Serie A

34ª rodada: Foco na tríplice coroa

Festa para Allegri: técnico busca superar trabalho de Conte nas próximas semanas (AP)

Enfim, aconteceu. O que todo mundo já sabia há meses finalmente foi comprovado pela matemática: Juventus tetracampeã italiana. Liderando o campeonato de ponta a ponta – em todas as rodadas, somente a Velha Senhora liderou a Serie A de forma isolada –, a equipe de Turim chegou à consagração em um campo difícil, o Luigi Ferraris, de Gênova. Um bom teste para o que virá pela frente, afinal Massimiliano Allegri tem a chance de fazer o que seu antecessor, Antonio Conte, não conseguiu: vencer a Liga dos Campeões e também a Coppa Italia. 

Primeiro, a Juventus terá pela frente o Real Madrid, nas semifinais da LC, na busca de uma inédita tríplice coroa. Chance de igualar o feito de uma de suas maiores rivais, a Inter, única equipe italiana a conseguir os três títulos de uma vez. Considerando o momento dos nerazzurri, levantar três taças ainda teria um gostinho a mais para qualquer juventino.

Sampdoria 0-1 Juventus 
O cenário
não foi o ideal – afinal, jogou fora de casa -, mas a Juve confirmou o
tetracampeonato italiano antecipado nesse fim de semana e pode,
finalmente, voltar suas atenções para a Liga dos Campeões, que tem jogo
semifinal já nesta terça. O 31º título da Velha Senhora (33º para os
torcedores, que ainda consideram aqueles revogados pelo Calciopoli)
começou a ser desenhado ainda cedo: apesar da proximidade do jogo contra
o Real Madrid, pela LC, Allegri escalou time praticamente titular
contra a Sampdoria, como quem diz “vamos acabar com isso hoje”. A
estratégia não deu certo logo no início, mas se mostrou acertada.
Claramente, os jogadores se pouparam ao longo da partida, mas, com
inteligência, souberam aumentar o ritmo quando precisavam. 
E
foi num desses momentos, após início de jogo bem fraco, que os
bianconeri abriram o placar: após boa troca de passes, Lichtsteiner
cruzou para Vidal e ele cabeceou para o fundo das redes. Com o 1 a 0 de
vantagem, a equipe visitante voltou a controlar a partida e não teve
problemas. Buffon só fez duas defesas durante todo o jogo e pôde
assistir de camarote a pequena torcida na arquibancada começar a
comemorar o título e cantar “o espetáculo está só começando”, em
referência aos jogos que ainda estão por vir da Liga dos Campeões. Com a
primeira derrota em casa nesta temporada, a Samp perdeu a quinta colocação para a Fiorentina e terá que
correr atrás para não perder a vaga na Liga Europa. (Rodrigo Antonelli)

Roma 2-0 Genoa 

Depois de duas vitórias seguidas, a Roma reassumiu a segunda colocação. Jogando
no Olímpico, a equipe giallorossa venceu o Genoa e contou com o tropeço da
Lazio para voltar à vice-liderança. Melhor durante toda a partida, a
Roma só não fez um placar maior graças as boas defesas do goleiro
Perin. Porém, a zaga genovesa se mostrou toda atrapalhada, sobretudo nos
lances cruciais, como no gol de Doumbia. O marfinense aproveitou corte
errado de Roncaglia, fintou De Maio e tocou na saída do goleiro. Antes
disso, a Roma já havia criado oportunidades com Nainggolan e De Rossi,
que também foi à rede, mas teve o gol bem anulado pela arbitragem.

