Serie A

29ª rodada: goleada no Olímpico mostra superioridade do Napoli e evidencia fraquezas da Roma

A 29ª rodada do Campeonato Italiano foi marcada por muitos jogos condicionados por gols marcados em seu início. Nesse sentido, o fim de semana viu os rivais de Milão perderem terreno na busca por uma vaga na próxima Liga dos Campeões e possibilitarem a aproximação de Lazio e Atalanta.

A jornada também teve vitórias bastante relevantes na briga contra o rebaixamento, uma vez que Udinese, Cagliari e Spal somaram pontos que podem ser vitais. Por fim, a líder Juventus venceu de maneira burocrática e o vice-líder Napoli teve a grande exibição da rodada, goleando a Roma fora de casa. Confira o resumo!

Roma 1-4 Napoli
Perotti (pênalti) | Milik (Verdi), Mertens (Callejón), Verdi (Ruiz), Younes

Tops: Verdi e Mertens (Napoli) | Flops: Fazio e Santon (Roma)

Em um Olímpico com grande público, num bonito domingo de sol, a Roma demonstrou mais uma vez fraquezas alarmantes em seu sistema defensivo e perdeu a terceira partida seguida para o Napoli em seus domínios. Enquanto o time de Ancelotti tem posição bem consolidada e deve ficar com mais um vice-campeonato, a equipe de Ranieri terminou a rodada em sétimo lugar e, se quiser disputar a próxima Liga dos Campeões, terá que melhorar bastante na reta final.

Logo aos 2 minutos de partida, a equipe giallorossa perdeu a bola em campo ofensivo, foi lenta para recompor suas linhas e acabou por permitir o primeiro gol azzurro. Verdi avançou pelo centro do campo e não teve dificuldade para tocar com classe para Milik dominar e finalizar para o fundo da rede. Santon e Fazio foram muito mal no lance: o primeiro permitiu espaço para a progressão de Verdi e o segundo foi bastante lento para bloquear a finalização de Milik.

Com a vantagem no placar, estando bastante confortável na tabela de classificação e enfrentando uma equipe nervosa e muito pressionada, o Napoli controlou muito bem as ações durante toda a primeira parte. Sem poder contar com Zielinski, que estava suspenso, Ancelotti apostou em Verdi, que correspondeu. Se está longe de ter a capacidade de controle do meia polaco, o italiano oferece bastante movimentação sem a bola e muito drible com ela em controle. Isso acabou por deixar o setor direito de marcação da Roma bastante perdido.

Contudo, aos 46 minutos do primeiro tempo, o time partenopeo ofereceu a primeira grande chance de perigo para os mandantes, em um contra-ataque puxado por Perrotti, que contou com a presença física de Nzonzi para realizar um passe de primeira no centro do campo e ganhar a bola no alto dentro da área. No desenrolar da jogada, Meret acabou cometendo pênalti em Schick. Perotti cobrou e empatou a partida.

O gol caiu dos céus para o time treinado por Ranieri. Entretanto, o romano acabou cometendo um erro ao não tentar ajustar a marcação do time pelos flancos e pagou caro por isso logo no início da segunda etapa. Aos quatro minutos, em uma bela jogada construída desde a defesa, com Koulibaly, o Napoli voltou à frente do placar com Mertens. O atacante belga finalizou da meia-lua, e o rebote em Fazio caiu nos pés de Callejón: o espanhol cruzou rasteiro para o meio da área, onde o mesmo Mertens, sozinho, contou com o erro de Olsen para finalizar. O baixinho, que forneceu duas assistências e anotou dois gols nas duas últimas rodadas, entrou para o rol dos cinco maiores goleadores do clube na Serie A e no geral.

Cinco minutos depois do feito histórico de Ciruzzo, a Roma subiu com seus dois zagueiros para tentar o gol, numa falta lateral pelo lado esquerdo, e o resultado não poderia ter sido mais desastroso. Koulibaly cortou a bola, Ruiz arrancou, deixando De Rossi, na saudade e tocou para Verdi completar e encaminhar o triunfo. Ranieri tentou mudar o rumo da partida ao colocar Zaniolo no lugar de Schick, mas o jovem meia italiano pouco pode produzir em seus minutos em campo. De efetivo mesmo, apenas a construção de uma jogada pelo centro do campo: tocou para Cristante finalizar da entrada na área e, no rebote de Meret, Nzonzi cabeceou a bola no travessão.

