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Finalmente: após longa trajetória, Frosinone e Cosenza conquistam acessos na Itália

Enquanto a bola rolava em Kaliningrado para Croácia e Nigéria, pela Copa do Mundo, quatro equipes definiam seu futuro no último dia de futebol profissional na Itália nesta temporada: na Serie B, a final do play-off entre Frosinone e Palermo determinaria o terceiro a subir para a primeira divisão; já na Serie C, depois de uma longuíssima fase final do play-off, Siena e Cosenza enfim disputariam a última vaga para a segundona. No novíssimo Benito Stirpe, melhor para os anfitriões, que voltaram para a Serie A depois de duas temporadas, enquanto na outra final disputada em Pescara, o Cosenza garantiu seu retorno à B após 15 anos.

No caso do Frosinone, a promoção significou a glória para um clube sem grandes recursos até sua estreia na elite, em 2015-16. A passagem foi rápida, mas significou muito para os canarini, que conseguiram se estruturar de maneira saudável e promissora graças ao dinheiro obtido na Serie A. Com os ganhos, inauguraram seu estádio próprio no ano passado, depois de terem recomeçado um projeto abandonado há três décadas. O segundo elenco mais caro da segundona, curiosamente, acabou batendo justamente o mais caro: o do Palermo. O time siciliano mais uma vez teve um ano bastante conturbado e pela primeira vez desde 2003 ficará mais de um ano na B.

O retorno para a primeira divisão também premiou a insistência da equipe, que tinha batido na temporada passada. Empatado com o Verona com 74 pontos, o time comandado pelo veterano Pasquale Marino ficou atrás por causa do saldo de gols e acabou caindo nas semifinais do play-off para o Carpi, este eliminado pelo Benevento. Para 2017-18, a aposta foi no jovem treinador Moreno Longo, de boa passagem pelas categorias de base do Torino, e em contratações pontuais como Ciano, Krajnc, Beghetto, Chibsah e Koné, além das permanências de Bardi e Maiello.

Torcida do Frosinone invadiu o gramado após o fim do jogo (LaPresse)

Foi essa a espinha dorsal que deu aos leoni a chance de disputar a Serie A pela segunda vez na história. Todos tiveram espaço no 3-5-2 de Longo, com destaque especial para Ciano, artilheiro e maior assistente do time. O meia-atacante revelado pelo Napoli, aliás, é um dos melhores da Serie B há pelo menos quatro temporadas, mas nunca recebeu uma chance na elite; agora a expectativa é que finalmente apareça nos campos mais prestigiosos do país.

No caso de Ciano se faria justiça, como aconteceu com a sua equipe. O Frosinone perseverou, chegou a liderar o campeonato e perdeu a segunda posição para o Parma na última rodada. No drama do play-off, a equipe do Lácio garantiu vaga na final após dois empates com a Cittadella e se recuperou da derrota por 2 a 1 na Sicília, vencendo em casa por 2 a 0 com direito a muita catimba. No mata-mata também ficaram pelo caminho Venezia, Perugia e Bari – treinados por Pippo Inzaghi, Alessandro Nesta e Fabio Grosso, respectivamente.

Uma curiosidade a respeito desta edição da Serie B é que pela primeira vez em cinco anos o terceiro colocado conseguiu a promoção. O último tinha sido o Livorno, em 2012-13, quando fez 80 pontos e bateu o Empoli no play-off. O destino acabou sendo cruel para Latina (2014), Vicenza (2015), Trapani (2016) e o próprio Frosinone (2017), que perderam suas vagas para Cesena, Bologna, Pescara e Benevento, respectivamente. Esta história não foi muito diferente da que aconteceu na terceirona nesse domingo, quando o Cosenza, quinto colocado na primeira fase no Grupo C, bateu o Siena, segundo colocado do Grupo A.

Enquanto Livorno, Padova e Lecce garantiram suas vagas como campeões de cada um dos três grupos da Serie C, a equipe calabresa passou por uma longa trajetória no play-off antes de enfrentar o Siena, que ficou apenas um ponto atrás do Livorno. Depois de ter feito 54 pontos na primeira fase, o Cosenza bateu Sicula Leonzio (primeiro turno) e Casertana (segundo) no play-off do Grupo C, superando ainda Trapani (oitavas de final), Sambenedettese (quartas de final) e Südtirol (semifinais).

A final foi disputada em jogo único em Pescara, com vitória por 3 a 1 do time comandado pelo veterano Piero Braglia, que teve como artilheiro Gennaro Tutino, artilheiro e capitão do Napoli sub-19 em 2014. Pouco aproveitados no time principal napolitano, os jovens azzurri vão se destacando em realidades mais modestas.

Elenco do Cosenza celebra o retorno à segundona (LaPresse)

Esta será a 20ª passagem do Cosenza na segunda divisão, competição que não disputava desde 2003. O clube calabrês passou por diversos problemas desde então, incluindo três refundações (2003, 2007 e 2011) e uma mudança de marca em 2014, que finalmente redefiniu o nome como Cosenza Calcio e modernizou o escudo dos Lupi della Sila. O apelido vem do mascote do clube, um lobo, famoso na Sila, cadeia montanhosa no sul do Belpaese, que também já deu nome para um filme dos anos 1940 – Il lupo della Sila, estrelado por Silvana Mangano, Vittorio Gassman e Amedeo Nazzari.

Enquanto o Cosenza sobe, a Virtus Entella faz caminho inverso e está de volta à terceira divisão depois de quatro anos na Serie B. O time da Ligúria caiu no play-out para o Ascoli, que assegurou a salvezza com dois empates por 0 a 0, favorecido pela posição na temporada regular, em que fez 46 pontos, contra 44 dos diabos negros. Os outros rebaixados, definidos ainda no final das 42 rodadas, foram Novara (segundo descenso depois da passagem pela Serie A, em 2011-12), Pro Vercelli (também estava há quatro anos na B) e a lanterna Ternana, que passa por problemas administrativos desde 2016 e voltou para a terceirona após seis anos.

Seleção da Serie B 2017-18
Audero (Venezia); Rispoli (Palermo), Varnier (Cittadella), Gagliolo (Parma), Pasqual (Empoli); Falzerano (Venezia), Brugman (Pescara), Schenetti (Cittadella); Zajc (Empoli); Ciano (Frosinone), Caputo (Empoli). Técnico: Aurelio Andreazzoli (Empoli)

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