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Azzurrini perdem, mas saem aplaudidos

Cena comum no jogo: Oscar Ruiz mandou quatro para fora (Getty Images)

 

Com três gols marcados em plena prorrogação, Itália e Hungria fizeram na tarde de hoje uma das partidas mais emocionantes do Mundial Sub-20, até agora. Ao final dos 120 minutos de jogo, foram os húngaros que se deram melhor e asseguraram a vaga para as quartas de final da competição, onde enfrentarão a seleção de Gana.

Não era mesmo o dia dos azzurrini. Como se não bastasse o gol tomado logo aos dois minutos de jogo, os comandados de Rocca ainda fizeram uma partida ruim e só conseguiram marcar o tento de empate, para levar a partida para a prorrogação, aos 37 do segundo tempo. Mas por que, então, saíram do estádio sob o coro de “Itália, Itália!”?

A resposta é fácil: os egípcios se renderam ao espírito de luta dos italiano, que, mesmo com um a menos em campo, não desistiram e alcançaram o empate, por duas vezes. Primeiro, no tempo regulamentar, quando Mazzotta fez um bonito gol e recolocou os azzurrini no jogo. Depois, na prorrogação, quando Bonaventura empatou, menos de um minuto depois da Hungria fazer 2 a 1.

Na verdade, a partida de hoje poderia facilmente ser divida em duas. E a linha divisória seria exatamente o primeiro gol italiano. Antes dele, era um jogo normal, no qual a Hungria se defendia e tentava matar o jogo no contra-ataque, enquanto a pouca criatividade italiana não levava muito perigo ao gol de Gulacsi. Parecia que aquele placar magro, conquistado ainda no início do jogo, levaria a seleção do leste europeu para a próxima fase, até que Mazzotta marcou e transformou totalmente o jogo. A partir dali, se tornaria um duelo para ficar marcado na história do torneio.

O(s) jogo(s)
Em sua primeira investida ofensiva no jogo, com menos de um minuto, a Hungria já tinha conseguido um pênalti. Gentili, voltando de lesão, puxou Nemeth na área e o juiz não perdoou: falta e cartão amarelo. Na cobrança, Koman inaugurou o placar para os húngaros e computou o gol mais rápido desse Mundial.

Alguns minutos depois, Gentili falhou mais uma vez e deu a chance de Nemeth marcar o segundo. O atacante do Liverpool chutou forte e obrigou Fiorillo a fazer grande defesa. Passado o susto, a seleção italiana se recompôs e começou a atacar, tendo suas melhores oportunidades nas cobranças de escanteio do romanista Della Penna. Mas nada muito animador: fim do primeiro tempo.

No intervalo, Rocca trocou Misuraca por Eusepi, para dar um ponto de referência melhor para seu time. Funcionou, a Itália jogou no campo adversário o tempo inteiro, mas ainda corria perigo nos contra-ataques. A situação piorou aos 71 minutos, quando Gentili (sim, de novo ele) puxou Nemeth (idem) na entrada da área e recebeu o segundo amarelo. Com as três substituições já queimadas, o técnico azzurrini não pôde arrumar o time e os contra-ataques húngaros se tornaram ainda mais perigosos. Por sorte, uma das mudanças de Rocca tinha sido Bonaventura no lugar de Della Penna: o jogador da Atalanta entrou bem e deu passe preciso para Mazzotta empatar, aos 82.

Começava ali um novo jogo: a seleção da bota perderia mais um jogador de defesa, Bini, por falta dura em Koman; e o juiz cooperaria com a emoção, expulsando injustamente Szekeres, cinco minutos depois, quando Mustacchio simulou uma cotovelada no rosto. Não obstante, expulsou ainda os dois técnicos, por reclamação.

Na prorrogação, os italianos tentaram fazer o tempo passar. Cada chance de cair no chão era devidamente aproveitada e, por isso, o primeiro tempo foi pouco jogado. No segundo, (mais uma vez) Nemeth recebeu sozinho e driblou Fiorillo, para fazer 2 a 1. Contudo, a alegria da Hungria durou pouco: no minuto seguinte, Bonaventura apareceu de novo para resolver. Dessa vez com um gol, em um chute cruzado que Gulacsi não segurou.

Aos 115 minutos, o ultimo zagueiro italiano, Albertazzi, foi expulso, deixando ainda mais espaço para os húngaros. E, claro, Nemeth estava lá para aproveitar. O atacante recebeu em velocidade e deu números finais ao placar. Os garotos italianos ainda tentaram uma reação, mas com dois a menos e em tão pouco tempo não foi possível reverter o 3 a 2. Agora, a seleção de Rocca volta para a Europa com um resultado esperado e com a moral lá em cima.

Itália x Hungria
ITÁLIA (4-2-3-1): Fiorillo; Bini, Gentili, Albertazzi, Mazzotta; Calderoni, Raggio Garibaldi (66’ Romizi); Della Penna (57’ Bonaventura), Mazzarani, Mustacchio; Misuraca (45’ Eusepi). Técnico: Rocca.
HUNGRIA (4-4-2): Gulacsi; Korcsmar (35’ Takacs), Szekeres, Szabo, Debreceni; Koman, Zambo, Kiss (42’Futacs) , Goszotonyi; Nemeth, Simon (14’ Dudas). Técnico: Egervari.
Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia)
Gols: 2’ Koman (U), 82’ Mazzotta (I), 112’ Nemeth (U), 113’ Bonaventura (I), 117’ Nemeth (U).
Amarelos: Albertazzi (I), Bini (I), Koman (U), Kiss (U), Duda (U), Szabo (U), Takacs (U).
Vermelhos: 71’ Gentili (I); 83’ Bini (I); 89’ Szekeres (U), Rocca (I) e Egervari; 115’ Albertazzi.
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1 Comentário

  • Koman, Fiorillo e Mustacchio, todos da Sampdoria. Incrível como os blucerchiati tem uma base competitiva.

    O Németh também é muito bom, poderia ganhar mais espaço no Liverpool.

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