É amanhã! O Campeonato Italiano mais aguardado dos últimos anos tem seu pontapé inicial com duas atrações de encher os olhos. Para começar, às 13 horas, a Juventus vai visitar o Chievo em Verona, no jogo que marcará a estreia oficial de Cristiano Ronaldo. Em seguida, às 15h45, teremos o primeiro jogaço da temporada: Lazio e Napoli medem forças no Olímpico de Roma. Na véspera da rodada inaugural, trazemos nossos últimos pitacos, com projeções sobre dez das equipes que disputarão a competição – clique aqui para ler a primeira parte do guia.
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Publicado também na Trivela. Atualizado com as negociações do fim da janela europeia.
Lazio
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico (73.000 lugares)
Fundação: 1900
Apelidos: Biancocelesti, Biancazzurri, Aquile, Aquilotti
Principal rival: Roma
Participações na Serie A: 76
Títulos: dois
Na última temporada: 5ª posição
Objetivo: vaga na Liga Europa
Brasileiros no elenco: Wallace, Luiz Felipe, Maurício e Lucas Leiva
Técnico: Simone Inzaghi (4ª temporada)
Destaque: Ciro Immobile
Fique de olho: Lorenzo Filippini
Principais chegadas: Francesco Acerbi (z, Sassuolo), Milan Badelj (m, Fiorentina) e Joaquín Correa (mat, Sevilla)
Principais saídas: Stefan De Vrij (z, Inter), Felipe Anderson (mat, West Ham) e Nani (mat, Sporting)
Time-base (3-5-1-1): Strakosha; Luiz Felipe, Acerbi, Radu; Marusic, Parolo, Lucas Leiva, Milinkovic-Savic, Lulic; Luis Alberto; Immobile.
Um dos times mais atraentes os últimos anos de Serie A, a Lazio de Simone Inzaghi promete continuar incomodando nesta temporada. Os celestes perderam apenas De Vrij e Felipe Anderson nesta janela e a alta pedida feita pelo presidente Lotito por Milinkovic-Savic torna uma saída do sérvio praticamente impossível até sexta-feira. Somando a isso os reforços pontuais em todos os setores, o numeroso elenco laziale foi recheado com qualidade. A concorrência por vagas europeias é ferrenha, mas a Lazio brigará até o fim.
A espinha dorsal continua a mesma, com exceção da troca de De Vrij por Acerbi, um dos zagueiros mais regulares da Itália, com mais de 120 jogos seguidos como titular do Sassuolo. Sergej, Parolo e Lucas Leiva dão “quantidade e qualidade” no centro do campo e ganharam um companheiro de alto nível: Badelj, meia vice-campeão mundial adquirido a custo zero junto à Fiorentina. O croata pode jogar ao lado de Lucas ou substitui-lo em alguns momentos.
Grata surpresa da última temporada, Luis Alberto continua com a responsabilidade de municiar Immobile, comandante do ataque laziale. Com as saídas de Felipe Anderson e Nani, porém, ele terá outros concorrentes para a função. A venda do brasileiro ao West Ham serviu para financiar uma dupla de reforços que dão a Inzaghi a possibilidade de diversificar estratégias na parte de criação. Versáteis, Correa e Berisha são ótimas aquisições e terão muitos minutos em campo, já que a Lazio disputa três competições e o treinador tem o hábito de fazer rodízio.
Milan
Cidade: Milão (Lombardia)
Estádio: Giuseppe Meazza (80.018 lugares)
Fundação: 1899
Apelidos: Rossoneri, Diavolo
Principais rivais: Inter e Juventus
Participações na Serie A: 85
Títulos: 18
Na última temporada: 6ª posição
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Brasileiros no elenco: nenhum
Técnico: Gennaro Gattuso (2ª temporada)
Destaque: Gianluigi Donnarumma
Fique de olho: Frank Tsadjout
Principais chegadas: Mattia Caldara (z, Atalanta), Tiemoué Bakayoko (v, Chelsea), Gonzalo Higuaín (a, Juventus)
Principais saídas: Leonardo Bonucci (z, Juventus), André Silva (a, Sevilla) e Nikola Kalinic (a, Atlético de Madrid)
Time-base (4-3-3): Donnarumma; Conti, Caldara, Romagnoli, Laxalt (Rodríguez); Kessié, Bakayoko, Bonaventura; Suso, Higuaín, Çalhanoglu.
