Seguindo a tendência dos últimos anos, a Serie A, claro, não deixou de revelar bons valores durante a temporada 2018-19. Enquanto futuros craques do Belpaese deram as caras no futebol profissional pela primeira vez, a exemplo da joia Zaniolo, outros tiveram experiências ainda melhores do que nas divisões inferiores, como Audero, Bennacer e Kouamé, já protagonistas na Serie B do ano passado. Também não esquecemos de outros estrangeiros, que deixaram suas marcas na primeira prova na Itália.
Quando falamos em jovens talentos do futebol italiano, Chiesa é um dos primeiros nomes que vêm à cabeça do público. No seu terceiro ano como titular, assumiu a capitania da Fiorentina algumas vezes e continua atraindo interesse de grandes clubes, mas ainda é um talento muito bruto, cuja efetividade ainda pode aumentar – participou de apenas nove gols, por exemplo. Aproveitamento muito melhor tem o fenômeno Kean, que inclusive roubou o posto de Federico no time de Roberto Mancini e surgiu como um talismã para a Juventus a partir de março.
Ambos estiveram entre as revelações de 2016-17, juntamente com Locatelli e Barella, que fizeram bom ano e deverão mudar de cores neste verão. Por outro lado, Caldara, coadjuvante no negócio que levou Bonucci de volta para a Juventus, não teve sorte em seu primeiro ano no Milan: sofreu com duas lesões graves, a primeira no tendão de Aquiles e a segunda no ligamento cruzado do joelho, disputando apenas duas partidas oficiais pelo Diavolo. Outro zagueiro de futuro, que fez parte da lista de 2017-18, Romagna também sofreu com problemas físicos e jogou pouco.
Houve jovens defensores que brilharam, porém. Cria da Atalanta, Bastoni já foi vendido a peso de ouro para a Inter e jogou um turno como titular do Parma, como zagueiro ao lado do experiente Bruno Alves ou como lateral-esquerdo, e deu boa resposta na retranca do treinador Roberto D’Aversa. Milenkovic também se redescobriu taticamente como lateral-direito na Fiorentina, mostrando boa desenvoltura nos apoios, apesar do ano confuso do time de Florença. Evolução acompanhada por outros jogadores da última leva de jovens revelados no campeonato, como Meret, Rogério e Orsolini.
Já protagonista no futebol da Argentina e bem no primeiro ano na Juventus, Bentancur manteve sua trajetória de evolução e jogou quatro vezes mais como titular – inclusive, entrou mais em campo do que os badalados alemães Sami Khedira e Emre Can. Caminhada igualmente percorrida por Lautaro Martínez, que trocou o Racing pela Inter e deu boa resposta quando teve mais chances, devido ao caos proporcionado pelo amigo Icardi – ainda que seus esforços tenham sido insuficientes para repor os gols do compatriota. Quem decepcionou mesmo foi o romanista Kluivert, assim como várias das contratações de verão feitas por Monchi.
Reservas em 2018, Mancini e Andersen deram o que falar por Atalanta e Sampdoria. Na pauta de clubes maiores, entraram para o grupo dos melhores zagueiros da Serie A. Lyanco deu boa resposta no empréstimo para o Bologna em janeiro, reencontrando a forma sob as ordens de Mihajlovic, seu ex-treinador. Na bagunça que foi o Chievo, Depaoli encontrou um caminho para superar as expectativas na ala direita, ao passo que o goleiro Dragowski aproveitou seus meses emprestado ao Empoli e, estatisticamente, foi um dos melhores da posição no returno. Nenhum deles, contudo, foi revelado na atual temporada.
