa, mais organizado – e com sorte -, anulou as principais ações ofensivas da equipe da casa para vencer a primeira partida sob comando de Luigi Del Neri. Borriello, logo no começo do jogo, fez Consigli trabalhar duas vezes. O clube do Marassi chegou à liderança do marcador com Bertolacci, aos 40 minutos: o meia-atacante aproveitou o cruzamento de Sampirisi para vencer o goleiro da Atalanta.
Ainda na primeira etapa, Bonaventura reclamou de um pênalti de Sampirisi – um empurrão por trás – após cruzamento de Schelotto, que o árbitro nada sinalizou. No segundo tempo, Frey defendeu um potente chute de dentro da área realizado por Maxi Moralez, e Raimondi, sozinho e com Frey já batido, chutou desequilibrado e perdeu ótima chance de empatar. No final, Frey fez quatro ótimas defesas em sequência e segurou o resultado. A vitória fora de casa dá novo ânimo ao Grifone, que venceu após nove partidas (sendo seis derrotas consecutivas) e saiu da zona do rebaixamento. Para o próximo jogo, contra o Chievo, no Luigi Ferraris, Borriello e Moretti estão suspensos. A Atalanta tenta a recuperação diante do Bologna, vice-lanterna do campeonato, fora de casa. (MM)
Chievo 0-0 Siena
Um resultado que resumiu bem o que foi o jogo. Chievo e Siena lutaram para se distanciar da zona de perigo, mas o medo de perder fez com que a preocupação defensiva dos treinadores Corini e Serse Cosmi fosse maior que a vontade de vencer o jogo. Ainda assim, os visitantes até começaram melhor, com três boas oportunidades de Calaiò, mas que pouco assustaram o goleiro Sorrentino. Na única chegada em que o camisa 11 bianconero levou perigo, foi parado pelo travessão da equipe veronesa.
O Chievo, completamente improdutivo, só conseguiu chegar com perigo em um cruzamento desviado de Dramé, com a bola batendo na trave. De resto, os três atacantes, Théréau, Pellissier e Paloschi foram nulos e nada produziram. Olhando pela classificação, melhor para o Siena, que soma mais um ponto fora de casa e encaminha sua saída da zona de rebaixamento, tendo pela frente, com apenas um ponto a mais, justamente o Chievo, porém, levando em conta o próximo adversário de ambos os times (Genoa, fora de casa, para o Chievo, e Roma, em casa, para o Siena), eles desperdiçaram um ótima chance de pontuar mais. (Caio Dellagiustina)