Mercado

Ainda sobre o mercado

Nesta semana, a equipe do Quattrotratti traz até você uma análise do mercado de verão na Itália. Usando como base o tradicional ranking com cinco elementos, dividimos as contratações em quatro categorias. As duas primeiras são destinadas às melhores e às piores contratações efetuadas pelos clubes da Serie A. As outras duas? Segredo até sua publicação, só para fazer charme.

As melhores contratações

Alberto Gilardino (Fiorentina)
Dentre os jogadores recém-adquiridos pela Fiorentina, reforçada para a disputa da Liga dos Campeões, chama a atenção o nome de Gilardino. Flop no Milan, onde não conseguiu repetir as grandes atuações dos tempos de Parma, e perdeu até mesmo sua vaga na Azzurra, Gila chegou por um preço relativamente baixo – apenas € 14 milhões – e com o aval de Cesare Prandelli, técnico com o qual viveu sua melhor fase. O reencontro com o treinador e com um futebol parecido com o que se jogava naquele Parma pode fazer com que ele volte a jogar bem. Auxiliado por Montolivo, Vargas, Jovetic e Mutu, Gilardino é, desde já, candidato a capocannoniere da Serie A.

Olof Mellberg (Juventus)
Para reforçar sua contestada defesa, a Juventus trouxe do Aston Villa um dos mais experientes jogadores da Europa. Com o peso de três Euros e duas Copas do Mundo disputadas, o sueco Olof Mellberg chegou, a custo zero, para ajudar a acertar uma defesa central remendada, com mais uma contusão de Jorge Andrade e com a deficiência técnica de Legrottaglie. Ao lado de Chiellini, deve formar uma das melhores duplas de zaga da Europa.

Diego Milito (Genoa)
O modo inusitado de como foi depositado o contrato do argentino Diego Milito dá uma amostra de como sua contratação era importante para o clube grifone. A chegada de Milito foi a cereja no bolo do excelente mercado do Genoa – um dos mais interessantes do país. Faltava ainda um centroavante e um dos melhores do mercado foi trazido. Depois de uma prolífica passagem pelo Zaragoza, quando chegou a ser o terceiro colocado da Chuteira de Ouro, Milito está de volta ao Genoa, com a expectativa de que repita sua primeira passagem pelo clube, quando teve uma média de 0,55 gol por partida.

Andriy Shevchenko (Milan)
Quando um ídolo retorna ao clube em que deixou sua marca, as expectativas sempre são muito grandes. Não precisamos enumerar as muitas qualidades de Sheva, todos já as conhecem. O que importa é que sua volta ao Milan, por empréstimo, é um dos sinais de que o clube pretende reassumir com rapidez os mais importantes lugares na Serie A, depois de uma temporada opaca. Mesmo após dois anos de más atuações pelo Chelsea, a chegada de Shevchenko anima qualquer torcedor rossonero e preocupa qualquer zagueiro da Serie A.

Juan Vargas (Fiorentina)
Depois de uma excelente temporada, enquanto destaque da lateral esquerda do Catania, o peruano Vargas foi cobiçado por alguns dos maiores clubes da Europa, como Milan, Real Madrid e Juventus. Acabou sendo contratado pela reemergente Fiorentina, por € 12 milhões. Muito rápido, driblador e com excelentes qualidades ofensivas, Vargas dá um grande upgrade no setor, que, antes de sua chegada, contava apenas com Gobbi (meia improvisado na função) como titular, e Pasqual – cada vez mais esquecido – na reserva.

As piores contratações

Arthur (Roma)
Quando no elenco do seu time há um goleiro que não é unanimidade, o que você acha que deveria acontecer? A contratação de um bom reserva, pelo menos, certo? Não foi assim que pensou a diretoria da Roma. Para a reserva de Doni – que evoluiu muito nos últimos tempos, é verdade – chegou, proveniente do Siena, o brasileiro Arthur. Embora tenha sido contratado junto ao Siena, Arthur não tem experiência na Serie A: na última temporada, ele jogou no Cesena, rebaixado para a Lega Pro. Só para lembrar, Arthur também fracassou no Cruzeiro e no Coritiba.