Li Yonghong deixou a presidência do Milan tarde demais e sem provocar saudades na torcida. O dirigente não conseguiu cumprir suas promessas e honrar seus compromissos: não cobriu as dívidas da gestão anterior nem saldou o empréstimo junto ao fundo Elliott, que assumiu o controle da agremiação como forma de liquidar os débitos. Por causa da lambança da cartolagem, o clube quase ficou fora da Liga Europa (precisou de recurso ao TAS para manter a vaga) e teve o trabalho no mercado atrasado. O final da quizila, no entanto, foi feliz: mesmo com menos tempo, o Milan se reforçou bem e pode almejar o retorno à Liga dos Campeões.
A única perda realmente relevante foi a de Bonucci, que voltou à Juventus, mas a transação trouxe dois reforços vitais para os rossoneri. A começar por Caldara, zagueiro que já mostrou sua qualidade e que tem potencial de formar com Romagnoli a dupla de centrais do Milan e da Itália por uma década. Vale lembrar ainda que o Diavolo conta com Donnarumma no gol e pode repetir um modelo que já funcionou duas vezes na Juventus: formar uma linha defensiva que também joga junta na seleção. A primeira linha ainda terá o incansável Laxalt, de boa Copa pelo Uruguai.
Nesta temporada Gattuso também poderá contar com o futebol de Conti, que passou a última campanha inteira lesionado. O técnico também vê o time ganhar músculos e intensidade com Bakayoko no lugar de Biglia no centro do campo, completando um setor que já tem Kessié e Bonaventura, que foram os termômetros do time em 2017-18. Mais importante: o Milan conseguiu suprir sua principal carência, que era a necessidade de um goleador que pudesse capitalizar a criatividade de Suso e Çalhanoglu – e, agora, também de Samu Castillejo. Higuaín é um atacante que garante uma alta cota de tentos no campeonato e é um luxo ter Cutrone como opção ao argentino – em vez de Kalinic e André Silva, que fracassaram em Milanello. O Diavolo não tem muita profundidade de elenco, mas tem plenas condições de competir pelo seu objetivo.
Napoli
Cidade: Nápoles (Campânia)
Estádio: San Paolo (60.240 lugares)
Fundação: 1926
Apelidos: Azzurri, Partenopei
Principais rivais: Verona, Juventus, Inter e Milan
Participações na Serie A: 73
Títulos: dois
Na última temporada: 2ª posição
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Brasileiros no elenco: Allan
Técnico: Carlo Ancelotti (1ª temporada)
Destaque: Lorenzo Insigne
Fique de olho: Sebastiano Luperto
Principais chegadas: Alex Meret (g, Spal), Fabián Ruiz (m, Betis) e Simone Verdi (a, Bologna)
Principais saídas: Pepe Reina (g, Milan), Jorginho (m, Chelsea) e Christian Maggio (ld, Benevento)
Time-base (4-3-3): Meret (Ospina); Hysaj, Albiol, Koulibaly, Mário Rui; Allan, Hamsík, Ruiz; Callejón, Mertens, Insigne.
Enquanto todos os adversários se reforçaram, o Napoli é o único postulante pelas primeiras posições da tabela que está imerso em dúvidas. A pré-temporada de horror acentuou o ceticismo da torcida, que já sabia que o time poderia demorar a engrenar em 2018-19. Afinal, a troca de Sarri por Ancelotti teria seus efeitos colaterais. Por mais vencedor que Don Carletto seja, as ideias do seu antecessor ainda estão muito arraigadas no elenco e uma mudança de filosofia não acontece de uma hora para outra.
