Serie A

Parada de inverno, parte 2

Apenas 20 anos e tanta liderança: Pogba virou titular e é um destaques da Juve, que vai em busca do tri (AP)

Publicado também na Trivela.

Com a proximidade do ano novo, a ansiedade para a volta da Serie A cresce. A partir do próximo domingo, 5, a bola volta a rolar na Itália, antecipando a 18ª rodada, que terá sete dos seus jogos no Dia de Reis, uma das datas mais comemoradas na Bota. Com o mercado reaberto a partir desta sexta, 3 de janeiro, as equipes darão início ao chamado “mercado de reparação”, buscando resolver de forma pontual alguns problemas na
montagem do elenco.

Na expectativa para a volta do campeonato, trazemos a segunda parte do
nosso especial do primeiro turno, com a análise das equipes
classificadas entre a 10ª e a 1ª posição, além das seleções dos melhores
e piores da temporada até então (veja aqui a parte um do especial). Acompanhe abaixo e fique atento a nosso Twitter e nosso Facebook, através dos quais traremos as informações do mercado e o que de mais importante movimentar o noticiário. Boa leitura!

Lazio

10ª posição. 17 jogos, 20 pontos. 5 vitórias, 5 empates, 7 derrotas. 22 gols marcados, 26 sofridos.

Time-base: Marchetti; Cavanda (Konko), Cana, Ciani, Radu (Lulic); Onazi (Ledesma); Candreva, Biglia, Hernanes (Ederson), Lulic; Klose (Perea, Floccari).

Treinadores: Vladimir Petkovic até a 17ª rodada, Edoardo Reja a partir de 2014

Destaque: Antonio Candreva, meia-atacante

Artilheiros: Antonio Candreva e Miroslav Klose, com 4 gols

Garçom: Antonio Candreva, com 3 assistências

Decepção: Hernanes, meio-campista

Maior sequência de vitórias: nenhuma

Maior sequência de derrotas: 2, na 14ª e 15ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 3, da 5ª à 7ª rodada

Maior sequência sem vencer: 6, da 10 à 15ª rodada

Fair play: 36 cartões amarelos e 2 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga Europa

O nome é Lazio, mas pode chamar de queda livre que atende. A equipe romana fez um excelente início de campeonato em 2012-13 e fechou o primeiro turno com a vice-liderança. Porém, em 2013 o desempenho dos aquilotti foi pífio: apenas 45 pontos, o que corresponderia à 12ª posição do Chievo no último campeonato, para efeitos de comparação. Muito pouco para uma equipe que tem peças como Marchetti, Candreva, Hernanes, Lulic e Klose, importantes para as seleções de seus países. Na Liga Europa, apesar da classificação para a fase de mata-mata, a Lazio ficou em segundo lugar em seu grupo, atrás do Trabzonspor, que tem um orçamento bem reduzido em comparação ao seu. A impressão é de que o ciclo de Vladimir Petkovic, que ficou perto de acabar em 2012-13 e só continuou por causa do título da Coppa Italia, estava mesmo chegando ao fim. E chegou, depois que o treinador foi anunciado como sucessor de Ottmar Hitzfeld na seleção suíça, após a Copa do Mundo. O presidente Claudio Lotito, insatisfeito com o técnico e irritado por não ter sido avisado das negociações, o demitiu por justa causa e deu nova chance a Edy Reja, seu antecessor.

Reja terá alguns desafios de difícil resolução, mas terá carta branca em seus dois anos de contrato. De positivo em sua chegada, é que o grupo é formado quase em sua totalidade por jogadores que já trabalharam com ele antes, de forma que ele provavelmente manterá o esquema de Petkovic. Suas outras missões serão ajeitar a defesa, que precisa de reforços e que não tem visto o melhor Marchetti e, sobretudo, fazer o time depender menos de Klose – com suas lesões ao longo de 2013, o time caiu muito sem ele em campo –, e também de Candreva, que continua jogando bem, mas precisa de apoio. Quem tem se omitido e merecerá trabalho específico de motivação é Hernanes, que faz um péssimo campeonato: em 13 jogos (porque, mesmo bem fisicamente, ele não é mais titular absoluto e vê a sombra do compatriota Ederson) são dois gols marcados, nenhuma assistência e, segundo dados do Corriere dello Sport, apenas oito ocasiões de gol criadas – Candreva criou 35 e Ederson 17. Além de motivar o meia, Reja terá de recuperar a confiança da torcida, que foi do céu ao
inferno em sua avaliação. Quando o técnico nascido na fronteira da
Itália com a Eslovênia chegou, em 2010, salvou a equipe do rebaixamento, e
depois a levou duas vezes à Liga Europa – a torcida, exigente, queria
mais. Para querer mais neste ano, a Lazio precisará do melhor Hernanes e de alguns reforços.

