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Ídolo da Roma, David Pizarro redefiniu a função de volante durante mais de 15 anos de Itália

Um dos chilenos mais “italianos” no mundo do futebol, David Pizarro deixou a América do Sul ainda jovem para consolidar uma carreira vitoriosa nos gramados da Bota. Udinese, Inter, Fiorentina e, principalmente, a Roma (cuja camisa foi sua “segunda pele”), foram as equipes agraciadas com o talento do pequenino meia. Entre as duas primeiras décadas do século XXI, Pek, como ficou conhecido por sua baixa estatura, apresentou um estilo bastante peculiar — e potencializado, também, pelo treinador Luciano Spalletti. Aos poucos, durante a carreira, Pizarro recuou no campo de jogo: deixou de ser um trequartista para tornar-se eficiente como o comandante das ações, logo à frente da linha de defesa. Uma função muito mais compatível com sua fisicalidade e características técnicas.

Pela seleção chilena, Pizarro também venceu. Fez parte da histórica geração campeã da Copa América em 2015, na conquista do primeiro troféu relevante pelo futebol masculino do país. E os feitos memoráveis não param por aí. Desde levar a Udinese ao debute na Champions League, conquistar títulos com Roma e Inter, até integrar o elenco do Manchester City que faturou a Premier League de maneira dramática na temporada 2011-12.

Enfim, entre seus tradicionais rodopios e dribles de corpo, além de lançamentos precisos, o “maestro” Pizarro deixou sua marca registrada durante 20 temporadas. Todas elas, sempre em alto nível. Quando sentiu que as pernas já não acompanhavam a rapidez de sua inteligência, parou. E como deveria ser: de volta ao seu país. Do alto de seu 1,68 m de altura, ele foi um dos grandes do futebol chileno e italiano.

Os primeiros anos e a chegada à Udinese

Pizarro nasceu na cidade de Valparaíso, litoral do Chile. Curiosamente, um local que já remete, de certa forma, a sua segunda casa na Europa. Derivada da expressão “valle del paradiso”, em italiano, o nome da cidade portuária foi dado há séculos por navegantes itálicos durante a descoberta dos mares sul-americanos. Enfim, com apenas 20 anos de idade, David deixou seu lugar de nascimento para desbravar novas terras.

Revelado pelo Santiago Wanderers, o pequeno meio-campista já integrava as seleções de base do Chile desde cedo. Foi no Sul-Americano Sub-20 de 1999, inclusive, que despertou a atenção da família Pozzo, dona da Udinese, sempre esteve atenta ao mercado das Américas. Pizarro, então, chegou ao Friuli para o início de 1999-2000. No entanto, seu início de trajetória na equipe bianconera não foi fácil. O treinador dos friulanos na época, Luigi De Canio, não via potencial no franzino chileno. David fez apenas sete partidas, entre Serie A e Coppa Italia, ao longo de sua temporada de estreia — na qual o time terminou com a oitava colocação no campeonato nacional.

No segundo ano, as coisas não melhoraram. Pizarro acabou sacado por De Canio ainda antes do intervalo em sua primeira aparição na temporada 2000-01. Contra o Lecce, o chileno foi substituído aos 39 minutos por opção tática. Ele deixou o campo furioso. Estava claro que, naquele contexto, seria difícil para David encontrar um bom ritmo na Itália, motivo pelo qual ele acabou emprestado em janeiro de 2001. De volta ao seu país natal para atuar pela Universidad de Chile, o meia marcou dois gols pela Libertadores da América e, ao menos, conseguiu jogar com uma maior constância. Foram apenas seis meses em La U antes de retornar à Velha Bota para uma mudança abrupta no destino de sua carreira.

Já sob comando do inglês Roy Hodgson, Pizarro teve sua função em campo modificada. Ele deixou de ser uma espécie de meia-atacante, que atuava logo atrás da linha mais avançada, para se tornar um primeiro volante, com a missão de construir o jogo lá de trás. Essa mudança favoreceu muito o futebol do talentoso chileno. Ele rapidamente se tornou titular, atuando em 35 partidas na temporada, com cinco gols e duas assistências.

