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Em sua reta final, Serie B 2021-22 está longe da definição: seis times brigam pelo acesso direto

Passada mais uma data Fifa decepcionante para a Itália, é chegada a hora da arrancada final nos campeonatos nacionais. Se as disputas pelo scudetto e pelas vagas europeias estão pegando fogo na Serie A, na segunda divisão não é muito diferente. Até maio, a Serie B só vai ter uma breve pausa ao fim da temporada regular, quando serão definidos os dois times promovidos e os três rebaixados de forma direta. Em seguida, teremos o drama das repescagens nas duas pontas da tabela.

Há dois meses, o cenário trazia a briga pela liderança dividida entre três equipes, separadas por apenas dois pontos. Agora, duas forças se juntaram ao pelotão de cima. Faltando sete rodadas para o final do campeonato, três pontinhos separam o líder do quarto colocado, enquanto outros dois times também seguem próximos na luta para evitar o temido playoff e poderem ascender diretamente.

Depois de Pisa, Brescia e Lecce, a Cremonese é a mais nova líder da Serie B. Em momento positivo desde dezembro e dona do maior número de vitórias da liga – 17 em 31 partidas –, a equipe lombarda busca o retorno à elite depois de 26 anos. O time tem o comando de Fabio Pecchia e conta com diversos jovens jogadores emprestados pelos grandes, a exemplo de Nicolò Fagioli, Hamza Rafia e Luca Zanimacchia, da Juventus, e Gianluca Gaetano, do Napoli. Também se sobressaem Marco Carnesecchi e Caleb Okoli, frequentemente convocados pelas seleções de base da Itália.

Já o Pisa, que teve um momento de instabilidade nos dois primeiros meses do ano, voltou à briga e tem dividido a liderança do campeonato com a ajuda dos reforços de inverno – em especial o auxílio dos atacantes Ernesto Torregrossa e George Puscas, que têm suprido a falta de gols do promissor Lorenzo Lucca. O centroavante da sub-21 da Itália, observado por grandes clubes do país, segue na seca e não marca desde outubro.

Em ascensão, o Monza conta com série invicta na luta pela inédita promoção à elite (Getty)

Outro clube lombardo que melhorou a sua situação desde a nossa última atualização sobre a Serie B foi o Monza. Abastado pelo forte investimento de Silvio Berlusconi e administrado por Adriano Galliani, o time biancorosso também se movimentou na janela de inverno e vive a maior sequência de vitórias do campeonato, no momento. Invicta há cinco partidas, a equipe de Giovanni Stroppa venceu as quatro mais recentes e se colocou na luta pelo título – e por um acesso inédito em sua história.

O Lecce, por sua vez, era o líder há um mês e hoje já é o quarto colocado. Apesar de ter sofrido somente uma derrota na liga em 2022, os apulianos tiveram duas séries de empates que fizeram os concorrentes se aproximarem – e até lhes ultrapassarem. Invicto há seis rodadas, o time de Marco Baroni empatou os últimos quatro jogos e perdeu terreno após ver ruir a segurança defensiva que lhe acompanhou durante a temporada.

Mais abaixo, é uma grande surpresa que o Brescia permaneça na briga pela liderança mesmo em meio ao caos administrativo proporcionado pelo presidente Massimo Cellino. Um dos motivos para entender a quinta posição que o time ainda mantém é a qualidade do elenco, que tem nomes como Rodrigo Palacio, Jesse Joronen, Valon Behrami e Andrea Cistana. Por outro lado, o trabalho de Pippo Inzaghi não satisfez a diretoria, que demitiu o treinador mesmo com uma cláusula que o impediria de ser afastado com a equipe na zona de classificação – para a sua revolta. O experiente Eugenio Corini substituiu o ex-atacante e ainda não estreou.

Se os lombardos estão há cinco pontos do líder, o Benevento tem uma diferença maior (oito), porém, com um jogo a menos, tem condições para permanecer na briga pelo acesso direto. A sua pontuação, 51, é a mesma do Frosinone, que deixou de empatar tanto. Porém, em contraste com um acréscimo no número de vitórias, também sofreu mais derrotas. Por isso, se distanciou do pelotão de cima e deve buscar o retorno à Serie A através da repescagem.

Mesmo mantendo o Brescia na briga pelo retorno à Serie A, Inzaghi foi vítima da impaciência de Cellino (LaPresse)

Já o Ascoli é o time que abre a zona de classificação para o playoff, com uma vantagem interessante de três pontos para o nono colocado, o Perugia. A equipe umbra precisa de uma arrancada para mudar sua situação, assim como Cittadella e Reggina, que estão no meio da tabela. Os calabreses, inclusive, sabem o que é isso, já que deixaram a parte inferior da tabela para hoje estarem em um cenário confortável para a permanência na categoria, mas de improvável aproximação ao pelotão superior.

O discurso aplicado à Reggina também serve para Ternana, Como e Parma, distantes o suficiente das posições mais baixas da classificação. Para os crociati, claro, a situação está longe da ideal. Sob o comando de Giuseppe Iachini, o time de Gianluigi Buffon não apresentou melhora no returno mesmo após garantir reforços de peso, como Goran Pandev e Simy. Dona da maior série de invencibilidade atual, de sete jogos, a equipe gialloblù venceu apenas duas vezes no período.

Distante tanto do pelotão intermediário quanto dos últimos colocados, a Spal segue com uma campanha decepcionante, mas deve evitar o sofrimento da briga contra o descenso. Afinal, a equipe emiliana tem sete pontos de vantagem para o Alessandria, que abre a zona de playout. Os piemonteses têm apenas um ponto de vantagem para Cosenza e Vicenza e os três lutam contra o rebaixamento direto. Apenas um deles se salvará.

Por fim, Crotone e Pordenone não melhoraram as suas situações. Desde nossa última atualização, os squali venceram somente um jogo e somaram seis pontos em dois meses. Hoje, estão a cinco da repescagem. O panorama é ainda pior ainda para os neroverdi, que perderam o momentum da estreia na Serie B, quando lutaram pelo acesso. Sem vencer há 11 rodadas, a equipe friulana está 10 pontos atrás do Cosenza e o rebaixamento matemático é questão de tempo.

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