Com a Roma pouco produtiva e esbarrando no muro chamado Koulibaly, o jogo foi bem administrado pelo Napoli. A equipe de Ancelotti marcou o quarto quando faltavam 10 minutos por jogar: após a zaga da Roma afastar um cruzamento, Ruiz dividiu com Zaniolo e a bola sobrou para Younes anotar, após duas tentativas.

Gol decisivo de Milinkovic-Savic colocou a Lazio novamente na briga por UCL (Reuters)

Inter 0-1 Lazio
Milinkovic-Savic (Luis Alberto)

Tops: Handanovic (Inter) e Luis Alberto (Lazio) | Flops: Brozovic (Inter) e Caicedo (Lazio)

Em duelo muito valioso na disputa pela vaga na Liga dos Campeões, Inter e Lazio não entregaram um jogo muito empolgante no San Siro. Num jogo marcado pelo nervosismo na hora de finalizar as jogadas, venceu quem teve um jogador capaz de pausar o jogo no campo ofensivo – no caso, Luis Alberto. Com o espanhol voltando à boa fase, o time romano voltou a vencer a Inter na Serie A depois de quatro derrotas seguidas e se colocou novamente na disputa por uma vaga na próxima Liga dos Campeões: com um jogo a menos, está três pontos atrás do Milan, quarto colocado.

Spalletti não pode contar com Martínez para essa partida e, fulo com Icardi, decidiu escalar Keita como camisa 9 – experimento que não funcionou contra o Frankfurt, na Liga Europa, e teve o mesmo resultado neste domingo. Ainda assim, a Inter começou o jogo indo pra cima e logo aos 5 minutos teve uma boa oportunidade com Perisic finalizando da entrada da área.

A Lazio foi a campo em seu habitual 3-5-2 e aproveitou o ímpeto ofensivo da Inter para marcar o 1 a 0 em contra-ataque letal, logo aos 12 minutos de jogo. Milinkovic-Savic arrancou pelo lado direito e acionou o brasileiro Rômulo em velocidade; o brasileiro inverteu o lado da jogada e fez a bola chegar aos pés de Luis Alberto. O meia espanhol conseguiu colocar a bola na cabeça do sérvio, que passou por trás de Brozovic na segunda trave e marcou.

Os nerazzurri tentaram colocar a cabeça no lugar e buscar a virada, mas esbarram mais uma vez na falta de mecanismos coletivos para atacar por dentro e na ausência de um 9 de verdade no ataque. Os cruzamentos sem muito critério que caracterizam essa equipe nos últimos anos acabam sem efetividade. Sem criar lances de real perigo e sofrendo com as transições dos laziali, o time de Spalletti precisou de mais uma boa partida de Handanovic para não sofrer uma derrota maior. O goleiro esloveno salvou uma cabeçada perigosa do zagueiro Bastos ainda no primeiro tempo e voltou a trabalhar nos muitos contra-ataques romanos.

Mesmo sem realizar um jogo de encher os olhos, o time de Inzaghi neutralizou muito bem o jogo pobre da Inter e defendeu bem sua área. Politano teve a única chance de real perigo da Inter na segunda etapa, mas acabou finalizando mal. Por fim, Candreva entrou aos 35 do segundo tempo e “ajudou” sua equipe a chegar ao número impressionante de sete cruzamentos certos em 45 tentativas na partida.

Sampdoria 1-0 Milan
Defrel

Tops: Praet e Colley (Sampdoria) | Donnarumma e Biglia (Milan)

Após a derrota para a Inter na última rodada, se esperava uma resposta positiva do Milan no encontro diante da Sampdoria, em Gênova. Contudo, o time treinado por Gattuso voltou a apresentar um futebol pouco produtivo, teve bastante dificuldade para estabelecer sua força no meio-campo e acabou somando outra derrota no campeonato. O Diavolo não perdia jogos fora de casa no campeonato desde outubro de 2018 e, com essa derrota, viu a margem que tinha construído para o quinto colocado sumir. Já a Samp continua próxima da zona europeia, com três pontos a menos que Lazio e Atalanta.