O sorteio do calendário da Serie A, porém, obriga o elenco partenopeo a pegar no tranco. O Napoli não terá descanso nas sete primeiras rodadas, que reservam aos azzurri confrontos com Lazio, Milan e Juventus, por exemplo. Nesse período, Hamsík ainda estará se adaptando à função de Jorginho e o goleiro Meret estará ausente, por lesão. Seu substituto nos amistosos foi Karnezis, que se saiu muito mal e obrigou o clube a ir atrás de Ospina no último dia da janela. É o colombiano que começa jogando em 2018-19.
As chegadas de Meret, Ruiz e Verdi são bastante interessantes, mas também dão a dimensão das diferenças de receita entre o Napoli e seus rivais. Por sua qualidade, os dois jogadores de linha devem ter chances frequentes nas partidas e têm o potencial de fazer o time depender menos de Hamsík, Mertens e Callejón, que na segunda metade da última temporada ficaram aquém do que podem produzir. Insigne, porém, ainda é o centro de gravidade da equipe napolitana e qualquer chance de sucesso azzurro passa pela habilidade do baixinho.
Parma
Cidade: Parma (Emília-Romanha)
Estádio: Ennio Tardini (27.906 lugares)
Fundação: 1913
Apelidos: Gialloblù, Crociati e Ducali
Principais rivais: Bologna e Reggiana
Participações na Serie A: 25
Títulos da Serie A: nenhum (melhor desempenho: 2ª posição)
Na última temporada: vice-campeão da Serie B; promovido
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: nenhum
Técnico: Roberto D’Aversa (3ª temporada)
Destaque: Amato Ciciretti
Fique de olho: Francisco Sierralta
Principais chegadas: Bruno Alves (z, Rangers), Gervinho (a, Hebei) e Roberto Inglese (a, Chievo)
Principais saídas: Alessandro Lucarelli (z, encerrou carreira), Manuel Scavone (Lecce) e Roberto Insigne (a, Benevento)
Time-base (4-3-3): Sepe; Gazzola, Bruno Alves, Gagliolo, Gobbi; Grassi, Stulac, Dezi; Ciciretti, Inglese, Gervinho.
Para a alegria dos nostálgicos, o Parma está de volta à elite após falir e viver o inferno das divisões inferiores. A equipe crociata é a única na história do futebol italiano a conquistar três acessos consecutivos e chegar à primeira categoria, mas dessa vez precisará se acostumar a ficar na parte baixa da tabela. Afinal, dificilmente os ducali conseguirão algo além do seu objetivo inicial, que é escapar do rebaixamento.
A diretoria foi ao mercado em busca de jogadores experientes, como Gervinho, Bruno Alves e Gobbi, mas também colheu revelações de outras equipes, como Bastoni, Dimarco, Sepe, Grassi e Stulac; sem falar no zagueiro chileno Sierralta, reemprestado pela Udinese, e em Inglese, que terá a missão de marcar a maior parte dos gols da equipe. Por causa da atividade dos cartolas nos bastidores, o time-base parmense será bem diferente do que conquistou o acesso: apenas quatro prováveis titulares ajudaram o time a subir e carregam a experiência daqueles momentos de dificuldades.
Camisa 10 do time, Ciciretti terá mais uma oportunidade de deslanchar na Serie A, e terá a companhia dos rodados e velozes Gervinho e Biabiany, pelos lados do campo. Dois outros jogadores que também não tiveram a oportunidade de disputar a primeira divisão e têm potencial são os meio-campistas Stulac e Dezi, de ótimas atuações na última temporada. O Parma é um time com potencial, mas a capacidade de brigar com força pela permanência dependerá muito de como o inexperiente técnico D’Aversa irá se portar nas rodadas iniciais, que servirão como termômetro das capacidades dos emilianos.