Genoa

9ª posição. 17 jogos, 20 pontos. 5 vitórias, 5 empates, 7 derrotas. 17 gols marcados, 20 sofridos.

Time-base: Perin; Antonini, Portanova, Manfredini; Vrsaljko, Biondini, Matuzalém (Lodi), Antonelli (Marchese); Fetfatzidis (Bertolacci), Kucka; Gilardino.

Treinadores: Fabio Liverani, até a 6ª rodada, e Gian Piero Gasperini, a partir de então

Destaque: Mattia Perin, goleiro

Artilheiro: Alberto Gilardino, com 7 gols

Garçom: Matuzalém, com 3 assistências

Decepção: Ricardo Centurión, meio-campista

Maior sequência de vitórias: 3, da 10ª à 12ª rodada

Maior sequência de derrotas: 2, na 1ª e 2ª e na 5ª e 6ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 5, da 10ª à 15ª rodada

Maior sequência sem vencer: 5, da 13ª à 17ª rodada

Fair play: 33 cartões amarelos e 3 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga Europa

O Genoa começou a temporada como uma incógnita. Com menor investimento do que nos anos anteriores, a equipe apostava no ex-jogador Fabio Liverani como técnico, após bons resultados nas categorias de base. A equipe apostava, também, em alguns jovens jogadores, como Perin e Vrsaljko, mas principalmente no centroavante Gilardino, que seria alimentado por Kucka e Lodi. Tudo deu errado, porém. Nas seis primeiras rodadas, os genoveses acumularam quatro derrotas, e nem a vitória fácil por 3 a 0 no dérbi local contra a Sampdoria salvou a pele de Liverani. Com isso, Gian Piero Gasperini retornou a Gênova para assumir o comando do time e para recolocar a carreira nos eixos. O casamento está dando certo novamente e dá para dizer que técnico e time foram feitos um para o outro: desde que voltou à elite, o Genoa alcançou suas melhores colocações sob o comando de Gasp, e após sua saída brigou contra o rebaixamento.

Em sua segunda passagem pelo clube grifone, Gasperini mantém o 3-4-3 como base, mas não tem se furtado a mudar de esquema tático, e utiliza muito o 3-5-2 como alternativa, e até mesmo o 4-4-1-1 e o 4-3-1-2 estão em seu cardápio. Logo nos seis primeiros jogos após sua chegada, o Genoa conquistou quatro vitórias e um empate. Depois parou de vencer, e acumulou três empates e duas derrotas, mas é verdade que a grave lesão de Kucka, que não volta mais em 2013-14, atrapalhou os planos, uma vez que Lodi não se adaptou a Gênova e está de saída – com isso, meias e atacantes de flanco devem ser objetivos no mercado. Com Kucka fora de combate e Lodi em má fase, os laterais passaram a ter mais importância no esquema tático do treinador, que já mandou a campo quatro laterais em alguns jogos para intensificar o jogo pelos flancos – tem dado certo, e Antonini e Marchese, muitas vezes como zagueiros, e Vrsaljko e Antonelli fazem bom campeonato. Quem também vem bem é Gilardino, que desde que voltou a ter um time jogando para si, tem sido uma máquina de fazer gols. No outro lado do campo, quem também se destaca é o jovem goleiro Perin, que segue em evolução e tem a segunda maior média de defesas no campeonato, com 70 em 17 jogos.

Parma 

8ª posição. 17 jogos, 20 pontos. 4 vitórias, 8 empates, 5 derrotas. 23 gols marcados, 25 sofridos.

Time-base: Mirante; Cassani, Lucarelli, Felipe; Biabiany, Gargano (Acquah), Marchionni, Parolo, Gobbi; Amauri (Sansone), Cassano.