No primeiro lance da partida, Donnarruma foi sair jogando, errou o passe e entregou o gol para Defrel. O atacante da Sampdoria chegou ao seu oitavo gol no campeonato e, sem sombra de dúvida, este foi o mais relevante deles – mais do que a doppietta no 3 a 0 sobre o Napoli. Com o gol sofrido muito cedo, o Milan viu o time de Giampaolo fechar bem suas linhas, em seu compacto 4-4-2, não concedendo espaço para a circulação ofensiva de Suso ou Castillejo.

Já os donos da casa contaram com a melhor partida de Praet na temporada. O meia conseguiu trabalhar muito bem a bola a cada recuperação de sua equipe e foi a partir dele que a equipe criou suas chances de aumentar o placar. Na melhor delas, o artilheiro Quagliarella finalizou no travessão. No final da partida, o Diavolo reclamou de pênalti de Murru sobre Piatek. O árbitro Daniele Orsato não enxergou contato faltoso em tempo real – depois foi ao VAR e manteve sua decisão.

Uma falha feia de Donnarumma acabou sendo decisiva para a derrota do Milan frente à Sampdoria (Getty)

Juventus 1-0 Empoli
Kean (Mandzukic)

Tops: Kean e Mandzukic (Juventus) | Flops: Pajac e Dell’Orco (Empoli)

Sem Cristiano Ronaldo e Dybala disponíveis, a Juventus teve provavelmente sua partida mais pobre no campeonato, em termos de desempenho coletivo. Allegri escalou um meio-campo bem forte no aspecto físico e com a ideia de pressionar o adversário com Matuidi, pelo lado esquerdo, e contar com os apoios de Cancelo, do outro. A ideia até funcionou do ponto de vista do ritmo de jogo, com o lateral português se recuperando da sequência ruim de partidas recentes, entre clube e seleção.

Entretanto, a Velha Senhora encontrou muita dificuldade para ser efetiva em seus ataques. Não teve muita penetração no terço final do campo e mal conseguia acionar Mandzukic no centro da área. Aproveitando esse jogo mais amarrado dos donos da casa, o Empoli resistiu bem ao primeiro tempo no Allianz Stadium, e contou com a qualidade de Caputo para tentar aproveitar cada chance rara que recebia em campo ofensivo.

Allegri demorou a trocar no segundo tempo, mas acabou fazendo as trocas corretas para buscar o resultado positivo. Spinazzola e Kean vieram para o campo, tentando aproveitar o bom momento que vivem, e a estrela do atacante brilhou uma vez mais. Chiellini fez um lançamento desde o campo de defesa, Mandzukic conseguiu tocar com a nuca na bola e o menino não perdeu a chance: finalizou com força para marcar o gol da vitória e marcar seu terceiro nos últimos três jogos. Kean ainda passou perto de fazer sua doppietta, mas Dragowski mostrou tempo de reação. O Empoli continua sem vencer a Juventus em Turim: em 12 jogos, 11 triunfos juventinos e um empate.

Parma 1-3 Atalanta
Gervinho (Scozzarella) | Pasalic (Gómez), Zapata (Castagne), Zapata (Gómez)

Tops: Zapata e Gómez (Atalanta) | Flops: Bastoni e Ceravolo (Parma)

No jogo que abriu o domingo, o Ennio Tardini foi o palco de um duelo de opostos, protagonizado pela equipe que em média fica mais tempo com a bola em seu controle no campeonato – a Atalanta – e o time que tem a menor posse do certame – o Parma. Entre os estilos contrastantes, tivemos um grande jogo de futebol, com destaque para uma boa exibição de Gervinho, em sua luta quase solitária contra as defesas rivais, e mais um show de Papu Gómez.

Os ducali saíram na frente logo aos oito minutos de partida, fazendo valer o seu estilo de transições fortes. Pasalic dormiu após receber passe de Palomino na zona central, tentou driblar onde não devia e viu Scozzarella roubar-lhe a bola e logo acionar Gervinho. O marfinense acelerou até entrar na área e finalizar por baixo do goleiro Gollini.

Com os donos da casa saindo na frente tão cedo, o duelo de estilos já destacado ficou ainda mais evidente, com os nerazzurri assumindo completamente o domínio das ações e trabalhando as jogadas bem a seu estilo. Controlando as ações ofensivas e trabalhando com muita força o jogo lateral, o poder de criação da Atalanta aparece mesmo quando Gómez circula por toda a zona central, sendo o organizador ofensivo do jogo da equipe. Aos 24 minutos, pimba: o argentino apareceu na entrada da área e encontrou Pasalic em boas condições. O volante croata se redimiu do erro no gol que abriu o placar e empatou a partida.