Nossa lista conta com 15 nomes, mas aproveitamos o ensejo para citarmos mais alguns jovens que se destacaram, mas de forma menos marcante que os escolhidos. Jogadores como os defensores Calabresi, Luperto, Magnani e Hancko, que receberam oportunidades significativas na temporada. O primeiro, cria da Roma, chegou a ser titular do Bologna com Inzaghi, mas perdeu o lugar com Mihajlovic devido a sua inconsistência. O mesmo ocorreu com Magnani, emprestado ao Sassuolo pela Juventus: o zagueiro também jogou menos desde a virada do ano, uma vez que perdeu espaço para um dos nossos selecionados.
A se observar o napolitano Luperto e o viola Hancko, que poderão receber mais minutos no próximo ano – em especial o eslovaco da Fiorentina, sobretudo em caso de saída de Biraghi. O meia Valzania, emprestado pela Atalanta ao Frosinone em janeiro, deixou boa impressão quando entrou em campo, enquanto o laziale Pedro Neto desponta como uma das maiores promessas portuguesas, mas ainda foi pouco explorado na Serie A: teve cerca de 40 minutos em quatro partidas e, quem sabe, aparece na seleção de 2019-20. Sem mais delongas, vamos à nossa lista atual.
Emil Audero
Idade: 22 anos (18 de janeiro de 1997)
Posição: goleiro
Jogos (minutos): 36 (3463)
Clube: Sampdoria
Produto da base da Juventus, Audero foi emprestado para a Sampdoria em um negócio para o qual muita gente olhou torto no verão. Melhor goleiro da Serie B com o Venezia, o jogador que representa a Itália nas seleções juvenis e também tem origem indonésia chegou em Gênova para ser titular e substituto de Viviano. Rapidamente dirimiu as dúvidas, sendo um dos melhores da posição no primeiro turno e fazendo os blucerchiati ativarem sua opção de compra por 20 milhões de euros.
Assim como todo o time de Marco Giampaolo, caiu de rendimento no returno, quando os atritos entre o presidente Massimo Ferrero e o demissionário diretor Walter Sabatini afetaram as atuações do elenco. Porém, Audero ainda fechou a temporada com bons números, ficando 11 jogos sem sofrer gols e sendo o décimo goleiro com mais defesas (96).
Andrei Radu
Idade: 21 anos (28 de maio de 1997)
Posição: goleiro
Jogos (minutos): 33 (3152)
Clube: Genoa
Por falar em caos e Gênova, Radu não foi atrapalhado pelo contexto conturbado do Genoa no seu primeiro ano como titular na Serie A. Descoberto pela Inter aos 16 anos, o romeno chegou a jogar alguns minutos em 2016, com Roberto Mancini, antes de passar quase um ano parado por uma grave lesão nas costas. Radu se recuperou no Avellino, na segundona, e foi emprestado pelos nerazzurri aos grifoni na atual temporada. O romeno chegou para ser reserva do veterano Marchetti, mas em outubro tomou-lhe o posto e se destacou com defesas impressionantes: foram 100 no total, que lhe colocaram como o sétimo mais participativo do campeonato.
Por questões contratuais, será adquirido em definitivo pelo Genoa, por 8 milhões de euros, mas seu retorno a Milão é questão de tempo, já que a Inter tem direito de recompra. Resta saber se será considerado como futuro substituto de Handanovic ou se será apenas mais um jovem vendido acima do valor de mercado para que o clube mantenha as contas no azul – Radu tem sido sondado pela Roma.
Cristian Romero
Idade: 21 anos (27 de abril de 1998)
Posição: zagueiro
Jogos (minutos): 27 (2478)
Clube: Genoa
Companheiro de defesa de Radu, o argentino Romero chegou relativamente desconhecido do Belgrano, mas hoje está consolidado como um zagueiro de boa saída e agressividade. O defensor, que foi formado como lateral-direito, também aproveitou a mudança de comando técnico, em outubro, para conquistar seu espaço: a estreia na Serie A veio em partida fora de casa contra a Juventus, ocasião em que teve grande desempenho e ajudou a garantir o empate para o Genoa.