Pizarro, juntamente a Di Natale e Iaquinta, conseguiu levar a Udinese à primeira Champions League de sua história (New Press/Getty)

Mesmo com o ótimo desempenho de Pek, a equipe bianconera passou sufoco na Serie A de 2001-02, terminando apenas uma posição acima da zona de rebaixamento. Hodgson sequer durou até o fim do campeonato, sendo demitido após a 14ª rodada, apesar de uma vitória contra o Verona, por 2 a 1. Se a passagem do treinador britânico foi melancólica, ao menos, houve algum legado deixado com relação ao jovem chileno. Aquela Serie A, embora decepcionante para a Udinese, serviu como um prólogo do que ainda viria pela frente na carreira de Pizarro.

Em 2002-03, ele marcou oito gols — sua temporada mais prolífica com a camisa da Udinese. Neste momento, já era comandado por Luciano Spalletti, técnico que o próprio Pizarro afirma ter sido o mais importante de sua carreira. Eles ainda se reencontrariam anos depois. No Friuli, porém, a química foi imediata. O treinador tinha na figura do chileno seu pilar no time. O jogo era centralizado em Pek, que iniciava as jogadas, comandando o ritmo ofensivo de toda a esquadra.

Muito por conta disso, após o fiasco em 2001-02, os friulanos engataram três boas campanhas em âmbito nacional. Duas delas (6ª e 7ª colocação) levaram a equipe à Copa Uefa, mas, em ambas as edições do torneio europeu, a eliminação veio logo na rodada inaugural. Na temporada 2004-05, enfim, o ápice daquela geração, que ainda tinha jogadores como Antonio Di Natale, Vincenzo Iaquinta e Sulley Muntari: 62 pontos somados na Serie A, que resultaram na 4ª posição e na vaga para a Champions League, pela primeira vez na história do clube. Para completar a boa trajetória no ano, a Udinese ainda alcançou a semifinal da Coppa Italia.

Pizarro, que atuou em 40 oportunidades (seu maior número pelo time bianconero), ajudou o clube a fazer história, mas acabou não jogando a maior competição da Europa pela esquadra de Friul-Veneza Júlia na temporada seguinte. Tanto ele quanto Spalletti deixaram a cidade no verão de 2005. O treinador, que não conservava uma relação tão boa com a gestão da Udinese, foi contratado pela Roma. Já o chileno, com 25 anos, se mudou para Milão, após 143 partidas e 16 gols. O acordo com a Inter ainda envolveu a chegada do atacante Goran Pandev a Údine, além de cerca de 10 milhões de euros. A passagem de Pek pelos nerazzurri, porém, não vingou.

Enfileirando grandes times

Categorizar a trajetória de David Pizarro pela Inter como fracasso soa pesado demais. No fim, foram 40 partidas para o chileno durante a temporada 2005-06, três gols, quatro assistências e, o mais importante: três títulos (Campeonato Italiano, Coppa Italia e Supercopa). Ele não era exatamente um protagonista da equipe comandada por Roberto Mancini, mas recebeu oportunidades e certamente não deixou uma má impressão. Do contrário, não reencontraria o técnico, anos mais tarde, no Manchester City.

Enfim, fato é que a figura sempre pouco midiática de Pizarro foi ofuscada em meio a tantas estrelas naquela Inter. O dinamismo e a fisicalidade pregados pelo jogo de Mancini também não ajudavam muito o estilo mais cadenciado do chileno. Juan Sebastián Verón e Esteban Cambiasso, ambos argentinos, ficavam acima de David na preferência do comandante. Por conta disso, a passagem em Milão durou apenas um ano. Não havia como recusar o chamado do velho conhecido Spalletti. Na Roma, o treinador era responsável pela reconstrução do clube, que viu a falência de perto. E o italiano queria reproduzir a parceria de sucesso que havia formado com o sul-americano nos tempos de Udinese.

Após uma temporada em Milão, Pek rumou para a capital italiana. Num primeiro momento, emprestado. Depois, comprado em definitivo, jogaria o maior número de partidas por uma só equipe em toda a carreira. Foram 207 aparições com a camisa da Roma, durante um casamento muito bem sucedido e pontuado por 15 gols e 53 assistências.