Gianluca Curci (Siena)
Outra negociação contestável (e que também envolve um goleiro, Roma e Siena) foi a contratação de Curci para suprir a saída de Alexander Manninger para a Juventus. Curci foi titular da seleção sub-21 italiana por algum tempo, mas nunca convenceu a ninguém em Roma. Inseguro, já cometeu algumas falhas que custaram pontos preciosos aos giallorossi. Como substituição a um bom goleiro como Manninger – que foi um dos pilares do time durante dois anos -, o Siena poderia ter se esmerado mais. Com certeza havia melhores goleiros disponíveis.

Marco Di Vaio (Bologna)
Mesmo que tenha estreado marcando um gol importantíssimo contra o Milan, em San Siro, a contratação de Di Vaio pelo Bologna suscita dúvidas. Como um jogador que estava praticamente encostado desde 2005 pode ser titular de uma equipe da Serie A? O atacante nunca repetiu em nenhum lugar a fase que teve no Parma. Pelo contrário, com o passar dos anos, foi decaindo. Chegou até mesmo a ser terceira opção no Genoa, em detrimento a utilização de bondes como Figueroa e Sculli. O pior é que Daniele Arrigoni parece contar com Di Vaio para ser seu titular, mesmo com o promissor Massimo Bernacci no time.

Matteo Ferrari (Genoa)
Embora o Genoa tenha feito um grande mercado, a chegada de Ferrari é emblemática. O clube se reforçou muito na defesa e trouxe nomes muito promissores, como Bocchetti e Papastathopoulos. Por outro lado, Ferrari traz experiência e chega para assumir a titularidade. Num campeonato complicado como a Serie A, a experiência conta e vale muito, mas nem todo jogador experiente é sempre bem vindo. Autor de inúmeras pixotadas, o ítalo-argelino tem altas probabilidades de comprometer o sistema defensivo grifone. Para amenizar a situação, as opções no banco são vastas e de qualidade.

Luciano Zauri (Fiorentina)
Se a Fiorentina contratou muito bem, no geral, o empréstimo de Zauri pode ser considerado uma bola fora da direção viola? Em tese, sim. Zauri não vem em boa fase há algum tempo, o que facilitou sua transferência. Jogador importante da Lazio das últimas cinco temporadas, nem mesmo sua experiência foi suficiente para que a diretoria laziale decidisse mantê-lo: as boas exibições dos jovens De Silvestri, Radu e Kolarov contrastaram com suas más atuações. Em Florença, disputará com o também contestável Comotto a titularidade da lateral direita. Por conta disso, este setor é o mais vulnerável do time.

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2 comentários

  • O Curci é terrível. Além disso, como diria meu dócil amigo Ricardo Vieira, tem um incrível dom de CHAMAR gols, atraí-los. Todos contra a lei da física [/Galvão Bueno]. Mas não deixa de ser uma aposta interessante, visto que caiu na negociação RIDÍCULA entre Roma e Siena. Por que RIDÍCULA, em letras garrafais? Simplesmente pelo fato dos giallorossi terem pago DINHEIRO + metade de GALLOPPA + empréstimo de Barusso + metade de CURCI por LORIA, que – além de ser o Loria – tem 32 anos.

  • Vai demorar muito pra eu entender como certos goleiros foram parar na Roma, assim como vai demorar muito pra mim entender porque a Itália está tão escassa em matéria de arqueiro. Se bem que se o Cudicini (Chelsea), dissese, estou interessado em voltar e vestir a mesma camisa que meu pai vestiu uma vez, eu diria: pode vir correndo que ficarei ancioso e muito feliz pela sua escolha. Os goleiros da Roma, não me passam nenhuma confiança, nem mesmo o Doni melhorado. Isto não é uma crítica, mas um sentimento angustiante de um vergonhoso resultado em OT. Responde?

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