Reproduzo aqui o texto que vai ao ar ainda hoje no Olheiros, sobre Daniele De Rossi. Mais tarde, uma resenha sobre a última rodada da Liga dos Campeões.
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Daniele De Rossi: O futuro capitão Com personalidade, meia romanista tem encurtado caminhos
“Se dependesse só de mim, estaria pronto para amanhã de manhã assinar um contrato por mais cinco, dez anos, talvez até o fim de 2030. Não me imagino com outra camisa.” Com frases assim Daniele De Rossi, apenas 24 anos, tornou-se o segundo nome de uma Roma que joga por espetáculo. Não só na importância dentro de campo, mas também na relação entre jogadores e torcida. Como bom romano e romanista, De Rossi possui lealdade e carisma aliados a uma boa dose de personalidade e vontade dentro de campo. Temperos indispensáveis para um ídolo capitolino. Mas talvez nem todos pensem assim. Não por falta de informação, mas sim pela péssima qualidade da mesma ao ser transmitida pelo locutor “oficial” na Copa do Mundo. Ao acertar uma cotovelada em Brian McBride, o narrador foi enfático: “é o jogador mais violento do futebol mundial.” Prova da ignorância intrínseca entre a rede-mãe e o futebol internacional. É só o filho do técnico? De Rossi foi levado para as categorias de base da Roma aos 14 anos, quando se destacava como atacante nos giovanissimi da Ostiamare, time amador da capital italiana. O responsável pelo traslado foi seu pai, Alberto, técnico dos allievi romanistas. Ocasião mais que propícia para os comuns boatos de que só o nepotismo levara até lá o jogador. Mas não demorou muito para o calvário de Daniele virar passado. Com apenas dezoito anos já havia disputado quatro jogos pelo time principal e marcado dois gols, estatística surpreendente para um jogador desta idade na Itália. Os gols, aliás, têm marcado sua história. Logo em sua estréia na squadra Azzurra, contra a Noruega, pelas Eliminatórias para a Copa de 2006, De Rossi só precisou de quatro minutos em campo para decretar a vitória da Nazionale. Na temporada 2002-03, com apenas dezenove anos, De Rossi já era figura recorrente na equipe principal. Contrariando a tradição giallorossa de emprestar seus jovens promissores para que ganhem experiência em divisões inferiores, Capello o fez estrear pela Serie A, em janeiro de 2003. Mesmo com grandes estrelas no elenco, o time não conseguia convencer. Por outro lado, colegas experientes como Tommasi, Fuser, Emerson e Lima auxiliaram no processo de adaptação ao plantel principal. Cada vez mais recuado e melhorando à vista dos olhos, foi na temporada seguinte que Daniele se consagrou, substituindo Dacourt em momentos difíceis. Mesmo jogando bem, naquele ano a Roma cairia para o Milan tanto no campeonato quanto na copa. Ascensão meteórica Mesmo com o time sempre beirando o rebaixamento após as perdas de Emerson, Samuel e Capello, na temporada 2004-05, De Rossi foi o grande ponto de equilíbrio da equipe. Com apenas 21 anos, Daniele ajudou a dupla Totti-Montella a manter sua Roma na série máxima. Se não conseguia se firmar com Voeller nas primeiras rodadas, logo agarrou as oportunidades com Del Neri e transformou-se, no fim da temporada, em homem de confiança de Conti. Para o próximo ano, sem o sufoco do rebaixamento e sob a batuta de um emergente Spalletti, o jovem romano podia mirar um futuro melhor. Com a lesão de Tommasi, o técnico de Certaldo o efetivou como titular absoluto da formação capitolina, e De Rossi tornou-se um dos líderes da equipe, ao ponto de, na falta de Totti e Panucci, endossar pela primeira vez a faixa de capitão em março de 2006, num encontro da Copa da Uefa frente o Middlesbrough. Ironicamente, a Roma venceu a partida, porém