Romero manteve a forma nos meses seguintes mesmo em um ambiente hostil, e terminou a temporada como o sétimo da posição com mais desarmes (60) no campeonato, sendo driblado apenas onze vezes. Além disso, teve boa presença ofensiva, com uma assistência (de calcanhar) e dois gols – sendo um importantíssimo, no empate por 1 a 1 contra a Roma. Já está negociado com a Juve e fará parte do processo de reformulação do sistema defensivo bianconero.
Merih Demiral
Idade: 21 anos (5 de março de 1998)
Posição: zagueiro
Jogos (minutos): 14 (1360)
Clube: Sassuolo
A chegada de Demiral passou despercebida por muita gente durante a correria dos últimos dias da janela de transferências do mercado de janeiro. Oriundo da base do Fenerbahçe, o zagueiro rodou sem destaque no futebol português, atuando pelo time B do Sporting, até retornar para a Turquia e defender o Alanyaspor, onde foi titular em 2018. Emprestado ao Sassuolo (com obrigação de compra) o turco só estreou um mês depois, mas desde então não saiu mais da formação de Roberto De Zerbi.
Zagueiro forte e de imposição, cometeu poucos erros no setor que costuma dar dor de cabeça para os neroverdi e mostrou sua força no ataque, sendo uma constante ameaça em bolas paradas. Se o Alanyaspor já lucrou o dobro pelo que pagou em menos de um ano, quanto o Sassuolo ganhará?
Luca Pellegrini
Idade: 20 anos (7 de março de 1999)
Posição: lateral-esquerdo
Jogos (minutos): 16 (1167)
Clubes: Roma e Cagliari
Uma das maiores promessas italianas da sua geração, Pellegrini finalmente conseguiu mostrar seu potencial nos últimos meses. Para isso, teve que se distanciar da sua casa, a Roma, equipe pela qual fez toda sua formação. No clube de Trigoria, o lateral treinou com o time principal por três temporadas, mas foi frustrado por algumas lesões graves, incluindo um rompimento do ligamento cruzado e uma fratura da patela.
Depois de quatro partidas pelos giallorossi na primeira metade de 2018-19, Pellegrini foi emprestado ao Cagliari por seis meses, somou duas assistências e muita participação ofensiva, potencializada por seus dribles e cruzamentos. Por outro lado, o comportamento explosivo do jovem, que é agenciado pelo polêmico Mino Raiola, ainda não foi controlado: recebeu seis cartões amarelos e dois vermelhos.
Ismaël Bennacer
Idade: 21 anos (1º de dezembro de 1997)
Posição: meio-campista
Jogos (minutos): 37 (3168)
Clube: Empoli
Um dos melhores volantes da Serie B no ano passado, Bennacer não teve problemas de adaptação em um campeonato mais competitivo nem sentiu as diferentes formas de utilização que teve sob os comandos de Aurelio Andreazzoli e Beppe Iachini. Em termos estatísticos, sua primeira temporada na elite se assemelha muito com a de Torreira na Sampdoria: teve médias de passes e desarmes equivalente às do uruguaio, e foi o quinto maior ladrão de bolas do campeonato, com 94.
Cria do Arsenal, o argelino foi contratado por 1 milhão de euros em 2017 e se destaca também pela criatividade e pela habilidade nas bolas paradas, sendo muito eficaz em passes longos, como Pjanic, e o líder de assistências do Empoli (foram cinco). Não surpreende, portanto, que esteja sendo observado pelos grandes clubes da liga, que precisam de novos registas.
Ronaldo Vieira
Idade: 20 anos (19 de julho de 1998)
Posição: meio-campista
Jogos (minutos): 14 (655)
Clube: Sampdoria
O multicultural Vieira não é nenhum inexperiente no futebol. Nascido em Guiné-Bissau, criado em Portugal e Inglaterra, por duas temporadas foi titular do Leeds na Championship, e estava nos planos de Marcelo Bielsa. Chegou a usar a braçadeira nos amistosos dos Whites na pré-temporada, mas foi escolhido como um dos substitutos de Torreira na Sampdoria, e acabou contratado no final do verão. Reserva do experiente Ekdal, Vieira jogou menos do que o esperado, mas deixou boa impressão nos últimos meses – quando teve mais oportunidades – e deverá evoluir conforme estiver mais adaptado à vida em Gênova.
