Jogadores

Antonio Conte venceu tudo como jogador e agora busca inovar como técnico

Capitão e símbolo da vitoriosa Juventus da década de 90, Antonio Conte faz 40 anos nesta sexta-feira. Além de ter feito história nos campos, il Capitano foi também um dos grandes personagens nessa intertemporada, ao renovar como técnico o Bari no início de junho e apenas três semanas depois romper o contrato de forma consensual, por atritos com a direção do clube.

Formado nas categorias de base do Lecce, é pela equipe giallorossa que o meio-campista estreou pela Serie A com apenas 17 anos, em abril de 1986. Depois de alguma dificuldade para se afirmar na primeira divisão, Conte se converteu num dos pilares do Lecce que se manteve na Serie A por três anos seguidos, um verdadeiro líder em campo mesmo com a tenra idade.

Destacou-se de tal forma que fez Giovanni Trapattoni bancar sua contratação para a toda-poderosa Juventus, que buscava uma reformulação depois de resultados não muito bons nas últimas temporadas. Conte chegou em Turim no curso da temporada 1991-92 já mostrando ao que tinha vindo: não precisou de período de adaptação para se tornar titular e xodó da torcida.

Jogador de apenas dois clubes, Conte virou ídolo da Juventus (imago)

Se Trapattoni o lançou, foi com Lippi sua afirmação como vencedor: foram com o treinador toscano suas três primeiras conquistas nacionais e o Mundial Interclubes. Com as saídas de Gianluca Vialli e Fabrizio Ravanelli em 1996, pouco depois de tal sucesso, Conte assumiu a faixa de capitão da Juventus, que carregaria no braço por cinco anos, até passá-la a Alessandro Del Piero. Nesse tempo, liderou o melhor meio-campo do mundo, com gente do calibre de Zidane, Davids, Di Livio, Tacchinardi e Deschamps.

Se as relações com Lippi nunca foram perfeitas, ainda que sempre resolvidas internamente, com Carlo Ancellotti no banco Conte havia se tornado um líder insubstituível. Só perdeu a titularidade absoluta quando a idade avançou e Lippi retornou a Turim, ainda que continuasse sendo peça fundamental para a equipe. Conte deixou os campos no fim da temporada 2003-04, com 296 partidas, 28 gols e 15 títulos com a camisa bianconera.

Pela seleção italiana, Conte bateu duas vezes na trave, estando no grupo que perdeu a final da Copa do Mundo para o Brasil em 1994 e também no vice-campeão da Eurocopa de 2000 para a França. Ficou marcado nesta campanha pela linda bicicleta contra a Turquia, na estreia, mas acabou de fora da fase final depois de se lesionar numa falta dura de Gheorghe Hagi nas quartas-de-final. Com vinte partidas em azzurro, o sucesso na seleção ficou bem longe do que havia alcançado como bandeira por Lecce e Juventus.

Conte e sua garra habitual (Allsport)

Após pendurar as chuteiras, Conte passou um ano como assistente técnico no Siena e depois assumiu como treinador o Arezzo com a missão ingrata (e mal sucedida) de salvar o time da queda para a Serie C1. Em dezembro de 2007, foi contratado pelo Bari e acudiu a campanha desastrosa que vinha sendo feita com Giuseppe Materazzi. No ano seguinte, venceu a Serie B.

Uma pena que o clube pugliese tenha preferido o experiente Gian Piero Ventura, que já deu o que tinha de dar ao futebol italiano. Conte fará falta ao Bari e à Serie A, pelo seu estilo ofensivo e direto de jogar, uma filosofia de jogo que poderia fazer bem a um campeonato cada vez mais estéril.

Antonio Conte
Nascimento: 31 de julho de 1969, em Lecce, Itália
Posição: meio-campista
Clubes: Lecce (1985-91), Juventus (1991-04)
Seleção italiana: 40 convocações, 21 partidas, 2 gols
Títulos: Campeonato Italiano (1995, 97, 98, 02, 03), Coppa Italia (1995), Supercopa Italiana (1995, 97, 02, 03), Copa Uefa (1993), Liga dos Campeões (1996), Supercopa Uefa (1996), Mundial Interclubes (1996), Copa Intertoto (1999)

Compartilhe!

2 comentários

Deixe um comentário