Serie A

O Brasil que não deu certo na Itália

Mancini: o futebol foi esquecido na capital?

A transação milionária de Kaká para o Real Madrid roubou todos os holofotes no final da temporada européia. Mas como nem só de Kakas, Patos e Maicons vive a velha bota, o QuattroTratti preparou uma seleção que jogador nenhum gostaria de integrar. Os piores brasileiros no calcio, porque mesmo que o Éder Luiz não acredite, nem tudo deu certo para a ‘ginga brasileira’ na Série A.

Entre ilustres desconhecidos como o zagueiro Ângelo e o meia Fabiano do Lecce, a ‘seleção’ optou por jogadores que criaram alguma expectativa, como Mancini. Contratado para ser uma alternativa ao experiente Figo, o jogador que era fundamental no esquema da Roma passou a esquentar o banco da campeã Inter. Não marcou nenhum gol pela equipe na série A, e terminou o ano pior do que seu companheiro de clube, Adriano. O ex-imperador de Milão chegou a voltar à equipe titular no começo da era Mourinho e marcou três tentos no Italiano, mas os problemas disciplinares e o futebol pouco convincente encerraram a era do atacante na Inter, após quatro títulos italianos.

Se Ronaldinho Gaúcho não foi um fracasso, o astro não teve a regularidade que a torcida do Milan esperava. O gol que garantiu a vitória do Milan contra a Inter e algumas boas exibições pela Copa da Uefa logo foram substituídas pela cadeira de praia na meia-esquerda milanista. E pensar que Berlusconi já declarou que o time será montado em torno do astro. Émerson e Dida também seguiram pelo mesmo caminho. O primeiro praticamente não teve chances de atuar, e quando teve jogou o mesmo futebol fraco exibido no Real Madrid. Dida espanta pela queda vertiginosa. De titular absoluto da equipe nas conquistas da Liga dos Campeões de 02/03 e 06/07, o jogador passou a ser reserva indiscutível de Abbiati e dá calafrios na torcida toda vez que é exigido.

Mas se um clube pode reclamar de boca cheia sobre sumiço do bom futebol dos brasileiros na série A, esse clube é a Roma. Para começar a defesa foi lamentável. Com 61 gols tomados, a equipe só ficou na frente de Lecce, Reggina e Bologna. Doni, que havia conquistado respeito na capital italiana, teve diversos problemas físicos e atuações ruins, tornando-se nome discutível no plantel. Artur teve chances e confirmou o esperado. Não é goleiro para um time de ponta da Série A. Júlio Sérgio atuou em apenas uma partida, imagina-se o motivo. Seguindo na cozinha romanista, Cicinho demorou a se adaptar ao futebol italiano, mas após um início conturbado e de troca de farpas com o técnico Spalletti, fez boas partidas, inclusive na parte defensiva. No momento em que se firmava como um dos jogadores importantes da equipe lesionou-se. Apesar da melhora foi pouco, para o investimento e a expectativa criados no lateral. Os problemas físicos também prejudicaram o rendimento de Taddei e Juan. O primeiro perdeu a qualidade de chegada ao ataque e a parte física que o levou a Roma, tornando-se reserva no novo esquema tático de Spalletti. O segundo jogou apenas 21, das 38 partidas da Roma na série A e mesmo tendo atuações seguras, não foi o zagueiro impecável que se apresenta na seleção.

Felipe, zagueiro da Udinese, não repetiu as boas temporadas que ligaram seu nome a especulações em Roma e Milan. Também com problemas físicos, o jogador acabou atuando em menos da metade das partidas da equipe de Udine. Outros nomes também merecem uma menção honrosa pela péssima temporada. Cribari perdeu a titularidade na zaga da Lazio e deve deixar o clube após quatro temporadas. Kerlon e Coelho, que chegaram como aposta de risco a Chievo e Bologna respectivamente, pouco jogaram e não devem seguir na Itália. Assim como o lateral e meia-externo César, que em total decadência, não conseguiu se destacar no quase rebaixado Bologna.

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1 Comentário

  • Pois é, alguns brasileiros surpreenderam no calcio pelo que não fizeram. O Mancini achou que deixar a Roma pra ir pra Inter seria a oitava maravilha do planeta, e não marcou nem um golzinho. Incrível, ele era fundamental na Roma, quantos gols de Totti foram feitos graças a passes de Mancini! A Roma, por sua vez, com a mania de sempre de vender seus melhores jogadores… Foi assim com Mancini, com Chivu, com Batistuta, e a maioria deles depois acaba sendo taxada de 'mercenário'… Nessa temporada da Roma, porém, o que dificultou mais a vida dos brazucas foi mesmo o staff médico ruim, o maquinário velho de Trigoria, etc. Metade do time lesionada, justo na hora em que Cicinho começava a despontar… Sobre o tal do Artur prefiro nem comentar, o cara não é goleiro!
    O Felipe também foi uma pena na Udinese, mas igualmente por problemas físicos. E agora o brasileiro mais brilhante do calcio foi pro Real… Coitado do calcio.

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