Treinadores: Roberto Donadoni

Destaque: Marco Parolo, meio-campista

Artilheiros: Antonio Cassano e Marco Parolo, com 6 gols

Garçons: Antonio Cassano e Mattia Cassani, com 3 assistências

Decepção: Amauri, atacante

Maior sequência de vitórias: nenhuma

Maior sequência de derrotas: 2, na 2ª e 3ª e na 10ª e 11ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 6, da 12ª à 17ª rodada

Maior sequência sem vencer: 4, da 1 à 4ª rodada, e da 14ª à 17ª rodada

Fair play: 54 cartões amarelos e 3 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga Europa

Em seu terceiro ano à frente do Parma, Roberto Donadoni vai conseguindo mais uma vez uma posição boa na tabela, que permite aos parmiggianos sonharem com a volta às competições europeias. Falta, porém, começar a vencer mais, fora e dentro de casa, já que o Parma tem 8 empates (quatro em casa e quatro fora) e lidera estes quesitos no campeonato. O alto número de empates pode ser creditado à falta de um centroavante eficiente, uma vez que Amauri conseguiu passar em branco na primeira parte da Serie A mesmo com Cassano, Parolo, Sansone, Cassani e Biabiany como garçons. Além disso, Cassano é o jogador que mais cria chances de gol no campeonato, de acordo com dados da Lega Serie A.

Cassano, Biabiany e Parolo, que fazem bom campeonato, podem deixar a Emília-Romanha ainda neste mercado, e as suas eventuais saídas podem modificar, e muito, o panorama crociato. Enquanto Fantantonio mais uma vez entrou em litígio com a diretoria de um clube e deve retornar à Sampdoria, Biabiany está na mira da Juventus e Parolo interessa a Roma e Milan. Dificilmente os substitutos irão fazer Donadoni mudar muito a forma de jogar da equipe, que alterna entre o 3-5-2 e o 4-3-3, mas perder os três principais jogadores com o campeonato em curso vai requerer, no mínimo, um período de adaptação, até porque não há substitutos definidos, até agora. De qualquer forma, a boa defesa parmense deve ganhar ainda mais solidez, e pode ser a grande arma da equipe em 2014. O time voltou a contar com Paletta na reta final de 2013, que juntamente com Lucarelli, um dos melhores zagueiros do campeonato até o momento, deverá tornar mais difícil chegar ao gol defendido por Mirante.

Torino

7ª posição. 17 jogos, 25 pontos. 6 vitórias, 7 empates, 4 derrotas. 30 gols marcados, 24 sofridos.

Time-base: Padelli; Darmian, Glik, Moretti; D’Ambrosio (Darmian), Brighi (Farnerud), Vives, El Kaddouri (Basha), Pasquale (D’Ambrosio); Cerci, Immobile.

Treinador: Gian Piero Ventura

Destaque: Alessio Cerci, meia-atacante

Artilheiro: Alessio Cerci, com 9 gols

Garçom: Alessio Cerci, com 7 assistências

Decepção: Nicola Bellomo, meio-campista

Maior sequência de vitórias: 3, da 15ª à 17ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 5, da 13ª à 17ª rodada

Maior sequência sem vencer: 8, da 5ª à 12ª rodada

Fair play: 48 cartões amarelos e 1 vermelho

Expectativa: Vaga na Liga Europa

Agora vai? A goleada por 4 a 1 sobre o Chievo, na última rodada do ano, foi a cereja no bolo de um bom ano fechado pelo Torino, que está invicto há cinco rodadas, e com quatro vitórias neste período. O resultado consolidou o melhor
início de campanha do Torino nos últimos anos. Para se ter uma ideia, se
a equipe acabar o campeonato nesta posição, terá sido a melhor desde
1991-92, quando a equipe foi terceira colocada na Serie A – depois,
ficou apenas em nono, oitavo e décimo primeiro. A equipe treinada por Gian Piero Ventura entrou na competição com o objetivo de salvar-se do rebaixamento, mas com a boa fase, tem o dever de (com cautela, claro) pensar mais alto e ambicionar uma vaga na Liga Europa – fora uma participação na extinta Copa Intertoto, em 2002, o Toro não joga uma competição continental desde 1993-94.