A passagem pela Inter foi a menos brilhante de Pizarro pelo futebol italiano (AFP/Getty)

Com Spalletti, o meia estava novamente inserido em um esquema que favorecia a posse de bola e, consequentemente, o desenvolvimento de seu futebol. Isso, sem falar nas companhias que o chileno tinha em campo: ninguém menos que Daniele De Rossi e Francesco Totti, além de outros, como Simone Perrotta e Alberto Aquilani. Na Roma, David encontrou seu lugar – sua “segunda pele”, como ele mesmo diz. Viveu seus melhores anos com a Loba, venceu títulos e se tornou Il Fantasista, por conta de seu estilo vistoso de jogo, com muitos dribles e passes qualificados.

O tão sonhado scudetto, porém, ficou muito próximo de ser conquistado, mas acabou escorregando entre os dedos – duas vezes. A grande algoz, Inter (que ele conhecia bem), vivia um momento implacável. Era muito difícil bater aquele time em um campeonato de pontos corridos. A Roma quase o fez na temporada 2007-08, ficando com o vice, a apenas três da campeã.

Durante quatro anos, Pizarro esbanjou talento e consistência nos gramados do Olímpico. Alcançou números notáveis. Na temporada do “quase título” italiano, distribuiu 12 assistências – 15, se forem contabilizados outros torneios. No entanto, o impacto do chileno nas partidas nem sempre acabava sendo traduzido em grande destaque. Uma característica de toda sua carreira. Por vezes, ao olharmos para as tabelas de gols e passes-chave, David era figura discreta. O grande diferencial, porém, situava-se no seu amplo domínio das ações. Quase todos os lances passavam pelo pé do meia. Algo que as estatísticas pouco podem revelar.

Enfim, o casamento entre Spalletti e Pizarro seguiu gerando frutos. Se o scudetto não foi alcançado, ao menos a Roma faturou a dobradinha da Coppa Italia (2007 e 2008), além de um troféu da Supercopa Italiana. Na Champions League, os giallorossi foram eliminados duas vezes seguidas nas quartas de final pelo mesmo adversário: o Manchester United, do lendário treinador Alex Ferguson — e do jovem Cristiano Ronaldo. Em 2006-07, inclusive, a desclassificação romanista veio com requintes de crueldade. Após vencer por 2 a 1, em casa, a equipe capitolina foi massacrada no Old Trafford, por 7 a 1. Posteriormente, a Loba ainda parou mais uma vez nas fases eliminatórias da Champions. Em 2008-09, caiu para o Arsenal, nas oitavas, após uma emocionante disputa de pênaltis que terminou em 7 a 6 a favor dos Gunners.

Em 2009-10, a Roma novamente bateu na trave no Campeonato Italiano. Mais uma vez atrás da Inter, amargou o vice, desta vez por apenas dois pontos. Esta foi a última temporada consistente de David Pizarro na capital da Bota. A campanha, que começou com Spalletti à frente do elenco, sofreu uma virada abrupta quando o comandante se demitiu logo após a segunda rodada. Naquele momento, a Loba vinha de duas derrotas, e o toscano não aguentou a pressão. Para o seu lugar, Claudio Ranieri foi o escolhido. A equipe conseguiu se reerguer na competição, a ponto de quase fisgar o título.

Com o novo treinador, num primeiro momento, o fantasista se manteve constante. Mesmo encaixado em um sistema mais defensivo e não tão plástico, como o próprio chileno caracteriza, ele acabou se adaptando rápido. Se a parte técnica era levemente suprimida, Pizarro acabava compensando com seu espírito de luta. Um exemplo aconteceu em janeiro de 2010, numa partida fora de casa, contra o Cagliari. Na volta do intervalo, e com o placar em 0 a 0, o meia acabou atingido por um sinalizador arremessado pela torcida do time mandante. Ficou caído por alguns minutos no campo, mas retornou para a continuidade da peleja, apesar de um zunido no ouvido, como ele mesmo relatou. E mesmo diante dessa adversidade, David conseguiu se superar. Marcou um gol de pênalti e ainda viu a equipe abrir 2 a 0 com Perrotta.

Aos 40 minutos da segunda etapa, porém, Ranieri optou por tirar Pizarro do jogo. O treinador jamais saberia que, após a saída do meia, sua equipe iria colapsar. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Já nos acréscimos finais, o time da Sardenha achou dois gols, empatando o duelo. Posteriormente, David afirmou que não queria ter deixado o campo antes do apito derradeiro.