O primeiro tempo continuou bastante animado, com os orobici mais efetivos no ataque e com a posse de bola beirando os 70%. Do outro lado, os parmenses executavam bem a sua proposta de jogo reativo e levavam perigo ao gol rival através da bola parada, geralmente com Bruno Alves. Aos 54 minutos de jogo, Ilicic entrou no lugar de Pasalic, trazendo ainda mais poder de criação para sua equipe. Aproveitando um Parma cada vez mais desgastado, a Atalanta insistiu até achar o gol da virada.

Aos 75 minutos, outra participação de Gómez foi fundamental para os bergamascos. Papu clareou toda a jogada e deixou Castagne na boa para cruzar para o artilheiro Zapata completar para a rede. O jogo permaneceu em bom ritmo até o final: mesmo que cansados, os donos da casa buscaram o empate através de bolas longas e cruzamentos laterais. Nessa procura, acabaram por permitir muito espaço para os contra-ataques. No último deles, aos 94, Gómez recebeu de Freuler, invadiu a área rival e tocou para Zapata completar. O colombiano marcou 13 de seus 19 gols no campeonato jogando como visitante. Hóspede indigesto, é o líder de todo o torneio neste quesito.

Em fase esplendorosa, Kean decidiu para a Juventus (AFP)

Fiorentina 1-1 Torino
Simeone (Vitor Hugo) | Baselli (Falque)

Tops: Vitor Hugo (Fiorentina) e Sirigu (Torino) | Flops: Lafont (Fiorentina) e Ansaldi (Torino)

Em dia de grande público no Artemio Franchi, a Fiorentina mais uma vez esbarrou na falta de consistência do seu meio-campo e acabou saindo sem a vitória em uma partida em que foi superior e teve volume de jogo suficiente para vencer. O Torino, por sua vez, mostrou em mais uma rodada que está muito firme defensivamente e que pode, sim, sonhar com uma vaga europeia. No final das contas, o empate era mesmo o resultado mais esperado entre as equipes que mais empatam na Serie A – a viola, inclusive, igualou seu recorde de cinco paridades consecutivas como mandante.

Pioli escalou a Fiorentina no 4-3-3, com Laurini e Mirallas pela direita e Biraghi e Simeone pela esquerda, uma vez que o jogo exterior e das transições rápidas é a grande arma da equipe em toda temporada – sem Chiesa, lesionado, essa característica acabou ficando prejudicada. Já Mazzarri utilizou seu amado 3-5-2, buscando manter a consistência defensiva da equipe, que tem muita força no meio, graças ao trio formado por Rincón, Lukic e Baselli.

O jogo começou bem animado e, aos 12 minutos, Ansaldi afastou com um chutão uma bola perigosa pelo lado esquerdo. Vitor Hugo veio de encontro à pelota e cabeceou com muita força para encontrar Simeone frente a frente com Sirigu. Deixado em posição legal pelo próprio Ansaldi, Cholito mostrou categoria ao driblar o goleiro e tocar para o fundo da rede. Com a vantagem no placar e obrigando o Torino a subir um pouco suas linhas, a Fiorentina acabou tendo o cenário que gosta para atacar pelos flancos. Vitor Hugo desempenhou uma função crucial, ajustando as linhas de marcação e atuando como passador primário.

O jogo fluía muito bem para os donos da casa, até que, aos 34 minutos, Baselli acertou um chutaço espetacular no ângulo direito do gol defendido por Lafont e empatou a partida. Na etapa final, a Fiorentina buscou abrir as linhas de marcação do Torino e a equipe visitante se manteve firme, pela força de seu meio-campo. Os mandantes finalizaram 12 vezes no segundo tempo, mas só uma chegou ao gol de Sirigu, que já havia feito sua parte ao segurar o placar com boas defesas antes do intervalo.

A Fiorentina manteve sua série de invencibilidade contra o Torino em seus domínios: tem, agora, 29 jogos sem derrotas. Porém, acaba deixando pontos importantes para trás e fica no limbo: na décima posição, está sete pontos atrás de Samp e Toro, e cinco acima do pelotão composto por Cagliari, Genoa e Parma. O Torino, por sua vez, não perdeu em um campo em que costuma se complicar e luta firme por uma vaga na Liga Europa.

