24 de agosto de 2011: em um Friuli lotado, a Udinese entra em campo para enfrentar o todo poderoso Arsenal. Após derrota por apenas 1 a 0 na Inglaterra, o time chegava com certo favoritismo para o duelo que definiria o classificado para a fase de grupos da maior competição europeia. Apesar da pressão durante todo o jogo, porém, os italianos perderam por 2 a 1 e, mais uma vez, foram eliminados de uma competição europeia dentro de casa.
Poucos meses depois, a história se repete. Jogando contra o AZ, da Holanda, a equipe não conseguiu a classificação dentro do Friuli. Dessa vez, o jogo valia vaga nas quartas-de-final da Liga Europa. “É a segunda vez que somos eliminados no Friuli. É embaraçoso. Nos entregamos de alma e coração, mas pagamos caro por apenas um erro”, disse Antonio Di Natale, maior bandeira do time. O atacante foi à rede em duas oportunidades ainda antes dos 14 minutos da etapa inicial e os bianconeri estavam em vantagem numérica, pois o zagueiro Viergever foi expulso com apenas dois minutos de jogo, após fazer pênalti em Floro Flores.
No entanto, a equipe treinada por Guidolin não conseguiu se manter ativa no campo ofensivo e, em uma boa jogada tramada pelo AZ, sofreu o gol de Falkenburg, que drblou Pasquale (substituto de Benatia, lesionado) antes de marcar. Armero, Floro Flores e Di Natale bem que tentaram ajudar na reação da Udinese, mas não conseguiram. O time errava muitos passes e não conseguia furar o bloqueio holandês. A baixa de Isla, machucado, foi determinante para a falta de sucesso no Friuli. Ferronetti, seu substituto, fez outra péssima partida.
Após o resultado agregado em 3 a 2 para o AZ, Guidolin culpou a distração pela eliminação. Disse, entre outras coisas, que o erro defensivo foi determinante para que o time holandês fizesse um gol. Ironicamente, a zaga da Udinese, que outrora foi essencial para levar o clube às oitavas, acabou com as chances do título europeu e levou o time à segunda eliminação em competição europeia nesta mesma temporada.
A chance de voltar a disputar uma competição continental, portanto, depende do desempenho na Serie A. O desgaste físico neste fim de temporada é notável no Friuli e as peças de reposição não seguram a bronca. Neuton, Battochio, Fabbrini, Marsura. Todos são boas promessas, mas não têm a experiência necessária para uma reta final de campeonato tão disputada. A derrota para o Novara por 1 a 0 na última rodada afastou a Udinese do terceiro posto – por ora ocupado pela Lazio.
Mas apenas dois pontos separam a equipe de Di Natale da vaga no play-off da Liga dos Campeões e sonho ainda está vivo. Para isso, Guidolin deve fazer com que seus comandados superem os tropeços recentes (empates contra Atalanta e Cagliari, em casa, e derrota para uma instável Fiorentina, fora) e voltem a jogar em bom nível, para fazer frente aos rivais diretos pela vaga: Lazio e Napoli, principalmente, e Roma e Inter, que correm por fora. O Napoli não perde há sete jogos, vem em curva ascedente e talvez seja o melhor candidato à vaga; mais atrás, Roma e Inter oscilam, mas ainda têm tempo de chegar.
A próxima rodada já terá um duelo direto: Udinese-Napoli. Os dois times acabam de ser eliminados de suas competições europeias e vão colocar todas as forças na Serie A, criando grande expectativa em torno do jogo. E uma coisa está clara: a classificação da Udinese para a Liga dos Campeões passa muito pelos pés do capitão Totò Di Natale. Aos 34 anos, ele ainda é “o cara” deste time.
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