Liga Europa

Trio italiano começa playoffs da Liga Europa com ‘mistura heterogênea’

Nas aulas de química no ensino médio você deve ter aprendido sobre misturas heterogêneas. Em resumo, são aquelas que apresentam mais de uma fase, geralmente bastante visíveis a olho nu. Foi assim que os três times italianos presentes nos playoffs da Liga Europa, correspondentes à etapa de 16 avos de final, se apresentaram: nesta quinta, 17 de fevereiro, cada um conquistou um resultado diferente. O Napoli entrou em campo primeiro e empatou com o Barcelona no Camp Nou, ao passo que Lazio e Atalanta jogaram simultaneamente: a equipe de Roma levou uma virada do Porto e os bergamascos reverteram o placar negativo contra o Olympiacos e saíram com a vitória no duelo. Confira como foram as partidas.

Barcelona 1-1 Napoli

No confronto mais pesado dessa primeira fase eliminatória da Europa League, Barcelona e Napoli fizeram um jogo movimentado no Camp Nou. Depois de um ótimo primeiro tempo, os visitantes desceram para o vestiário com a vitória parcial, porém se fecharam muito na etapa complementar e cederam o empate ao time catalão.

Do lado do Napoli, as novidades eram Anguissa e Elmas nas vagas de Lobotka e Politano, lesionados. Spalletti ainda optou por escalar Juan Jesus como lateral esquerdo, ganhando poder defensivo para segurar o parrudo Traoré. Do lado do Barcelona, Aubameyang era novidade e começava uma partida pela primeira vez entre os titulares.

Spalletti, desde o começo, optou por deixar a equipe de Xavi ter a posse de bola e, portanto, apostou nas transições em velocidade. O Barça naturalmente se lançou ao ataque e criou as primeiras ocasiões, com um chute de Pedri, para fora, e outro de Nico González, que não deu muito trabalho para Meret.

Com cerca de 30 minutos de bola rolando, um lance capital mudou a história do jogo: Ferran Torres saiu cara a cara com Meret, mas acabou por desperdiçar uma chance claríssima. Na jogada seguinte, Zielinski puniu o Barça: o polonês tabelou com Elmas, finalizou e pegou o rebote de seu próprio arremate para abrir o placar para os partenopei. Depois do gol, o jogo continuou movimentado e Koulibaly, na liderança do sistema defensivo italiano, manteve o marcador inalterado.

Na etapa complementar, o cenário começou a mudar pouco a pouco. Antes mesmo da metade do segundo tempo, o VAR chamou o árbitro Kovács para uma consulta ao monitor, e no fim das contas o romeno assinalou penalidade para os donos da casa: Juan Jesus ficou com o braço aberto e viu o cruzamento de Traoré desviar em sua mão. Ferran Torres foi para a marca da cal e estufou as redes.

O ritmo da partida caiu consideravelmente, mas voltou a ter emoção nos minutos finais. O Barça pressionou pelo gol da virada, ao passo que o Napoli se retraiu demais – não obstante uma boa chance com Mertens, que finalizou para uma defesa tranquila de Ter Stegen. No abafa blaugrana, Ferran Torres desperdiçou duas chances claríssimas e Luuk de Jong, de bicicleta, também levou perigo. Na semana que vem, o time campano precisa de uma vitória simples para avançar às oitavas da Liga Europa.

Nem adianta ter sincronia na reclamação: em duas desatenções defensivas, a Lazio cedeu a virada ao Porto (Getty)

Porto 2-1 Lazio

A Lazio até teve boa atuação em Portugal, mas voltou para Roma com uma derrota amarga. Depois de ter saído na frente com Zaccagni, o time da capital viu o Porto de Sérgio Conceição reverter o placar ao se aproveitar de duas falhas defensivas gravíssimas. O que, convenhamos, não é novidade na equipe de Sarri – principalmente quando Acerbi não joga.