Chievo 0-3 Cagliari
Pisacane (Pellegrini), João Pedro (Barella) e Ionita (Cacciatore)

Tops: Cragno e Barella (Cagliari) | Flops: Depaoli e Andreolli (Chievo)

Em um Marcantonio Bentegodi bem vazio, como de costume, o virtual rebaixado Chievo teve mais uma atuação desastrosa e acabou sendo presa fácil para o Cagliari. O time sardoconquistou sua primeira vitória como visitante diante do conjunto gialloblù em toda a história e praticamente confirmou sua permanência na Serie A.

A primeira chance do jogo foi do Chievo, aos 10 minutos de jogo com Léris finalizando para a boa defesa de Cragno. Depois disso, o Cagliari simplesmente comandou um assalto aos clivensi e definiu o resultado ainda no primeiro tempo. Aos 16, o jovem Pellegrini cruzou na cabeça de Pisacane, que abriu o placar com uma forte cabeçada. Controlando bem o meio-campo, graças a uma esplêndida atuação de Barella, a formação casteddu utilizou bem seus laterais e teve muito espaço entre as linhas do Chievo. Aos 33 minutos, Barellino avançou com a bola desde o campo de defesa, deixou três marcadores pelo caminho e tocou para João Pedro ampliar a vantagem.

Aos 43, em mais um cruzamento vindo do lado esquerdo, Cacciatore deixou Ionita em condições perfeitas para dar números finais à partida, com uma cabeçada tão estranha quanto eficiente. Desanimado, sem força coletiva e com pouco incentivo vindo das arquibancadas, o Chievo pouco criou no segundo tempo e viu Depaoli ser expulso logo na volta do intervalo. Quando tentou fazer seu gol de honra, o time treinado por Di Carlo parou em Cragno, autor de três grandes defesas na peleja.

Udinese 2-0 Genoa
Okaka (Fofana), Mandragora (Pussetto)

Tops: Mandragora e Pussetto (Udinese) | Flops: Zukanovic e Rolón (Genoa)

Igor Tudor está de volta ao comando da Udinese e recomeçou bem, levando o time friuliano a um resultado positivo e crucial diante do seu torcedor. Entretanto, a equipe bianconera não passou muita segurança mais uma vez. O Genoa teve uma partida muito condicionada pelo gol que sofreu logo no comecinho do duelo e por uma discussão entre os atletas no intervalo. A formação rossoblù até contou com bom volume ofensivo, mas não conseguiu quebrar a sequencia de cinco duelos sem vencer a Udinese.

O jogo na Dacia Arena não poderia ter começado melhor para os donos da casa. Antes que o relógio marcasse 5 minutos de jogo, Lerager perdeu a bola no ataque e viu Pussetto iniciar um contragolpe belíssimo, que culminaria no 1 a 0. A jogada coletiva começou com o argentino, passou por Okaka, mudou de lado e continuou com De Paul, que acionou Fofana dentro da área. O volante teve toda a tranquilidade do mundo para rolar para devolver para Okaka, que finalizou para o fundo da rede.

O Genoa respondeu bem ao gol sofrido e, com a força de seus laterais, conseguiu estabelecer uma sequência ofensiva no primeiro tempo, até criar uma chance de empatar. No entanto, o chute de Radovanovic teve a defesa de Musso. A Udinese não estava confortável em precisar defender sua área (isto é um dos maiores problemas do time no campeonato), mas acabou fazendo um bom serviço ao impedir que Kouamé recebesse algum dos muitos cruzamentos efetuados pelo Genoa na partida.

A dinâmica de ataque do Genoa mudou um pouco no segundo tempo, quando Pandev e Bessa vieram para o jogo e deram maior qualidade de criação pelo centro. A ideia até funcionava bem, mesmo que Pussetto e De Paul continuassem perigosos nos contra-ataques. Os visitantes não contavam é que Mandragora iria marcar um golaço impressionante, finalizando de meia-distância e aplicando a lei do ex aos 17 minutos do segundo tempo. Com a desvantagem, o Genoa voltou a forçar o jogo com os laterais e mostrou a fragilidade defensiva da dupla de zaga da Udinese, que só não sofreu gols porque Musso estava em tarde mágica.

