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Na Inter, Lukaku e Sánchez têm chance de recuperar o prestígio perdido no Manchester United

Lukaku, craque da Inter

“Eles [Manchester United] têm que encontrar alguém [para culpar nas derrotas]. É o [Paul] Pogba, sou eu ou o Alexis [Sánchez]. Somos nós três o tempo todo”. Foi sintomático o desabafo de Romelu Lukaku sobre o tratamento que recebia no Manchester United, dado no podcast “LightHarted”, de Josh Hart, jogador da NBA. O atacante evidencia como o clube inglês enxergava alguns jogadores como bodes expiatórios nas derrotas. Agora na Inter, o belga tem a chance de provar seu valor aos Red Devils. E, para isso, contará com a ajuda de um amigo que também não guarda boas memórias do United.

Após semanas de especulação, Alexis Sánchez foi oficializado nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, como reforço nerazzurro. O chileno, que deixa Manchester como um tremendo flop, assinou contrato de empréstimo simples – ou seja, sem direito ou obrigação de compra – até junho do ano que vem. Segundo a imprensa italiana, a Inter dividirá o alto salário do Niño Maravilla (12 milhões de euros anuais) com o United: os italianos pagarão 5 milhões de euros, enquanto os ingleses bancarão os 7 mi restantes.

Junto com Lukaku, Sánchez é um grande incremento ao setor ofensivo da Inter, que ainda conta com Lautaro Martínez, Matteo Politano e Sebastiano Esposito. O argentino Mauro Icardi segue como atleta do clube, mas, a princípio, não faz parte dos planos do treinador Antonio Conte. No sistema 3-5-2, a tendência é que o chileno brigue com Lautaro e Politano para ser o companheiro de ataque do belga.

Escanteado no United, Sánchez retorna à Itália em busca de recuperar seu melhor futebol. Hoje com 30 anos, o atleta foi uma das contratações mais bombásticas da janela invernal de 2018, custando 70 milhões de euros aos cofres dos Red Devils. À época, vinha de ótimas temporadas com a camisa do Arsenal e estava na mira do rival citadino, o Manchester City. Optou pelos vermelhos, mas não correspondeu às expectativas. Banco nas gestões de José Mourinho e Ole Gunnar Solskjaer, entrou em campo 45 vezes, marcou só cinco gols e forneceu nove assistências.

No Manchester United, a parceria entre os amigos Sánchez e Lukaku não deu muito certo, à exceção de uma partida contra o Swansea, pela Premier League, em março de 2018. Alexis deu o passe para Romelu abrir o placar no Old Trafford e sacramentou a vitória marcando o 2 a 0 ante a equipe galesa. Na Inter, a expectativa da torcida nerazzurra é de que a dupla seja muito mais eficaz.

Visando redenção após a cinzenta jornada no United, Sánchez se atém à sua excelente passagem pela Udinese, equipe que o projetou para o futebol de elite. Entre 2008 e 2011, Alexis se tornou uma das peças centrais do time friulano, que até terminou a edição 2010-11 da Serie A na quarta colocação. Em 112 partidas com a camisa bianconera, anotou 21 gols e serviu 20 assistências. Ele está na nossa lista dos maiores jogadores da história da Udinese.

Lukaku, por outro lado, mostrou a que veio logo em sua estreia pela Inter. Ele foi um dos principais destaques da goleada por 4 a 0 sobre o Lecce, no Giuseppe Meazza, pela abertura da Serie A. Além de suas características arrancadas a partir do campo de defesa, protegendo a bola com sua força física, o camisa 9 balançou as redes. Ele conferiu o rebote do goleiro Gabriel, que espalmou para a finalização de Lautaro, e empurrou para o gol com a perna direita.

Se Lukaku e Sánchez deixaram Manchester desvalorizados, em Milão a história promete ser diferente. A dupla aporta na Pinetina gerando alta expectativa nos torcedores. Já a torcida do United fica a cada dia mais apreensiva com um time que hoje não está à altura de City, Liverpool e Tottenham, principais postulantes ao título da Premier League. Para piorar, a situação de Pogba, o outro bode expiatório citado por Lukaku, se deteriora mais e mais com os fãs. O sentimento de otimismo que ronda a Inter em 2019-20 certamente não é mesmo ventilado em Old Trafford. Lukaku e Sánchez sorriem.

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