Roma
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico (73.000 lugares)
Fundação: 1927
Apelidos: Giallorossi, Lupi, A Maggica
Principais rivais: Lazio e Juventus
Participações na Serie A: 86
Títulos: três
Na última temporada: 3ª posição
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Brasileiros no elenco: Daniel Fuzato e Juan Jesus
Técnico: Eusebio Di Francesco (2ª temporada)
Destaque: Edin Dzeko
Fique de olho: Nicolò Zaniolo
Principais chegadas: Robin Olsen (g, Kobenhavn), Javier Pastore (mat, Paris Saint-Germain) e Justin Kluivert (a, Ajax)
Principais saídas: Alisson (g, Liverpool), Radja Nainggolan (m, Inter) e Kevin Strootman (m, Marseille)
Time-base (4-3-3): Olsen; Florenzi (Karsdorp), Manolas, Fazio, Kolarov; Cristante, De Rossi (Nzonzi), Pastore; Ünder, Dzeko, Kluivert.
A Roma menos brasileira dos últimos tempos foi um dos times mais ativos do mercado e começou a se mexer cedo, considerando que era grande a possibilidade de negociar Nainggolan e Alisson nesta janela, como acabou acontecendo. Inclusive, o encaixe de seus substitutos será o fiel da balança da temporada giallorossa. Não podemos esquecer como o belga e o brasileiro foram decisivos na Cidade Eterna. Assim como Strootman, negociado a contragosto ao fim da janela europeia.
Aos 28 anos, Olsen chega gabaritado por uma boa Copa do Mundo pela Suécia, mas por outro lado terá sua primeira experiência num grande centro europeu. É uma aposta de Monchi. O novo posicionamento de Pastore, que deve jogar mais recuado, também é um lance de Di Francesco, mas há opções em abundância para o meio-campo, que deu a De Rossi a dura concorrência dos ótimos e dinâmicos Nzonzi e Cristante.
Para 2018-19, Dzeko ganha importância ainda maior para a Roma, pois é o único verdadeiro goleador do elenco – Schick ainda precisa se provar na função. Querido pela torcida, o bósnio tentará melhorar a marca de 16 gols do ano passado e lutará pela artilharia com Cristiano Ronaldo, Icardi, Higuaín e Immobile. O camisa 9 terá o auxílio de muitos jogadores leves pelos lados do campo, com destaque para Justin Kluivert. Destaque do Ajax, o garoto holandês almeja melhor sorte nos gramados da Itália do que seu pai, Patrick, que fracassou no Milan.
Sampdoria
Cidade: Gênova (Ligúria)
Estádio: Luigi Ferraris (36.599 lugares)
Fundação: 1946
Apelidos: Blucerchiati, Doria, Samp
Principal rival: Genoa
Participações na Serie A: 62
Títulos: um
Na última temporada: 10ª posição
Objetivo: vaga na Liga Europa
Brasileiros no elenco: Rafael e Júnior Tavares
Técnico: Marco Giampaolo (3ª temporada)
Destaque: Fabio Quagliarella
Fique de olho: Emil Audero
Principais chegadas: Emil Audero (g, Venezia), Jakub Jankto (m, Udinese) e Grégoire Defrel (a, Roma)
Principais saídas: Emiliano Viviano (g, Sporting), Lucas Torreira (v, Arsenal) e Duván Zapata (a, Atalanta)
Time-base (4-3-1-2): Audero; Bereszynski, Andersen (Tonelli), Colley, Murru; Praet, Linetty, Jankto; Ramírez; Quagliarella, Defrel.
Após uma temporada irregular, de início avassalador e metade final aquém das expectativas, a Sampdoria busca um novo caminho para não ser coadjuvante nesta Serie A. A equipe genovesa terá dura concorrência por uma vaga na Liga Europa, mas oferecerá dificuldades para os adversários e tem perspectiva de terminar o campeonato pelo menos entre os dez primeiros colocados.