Sem Immobile, o treinador celeste escalou um trio de ataque mais leve, com Felipe Anderson como falso nove, apoiado pelos pontas Zaccagni e Pedro. Nos minutos iniciais, a Lazio impôs uma boa marcação, dando poucos espaços para os portugueses, que criaram perigo pela primeira vez com Pepe, em jogada de bola parada. A equipe italiana saiu na frente aos 23 minutos, com uma ótima jogada de escanteio ensaiada: o cruzamento rasteiro de Luis Alberto terminou com Zaccagni completando de letra.

Até então a Lazio tinha superioridade na partida, mas o gol de empate marcado por Toni Martínez recuperou o psicológico da equipe do Porto e fez com que os dragões voltassem à partida. O lateral-direito João Mário (não confundir com o ex-meia da Inter) cruzou na grande área e encontrou o espanhol sozinho: sem oposição, o atacante acertou um lindo cabeceio no contrapé de Strakosha.

Na etapa complementar, Conceição optou por trocar Fábio Vieira e Grujic por Galeno e Vitinha, que entraram bem no jogo. O resultado terminou sendo quase imediato. Com apenas quatro minutos jogados após o intervalo, o mesmo João Mário voltou a servir Martínez, que antecipou Luiz Felipe e estufou as redes pela segunda vez. Dali em diante o Porto passou a ter o controle do jogo e até criou boas ocasiões para marcar o terceiro.

Na reta final do jogo, Sarri decidiu dar minutos de jogo para Moro e Jovane Cabral, que fez sua estreia com a camisa da Lazio. Apesar disso, o cenário da partida não mudou. Inclusive, Zaccagni, que foi o melhor em campo pela equipe italiana, acabou tomando cartão amarelo e, como estava pendurado, não jogará a partida de volta. Os capitolinos estão vivos no confronto, mas a remontada sobre o Porto será uma tarefa hercúlea – a Juventus que o diga.

Herói improvável, o zagueiro Djimsiti garantiu a vitória da Atalanta sobre o Olympiacos (Getty)

Atalanta 2-1 Olympiacos

Apesar da ausência de Zapata, principal referencia ofensiva da equipe, a Atalanta largou na frente no duelo contra o Olympiacos, graças aos improváveis gols de Djimsiti. Até ontem, o zagueiro albanês tinha apenas quatro tentos com a camisa nerazzurra e se tornou o herói da noite ao adicionar mais dois ao currículo e virar a partida, que tinha começado com vantagem dos visitantes.

A Dea foi a campo com Pasalic e Malinovskyi dando suporte a Muriel, que era a principal referência ofensiva. Foi dos pés do próprio colombiano que saiu a primeira ocasião de perigo: em contra-ataque veloz, o camisa nove finalizou com perigo, mas não acertou o alvo.

A Atalanta tinha o domínio das ações do jogo, mas foi surpreendida no minuto 16, quando Masouras serviu Tiquinho Soares na área, e o brasileiro acertou o canto da meta defendida por Musso. Com um volume de ataque bastante alto, a Dea continuou imponente no campo de ataque, mas com finalizações imprecisas: o primeiro tempo terminou com incríveis 76% de posse de bola para a Dea e apenas um dos nove arremates no alvo.

Na etapa complementar, Gasperini tentou uma nova estratégia. O treinador voltou para o intervalo com Pasalic atuando como falso nove, além de Boga e Koopmeiners nos lugares de Pessina e Muriel. Com cinco minutos, o ex-ponta do Sassuolo apareceu pela primeira vez, partindo da esquerda para o meio, mas sua finalização foi defendida por Vaclík.

Poucos minutos depois, Malinovskyi cobrou escanteio na primeira trave e encontrou Djimisiti, que deu uma casquinha na bola para empatar a peleja. O merecido gol de empate abalou a equipe grega, que acabou tomando o segundo menos de 120 segundos depois, num lance similar. O meia ucraniano voltou a aparecer num corner e, após bate-rebate na área, o beque albanês fuzilou de perna direita, sem oferecer chances para o arqueiro do Olympiacos.

No decorrer do segundo tempo, o jogo foi esfriando e a Atalanta teve competência para assegurar a vantagem e levá-la para Atenas, sabendo que na capital grega, o empate já é suficiente. No fim das contas, a Dea é a equipe italiana que vai para os jogos de volta com a situação mais vantajosa.

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