O
Genoa voltou melhor na segunda etapa, mas parou numa exemplar e
eficiente defesa romanista – como há muito não se via. As poucas jogadas
ofensivas dos grifoni foram bloqueadas pelos defensores ou defendidas
por De Sanctis. Aos 20, a Roma reclamou de um pênalti não assinalado em
Torosidis: o grego ainda recebeu cartão amarelo por simulação, num
lance em que claramente foi derrubado. Nada que pudesse comprometer a
vitória romanista. Após dominar o seu rival, a Roma definiu o placar no
último lance da partida. Florenzi roubou a bola de Tino Costa, engatou uma arrancada de mais de 60 metros e finalizou no ângulo de Perin. Com uma tabela teoricamente mais
fácil e o confronto direto contra a Lazio, a Roma assume certo favoritismo na briga pela
segunda vaga direta à Liga dos Campeõesa. O Genoa segue na sétima colocação e ainda
sonha com a vaga na Liga Europa. (Caio Dellagiustina)

Atalanta 1-1 Lazio

Poucos cenários poderiam poderia ter sido piores para os biancocelesti da Lazio nesta rodada. A Roma
roubou a segunda colocação e o Napoli encurtou a distância por uma vaga
na Liga dos Campeões da próxima temporada. Além do mais, o empate com os orobici
aconteceu em Bérgamo, onde a Atalanta, lutando contra o
rebaixamento, venceu somente quatro vezes em 17 oportunidades. No contexto da partida, em que a Atalanta levou mais perigo, o ponto conquistado não pode ser desprezado.

Sportiello
e Marchetti foram bastante acionados desde o primeiro minuto de jogo, por Keita e Gómez. Entretanto, a rede balançou apenas após o intervalo.
Biava desviou a cobrança de escanteio, marcou e não comemorou contra o
ex-time. Enquanto Keita e Felipe Anderson acumularam chances perdidas,
Parolo fez um golaço de voleio para decretar o resultado final. O empate da Lazio vai para a conta do goleiro Marchetti, que fez defesas fundamentais ao longo do cotejo. (Murillo Moret)

Napoli 3-0 Milan

O Napoli sofreu um bocado
durante 71 minutos para vazar um Milan com 10 jogadores. Bonera, no
entanto, falhou na rebatida e entregou o presente para Hamsík. A
finalização no bate-pronto pegou Diego López desprevenido. Nos cinco
minutos seguintes, Higuaín e Gabbiadini foram à rede. Como bem lembrou o ótimo 101 Great Goals, um time dirigido por Rafa Benítez conseguiu fazer três gols em seis minutos contra o Milan novamente – a outra vez foi em 2005, na fatídica final da Champions perdida pelos rossoneri para o Liverpool, quando o Diavolo vencia por 3 a 0, permitiu o empate-relâmpago e viu a taça escapar nas penalidades.

O 3 a 0 foi pouco. Diego López, ainda no primeiro tempo, defendeu um pênalti de Higuaín. O
lance, com apenas 43 segundos de jogo, decretou a expulsão direta de De
Sciglio – o lateral faz uma péssima temporada e nem parece o jovem promissor de dois anos atrás. Higuaín, por sua vez, precisa calibrar a mira: falhou em três de seis cobranças de
penalidade na Serie A, nesta temporada. Assim como os napolitanos precisavam ter errado menos em uma partida que poderia ter sido ainda mais fácil, mas foi mal jogada pelo time da casa. Na disputa por vaga na Liga dos
Campeões, os partenopei estão a apenas quatro pontos da Lazio, terceira colocada. (MM)

Fiorentina 3-1 Cesena

Depois de quatro derrotas seguidas, a Fiorentina voltou a vencer em momento crucial, pensando tanto na Serie A quanto a partida que se aproxima contra o Sevilla, pela Liga Europa.Voltar a vencer é sempre bom, mas ainda mais quando todos os seus adversários por uma vaga na segunda maior competição europeia também tropeçam. Ademais, justo antes da partida mais importante da temporada até o momento. Terminar a rodada na quinta posição e com um calendário favorável é um alento para Montella e companhia.