O time perdeu vários jogadores importantes, como o goleiro titular Viviano e a dupla de defesa formada por Ferrari e Silvestre, além de dois de seus maiores destaques – Torreira e Zapata. Walter Sabatini, conhecido por ter boa observação do mercado, chegou para trazer bons valores de mercados emergentes e/ou pouco observados. Não decepcionou: da Bélgica, trouxe o defensor gambiano Colley e o volante Peeters; na segundona inglesa pescou o meia central Ronaldo Vieira. Além disso, conseguiu fazer belos negócios ao acertar com Jankto, ex-Udinese, e Defrel, de saída da Roma. Olho ainda no talentoso goleiro Audero, revelado pela Juve.
Por outro lado, a Samp conseguiu segurar seus “poloneses maravilhosos”, cuja importância no elenco deve crescer neste ano. Giampaolo aposta muito na agudez de Bereszynski e no equilíbrio de Linetty. O tridente com Jankto e Praet, aliás, promete muito. Cabe, aqui, um adendo para Kownacki. O atacante receberá mais oportunidades entre os titulares após um ano positivo na Itália e pelo fato de Quagliarella não durar para sempre. A última temporada foi a mais prolífica do veterano, mas também foi marcada por seguidos problemas físicos. A tendência é que o capitão seja preservado com maior frequência.
Sassuolo
Cidade: Sassuolo (Emília-Romanha)
Estádio: Città del Tricolore (21.584 lugares)
Fundação: 1920
Apelidos: Neroverdi, Sasòl
Principal rival: Modena
Participações na Serie A: 6
Títulos: nenhum (melhor desempenho: 6ª colocação)
Na última temporada: 11ª posição
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Rogério e Marlon
Técnico: Roberto De Zerbi (1ª temporada)
Destaque: Domenico Berardi
Fique de olho: Jens Odgaard
Principais chegadas: Gian Marco Ferrari (z, Sampdoria), Kevin-Prince Boateng (mat, Eintracht Frankfurt) e Enrico Brignola (a, Benevento)
Principais saídas: Francesco Acerbi (z, Lazio), Luca Mazzitelli (v, Genoa) e Matteo Politano (a, Inter)
Time-base (4-3-3): Consigli; Lirola, Ferrari, Lemos (Marlon), Peluso; Boateng, Magnanelli (Locatelli), Duncan; Berardi, Babacar, Brignola (Di Francesco).
O susto em 2017-18 parece ter feito o Sassuolo acordar para a realidade. O flerte com o rebaixamento e a dependência quase total do futebol de Politano não combinavam com um clube que, desde que aportou na Serie A, se destaca pela organização e pelo planejamento. Parece que as coisas voltam aos trilhos nesta temporada, embora o time tenha perdido dois de seus principais jogadores e algumas outras peças importantes e experientes.
Escolhido para este momento de transição, o técnico De Zerbi mostrou qualidades mesmo no fraco Benevento e tem um estilo ofensivo, que dialoga com a identidade que o Sassuolo criou – e acabou perdendo na última temporada. O regular Acerbi rumou à Lazio, mas Ferrari, Marlon e Lemos podem formar uma dupla de zaga bem razoável – contando ainda que Magnani, adquirido e emprestado pela Juve nesta janela, vá se ambientar. Com a saída de Politano, as atenções se voltam novamente para Berardi, que vem de três campanhas negativas, muito aquém do mostrado em seus dois primeiros anos na elite. É a hora de explodir.
O atacante calabrês contará com o apoio de Brignola, um dos melhores pontas da última Serie A. O baixinho é conhecido de De Zerbi, que o treinou no Benevento, e é um dos tantos jovens jogadores que a equipe trouxe nesta janela – para contrastar com a experiência de Boateng, ex-Milan. Di Francesco, Brignola e Locatelli chegam para jogar, enquanto Sernicola, Boga, Odgaard e Scamacca são nomes interessantes para o futuro, mas que já têm condições de brilharem no presente. Com tantos atributos, quem sabe os neroverdi não surpreendam mais uma vez?
