Liga dos Campeões

O reino de Carlitos

Sempre decisivo: Tévez deixou sua marca contra o Real Madrid (Foto: La Presse)

​No dia seguinte, eles descansaram. O técnico Massimiliano Allegri decretou que esta quarta-feira era de folga aos jogadores da Juventus após a excelente vitória na partida de ida da semifinal: 2 a 1 no Real Madrid, pela Liga dos Campeões. Os atletas correram. Os da Juve. Foram 7,7 km a mais em comparação ao adversário, visivelmente esbaforido na segunda etapa. Não teve Bale, Chicharito, Isco ou Kroos vazando a defesa bianconera. Teve Ronaldo. 

O português se aproveitou de um vacilo da zaga italiana para apenas empurrar, de cabeça, a bola para o fundo da rede depois de uma bonita assistência de James Rodríguez. O meia, aliás, depois do empate do Madrid, quase virou – da pequena área, ele acertou o travessão. 

James só não marcou porque Sturaro foi perspicaz e colocou o pé na bola antes do toque do colombiano. O desvio do ex-Genoa foi fundamental no lance. Foi um dos poucos lances nítidos de importância individual. O italiano escolhido para começar o jogo ao invés de Pereyra mostrou empenho coletivo muito mais para defender que para atacar, e foi uma aposta vencida por Allegri. Afinal, havia o risco de colocar um jogador inexperiente e que havia atuado apenas 3 minutos na LC do início em uma semifinal contra o poderoso Real Madrid. Não comprometeu.

Pirlo teve dificuldades para jogar, sobretudo no primeiro tempo. Se Bale não rendeu como atacante, ao menos realizou uma marcação um-a-um no regista. Não adiantou muita coisa, pois o volante comandou a Juve mesmo sem a bola nos pés: correu quase 12 km no jogo, e foi o segundo com mais metros percorridos, perdendo só para Vidal. Vidal foi incansável, Marchisio foi incrível e Tévez foi decisivo. 

Quando Ronaldo empatou, a Vecchia Signora já ganhava de 1 a 0. Morata cumpriu a Lei do Ex ao definir, no rebote, a finalização do argentino, que foi deixado sozinho pela defesa madridista. No segundo tempo, o camisa 10 avançou com a bola dominada desde o meio de campo, invadiu a área e sofreu pênalti de Carvajal. Na cobrança, dele, a vitória. O resultado final poderia ter sido 3 a 1 se Llorente tivesse convertido a única oportunidade que teve, depois que entrou no lugar de Morata.

O confronto que sintetizou o jogo (Getty)

O desespero do Real no último terço do segundo tempo foi nítido: bola alçada na área para que Hernández trombasse com três zagueiros. Barzagli foi importante; Bonucci e Chiellini, desde o início em campo, foram soberanos. O lance do camisa 3 no fim do jogo – já ensanguentado, com um curativo na testa, deu um carrinho forte em Ronaldo, que descia em corrida pela meia direita – foi a síntese a Juventus na Arena: ali, nada mais passaria. Sem brincadeira, e com a vantagem.

Agora, quem tem de correr contra o relógio é o Real Madrid, favorito e que tem um importante desafio contra o Valencia antes de receber a Juventus no Santiago Bernabéu. Para a Juve, um time que só sonhava chegar às quartas de final na Europa, a final nunca esteve tão perto.

Juventus 2-1 Real Madrid

Arena Juventus, semifinal da Liga dos Campeões

JUVENTUS: Buffon; Lichtsteiner, Bonucci, Chiellini e Evra; Sturaro (Barzagli), Pirlo, Vidal e Marchisio; Tevez (Pereyra) e Morata (Llorente) Técnico: Massimiliano Allegri

REAL MADRID: Casillas; Carvajal, Pepe, Varane e Marcelo; Sergio Ramos, Kroos, Isco (Chicharito) e James Rodríguez; Bale (Jesé) e Cristiano Ronaldo Técnico: Carlo Ancelotti

Gols: Morata 8′, Ronaldo 27′, Tévez 57′

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