No terceiro ano sob o comando de Ventura, o Torino deixou o ofensivo 4-2-4 e se adaptou ao 3-5-2, o que tem se revelado uma jogada de gênio. O esquema demorou a ser assimilado, mas tem chegado a sua plenitude a partir de novembro. O módulo manteve o foco em Cerci, contratado em definitivo no início da temporada, e aproximou o jogador da seleção italiana ao matador Immobile, o que deixou o ataque mortífero. Não à toa Cerci tem 9 gols e lidera o ranking de assistências com 7 – Immobile não fica longe e tem 8 gols e 2 assistências. Quem também vinha bem na equipe é o lateral D’Ambrosio, que deixará a equipe ainda neste mercado, porque não quis renovar seu contrato – inclusive, ele já havia sido afastado. Com reforços para o meio-campo, a ala esquerda e, principalmente, para a defesa, o Torino pode incomodar mais. Para isto, ficar de olho nos descartes das maiores equipes e em jogadores pouco utilizados nos times médios pode fazer a diferença.

Verona

6ª posição. 17 jogos, 29 pontos. 9 vitórias, 2 empates, 6 derrotas. 31 gols marcados, 26 sofridos.

Time-base: Rafael; Cacciatore, González (Moras), Maietta, Agostini; Rômulo, Jorginho, Hallfredsson (Donati); Iturbe, Toni, Gómez Taleb (Martinho, Jankovic).

Treinador: Andrea Mandorlini

Destaque: Luca Toni, atacante

Artilheiros: Luca Toni e Jorginho, com 7 gols

Garçom: Luca Toni e Rômulo, com 5 assistências

Decepção: Samuele Longo, atacante

Maior sequência de vitórias: 3, da 6ª à 8ª rodada

Maior sequência de derrotas: 3, da 12ª à 14ª rodada

Maior sequência de invencibilidade: 4, da 5ª à 8ª rodada

Maior sequência sem vencer: 3, da 12ª à 14ª rodada

Fair play: 28 cartões amarelos e 2 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga Europa

Grande surpresa da temporada, o Verona é uma prova de que dar continuidade a um trabalho de longo prazo pode premiar. Andrea Mandorlini é o técnico da equipe há quatro anos, e tirou a equipe da terceira divisão, levando-a à disputa de uma competição europeia na volta à Serie A após onze anos de ausência. Ídolo na equipe vêneta, o treinador se destaca por conseguir manter o seu esquema tático, um 4-3-3 equilibrado e objetivo na fase ofensiva por um longo tempo, mesmo com a alteração de algumas peças. Com isso, o Verona tem a melhor campanha caseira no campeonato, com oito vitórias em casa, mesma quantidade da Juventus – porém, o Hellas perdeu para o Chievo, no dérbi da cidade, e tem esta desvantagem. Mandorlini ainda não conseguiu, porém, fazer o time render bem longe do Marc’Antonio Bentegodi, onde conquistou apenas cinco de seus 29 pontos. A favor do Hellas, o fato de que nenhuma das oito primeiras colocadas visitou o Bentegodi até o momento. Se mantiver a mágica do seu estádio, a equipe pode galgar posições na tabela.

Desde antes do campeonato, o Verona acerta. O mercado foi excelente: o diretor esportivo Sean Sogliano  se valeu de descartes de outras equipes, para montar um elenco barato, que custa apenas 22,6 milhões de euros por ano – uma eventual classificação à Liga Europa já cobriria integralmente todos estes gastos, o que seria uma tacada de mestre. Alguns dos jogadores levados à sociedade scaligera estão rendendo muito no Vêneto, como Toni, Iturbe e Rômulo, destaques da equipe ao lado de Cacciatore, Rafael e Jorginho. Todos estes jogadores tem excelentes números individuais e juntos formam uma equipe com ares de esquadrão, que pode fazer os butei sonharem. A equipe entrou humilde, falando em conseguir 40 pontos para escapar do rebaixamento e precisa de apenas 11 para atingir a meta inicial. Já é hora de projetar o futuro.

Inter

5ª posição. 17 jogos, 31 pontos. 8 vitórias, 7 empates, 2 derrotas. 37 gols marcados, 21 sofridos.