não se classificou. Mas Daniele se manteve na mídia ao marcar, quatro dias depois, um gol de cabeça contra o Messina após ajeitar a bola no braço. O árbitro Bergonzi havia validado o lance, mas foi advertido pelo próprio De Rossi, que pediu a anulação do mesmo. Coroando sua temporada, Daniele guiou o time na busca das onze vitórias consecutivas na Serie A, recorde até então. Das onze partidas, o capitão Totti esteve fora de seis, inclusive da última, um dérbi contra a Lazio em fevereiro de 2006. No mesmo ano, De Rossi foi escolhido o melhor jogador jovem da competição, batendo Pasquale Foggia e Raffaele Palladino na disputa final. A temporada 2006-07 lhe garantiu afirmação definitiva tanto em cenário nacional quanto internacional. Seu temperamento distinto uniu-se a um trabalho físico especial criado pelos preparadores Bertelli e Franceschi. Formando dupla com Pizarro, Daniele provou sua inteligência tática e dinamismo, tornando-se o protótipo do meio-campista moderno. Comemorou ainda, no fim da temporada, a Coppa Italia sobre a Internazionale. Além da Supercoppa, no mês seguinte, com um gol seu, de pênalti, em pleno Giuseppe Meazza. O próximo passo, indubitavelmente, é herdar a faixa de capitão que hoje pertence a Francesco Totti. Em Roma, o capitão sempre exerce uma influência notável. De Rossi tem consciência deste fato: “não digo que deve ser obrigatoriamente nascido em Roma, e Panucci é uma esplêndida exceção. Mas se é romano e romanista, melhor… Talvez porque sempre penso em Di Bartolomei, Giannini, ou ainda Totti”. E o destino, segundo a imprensa da capital, já estaria até traçado: em julho de 2010, quando se encerra o contrato do atual capitão, Totti passaria a braçadeira a De Rossi antes de assumir um lugar na direção do clube. A última vez em que um romano herdou a faixa de outro foi em 1934, quando Ferraris IV a transmitiu para Bernardini. Vitórias na seleção Pela seleção italiana sub-21, De Rossi venceu o Europeu da categoria, em 2004, como titular absoluto do time de Gentile. No mesmo ano veio a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas, bem como a estréia – e posterior afirmação – com a seleção principal. Com a confiança de Lippi, partiu como titular no Mundial de 2006, até que o infortúnio com McBride lhe custasse quatro rodadas de suspensão. Mas seu retorno ocorreu em grande estilo, quando, na final do torneio, entrou no lugar de Francesco Totti e converteu um dos pênaltis que garantiram o título azzurro sobre a França. Hoje, além de presença constante no grupo de Donadoni, Daniele herdou a camisa dez de Totti, feito raro para meio-campistas de características defensivas. Como prova de sua liderança também na squadra Nazionale, coube a De Rossi capitanear o time misto da Itália que enfrentou a África do Sul em um amistoso, outubro último. De Rossi, assim, tornou-se apenas o sexto romanista da história a endossar a braçadeira de capitão. Tudo isso com apenas 24 anos. Chamá-lo de futuro capitão é, mais que tudo, apostar no presente.
A “romanidade” è mesmo uma grande força que o time da Loba tem. Alem dele e do Totti (que coisa obvia que falei! rs) o proximo destaque serà Aquilani, outro “romano de roma” (isso não è portugues mas sim dialeto romanesco 😛 ).
Espero todos voces no meu blog aonde coloquei uma materia sobre a Segundona.
Abraço
De Rossi “uno de noantri”!!!!! Capitan futuro, espero em um futuro não muito próximo, Totti tem muitos anos de futebol pela frente!!!
Depois Aquilani e depois Cerci que esta arrasando no Pisa (15 jogos, 8 gols) continuando com Okaka, Galloppa, Rosi…
Calmoou, Rosi não! hahahahaha
Li seu texto no site e considerei sensacional. Não canso de dizer: és um fenômeno!