Na Roma, Pizarro atingiu o seu auge e foi dominante em anos de glória para o clube giallorosso (Getty)

Enfim, a temporada 2009-10 foi a última na qual Pizarro se manteve constante. Depois, já um pouco preterido por Ranieri e convivendo com problemas no joelho direito, teve participação limitada na Serie A de 2010-11: apenas 22 partidas. O técnico deixou o cargo, que foi passado a Vincenzo Montella, ex-companheiro do sul-americano. Não durou muito. O chileno ainda atuou em sete jogos no segundo semestre de 2011, sob comando de Luis Enrique, mas acabou sendo emprestado na janela de inverno para o Manchester City. Àquela altura, o técnico espanhol já havia afirmado que não pretendia contar com David para a metade final de 2011-12.

Na Inglaterra, o meia se reencontrou com outro antigo conhecido: Mancini, que havia sido seu técnico na Inter. Foram apenas seis meses para Pizarro em Manchester, numa equipe já rica e recheada de estrelas. Ele atuou em sete partidas e ainda conseguiu um gol e duas assistências, mas nunca foi, de fato, incluído na rotação do elenco. A velocidade do jogo na Premier League talvez não fosse compatível com a cadência costumeira de Pek, embora ele tenha tido pouquíssimo tempo para provar seus atributos. No fim, o chileno pode dizer que fez parte de um título histórico.

Desde 1967-68, o Manchester City não vencia um Campeonato Inglês. E a conquista, após 44 anos, veio com drama de sobra: perdendo por 2 a 1, em casa, para o Queens Park Rangers, o City virou com dois gols nos acréscimos finais, marcados por Edin Dzeko e Sergio Agüero. Só a vitória servia para assegurar a conquista, e ela aconteceu, frustrando o arquirrival Manchester United, que até havia feito a parte dele em Sunderland. Mesmo sem sequer estar no banco na vitória derradeira por 3 a 2, Pizarro pode se orgulhar de ter sido campeão inglês em 2011-12. Este, aliás, foi seu último título por clubes na Europa.

Resgate na Fiorentina e fim de carreira no Chile

De volta à Itália, mas sem espaço na Roma, Pizarro rumou para um novo desafio em Florença, a cidade símbolo do Renascimento. Nada mais adequado para um jogador que buscava resgatar uma boa sequência em um clube relevante da Europa. Na Fiorentina, o chileno chegou no momento certo. Para a temporada 2012-13, a diretoria da Viola promoveu uma reformulação gigantesca, após viver dois anos no marasmo e até lutando contra o rebaixamento.

A equipe havia perdido um de seus jogadores mais importantes nas temporadas anteriores: Riccardo Montolivo. E para suprir a ausência do meio-campista e ex-capitão, a Viola trouxe nomes de peso para o setor. Pizarro se reencontrou com Aquilani, com quem já havia atuado na Roma, e ainda pode atuar junto de Matías Fernández, colega de seleção chilena. Sem contar com a adição de Borja Valero, talentoso organizador de jogo que estava no Villarreal. Para completar, no banco de reservas, outra cara conhecida de David. Vincenzo Montella, há pouco tempo treinador dos giallorossi.

Com essa boa base, a Fiorentina alcançou resultados excelentes de imediato. A sintonia no meio-campo da equipe era notável. As características se completavam, a ponto de Pizarro atuar ainda mais recuado, como um verdadeiro regista. Ao seu lado, Aquilani, Valero e Mati tinham um estilo mais ofensivo, chegando com frequência à área adversária. Isso fez com que David, já veterano, pudesse se desgastar menos. Os números de gols e assistências diminuíram bastante se comparados aos tempos de Roma, mas sua importância permaneceu a mesma dentro da cancha.

Foram três temporadas com a Viola. Em todas, o time terminou o Italiano com a quarta colocação. O azar, porém, é que nesta época apenas os três primeiros da tabela se classificavam para a Champions League. Ainda assim, Pizarro amargou o vice na Coppa Italia de 2013-14, além de participar de boas campanhas nas copas em 2014-15 – semifinal na Liga Europa e no mata-mata nacional. Com seus lançamentos refinados e exímio domínio da bola, o chileno se notabilizou pelos rodopios para se livrar da marcação e dribles em lugares ousados do campo. Cometeu, por conta disso, algumas falhas, mas nada que queimasse sua reputação com a torcida.