Embora seu pai pensasse em grandes atacantes quando registrou seus filhos (o irmão gêmeo do doriano se chama Romário), Ronaldo se transformou num volante físico, com boas estatísticas em desarmes e interceptações. O guineense também gosta de chutar de fora da área e fazer lançamentos longos – frutos da formação em Leeds.
Hamed Traorè
Idade: 19 anos (16 de fevereiro de 2000)
Posição: meio-campista
Jogos (minutos): 32 (2400)
Clube: Empoli
Um dos tantos jovens africanos que se mudam para a Itália em busca de uma vida melhor, o garoto Traorè passou sua infância entre Parma e o interior da Toscana, sofrendo com problemas de adaptação por causa da língua e por causa da burocracia com documentação – sua família não queria ficar ilegal no país. Aos 15 anos, o marfinense foi contratado pelo Empoli, clube pelo qual se destacou na campanha do vice-campeonato azzurro na Copa Viareggio de 2017.
Reserva na Serie B, assumiu protagonismo na elite e formou a trinca de meias do time com Bennacer e Krunic, chamando atenção por sua qualidade técnica para controlar a pelota e driblar, além das enfiadas de bola e disposição para desarmar. Em janeiro, chegou a acertar para a próxima temporada com a Fiorentina, mas a diretoria azzurra informou, nesta semana, que a papelada não foi depositada na liga. Com isso, fica incerto se provará seu enorme potencial no jovem elenco violeta ou se outro clube irá aproveitar a brecha para contratá-lo.
Sofian Kiyine
Idade: 21 anos (2 de outubro de 1997)
Posição: meio-campista
Jogos (minutos): 23 (880)
Clube: Chievo
Outra figura multicultural que o futebol nos permite conhecer, Kiyine tem três passaportes, graças ao pai marroquino, à mãe italiana e a seu nascimento e desenvolvimento humano na Bélgica. Em 2015, com 18 anos, efetivou a mudança da base do Standard Liège para a do Chievo – clube que tem um scouting interessante. O jovem meia teve uma curta experiência de 65 minutos na Serie A em 2017 e esteve emprestado à Salernitana na temporada passada.
Após o ano de maturação na segundona, foi aproveitado por Lorenzo D’Anna, que fora seu técnico no sub-19, e manteve um espaço relevante com Domenico Di Carlo. Jogador da seleção sub-21 de Marrocos, Kiyine foi titular algumas vezes e mostrou grande versatilidade, atuando como lateral pela direita, pela esquerda e até mesmo como meia-atacante: em 2018-19, registrou uma assistência, além de boas médias em dribles e duelos defensivos. Por outro lado, sua indisciplina é constatada pelo alto número de cartões amarelos (sete), reflexo de um desordenado time do Chievo.
Mattias Svanberg
Idade: 20 anos (5 de janeiro de 1999)
Posição: meio-campista
Jogos (minutos): 23 (1262)
Clube: Bologna
Revelação do Malmö em 2016, Svanberg é uma das maiores promessas do futebol sueco e isso foi refletido pelo valor pago pelo Bologna no verão: cerca de 5 milhões de euros. O montante investido se justificou pela maturidade com a qual assumiu um posto no meio-campo nos primeiros meses da temporada, vencendo uma forte concorrência no setor e registrando duas assistências através de arrancadas e cruzamentos.
