Em Turim, a Juventus recebeu o Villarreal para a partida de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões. Como o jogo de ida tinha terminado empatado em 1 a 1 e a regra do gol qualificado foi abolida nas competições continentais da Uefa, só uma vitória ou o sucesso nas penalidades poderiam definir o classificado para a próxima fase. No fim das contas, após um duelo parelho, o time espanhol só marcou o primeiro gol aos 78 minutos e, aproveitando o baque sentido pelos italiano, construiu um triunfo elástico, por 3 a 0, em poucos minutos.
Depois de uma primeira partida de muito estudo, embates de muita intensidade, mas pouca inspiração, Massimiliano Allegri mandou a campo uma equipe com variações de pontos positivos já apresentados pelo elenco durante a temporada. Danilo foi o escolhido para jogar na zaga, formando um trio com De Ligt e Rugani, deixando bem desenhado o 3-5-2 tão tradicional da Vecchia Signora ao longo da última década.
Apesar do clássico padrão tático proposto por Allegri, no momento com bola a Juventus se modificava. Arthur sustentava a saída pelo centro, Danilo abria para ser o lateral pela direita e Rabiot ocupava o mesmo papel na esquerda. Dessa forma, Cuadrado, Locatelli e De Sciglio avançavam para encostar na dupla de ataque, formada por Vlahovic e Morata.
O Villarreal de Unai Emery por sua vez, teve novamente uma dupla de ataque muito móvel, com Danjuma e Lo Celso. Contudo, dessa vez o Submarino Amarelo não conseguiu trabalhar tão bem as aproximações e, preocupado com os ataques de De Sciglio às suas costas, Yeremy não foi efetivo no ataque.
As melhores chances do primeiro tempo surgiram em ataques pelo flanco esquerdo. Pelo lado da Juventus, Vlahovic mandou a bola na trave após receber cruzamento rasteiro da linha de fundo. O sérvio ainda fez Rulli trabalhar duas vezes e Morata, de cabeça, obrigou o argentino a fazer boa defesa. Já os espanhóis incomodaram muito com Estupiñán, que deixou Cuadrado sentado no chão em duas oportunidades. No entanto, a equipe visitante pecou na hora de finalizar.
Na volta para o segundo tempo, o jogo caminhava no mesmo ritmo, até que Emery chamou a campo Coquelin, Chukwueze e Gerard Moreno. Os dois primeiros adicionaram ritmo ao time espanhol, enquanto Moreno se tornou a figura da pausa, que oferecia uma segurança técnica. A Juventus, por sua vez, apresentava menos agressividade e não incomodava mais Rulli.
Aos 78, então, Rugani derrubou Coquelin na área. Num primeiro momento, o árbitro Szymon Marciniak não marcou nada, mas foi chamado pelo VAR e assinalou o pênalti. Moreno bateu no canto inferior esquerdo de Szczesny, que chegou a encostar na bola, mas não conseguiu fazer a defesa.
Depois do gol sofrido, Allegri colocou Dybala e Bernardeschi em campo, mas a Juventus não voltou a se encontrar na partida e em lance de bola parada, Pau Torres foi deixado livre por De Ligt e aumentou a vantagem do Villarreal. Nos acréscimos, em meio ao desespero dos donos da casa, o Villarreal conquistou outro pênalti, quando o zagueiro holandês interceptou a pelota com o braço dentro da grande área. Danjuma, seu compatriota, cobrou e deu números finais ao confronto.
Apesar da boa recuperação na Serie A e a vantagem na semifinal da Coppa Italia, Allegri não conseguiu impedir a terceira eliminação seguida da Juventus nas oitavas da Liga dos Campeões e a quarta perante um time de investimento bem inferior ao seu – na ordem, a Velha Senhora caiu ante Ajax, Lyon, Porto e Villarreal. Dessa vez, a Juve acabou exposta pelo que antes lhe fazia tão forte – o acerto no momento decisivo – e deixou o Allianz Stadium chamuscada por mais uma queda que, definitivamente, não estava nos planos. Questionada pela torcida, a equipe precisará se acertar para tentar impedir que a eliminação gere um baque psicológico que possa impactar negativamente na reta final da temporada.