Seleção formada por jovens atropelou San Marino, mas, sobretudo, mostrou qualidade (FIGC)
Na primeira experiência com três partidas na data Fifa do meio do ano, a Itália de Gian Piero Ventura não teve dificuldades para golear San Marino em Empoli. Um jogo amistoso que serviu para dar experiência a muitos novatos e a outros sem grande espaço no time principal, ainda que o nível do adversário não tenha garantido grande competitividade. Ainda assim, muitos aproveitaram a chance e deixaram sua marca pelo menos uma vez como azzurro.
“Esta partida serviu para confirmar que na cola de quem está jogando na Nazionale há um grupo de garotos que querem chegar lá também. Esse é o sinal mais bonito e importante. O espírito e a disponibilidade contaram muito, não tanto pelo resultado, porque enfrentávamos um adversário de nível menor, mas era a primeira partida de alguns atletas que participaram do estágio de treinamentos. Não sei quando, mas alguns desses garotos farão parte da seleção: são muito jovens, têm potencial e precisam de tempo para encontrar o caminho certo”, destacou Ventura após o amistoso.
A partida no Carlo Castellani teve algumas curiosidades, como o problemático Berardi de volta aos convocados e finalmente estreando na seleção principal – e ainda como capitão, ainda que depois tenha passado a braçadeira para D’Ambrosio, o mais velho entre os relacionados. Houve também espaço para jogadores de equipes pequenas que normalmente não teriam a oportunidade de jogar pela Itália, como Ferrari e Falcinelli, ambos do Crotone, entre outros garotos que estrearam. Foram oito debutantes: apenas D’Ambrosio, Gagliardini e Petagna já tinham jogado com Ventura.
Em termos táticos, a equipe esteve posicionada no 4-2-4. Diante de um recuado time de San Marino, que teve os dez jogadores entre sua área e intermediária, a saída para os ataques foram as laterais: com isso, Conti e D’Ambrosio estiveram bastantes ativos, assim como Berardi e Chiesa, pontas que atuavam invertidos para buscar as diagonais e tabelas com os centroavantes Lapadula e Petagna, também muito participativos em campo.
No meio, Gagliardini e Baselli, outras crias da Atalanta e parceiros na base, apesar de já não estarem no clube, revezavam entre girar a bola e apoiar o ataque com boa movimentação e passes simples, enquanto os zagueiros Caldara e Ferrari apareceram bem em situações de bola parada. Cada um marcou um gol, inclusive.
Da mesma forma, na segunda etapa os seis substitutos mantiveram o padrão, com Biraghi entrando na lateral esquerda e D’Ambrosio de volta à direita, Cataldi e Pellegrini no meio-campo, Politano e Caprari nas pontas e Falcinelli substituindo Petagna como pivô. O artilheiro salvador do Crotone, aliás, acabou não tendo a mesma precisão da temporada, e perdeu duas chances incríveis no final. Diferentemente de Lapadula, que marcou três vezes, enquanto Conti teve uma “tripletta de assistências”, ratificando a grande forma com que encerrou a temporada. Destaque também para o golaço de Politano, que encobriu o goleiro com chute de cobertura da entrada da área, e também fez o cruzamento que resultou no gol contra de Bonini, que fechou a conta. O amistoso, a princípio, não contou como partida oficial, mas é possível que a FIGC requeira sua homologação junto à Fifa posteriormente.
Na próxima semana, já com o grupo tradicional e sem tantas novidades, a Itália enfrentará o velho rival Uruguai em amistoso marcado para o dia 7, em Nice. Quatro dias depois joga pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo contra Liechtenstein, em Údine, e deve aumentar bastante o saldo de gols.
Itália 8-0 San Marino
Itália (4-2-4): Scuffet; Conti (Biraghi), Caldara, G. Ferrari, D’Ambrosio; Gagliardini (Cataldi), Baselli (Pellegrini); Berardi (Politano), Petagna (Falcinelli), Lapadula, Chiesa (Caprari). Treinador: Gian Piero Ventura.