Convocado para a seleção principal em novembro, Svanberg perdeu espaço na virada do ano, depois da contratação de Soriano e do retorno de Dzemaili, que chegaram para tentar evitar uma provável queda do Bologna. Mihajlovic privilegiou jogadores experientes e lhe deu apenas duas oportunidades como titular e mais seis no decorrer das partidas, mas a impressão que ficou é a de que teve um bom desempenho. Sua evolução deverá ser observada de perto.
Nicolò Zaniolo
Idade: 19 anos (2 de julho de 1999)
Posição: meia-atacante
Jogos (minutos): 27 (1858)
Clube: Roma
Cria da base da Fiorentina, Zaniolo foi preterido pela viola aos 17 anos: considerado imaturo para integrar o time Primavera (sub-19), ficou sem contrato e assinou com a Virtus Entella. O meia chegou a jogar algumas vezes pelo clube da Ligúria na Serie B e passou à Inter, onde foi protagonista do time sub-19 da Inter no último ano. Sua história na Roma começou quando foi uma das moedas de troca na negociação que levou Nainggolan para Milão, sendo avaliado em 4,5 milhões de euros. Depois de alguns meses, da convocação para a seleção italiana e da estreia em pleno Santiago Bernabéu, encarando o Real Madrid pela Liga dos Campeões, esse valor subiu para as nuvens: segundo o Transfermarkt, o meia está avaliado em 40 milhões.
Por causa das lesões de Pastore e Pellegrini, Eusebio Di Francesco apostou no garoto, que se tornou presença constante do time desde outubro. Versátil e forte, Zaniolo chama mais atenção ainda por sua capacidade para passar, driblar e chutar com o pé canhoto. O romanista registrou quatro gols e duas assistências no campeonato – o primeiro deles, contra o Sassuolo, foi espetacular – além de uma doppietta nas oitavas da UCL contra o Porto. Muito jovem, ainda é um talento bruto, que pode ser trabalhado. Nicolò sofreu com a queda de rendimento nos últimos meses e acumulou também muitos cartões amarelos (oito), mas não à toa se tornou uma das grandes esperanças para o futuro da Itália.
Emanuel Vignato
Idade: 18 anos (24 de agosto de 2000)
Posição: meia-atacante
Jogos (minutos): 10 (681)
Clube: Chievo
Talento italiano de sangue brasileiro, Vignato nasceu e cresceu no Belpaese, mas sua mãe é cearense – e isso torna fácil entender tamanha habilidade com a bola. Revelação precoce da base do Chievo, desde os 15 anos frequenta o bom time sub-19 dos clivensi e, inclusive, já foi artilheiro no Primavera. Sua estreia na Serie A veio ainda em 2017, quando jogou pouco mais de 30 minutos. As primeiras chances reais vieram desde que o rebaixamento da sua equipe foi decretado, no início de abril. Àquela altura, porém, o trequartista já havia passado pelas seleções sub-17 e sub-18 da Itália e também já havia estreado pelo time sub-19.
Com a queda do Chievo, Vignato se tornou um dos garotos lançados por Domenico Di Carlo no time titular, visando a renovação do elenco mais velho da competição, que será profundamente reformulado para a disputa da Serie B. Além de um golaço no Olímpico contra a Lazio, o ítalo-brasileiro também deu uma assistência e seus dribles e cobranças de falta chamam atenção. Dizem que seu irmão Samuele, quatro anos mais novo e titular da sub-15 azzurra, é ainda mais promissor: ambos já foram sondados pela Inter na última janela de inverno.
Mehdi Léris
Idade: 20 anos (23 de maio de 1998)
Posição: atacante
Jogos (minutos): 23 (1696)
Clube: Chievo
Seguimos em Verona para provar que mesmo um time desordenado pode revelar bons jovens talentos – ainda que, nem sempre, eles possam evitar um rebaixamento anunciado. Não à toa, o francês Léris é o terceiro jogador do Chievo a aparecer na lista, e com muitos méritos. Atacante de origem, teve destaque no sub-19 do clube e também no da Juventus, quando emprestado em 2016-17, jogando na ponta direita.