Time-base: Handanovic; Campagnaro, Ranocchia (Rolando), Juan Jesus; Jonathan, Taïder (Kovacic), Cambiasso, Álvarez, Nagatomo; Guarín; Palacio.

Treinador: Walter Mazzarri

Destaque: Rodrigo Palacio, atacante

Artilheiro: Rodrigo Palacio, com 10 gols

Garçom: Ricardo Álvarez, com 6 assistências

Decepção: Andrea Ranocchia, zagueiro

Maior sequência de vitórias: 2, na 1ª e 2ª, 4ª e 5ª e 11ª e 12ª rodadas

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 8, da 8ª à 15ª rodada

Maior sequência sem vencer: 4, da 13ª à 16ª rodada

Fair play: 38 cartões amarelos e 3 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

Após ficar fora de competições europeias pela primeira vez depois de 14 anos
e, com 16 derrotas, atingir o recorde negativo de partidas perdidas em
campeonatos com 20 equipes, a Inter iniciou um processo de reformulação que atingiu até a diretoria: o magnata Erick Thohir comprou 70% das ações do clube, mas Massimo Moratti continuou como sócio. Antes mesmo da venda do clube, Walter Mazzarri substituiu Andrea Stramaccioni e trocou algumas peças do elenco – a rigor, apenas Campagnaro, Rolando e Taïder, dentre as novas contratações, assumiram vaga no time titular. O esquema tático também se manteve, mas a Inter está decididamente mais organizada do que antes, embora ainda tenha alguns problemas – sobretudo na defesa, onde Ranocchia tem falhado demais –, acentuados pelas incertezas provocadas pela troca no comando da sociedade – afinal, ainda há indefinições quanto a orçamento de mercado, objetivos e nomes, uma vez que Thohir só concluiu a compra da Inter em meados de novembro.

A equipe nerazzurra começou o campeonato jogando bem e mostrando um futebol vistoso, com um jogo forte pelos flancos e com Jonathan e Álvarez, antes muito criticados, rendendo muito e ganhando vaga como titulares. Centroavantes costumam marcar muitos gols com Mazzarri e Palacio está cumprindo seu papel: contribuiu com 10 gols para o ataque que, com 37 tentos, é o segundo melhor do campeonato. Apesar disso, o argentino atua de forma muito isolada e às vezes falta criatividade à equipe, uma vez que o treinador ainda tem dúvidas sobre como organizar o meio-campo e não está seguro onde deve escalar Guarín, Álvarez e Kovacic. Os problemas ofensivos podem ser resolvidos quando Icardi e Milito estiverem 100% fisicamente e com a contratação de reforços – Guarín pode ser vendido e financiar a compra de um meia criativo ou atacante; fala-se em muitos nomes, de Lamela a Lavezzi. Na defesa, Ranocchia continua a não se adaptar a uma defesa a três e perdeu a titularidade na reta final para Rolando, que se mostra mais seguro no esquema. Até agora, o trabalho é bom, mas Mazzarri sabe que a falta de eficiência para matar jogos e as desatenções defensivas, inclusive, custaram pontos importantes à equipe. A Inter empatou demais (sete vezes), seis delas contra equipes que estão do meio para baixo na tabela. Além disso, em seis dos sete tropeços citados, a Inter tinha a vitória nas mãos, mas deixou escapar. Com 12 pontos a mais, a equipe seria vice-líder do campeonato.

Fiorentina

4ª posição. 17 jogos, 33 pontos. 10 vitórias, 3 empates, 4 derrotas. 33 gols marcados, 20 sofridos.

Time-base: Neto; Tomovic, Rodríguez, Savic, Pasqual; Aquilani, Pizarro (Ambrosini), Borja Valero; Cuadrado, Rossi, Joaquín (Vargas).

