Zlatan Ibrahimovic está de volta ao Milan. Após várias especulações de retorno nos últimos anos, o atacante não renovou contrato com o Los Angeles Galaxy e ficou livre para fechar com qualquer clube. A diretoria milanista apresentou um vínculo de seis meses, com opção de extensão por mais um ano, e o sueco aceitou a proposta.
O clube não informou os valores, mas a imprensa italiana afirma que Zlatan ganhará 3,5 milhões de euros até junho de 2020. Ainda de acordo com a mídia especializada da Itália, Ibrahimovic chegará a Milão após o réveillon, mais precisamente no dia 2 de janeiro. A expectativa é que ele estreie dia 15, contra a Spal, em San Siro, em jogo único válido pelas oitavas de final da Coppa Italia.
“Estou voltando para um clube pelo qual tenho enorme respeito e para a cidade de Milão que amo”, celebrou Ibra, em declaração publicada no site oficial do Milan. “Lutarei junto com meus companheiros de equipe para mudar o rumo desta temporada. Farei de tudo para que isso aconteça”, completou.
Ibrahimovic nunca escondeu seu apreço pelo clube. Depois de sua saída para o Paris Saint-Germain, em 2012, o jogador deixou claro, em várias entrevistas, que queria ter permanecido em Milanello. O Milan o vendeu para fazer caixa, visto que enfrentava problemas financeiros.
Agora, com 38 anos, o grandalhão pode mostrar que ainda tem lenha para queimar e ajudar a melhorar o desempenho do ataque rossonero na temporada. Para isso, contudo, Ibrahimovic precisa superar o “tabu dos ex”: neste século, nenhum atleta que criou laços com a torcida em sua primeira passagem conseguiu repetir o sucesso no retorno a San Siro. Vejamos a lista.
Andriy Shevchenko
Após enfileirar cinco títulos nacionais com o Dynamo Kyiv, um jovem Shevechenko aportou em Milão, no fim dos anos 1990, para elevar o poderio ofensivo do Milan. Em sete anos com a camisa rossonera, Sheva colecionou gols, sobretudo em cima da rival Inter – seus 14 tentos o colocaram na posição de maior artilheiro do dérbi milanês. Além disso, o ucraniano conquistou uma pancada de troféus e, no ápice de sua carreira, ganhou a Bola de Ouro da revista France Football, em 2004.
Em 2006, deixou o Milan para se desafiar na Premier League, reforçando o plantel do Chelsea, à época comandado por José Mourinho. A expectativa em cima do atacante era alta, já que ele vinha de temporadas fabulosas na Itália. Porém, o jogador não correspondeu às expectativas, acabou escanteado por Mourinho e retornou ao Milan dois anos depois.
Assim como em sua passagem pelo Chelsea, Shevchenko “flopou” no retorno a Milão. Jogou somente a temporada 2008-09, entrando em campo 26 vezes e anotando apenas dois gols. Em meados de 2009, já na reta final de sua carreira, encerrou seu ciclo como jogador do Milan para defender o Dynamo Kyiv, agremiação que o revelou para o futebol. De todo modo, Sheva continuou amado pela torcida milanista.
Kevin-Prince Boateng
A última vez que o Milan venceu o scudetto foi em 2011. A principal estrela daquele time era Ibrahimovic. Mas havia outros coadjuvantes que ajudaram bastante na conquista do título da Serie A. Um deles era Kevin-Prince Boateng, contratado após boa Copa do Mundo de 2010 com a seleção ganesa.
A chegada de Boateng não gerou muito alarde, mas aos poucos o camisa 27 se encaixou como uma luva no esquema de Massimiliano Allegri. Em 2012, após duas excelentes temporadas vestindo vermelho e preto, o meio-campista trocou o número de camisa, passando a usar a 10, que ficara vaga depois da saída de Clarence Seedorf. A partir daí, o desempenho de Prince degringolou.
O ganês caiu consideravelmente de produção e acabou negociado com o Schalke 04 no mercado de verão europeu de 2013. Dois anos depois de pouco destaque no time alemão, Boateng voltou ao Milan para o segundo semestre da temporada 2015-16. Em uma equipe bem oscilante, encontrou poucas oportunidades e deu adeus aos rossoneri pela segunda vez em junho de 2016.
Mario Balotelli
Revelado pela Inter, Balotelli nunca escondeu seu amor pelo rival Milan. Ainda quando era ativo da Beneamata, o atacante vestiu a camisa milanista em um programa de TV italiano. O sonho de jogar pelo clube de coração finalmente se concretizou em janeiro 2013, após anos turbulentos no Manchester City.
O Milan estava à procura de um verdadeiro bomber, um jogador capaz de balançar as redes e, consequentemente, encantar os torcedores. A princípio, Super Mario conseguiu sê-lo: marcou 12 gols em 13 jogos pelo Milan, média de quase um tento por partida, e ajudou a classificar o time para a próxima Liga dos Campeões.
No entanto, Balotelli não conseguiu manter a performance na temporada seguinte. O Milan concluiu a Serie A 2013-14 na vexatória oitava posição, o atacante deixou o clube e assinou com o Liverpool. Porém, um ano após a transferência à Inglaterra, Balo retornou ao Milan por empréstimo de um ano. Assim como nos casos de Shevchenko e Boateng, Balo foi um fracasso retumbante em sua segunda passagem por Milão: sofreu com lesão, disputou 23 jogos e foi às redes apenas duas vezes.
David Beckham e Kaká
Beckham e Kaká poderiam fazer parte da lista de craques que não tiveram sorte na segunda passagem pelo Milan. Entretanto, se comparados com Shevchenko, Boateng e Balotelli, o inglês e o brasileiro não estariam aptos a entrar nela.
Se o tempo da primeira experiência de Beckham pelo Milan foi curta (janeiro a maio de 2009; 18 jogos e dois gols), a segunda acabou sendo mais breve ainda (janeiro a maio de 2010; 11 jogos e nenhum gol).
Já Kaká, um dos maiores brasileiros da história do Milan, voltou aos rossoneri em 2013. Embora estivesse visivelmente em declínio técnico e físico, o camisa 22 encerrou a temporada como um dos destaques do time, com 37 partidas e nove tentos.