Apesar de ter sido formado como ponta na base do clube veronês, a experiência de Léris na Serie A foi um pouco diferente. Utilizado como ala e meia no lado destro, mostrou disposição para defender e vencer duelos defensivos, mas sem perder suas características de conduzir a bola e buscar o um contra um: apesar de não ter feito gols, foi responsável por duas assistências. Outro filho do multiculturalismo – tem pai espanhol, mãe argelina e nasceu e cresceu na França –, Mehdi está sendo observado por Djamel Belmadi, que estaria buscando convencê-lo a integrar a seleção da Argélia.
Andrea Pinamonti
Idade: 20 anos (19 de maio de 1999)
Posição: atacante
Jogos (minutos): 27 (1742)
Clube: Frosinone
Demorou, mas enfim Pinamonti teve uma oportunidade honesta na Serie A. Cria da Inter, fez parte do elenco principal nerazzurro entre o fim de 2016 e meados de 2018, dividindo as atividades ao lado dos profissionais com muitos gols na base. No ano passado, uma grave lesão e a assinatura de contrato com o agente Mino Raiola acabaram atrapalhando um pouco sua sequência na Beneamata, que o emprestou para o Frosinone.
No Lácio, “Pinagol” fez valer a expectativa que seus anos de base geraram em torno de si – além de ter ido bem na Inter, integrou todas as seleções italianas a partir do sub-15 e foi vice-campeão europeu sub-19 em 2018. Titular por quase um turno completo, o bomber trentino marcou cinco gols e deu três assistências, mostrando sua precisão na finalização e a habilidade no jogo aéreo, rivalizando a função de pivô com o veterano Ciofani. O gol de fora da área contra a Fiorentina com certeza ficou marcado no seu primeiro ano na elite. No momento, Pinamonti está jogando o Mundial sub-20 pela Itália e, na condição de capitão dos azzurrini, já deixou um gol decisivo contra o Equador.
Christian Kouamé
Idade: 21 anos (6 de dezembro de 1997)
Posição: atacante
Jogos (minutos): 38 (3241)
Clube: Genoa
Outro jogador com passagem pela Inter, Kouamé está desde os 16 anos na Itália, quando foi recrutado da Costa do Marfim pelo Prato, parceiro nerazzurro na base. Após defender a Sestese e passar pelos juvenis do Sassuolo, por empréstimo, o marfinense estreou no profissional do Prato, na terceira divisão. Com boas atuações, foi cedido à Inter para disputar a Copa Viareggio, na qual marcou dois gols que lhe garantiram a continuidade por mais alguns meses – e um título da Coppa Italia sub-19. O sucesso lhe rendeu uma transferência ao Cittadella, da Serie B: por lá, foi o artilheiro do time em 2017-18, com 12 gols, e protagonista da campanha que levou o modesto clube vêneto ao playoff de acesso. Nesta temporada, mostrou no Genoa que é mais um atacante marfinense de futuro promissor.
Contratado por cerca de 6 milhões de euros, foi uma pedra no sapato para grandes clubes, deixando duas assistências contra a Juventus e um gol contra o Napoli: ao todo, registrou quatro tentos e cinco passes. Apesar do físico franzino, se destaca pela altura e pelo equilíbrio, o que o tornou peça-chave nos sistemas do Genoa para servir de referência nos lançamentos. Atrás apenas de Pavoletti, é o segundo jogador com mais duelos aéreos vencidos (190 em impressionantes 359 disputas), mas não se limita somente a isso, pois tem bons números em dribles e é bastante versátil. Na metade final do campeonato, foi utilizado na ponta esquerda por Cesare Prandelli, mas foi mais efetivo quando teve Piatek a seu lado e ficou mais próximo ao gol adversário. Suas boas atuações lhe renderam convocações para o time olímpico da Costa do Marfim: o time principal dos Elefantes lhe aguarda.