Jogando em casa e com imenso favoritismo frente ao quase rebaixado Cesena, o time violeta abriu boa vantagem no primeiro tempo e só administrou a vantagem. O primeiro gol surgiu após pênalti duvidoso de Mudingayi sobre Borja Valero. Ilicic converteu com a esquerda e, minutos depois, usou a direita para ampliar – seu terceiro gol na semana. Na segunda etapa, a Fiorentina seguiu sendo iluminada por Salah, e após uma jogada iniciada pelo egípcio, Gilardino fez mais um: um gol histórico, o seu 50º com a camisa do clube. Na sequência, Rodríguez fez o gol de honra dos bianconeri, que agora estão nove pontos atrás da Atalanta, faltando apenas quatro jogos para o fim do campeonato. O ano que vem será na Serie B. (Nelson Oliveira)

Inter 0-0 Chievo
Nada mais Inter do que vir de boa sequência, em
momento crucial na temporada, depois de tantas indas e vindas, e
tropeçar mais uma vez e complicar a possibilidade de chegar a uma vaga europeia. O torcedor interista
já nem mais se surpreende com isso, dada a frequência com que isso
ocorreu nos últimos anos. Com 49 pontos, a três de Fiorentina e dois de
Sampdoria, ocupando a oitava posição e restando quatro partidas, ainda
tem como o time de Mancini correr atrás, mas tropeços como os desse
domingo levam por terra qualquer credibilidade dos nerazzurri buscarem
essa última vaga.

Contra um Chievo à Chievo, no seu habitual
catenaccio modernizado, com duas linhas compactas, estreitas e quase
impossíveis de serem quebradas ou infiltradas, a Inter foi mais do
mesmo: muita posse de bola, poucas chances de gol. No finalzinho da
primeira etapa o time acelerou o passo, mas ainda sem incomodar
Bizzarri, que pouco trabalhou. Na segunda etapa, o inesperado: os
visitantes partiram para cima e passaram a criar seguidas oportunidades
de gol, mas também sem a criatividade necessária para assumir a
liderança da partida. Nos 15 minutos finais, a velha pressão interista
desesperada para correr atrás do prejuízo, mas ainda assim ineficaz. No
final das contas, os campeões estavam mesmo na tribuna – Zenga, Sosa e
Zamorano, homenageados pelo projeto liderado por Toldo, o Inter Forever.
Bom futebol? Só mesmo na segunda, em amistoso recheado de veteranos
aposentados que promoveu a Expo 2015 e a cerimônia oficial da
aposentadoria da camisa número 4 nerazzurra, agora eternamente de
Zanetti. (Arthur Barcelos)

Torino 0-1 Empoli
Tem coisas que só acontecem com o
Torino. Depois de quase todos os seus concorrentes por vaga na Liga
Europa tropeçarem, o time grená entrou em campo nesta quarta, em jogo
atrasado da rodada – a partida foi movida para o dia 6 em virtude de um
pedido do Torino, que não joga no dia 4 de maio em virtude da Tragédia
de Superga, que matou seu melhor time, em 1949. Se o que aconteceu no
Olímpico de Turim não foi uma tragédia, ao menos foi algo para deixar o
torcedor triste, uma vez que voltar às competições europeias ficou um
pouco mais difícil. E o do Empoli feliz, afinal a equipe assegurou
matematicamente a permanência na Serie A.

A partida foi
decidida aos 3 minutos, em um lance fortuito. A bola foi recuada para o
goleiro Padelli, que bateu errado na pelota e marcou um incrível gol
contra, na maior pixotada da temporada – veja aqui. O
time grená jogou mal e não ameaçou o goleiro Sepe de forma real nenhuma
vez. O meio-campo perdeu de longe a batalha contra os azzurri do
Empoli, liderados por Saponara. O meia emprestado pelo Milan, inclusive,
acertou uma bola na trave – foram duas na partida. Méritos, no final,
para o técnico Sarri, que comanda o time desde 2012 e colhe bons frutos.
(NO)