Treinador: Vincenzo Montella

Destaque: Giuseppe Rossi, atacante

Artilheiro: Giuseppe Rossi, com 14 gols

Garçom: Borja Valero, com 6 assistências

Decepção: Josip Ilicic, meia-atacante

Maior sequência de vitórias: 2, quatro vezes

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 4, da 1ª à 4ª e da 6ª à 9ª rodadas

Maior sequência sem vencer: 3, da 5ª à 8ª rodada

Fair play: 39 cartões amarelos e 2 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

Prova máxima de que o futebol italiano pode produzir (e tem produzido cada vez mais) times ofensivos e que praticam um futebol vistoso, a Fiorentina mais uma vez faz um ótimo campeonato, mesmo sem contar com seu grande reforço em 14 das 17 rodadas disputadas até o momento. Mario Gómez, que chegou à Florença para substituir Jovetic e com um dos maiores salários da Bota, mostrando a ambição violeta, machucou o joelho na 3ª rodada e ainda pode ficar um mês sem jogar. Ele, que fora contratado para ser o goleador da equipe, tem assistido Rossi fazer um gol atrás do outro, substituindo-o à altura. Com 14 gols, Pepito é o artilheiro e um dos melhores jogadores do campeonato.

Nesta temporada, Montella fez uma modificação no esquema tático da equipe, que deixou o 3-5-2 e adotou o 4-3-3 logo após a lesão do matador alemão. Com o novo esquema, a equipe joga de forma similar à do ano anterior, com um atacante sendo protagonista (antes, Jovetic, agora Rossi), Cuadrado fazendo um excelente papel na ponta direita e Borja Valero dominando a meia cancha como nunca – jogando em tão alto nível, o espanhol poderia ser testado até no meio-campo cheio de opções da Fúria. O novo esquema fez com que o peruano Vargas voltasse a jogar bem, e assimilou boa parte dos reforços para esta temporada, especialmente Joaquín. O 4-3-3 também deu mais solidez à defesa, que até poderia ser reforçada, para garantir menos sustos, afinal a Fiorentina ainda desperdiça pontos bobos em casa e não tem um aproveitamento fabuloso no Artemio Franchi. Daqui para frente, Montella precisará avaliar como encaixar Gómez no time. Voltar ao 3-5-2 é uma opção, já que nesse momento afastar Beppe Rossi do gol pode enterrar as boas chances de o time brigar por uma vaga na Champions League.

Napoli

3ª posição. 17 jogos, 33 pontos. 11 vitórias, 3 empates, 3 derrotas. 36 gols marcados, 20 sofridos.

Time-base: Reina; Maggio, Fernández (Britos), Albiol, Armero; Inler, Behrami (Dzemaili); Callejón, Hamsík (Pandev), Insigne; Higuaín.

Treinador: Rafa Benítez

Destaque: Gonzalo Higuaín, atacante

Artilheiro: Gonzalo Higuaín, com 9 gols

Garçom: Gonzalo Higuaín, com 4 assistências

Decepção: Paolo Cannavaro, zagueiro

Maior sequência de vitórias: 4, da 1ª à 4ª rodada

Maior sequência de derrotas: 2, na 12ª e 13ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 7, da 1ª à 7ª rodada

Maior sequência sem vencer: 2, na 12ª e 13ª rodadas

Fair play: 28 cartões amarelos e 2 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

A venda de Cavani, por absurdos 65 milhões de euros, foi o ponto de partida para uma temporada de gastança em Nápoles. Com a grana obtida com o uruguaio, o presidente Aurelio De Laurentiis foi às compras para fazer com que o Napoli brigasse com mais força pelo título, algo que bateu na trave em dois dos últimos três anos. Higuaín chegou para fazer a função de matador, e Albiol, Callejón, Reina e Mertens foram contratados para dar maior peso ao elenco, cuja folha salarial inflou: de 53,5 mi para 75 mi/ano, a quinta maior do país. O time azzurro passou a ser comandado pelo experiente Rafa Benítez, substituto de Walter Mazzarri. Início de ciclo, com alguns remanescentes de temporadas anteriores, portanto. Um início bom, até o momento, com alguns tropeços naturais para um trabalho que ainda está sendo gestado, mas cujo objetivo inicial é estabelecer a equipe como concorrente a vagas na Champions League e ao título. A médio prazo, a ambição pode ser maior, e até mesmo a eliminação na LC, com 12 pontos em um grupo complicado, tem de ser analisada por um viés positivo.

