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Lega Pro: Seconda Divisione já está definida

Da Serie A à LND, quase todas as divisões nacionais da Itália já têm seus veredictos. A única exceção é a Lega Pro, que está definida pela metade, e receberá atenção especial do Quattro Tratti em sua semana derradeira, em que serão conhecidos os últimos ascensores à Serie B. Mas, por ora, falemos do que já está resolvido: no último domingo (12), os play-offs da Seconda Divisione definiram FeralpiSalo’, Carrarese e Trapani, respectivos vice-campeões dos Grupos A, B e C, como os últimos promovidos à terceirona de 2011-12.

À parte os méritos incontestes dos três vencedores, seus acessos foram os atos finais de três campeonatos embaraçosos, marcados por inúmeras falências societárias, repescagens realizadas a esmo (e, ainda assim, em número insuficiente) e falseamentos esportivos. Panorama que deverá se manter na próxima temporada, já que muitos clubes da categoria estão em situações alarmantes. Alguns deles, como Sangiovannese e Pro Patria, à beira da falência, e suas inscrições estarão atreladas a uma taxa de fideiussione 50% superior àquela praticada nesta temporada (200 mil euros).


A mais nova fábula: com apenas três anos de vida, FeralpiSalo’ alcança a Prima Divisione (Il Giornale di Brescia)

Grupo A: FeralpiSalo’ 2×1 Pro Patria (ida: 1×1)

Em 2008, os brescianos Feralpi e Salo’, duas equipes apenas medianas da Serie D, resolveram unir forças para criar um único clube: nascia ali o FeralpiSalo’, imediatamente aceito na então Serie C2 e promovido já em seu ano de estreia. Na última temporada, os play-offs e a derrota nas semifinais para o Spezia. Neste ano, uma nova chance e, enfim, o histórico acesso à Prima Divisione. É mais nova fábula emergente da Itália. E como em todo bom sonho de glória, a consagração veio numa partida de contornos dramáticos.

Após o empate de Busto Arsizio, o FeralpiSalo’, melhor colocado na temporada regular, conservara sua vantagem regulamentar para a decisão contra a Pro Patria. O que se viu nos primeiro minutos, porém, foi uma equipe nervosa e envolvida pela boa formação adversária, que abriu o placar aos 22 minutos, com Serafini. A reação do FeralpiSalo’ foi modesta, e a situação tendia a piorar na segunda etapa, com a expulsão de Colicchio pouco antes do intervalo. Tendia, apenas: agressiva, a equipe da casa criou três ótimas oportunidades de gol antes que Bracaletti empatasse a partida.

Em superioridade numérica, a Pro Patria tentou responder, mas perdia entusiasmo a cada chance desperdiçada. Cansada, a squadra de Busto Arsizio passou a abusar das faltas e chegou aos 45 minutos com apenas nove homens em campo. E então, quando já se esperava pela prorrogação, Meloni se aproveitou de uma falha da defesa bustocca e marcou o gol mais importante da história do FeralpiSalo’. Festa nas arquibancadas, em contraste com o desespero da Pro Patria: em situação societária dramática, o clube enxergava na promoção uma chance de sobrevivência, e seu futuro, mais do que nunca, é incerto.


Jogadores e torcedores da Carrarese festejam a promoção (Il Tirreno)

Grupo B: Carrarese 2×0 Prato (ida: 0x1)

Quase impecável no campeonato e extremamente irregular nos play-offs. Poderia ser o enredo de uma grande decepção, mas a Carrarese inverteu a tendência e, após oito anos, reencontrou-se com a Prima Divisione. O salto de categoria foi dado às custas do Prato, que chegou a Carrara embalado por um boa vitória na primeira partida da disputa. O entusiasmo, porém, durou apenas sete minutos, tempo necessário para que Benassi abrisse o marcador em favor da equipe gialloblù.

O gol acalmou os ânimos das duas equipes. Seguiram-se poucas oportunidades de gol para os dois lados, prevalecendo a marcação no meio-campo. O panorama se manteve inalterado até os 20 minutos da segunda etapa, quando a Carrarese perdeu Giovinco, expulso. Com mais homens em campo, o Prato foi em busca do gol que poderia lhe valer a promoção, mas esbarrou na própria falta de pontaria

Como quem não marca acaba sofrendo, o Prato foi castigado: aos 33 minutos, de pênalti, o experiente Corrent (ex-Verona e Lecco) mandou para a rede a bola da Prima Divisione, e deu início a uma festa que ultrapassou em muito os limites do estádio Marmi. Para o Prato, que permanecerá na categoria pela oitava temporada seguida, o salto de categoria bateu na trave mais uma vez.


O elenco do Trapani, que devolveu a Terceira Divisão à cidade (trapanicalcio.it)

Grupo C: Trapani 3×1 Avelino (1×2)

Após a derrota de Avellino, os torcedores do Trapani esperavam por uma decisão nervosa e disputada. E as previsões se confirmaram – mas pelos motivos diferentes: o nervosismo ficou restrito à ansiedade da equipe da casa em alcançar e manter o resultado; e a desigualdade da disputa foi tamanha que o Avellino nem parecia estar no gramado do estádio Provinciale.

O Trapani começou arrasador e, logo aos seis minutos, com um pênalti de Barraco, já tinha recuperado a vantagem perdida no jogo de ida. Foi o bastante para desorientar o Avellino, completamente dominado em todos os setores do campo. O segundo gol siciliano era questão de tempo, e veio aos 40 minutos, com Mastrolli.

No segundo tempo, o Trapani abdicou do ataque para administrar o resultado, que já lhe garantia o acesso. O Avellino permanecia sem reação: além de limitar seu jogo a ligações diretas entre o meio e o ataque, ainda ficou com um homem a menos após a expulsão de Ricci. Mas, a oito minutos do final, o improvável: num raro ataque consciente, os lupi conseguiram uma falta na entrada da área, transformada por Vicentin.

Na prorrogação, o Trapani reassumiu o controle e hipotecou a promoção aos 13 minutos, com o gol de Pirrone. Precisando de dois gols em 15 minutos, o Avellino se desesperou, e teve mais dois jogadores (um em campo, outro no banco) e seu técnico expulsos. Foi a senha para que o Trapani festejasse seu retorno à Terceira Divisão, que faltava à cidade há 13 anos.

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