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Sinônimo de triunfo, Antonio Conte foi líder de uma Juventus histórica

Capitão e símbolo da vitoriosa Juventus da década de 1990, Antonio Conte será lembrado eternamente como um personagem de temperamento forte. Além de ter feito história nos campos, principalmente com a camisa da Juventus, Il Capitano se tornou também uma grande figura como treinador. E isso desde o início de sua carreira – como mostrou na intertemporada 2009-10, ao renovar com o Bari no início de junho e apenas três semanas depois romper o contrato de forma consensual, por atritos com a direção do clube. Com o ex-volante, jamais houve meios termos.

Formado nas categorias de base do Lecce, é pela equipe giallorossa que o meio-campista estreou pela Serie A com apenas 17 anos, em abril de 1986. Depois de alguma dificuldade para se afirmar na primeira divisão, Conte se converteu num dos pilares do time apuliano que se manteve na Serie A por três anos seguidos. Um verdadeiro líder em campo mesmo com a tenra idade.

Destacou-se de tal forma que fez Giovanni Trapattoni bancar sua contratação para a toda poderosa Juventus, que buscava uma reformulação depois de resultados não muito bons nas últimas temporadas. Conte chegou em Turim no curso da temporada 1991-92 já mostrando ao que tinha vindo: não precisou de período de adaptação para se tornar titular e xodó da torcida.

Jogador de apenas dois clubes, Conte virou ídolo da Juventus (imago)

Se Trapattoni o lançou, foi com Lippi sua afirmação como vencedor: foram com o treinador toscano suas três primeiras conquistas nacionais e o Mundial Interclubes. Com as saídas de Gianluca Vialli e Fabrizio Ravanelli em 1996, pouco depois de tal sucesso, Conte assumiu a faixa de capitão da Juventus, que carregaria no braço por cinco anos, até passá-la a Alessandro Del Piero. Nesse tempo, liderou o melhor meio-campo do mundo, com gente do calibre de Zidane, Davids, Di Livio, Tacchinardi e Deschamps.

Se as relações com Lippi nunca foram perfeitas, ainda que sempre resolvidas internamente, com Carlo Ancelotti no banco Conte havia se tornado um líder insubstituível. Só perdeu a titularidade absoluta quando a idade avançou e o técnico retornou a Turim, ainda que continuasse sendo peça fundamental para a equipe. Conte deixou os campos no fim da temporada 2003-04, com 419 partidas, 44 gols e 15 títulos com a camisa bianconera.

Pela seleção italiana, Conte bateu duas vezes na trave, estando no grupo que perdeu a final da Copa do Mundo para o Brasil em 1994 e também no vice-campeão da Eurocopa de 2000 para a França. Ficou marcado nesta campanha pela linda bicicleta contra a Turquia, na estreia, mas acabou de fora da fase final depois de se lesionar numa falta dura de Gheorghe Hagi nas quartas de final. Com 20 partidas em azzurro, ficou bem longe do que havia alcançado como bandeira por Lecce e Juventus.

Conte e sua garra habitual (Allsport)

Após pendurar as chuteiras, Conte passou um ano como assistente técnico no Siena e depois assumiu o Arezzo com a missão ingrata (e malsucedida) de salvar o time da queda para a Serie C1 – chegou a ser substituído por Maurizio Sarri e retornou, mas sem resultados positivos. Em dezembro de 2007, foi contratado pelo Bari e acudiu a campanha desastrosa que vinha sendo feita com Giuseppe Materazzi. No ano seguinte, venceu a Serie B.

Dali em diante, Conte decolou – apesar de ter cumprido uma suspensão de quatro meses por omissão de denúncia de um esquema de manipulação de resultados nos tempos de Siena. No início da carreira com a prancheta, se destacou pelo estilo ofensivo e direto de jogar, passando a um modelo mais pragmático e ainda mais eficiente na Juventus, onde somou recordes e pavimentou o caminho para brilhar em outros lugares, como na seleção italiana, no Chelsea e na Inter.

Antonio Conte
Nascimento: 31 de julho de 1969, em Lecce, Itália
Posição: meio-campista
Clubes como jogador: Lecce (1985-91) e Juventus (1991-2004)
Títulos como jogador: Copa Uefa (1993), Serie A (1995, 1997, 1998, 2002 e 2003), Coppa Italia (1995), Supercopa Italiana (1995, 1997, 2002 e 2003), Liga dos Campeões (1996), Supercopa Uefa (1996), Mundial Interclubes (1996) e Copa Intertoto (1999)
Carreira como treinador: Arezzo (2006 e 2007), Bari (2007-09), Atalanta (2009-10), Siena (2010-11), Juventus (2011-14), Itália (2014-16), Chelsea (2016-18), Inter (2019-21), Tottenham (2021-23) e Napoli (2024)
Títulos como treinador: Serie B (2009), Serie A (2012, 2013, 2014 e 2021), Supercopa Italiana (2012 e 2013), Premier League (2017) e Copa da Inglaterra (2018)
Seleção italiana: 20 partidas e 2 gols

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