Nas primeiras rodadas, a equipe de Benítez teve ótimo desempenho, e foi comandada por um Hamsík em estado de graça. Porém, o eslovaco caiu de produção vertiginosamente nas rodadas seguintes (e se lesionou, em seguida), e a equipe deixou de jogar em ritmo tão alto. É importante salientar que, apesar dos sete gols marcados, Hamsík ainda não deu uma assistência sequer, um vexame para quem foi líder no quesito, com 13, no ano anterior. Uma maior participação do trequartista pode ser fundamental para voos mais altos. Afinal, Higuaín, com o segundo maior salário do futebol italiano, vai fazendo valer cada centavo investido e faz um excelente campeonato, assim como toda a linha de ataque napolitana, de Pandev a Insigne, passando por Callejón, que veste a 7 que era de Cavani e não decepciona. No setor, quem pede passagem é o “canterano” Insigne, a quem Benítez tem preterido, apesar da ótima fase e da habilidade do garoto. O técnico espanhol ainda tem o que corrigir na frágil defesa, que sofreria mais, não fossem Behrami e Inler. O Napoli tem laterais muito ofensivos e zagueiros pouco confiáveis – não à toa, é o setor que deve ser reforçado no mercado.

Roma

2ª posição. 17 jogos, 41 pontos. 12 vitórias, 5 empates, nenhuma derrota. 35 gols marcados, 7 sofridos.

Time-base: De Sanctis; Maicon, Benatia, Leandro Castán, Balzaretti (Dodô); Pjanic, De Rossi, Strootman; Gervinho, Totti, Florenzi (Ljajic).

Treinador: Rudi Garcia

Destaque: Francesco Totti, atacante

Artilheiros: Quatro jogadores, com 4 gols

Garçom: Francesco Totti e Kevin Strootman, com 6 assistências

Decepção: Federico Balzaretti, lateral esquerdo

Maior sequência de vitórias: 10, da 1ª à 10ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 17, da 1ª à 17ª rodada

Maior sequência sem vencer: 4, da 11ª à 14ª rodada

Fair play: 40 cartões amarelos e 3 vermelhos

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

Uma das grandes surpresas do campeonato, a Roma impressiona pela evolução demonstrada em menos de um ano: de sexta colocada, com o terceiro melhor ataque e a terceira pior defesa do campeonato, a equipe conservou apenas os bons números na frente. Os giallorossi deixaram para trás as invenções de Luis Enrique e o futebol ofensivista e nada resultadista de Zdenek Zeman, que fizeram a equipe ficar fora de competições europeias por dois anos, e atuam de forma sólida sob o comando de Rudi Garcia. O esquema é o mesmo, o 4-3-3, mas com fase defensiva muitíssimo bem trabalhada, privilégio à posse de bola, mas sempre com objetividade. Os números e a forma de jogar são bem similares à da Juventus e os méritos são do francês, que chegou à Trigoria questionado e conquistou a torcida rapidamente, montando um time que tem destaques individuais, mas conta com a força do conjunto como maior arma. Foi assim que a Roma atingiu 10 vitórias na arrancada inicial, que lhe valeram oito rodadas isolada na ponta do campeonato, e é dessa forma que o time é o único invicto na Serie A. A ausência de Totti e Gervinho em parte da temporada ajudou o time a frear e empatar demais, mas com a volta de ambos, o ritmo voltou a crescer.

Essa mudança de panorama não veio a troco de nada: a equipe arrecadou quase 100 milhões de euros só com as vendas de Stekelenburg, Marquinhos, Lamela e Osvaldo, reformulando alguns setores com nomes mais jovens e/ou baratos, como Gervinho, Ljajic e Strootman, além de apostas em veteranos a baixo custo, como Maicon e De Sanctis. Benatia, único titular contratado que foge a estes padrões, chegou por quase 15 milhões para substituir Marquinhos, e virou peça fundamental na equipe, sendo uma rocha na melhor defesa do campeonato, que sofreu apenas sete gols, e também no ataque. O marroquino é um dos artilheiros do time, com quatro gols, ao lado de Strootman, Gervinho e Florenzi, um a mais que Totti, Pjanic, Destro e Ljajic. Após reiniciar seu projeto vitorioso após dois fracassos, desta vez parece que a Roma entrou nos eixos. A fase é tão boa que o favoritismo da Juventus no confronto direto de janeiro nem é tão grande assim, afinal a Roma bateu todos os outros seis primeiros colocados na tabela. A segunda metade do campeonato pode confirmar o sucesso da aposta romanista ou reservar uma das maiores romadas da história da equipe. Façam suas apostas.