Spal
Cidade: Ferrara (Emília-Romanha)
Estádio: Paolo Mazza (13.135 lugares)
Fundação: 1907
Apelidos: Spallini, Biancazzurri, Estensi
Principais rivais: Bologna, Reggiana e Modena
Participações na Serie A: 18
Títulos: nenhum (melhor desempenho: 5ª colocação)
Na última temporada: 17ª posição
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Felipe e Everton Luiz
Técnico: Leonardo Semplici (5ª temporada)
Destaque: Mirco Antenucci
Fique de olho: Lorenzo Dickmann
Principais chegadas: Johan Djourou (z, Antalyaspor), Mohamed Fares (a, Verona) e Andrea Petagna (a, Atalanta)
Principais saídas: Alex Meret (g, Napoli), Federico Mattiello (ld, Bologna) e Alberto Grassi (v, Parma)
Time-base (3-5-2): Gomis; Thiago Cionek, Felipe, Djourou; Lazzari, Schiattarella, Viviani, Kurtic, Costa (Fares); Petagna, Antenucci.
A Spal não disputou muitas vezes a primeira divisão italiana, mas quando o fez foi um osso duro de roer. Nas 17 participações anteriores, a equipe de Ferrara foi rebaixada em apenas duas oportunidades, nos anos 1960. O menor período que os estensi passaram na elite durou três anos. Então não espere que o time do competente Semplici vá vender barato a sua permanência na Serie A.
O único treinador que tem mais tempo de trabalho que Semplici na Itália é Allegri, da Juventus. Isso dá a dimensão do quão importante o toscano é para o funcionamento do time emiliano. O 3-5-2 físico e organizado é a chave para que o time some pontos e, de grão em grão, atinja seu objetivo. Na última temporada, a Spal foi a equipe que menos perdeu partidas entre os dez últimos colocados. Com um sistema defensivo pouco modificado e que ganhou a experiência de Djourou, esta deve ser a tônica do time outra vez.
Os biancazzurri privilegiam os ataques pelas laterais e, neste contexto, Lazzari e Costa se destacaram muito na Serie A 2018-19. Acabou faltando um atacante de área mais prolífico para que as chances criadas fossem aproveitadas com maior frequência. Petagna não é exatamente um goleador, mas oferece características diferentes das de Paloschi e, com sua eficiência no pivô, pode fazer com que o capitão Antenucci até amplie sua boa média de gols. Chegando de trás, o veterano atacante é a maior esperança da fiel torcida spallina.
Torino
Cidade: Turim (Piemonte)
Estádio: Olímpico Grande Torino (28.177 lugares)
Fundação: 1906
Apelidos: Toro, Granata
Principal rival: Juventus
Participações na Serie A: 75
Títulos: sete
Na última temporada: 9ª posição
Objetivo: vaga na Liga Europa
Brasileiros no elenco: Lyanco e Bremer
Técnico: Walter Mazzarri (2ª temporada)
Destaque: Andrea Belotti
Fique de olho: Vitalie Damascan
Principais chegadas: Roberto Soriano (m, Villarreal), Souahilo Meïté (m, Bordeaux) e Simone Zaza (a, Valencia)
Principais saídas: Nicolás Burdisso (z, sem clube), Cristian Molinaro (le, Frosinone) e Antonio Barreca (le, Monaco)
Time-base (3-4-1-2): Sirigu; Bremer, Nkoulou, Izzo; De Silvestri, Baselli (Soriano), Meïté (Rincón), Ansaldi; Falque (Ljajic); Zaza, Belotti.
O Torino é um dos times italianos que menos tiveram modificações no elenco de uma temporada para a outra. Com o orçamento comprometido quase que inteiramente para contratar em definitivo jogadores que estavam emprestados e já eram muito utilizados por Mazzarri, a gestão de Urbano Cairo resolveu se movimentar de verdade só no último dia da janela, quando adquiriu Soriano e Zaza. É possível brigar por vaga europeia, mas o time se contentará com uma campanha de preparação para voos maiores – mais uma vez.