Com doppietta ante o Parma, Zapata chegou aos 19 gols na Serie A (Getty)

Bologna 2-1 Sassuolo
Pulgar (pênalti), Destro (Orsolini) | Boga

Tops: Orsolini (Bologna) e Sensi (Sassuolo) | Flops: Dzemaili (Bologna) e Babacar (Sassuolo)

Em uma rodada marcada por muitos gols no começo das partidas, no Renato Dall’Ara tivemos um jogo bastante aberto desde os primeiros minutos, mas que guardou a emoção para os últimos instantes. No primeiro tempo tivemos duas chances claras para cada lado: Dzemaili, de longa distância, e Orsolini, em cobrança de falta, levaram perigo à meta defendida por Consigli. Por sua vez, Babacar teve gol anulado por impedimento e depois obrigou Skorupski a fazer boa defesa.

O jogo voltou mais amarrado na segunda etapa, mas aos 68 minutos, Babacar cometeu pênalti bobo sobre Palacio. Pulgar cobrou com categoria para inaugurar o marcador. O jogo ficou muito direto após o 1 a 0, com muito perde e ganha no meio-campo e poucas jogadas mais trabalhadas. Quando parecia encaminhar sua terceira vitória seguida no campeonato, o que não acontecia desde 2017, o Bologna viu Babacar chutar mascado, a bola desviar no zagueiro e cair no pé de Boga, que empatou a peleja aos 91.

Sem vitórias desde janeiro, dessa vez não parecia mau negócio para o Sassuolo levar um pontinho para casa. Contudo, aos 96, Orsolini cobrou escanteio e Destro, recém-entrado, estufou a rede e sacramentou a vitória mais emocionante do Bologna em toda a temporada. Um gol vital, já que tirou a equipe da zona de rebaixamento e empurrou o Empoli para lá. Se os bolonheses estão dois pontos acima da zona da degola, os neroverdi deveriam se preocupar: ainda são sete pontos de vantagem, mas a sequência negativa não depõe a seu favor.

Frosinone 0-1 Spal
Vicari (Kurtic)

Tops: Viviano e Vicari (Spal) | Flops: Ariaudo e Brighenti (Frosinone)

No Benito Stirpe tivemos um duelo marcado por duas equipes que evoluíram suas ideias táticas durante o campeonato. Frosinone e Spal, espelhadas no 3-5-2, demonstram boas ideias, mas acabam pecando na baixa qualidade individual para executar lances-chave durante as partidas. Com peças melhores, os spallini vão somando pontinhos e continuam firmes na luta pela permanência. Os laciais, por sua vez, estão virtualmente rebaixados.

Os ciociari não vencem como mandantes na primeira divisão desde 2016 e precisam voltar ao caminho das vitórias para sonhar com o improvável. Mesmo que tenha melhorado seu nível de jogo nas últimas rodadas, o Frosinone ainda é uma equipe bastante previsível em seu jogo, dependendo muito da ligação direta do zagueiro Salamon. A Spal por sua vez, embora tenha uma boa organização de jogo, fiando-se na força física de seus atacantes e no suporte ofensivo dos alas, ainda vê sua posição com desconfiança, muito por não conseguir manter as vantagens que consegue nas partidas. Até agora, a equipe de Semplici deixou pelo caminho 18 pontos em jogos que vencia e tomou o empate ou a virada. Dessa vez, a história foi diferente.

O gol da vitória foi marcado logo aos 12 minutos, com a força da bola parada. No escanteio cobrado por Kurtic, Vicari se antecipou à defesa adversária e cabeceou para o fundo da rede, sem chances para Sportiello. Com a vantagem no placar, a Spal aproximou seus setores, marcou forte e entregou a posse de bola para o Frosinone. Com a obrigação de buscar ao menos o empate diante de seu torcedor, o time da casa usou e abusou de Ciofani e Pinamonti recebendo jogo direto e acabou criando um volume de jogo interessante. O time finalizou 25 vezes, mas esbarrou na falta de pontaria e na boa jornada de Viviano.

Seleção da rodada
Cragno (Cagliari); Colley (Sampdoria), Vicari (Spal), Koulibaly (Napoli); Gómez (Atalanta), Luis Alberto (Lazio), Mandragora (Udinese), Barella (Cagliari), Verdi (Napoli); Mertens (Napoli), Zapata (Atalanta). Técnico: Carlo Ancelotti (Napoli).

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