Juventus

1ª posição. 17 jogos, 46 pontos. 15 vitórias, 1 empate, 1 derrota. 39 gols marcados, 11 sofridos.

Time-base: Buffon; Barzagli, Bonucci, Chiellini; Isla (Lichtsteiner, Padoin), Vidal, Pirlo (Marchisio), Pogba, Asamoah; Llorente, Tévez.

Treinador: Antonio Conte

Destaque: Paul Pogba, meio-campista

Artilheiro: Carlos Tévez, com 11 gols

Garçom: Arturo Vidal e Carlos Tévez, com 4 assistências

Decepção: Claudio Marchisio, meio-campista

Maior sequência de vitórias: 9, da 9ª à 17ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 9, da 9ª à 17ª rodada

Maior sequência sem vencer: nenhuma

Fair play: 39 cartões amarelos e 1 vermelho

Expectativa: Título

O dia 20 de outubro mudou a história deste Campeonato Italiano. Naquele domingo, a Juventus fazia sua pior partida na Era Conte e saía derrotada, de virada e de forma merecida, pela Fiorentina, por um sonoro 4 a 2. A derrota, a única dos bianconeri no campeonato e a mais dura na gestão do técnico, foi suficiente para que a maré virasse e a Velha Senhora voltasse a ser o rolo compressor dos dois últimos anos. Até aquele momento, a equipe era a segunda colocada na competição e havia vencido seis dos sete jogos realizados (além disso, empatara com a Inter em Milão), mas sem convencer. Pior: a defesa, apesar de não ter mudado peças, não se acertava, seja por
problemas físicos de Barzagli e Chiellini, seja por desatenções que não
costumavam aparecer. Depois disso, a equipe emplacou nove vitórias consecutivas (sem sofrer gols em oito dos jogos) e ultrapassou a Roma, que liderava o certame. Hoje, a Juve é líder isolada há cinco rodadas, com 15 vitórias em 17 jogos, tem o melhor ataque e a segunda melhor defesa da Serie A, além da melhor campanha dentro e fora de casa. Nos seus domínios, a equipe bateu todos os seus adversários.

Um dos grandes motivos para a volta por cima da líder é a total inserção de Pogba no esquema de Antonio Conte. O jogador era um reserva de luxo na temporada passada, mas com o nítido declínio técnico que Marchisio já vinha apresentando desde 2012, o francês aproveitou a chance proporcionada pela lesão do antigo titular e entrou em um meio-campo que conta com um Pirlo menos brilhante (três gols e nenhuma assistência), mas ainda importante, e com um Vidal em plena forma. O que o chileno é do lado direito do meio-campo, o francês é do outro: Pogba fez cinco gols e distribuiu três assistências, enquanto Vidal marcou sete e deu quatro passes para gols. Na frente, Tévez e Llorente não tiveram um entendimento rápido, mas formam uma dupla letal em solo italiano (apesar de terem sido contratados para assustar a Europa, o que não aconteceu), e juntos tem 16 gols. Nesta temporada, o domínio no campeonato local deve se transformar em título, e a primeira partida de 2014, frente à Roma, pode ampliar a liderança do time de Turim. O ponto negativo foi a queda prematura na Liga dos Campeões, mas com a final da Liga Europa sendo disputada em casa, a eliminação pode não ser tão dolorida em caso de título.

Pallonetto

Melhores do primeiro turno
Rafael (Verona); Rômulo (Verona), Benatia (Roma), Chiellini (Juventus), D’Ambrosio (Torino); Vidal (Juventus), Pogba (Juventus), Strootman (Roma); Rossi (Fiorentina), Higuaín (Napoli), Palacio (Inter). Técnico: Rudi Garcia (Roma).

Decepções do primeiro turno
Marchetti (Lazio); Schelotto (Sassuolo), Ranocchia (Inter), Legrottaglie (Catania), Ziegler (Sassuolo); Marchisio (Juventus), Hernanes (Lazio); Ilicic (Fiorentina), Belfodil (Inter), El Shaarawy (Milan); Antonio Di Natale (Udinese). Técnico: Delio Rossi (ex-Sampdoria).

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