Na fase final da carreira, o chileno foi peça importante de uma Fiorentina consolidada na parte alta da tabela da Serie A (Getty)

Em 2015, Pizarro encerrou seu ciclo na Europa — apesar de quase ter retornado depois. Fato é que o chileno assinou com o Santiago Wanderers, seu primeiro time, já na reta final da carreira. No entanto, a passagem pela equipe não saiu como planejado: muitas lesões, apenas oito jogos e contrato rescindido após apenas um ano. David até chegou a conversar com o Pescara, para voltar ao futebol italiano, mas a negociação não avançou.

Somente em 2017, depois de um período parado e sem clube, é que o fantasista assinou com outra antiga equipe: a Universidad de Chile. Por lá, o meia conseguiu ter um final de trajetória digno. Ainda na temporada de estreia, faturou o Clausura do Campeonato Chileno, sua última conquista como jogador de futebol. Em 2018, aos 39 anos de idade, Pizarro se aposentou oficialmente.

Carreira na seleção

Tão conturbado quanto o fim de sua jornada no Chile, foi a relação entre Pizarro e a seleção de seu país. O fantasista fez sua estreia ainda em 1999 e permaneceu até 2005 como um dos principais jogadores da equipe e até conquistou um bronze Olímpico, nos Jogos de Sydney. A desclassificação nas Eliminatórias da Copa de 2006, porém, criou uma grande desilusão no meia, que decidiu se afastar de La Roja.

No entanto, em 2013, ele foi convencido de retornar. Atuou em jogos de Eliminatórias e, então, foi levado por Jorge Sampaoli para a Copa América de 2015. Na semifinal, uma vitória por 2 a 1 contra o Peru, Pizarro fez sua última partida por La Roja. Ele não atuou na finalíssima, diante da Argentina, mas testemunhou um dia histórico: nos pênaltis, o Chile venceu o primeiro título profissional relevante em sua história futebolística. Certamente, um encerramento de trajetória muito mais digno para Pek, que anunciou sua segunda aposentadoria da seleção após a conquista.

Enfim, David Pizarro foi um jogador de jornada tortuosa. Sempre muito valente, batalhou demais para permanecer por quase 17 anos no futebol italiano — além do pequeno período vivenciado na Inglaterra. Um atleta que fugia dos holofotes e se desconectava do mundo quando estava longe dos gramados. Era seu desejo, assim como também foi retornar ao Chile até mais cedo do que necessário, com o objetivo de passar mais tempo com a família. Ele ainda tinha lenha para queimar na Fiorentina. De qualquer forma, cumpriu sua jornada. Realizou mais de 100 partidas pela Viola, assim como pela Udinese. Alcançou feitos grandes em ambos os times.

Já na Roma tornou-se um ídolo. Não só pelos títulos, mas pelo estilo peculiar e autêntico. Quase inovador. Sua inteligência e atrevimento geraram um estilo divertido, de riscos, mas de muita qualidade. Atuou por 207 partidas pela Loba, com 15 gols e impressionantes 53 assistências. Um verdadeiro comandante dentro do terreno de jogo, com todos os ases na manga. A impressão era de que aquele meia pequenino, quase uma formiguinha, era quem dava todas as cartas enquanto estava em campo. Não importava o adversário.

David Marcelo Pizarro Cortés
Nascimento: 11 de setembro de 1979, em Valparaíso, Chile
Posição: meio-campista
Clubes: Santiago Wanderers (1997-98 e 2015-16)), Udinese (1999-2005), Universidad de Chile (2001 e 2017-18), Inter (2005-06), Roma (2006-2012), Manchester City (2012), Fiorentina (2012-15)
Títulos: Bronze Olímpico (2000), Serie A (2006), Coppa Italia (2006, 2007 e 2008), Supercopa Italiana (2005 e 2007), Premier League (2012), Copa América (2015) e Campeonato Chileno (Clausura; 2017)
Seleção chilena: 46 jogos e 2 gols

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