Liga dos Campeões

Sem foco e inspiração, Juventus sucumbe ao dominante Atlético de Madrid e se complica na LC

Sem dúvidas, o duelo entre Atlético de Madrid e Juventus se desenhava como um dos mais equilibrados da fase de oitavas de final da Champions League. Mesmo levando um leve favoritismo pela maior consistência na temporada, a Juve sabia que teria uma missão muito complicada em Madri. Afinal de contas, o Atlético não perde em casa em mata-matas continentais há duas décadas e na noite dessa quarta-feira provou exatamente porquê. A vitória por 2 a 0, conquistada na reta final da partida, teve um gosto ainda mais especial por causa da superioridade que exerceu, fazendo valer o domínio sobre o ataque bianconero. Apenas contra os colchoneros a Velha Senhora nunca marcou em suas participações no torneio.

O fato de não ter sofrido gol no Wanda Metropolitano foi mais um ponto a favor do time de Diego Simeone. O treinador argentino, ex-Inter e Lazio, carrega uma invencibilidade contra italianos desde que assumiu a equipe rojiblanca e extravasou na comemoração do primeiro gol, que ocorreu depois de o Atlético ter perdido algumas oportunidades e ter visto um tento anulado pela arbitragem.

Pelo lado da Juventus, a frustração ficou marcada pelas partidas de Cristiano Ronaldo e Dybala, anulados pela defesa anfitriã. Enquanto o português acertou o gol apenas uma vez, com perigosa cobrança de falta defendida por Oblak no início da partida, o argentino também não teve a mesma produção ofensiva da fase de grupos.

Apesar do início positivo, em que conseguiu levar vantagem pela esquerda com Alex Sandro e Cristiano Ronaldo, o time de Massimiliano Allegri logo sucumbiu ao ótimo planejamento de Simeone, que atrapalhou a saída de bola de Bonucci, Chiellini e Pjanic, ofuscando suas opções de passes. Dybala, em especial, foi encurralado pela marcação dupla e foi pouco apoiado por Bentancur e Matuidi. Nem mesmo os passes longos para Mandzukic surtiram efeito, visto o domínio aéreo dos uruguaios Giménez e Godín sobre o ex-companheiro, que trocou Madri por Turim em 2015.

Por sua vez, o Atlético pouco a pouco tomou o domínio do jogo ao controlar a bola com Koke e Griezmann, que constantemente encontravam Juanfran e Filipe Luís ultrapassando pelas pontas, já que os visitantes não apresentaram uma boa cobertura defensiva. As bolas longas para Diego Costa também foram um perigo e, em uma delas, por pouco o centroavante não cavou um pênalti. Tocado levemente por De Sciglio, conquistou uma falta perigosa, em que Szczesny teve que trabalhar pela primeira vez, espalmando o forte chute de Griezmann. No segundo tempo, após novamente superar Bonucci, o brasileiro naturalizado espanhol perdeu grande chance.

Se Costa não conseguiu balançar as redes, seu substituto, o ex-juventino Morata, teve sucesso parcial. Depois de completar cruzamento em cabeçada precisa, teve o gol corretamente anulado por empurrão em Chiellini. De qualquer forma, a atuação insegura da dupla de zaga bianconera cobrou sua conta na parte final da partida. Não fossem Szczesny e o travessão, Griezmann teria anotado aos 53, numa tentativa por cobertura. Mas o primeiro tento saiu 25 minutos depois, com Giménez. O zagueiro aproveitou sobra de bola para abrir o placar – no lance, Bonucci tentou cavar uma falta, sem sucesso, e contribuiu para o tento do uruguaio. Cinco minutos depois, seu compatriota Godín, quase acertado com a Inter a partir de julho, ampliou a vantagem em chute que desviou nas costas de Ronaldo.

Em um duelo quente, pelas características de marcação das equipes, o grande número de jogadores pendurados era uma preocupação para o jogo de volta. Diego Costa, Partey e Alex Sandro foram para a caderneta do árbitro alemão Felix Zwayer e, portanto, não disputarão a partida em Turim, que será realizada daqui três semanas.

A Juve ainda terá o desfalque certo de Cuadrado e muito dificilmente contará com Khedira, que precisará de alguns dias de repouso para se convalescer de uma leve arritmia cardíaca. No Piemonte, a Velha Senhora precisará de um elenco 100% focado e em perfeitas condições físicas, já que a montanha a ser escalada é gigante, carrancuda e perigosa.

Atlético de Madrid 2-0 Juventus
Giménez e Godín

Atlético de Madrid: Oblak; Juanfran, Giménez, Godín, Filipe Luís; Saúl, Rodri, Partey (Lemar), Koke (Correa); Griezmann, Diego Costa (Morata). Treinador: Diego Simeone

Juventus: Szczesny; De Sciglio, Bonucci, Chiellini, Alex Sandro; Bentancur, Pjanic (Can), Matuidi (Cancelo); Dybala (Bernardeschi), Mandzukic, Cristiano Ronaldo. Treinador: Massimiliano Allegri

Árbitro: Felix Zwayer (Alemanha)
Local: Wanda Metropolitano, em Madri, Espanha

Compartilhe!

Deixe um comentário