Verona 0-1 Udinese

Em
jogo que nada valia para as equipes ou para a tabela, só Antonio Di
Natale poderia fazer o ingresso valer a pena. E ele fez. O veterano
começou a partida no banco e pouca coisa aconteceu dentro de campo até
os 14 minutos do segundo tempo, quando ele substituiu Perica. Quando
Totò pisou no gramado de Verona, porém, tudo parece ter mudado.
Primeiro, o jogo ganhou em emoção com a expulsão de Sala, por falta
duvidosa em Théréau. Depois, ganhou em qualidade, com o ídolo da Udinese
participando de grandes lances. No do gol, três minutos depois de sua
entrada, ele acertou um toque de letra magistral para superar o goleiro
Benussi e fazer 1 a 0. 

Com o gol, ele chega a
206 marcados na Serie A, supera o ídolo nacional Roberto Baggio (205) e
se torna o sexto maior artilheiro da história da competição, atrás
apenas dos ícones Silvio Piola (274), Francesco Totti (241), Gunnas
Nordahl (225), Giuseppe Meazza (216) e José Altafini (216). O Verona não
foi capaz de igualar o placar no restante da partida e ainda teve outro
expulso no fim: Rafa Márquez. A Udinese tem 41 pontos e o Verona soma 40, e
nenhum dos dois almeja mais nada na competição, além de não correrem
mais risco de rebaixamento. (RA)

Cagliari 4-0 Parma
O
Cagliari retardou sua queda à Serie B. Num jogo crucial para manter as
chances de permanências vivas, o time sardo foi dominante e goleou o
já rebaixado Parma, se colocando a seis pontos da Atalanta, primeiro
time fora da zona de rebaixamento, faltando quatro rodadas para o final. Com
gols aos 2, anotado por Ekdal, aos 13, com Diego Farias, e aos 38, marcado
por M’Poku, o time rossoblù definiu a partida ainda no primeiro tempo. E
poderia ter sido mais.

Com a vantagem na etapa final, o Cagliari
se acomodou e o Parma criou as primeiras chances de perigo. Mas, aos 18,
Cop aproveitou cruzamento de Farias e anotou o quarto gol. Gobbi ainda
tentou descontar no final, mas Brkic fez uma importante defesa. Embora
ainda haja possibilidades de permanência, a missão do Cagliari não é
nada fácil. O time acordou tarde, e terá pela frente uma tabla complicada: encara a Juventus na próxima rodada, e ainda pega
Palermo, Cesena e Udinese. É difícil esperar muita coisa de quem
tem apenas cinco vitórias em toda a temporada, mas a torcida ainda acredita em um milagre. (CD)

Sassuolo 0-0 Palermo
Quase um jogo de compadres em Reggio Emilia. Sem maiores pretensões, o Sassuolo está a apenas dois pontos ou um tropeço
do Cagliari para garantir a salvezza. Não tinha muito mais o que disputar,
e nem se preocupou em se esforçar para isso. Nem mesmo com a marca negativa no segundo turno do campeonato, no qual a equipe venceu apenas três vezes, praticamente apagando o bom início de temporada.

O Palermo, depois de
namorar com vaga europeia, se estabilizou entre as 10ª e 11ª posições, e
nem mesmo a vaga para as oitavas da próxima Coppa Italia está próxima.
Ainda assim, o time de Iachini pelo menos tentou algo a mais com a dupla
Vázquez e Dybala, porém sem levar grande perigo a Consigli, mesmo com
mais chutes, posse de bola, dribles e desarmes. Tudo na mesma no mais insosso jogo deste fim de semana. (AB)

Relembre a 33ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada

Marchetti (Lazio); Lichtsteiner (Juventus), Biava (Atalanta), Bubnjic (Udinese), Ghoulam (Napoli); Florenzi (Roma), Hamsík (Napoli), Saponara (Empoli), Ilicic (Fiorentina), M’Poku (Cagliari); Di Natale (Udinese). Técnico: Rolando Maran (Chievo).

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