Há alguns anos o Toro se restabeleceu como uma força capaz de oferecer dificuldades para os gigantes e ficar na metade superior da tabela, mas nada além disso. A história deve se repetir em 2018-19. O adiamento de planos ambiciosos incomoda a torcida, mas o fato de o clube ter vivido momentos terríveis nos anos 1990 e 2000 (com direito a uma falência em 2005) não deixa o ambiente pesado. Ademais, as poucas contratações feitas pela diretoria deixam a equipe ainda mais à feição de seu treinador, que pegou o bonde andando na última campanha.
Izzo e Bremer já mostraram na pré-temporada que agradaram a Mazzarri e devem receber minutos durante a temporada, até porque o Toro não tem muitos zagueiros no elenco e alguns deles, como Moretti, têm idade avançada. O trio de meio-campistas centrais tem a compleição física e psicológica de que o treinador gosta, o que acaba por liberar um ou dois entre Falque, Ljajic, Niang e Edera para flutuarem e criarem as principais chances dos grenás. Agora com a companhia de Zaza, Belotti continua absoluto no comando do ataque e finalmente se livrou dos problemas físicos que o atormentaram na última Serie A. A expectativa é de que o Galo volte a marcar muitos gols na campanha do Torino.
Udinese
Cidade: Údine (Friul-Veneza Júlia)
Estádio: Friuli-Dacia Arena (25.144 lugares)
Fundação: 1896
Apelidos: Bianconeri, Friulani e Zebrette
Principais rivais: Venezia e Triestina
Participações na Serie A: 46
Títulos: nenhum (melhor desempenho: vice-campeã)
Na última temporada: 14ª posição
Objetivo: escapar do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Nícolas, Samir e Felipe Vizeu
Técnico: Julio Velázquez (1ª temporada)
Destaque: Kevin Lasagna
Fique de olho: Mamadou Coulibaly
Principais chegadas: Juan Musso (g, Racing), Rolando Mandragora (v, Crotone) e Ignacio Pussetto (a, Huracán)
Principais saídas: Emil Hallfredsson (m, Frosinone), Jakub Jankto (m, Sampdoria) e Danilo (z, Bologna)
Time-base (4-2-3-1): Musso; Stryger Larsen, Opoku, Nuytinck, Samir; Fofana, Mandragora; De Paul, Barák, Pussetto; Lasagna.
Temporada após temporada, a Udinese vai brincando com fogo e fazendo apostas arriscadas. Sem dúvidas, a equipe friulana é a maior incógnita desta Serie A (muito além do já citado Napoli) por ser uma contradição ambulante e manter uma política errática no mercado de técnicos e transferências.
Começamos pela inusitada escolha do treinador para a temporada. Anunciado como verdadeiro desconhecido pela torcida, Velázquez tem alguma experiência na segunda divisão espanhola e teve como melhor resultado a classificação do Murcia para os play-offs de acesso à elite, em 2014. Nas duas últimas temporadas, salvou o Alcorcón da queda para a terceirona e chegou às quartas de final da Copa do Rei em uma ocasião. É o suficiente para ter sucesso na Serie A?
Por outro lado, os bianconeri fizeram a contratação mais cara de sua história nesta janela: Mandragora, volante que jogou pelo Crotone emprestado pela Juve e chegou à seleção italiana. Ele formará uma dupla interessante e dinâmica com Fofana, mas é uma das poucas certezas desta equipe. As outras são Barák e Lasagna, que criam oportunidades por si só e são capazes de marcar gols importantes. Mais do que nunca eles serão vitais para evitar que a Udinese corra o mesmo risco de rebaixamento da temporada 2017-18 – ou emoções ainda maiores.
Gostei das últimas contratações da Sampdoria. Briga entre 5º e 8º na minha opinião.
O Sassuolo é time chato, se vacilar pode beliscar uma Liga Europa. A Roma é franca atiradora na luta pelo título, que certamente ficará entre Juventus e Inter, os melhores plantéis sem dúvida, ligeira vantagem p/ Juventus. O Milan é uma incógnita, espero que lutem entre os 4 desde o início. O Napoli manteve o time, não é páreo p/ a Juventus, c/ a mudança de treinador o time vai ter de se reencaixar, não deve lutar pelo scudetto.