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Os 5 maiores brasileiros da história do Genoa

Tradição é a palavra que melhor define o Genoa. A equipe mais velha da Itália e primeira campeã da Serie A venceu o campeonato pela última vez há quase um século: em 1923. Àquela época, nenhum jogador brasileiro havia jogado com a camisa rossoblù.

O primeiro jogador nascido no Brasil a ter passado pelos grifoni foi o curitibano Elisio Gabardo, conhecido no nosso país como Eliseu. O atacante, que atuava no Palmeiras, jogou por Milan e Liguria – um dos nomes da Sampdoria antes de sua fusão – e em 1939 fechou com o Genoa. Desde então, outros 26 brasileiros atuaram pelo clube vermelho e azul, a maior parte deles a partir dos anos 2000. Porém, dois que estão na nossa lista jogaram antes disso e um deles foi um dos principais nomes da conquista do tetracampeonato da Seleção, em 1994.

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Para montar a lista, o Quattro Tratti levou em consideração a importância dos jogadores na história do clube; a qualidade técnica do atleta versus expectativa; sua identificação com a torcida e o dia a dia do time (mesmo após o fim da carreira); grau de participação nas conquistas; respaldo atingido através da equipe e prêmios individuais conquistados. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais. A partir disso, escolhemos os brasileiros que marcaram a história da equipe e escrevemos breves biografias dos cinco maiores. Antes, veja também a lista completa daqueles que já vestiram a camisa do clube de Gênova.

Brasileiros da história do Genoa
Adaílton, Aldair, Almir Pernambuquinho, Anselmo, Branco, Danilo Sacramento, Davide Curti, Edenílson, Édson, Elisio Gabardo, Elói, Fabiano, Gabriel Silva, Germano, Gleison Santos, Marinho (Mario Di Pietro), Matuzalém, Paulo Pereira, Rafinha, Robert Anderson, Roger Carvalho, Rubinho, Thiago Gosling, Thiago Motta, Wilson, Zé Eduardo e Zé Elias.

5º – Elói

Posição: meio-campista
Período no clube: 1983-85
Títulos conquistados: nenhum

Nascido no interior de São Paulo, Elói começou no Juventus da Mooca e passou por Portuguesa e Inter de Limeira antes de cruzar a história do futebol italiano pela primeira vez: quando jogava no Santos, o meia participou do Mundialito de clubes, em 1981, e marcou um gol sobre o Milan, em San Siro. De volta ao Brasil, ele passou por Cruzeiro, América-RJ e Vasco antes de, enfim, ser contratado pelo Genoa, aos 28 anos.

À época o Grifone era uma equipe que frequentava muito mais a Serie B do que a elite – portanto, o objetivo da temporada 1983-84 era o da permanência. Com seu estilo peculiar, Elói chegou para ser o camisa 10 da equipe, e junto com o holandês Jan Peters era o encarregado de abastecer o atacante Massimo Briaschi. Apesar de ter feito bons jogos, Elói viu o Genoa ser rebaixado na última rodada, por critérios de desempate que salvavam a Lazio. O brasileiro ficou para a disputa da segundona, e depois de a equipe não conseguir retornar para a elite, voltou ao Brasil. Antes de se aposentar, Elói teve passagens por Botafogo e Porto – clube pelo qual venceu a Copa dos Campeões.

4º – Rafinha

Posição: lateral-direito
Período no clube: 2010-11
Títulos conquistados: nenhum

A passagem do lateral-direito Rafinha pelo Genoa foi uma espécie de interregno de sua carreira no futebol europeu, quase toda desenvolvida na Alemanha. O jogador revelado pelo Coritiba, um dos bons valores formados para a posição na última década, teve anos de destaque pelo Schalke 04 e chegou a Gênova contratado por 8 milhões de euros, em 2010. Seria o titular absoluto da lateral direita por muitos anos, mas preferiu se transferir para o Bayern de Munique pelo mesmo valor, 12 meses depois.

No ano em que jogou aos pés do Farol de Gênova, Rafinha foi titularíssimo: fez 34 jogos pelos rossoblù e não teve sua posição questionada nem mesmo quando Gian Piero Gasperini foi demitido e deu lugar a Davide Ballardini. Os genoanos terminaram a Serie A apenas na 10ª posição, mas o jogador nascido em Londrina caiu nas graças da torcida por ter feito um golaço na vitória por 1 a 0 no dérbi contra a Sampdoria – isso vale demais na Ligúria, onde a rivalidade é muito acalorada. Para completar, a arquirrival perdeu o outro clássico da temporada, na reta final do campeonato, e as duas derrotas foram fundamentais para que a Doria acabasse rebaixada. Não à toa, a simpatia da torcida do Genoa por Rafinha é imensa.

3º – Thiago Motta

Posição: meio-campista
Período no clube: 2008-09
Títulos conquistados: nenhum

Thiago Motta ficou apenas um ano no Genoa e foi pelo clube rossoblù que colocou sua carreira nos trilhos. O meio-campista surgiu como promessa do Barcelona, passou pela seleção olímpica do Brasil, mas teve passagem sofrível pelo Atlético de Madrid em 2007-08. O ítalo-brasileiro chegou a ficar sem clube por meses antes de ser contratado pelo Grifone, pelo qual estreou apenas em outubro. Motta logo ganhou a titularidade da equipe e foi o símbolo da campanha da equipe: ninguém apostava nos genoveses, mas eles quase se classificaram para a Liga dos Campeões – por apenas um ponto, a equipe ficou com vaga na Liga Europa, ainda assim um bom resultado. Havia quase 20 anos que o clube não jogava em uma competição Uefa.

O regista nascido em São Bernardo do Campo foi um dos mais importantes jogadores da equipe da Ligúria naquela campanha, com 27 jogos realizados e seis gols marcados. Muito regular, Motta realizava sempre grandes exibições e crescia em momentos de afirmação da equipe, como no empate diante da campeã Inter, em Milão, e quando marcou uma doppietta contra a Juventus – time que o Genoa não derrotava havia 14 anos. Thiago Motta, por possuir dupla nacionalidade, começou a ser cogitado para a seleção italiana quando ainda atuava pelos rossoblù, mas foi convocado pela primeira vez em 2011, quando já jogava na Inter. Sua venda para os nerazzurri rendeu ao Genoa cerca de 14 milhões de euros e foi um dos principais negócios da história do clube.

2º – Rubinho

Posição: goleiro
Período no clube: 2006-09
Títulos conquistados: nenhum

O irmão mais novo do ex-volante Zé Elias é conhecido por ter sido reserva em três anos de Corinthians e por esquentar o banco da Juventus desde 2012. No Genoa, porém, ele foi titular absoluto da equipe durante três temporadas, e foi um dos ídolos da torcida rossoblù no período em que defendeu o time, principalmente por integrar o elenco que levou o Grifone de volta à Serie A após 12 anos de ausência.

Rubinho chegou a Gênova em 2006 e disputou posição com Nicola Barasso no início. Porém, enquanto o seu concorrente sofreu 20 gols em 13 jogos, o brasileiro fechou o gol e sofreu 24 em 29, ajudando o time de Gian Piero Gasperini a ficar na terceira posição da Serie B e garantir o acesso à elite. Entre 2007 e 2009, o goleiro paulista evoluiu muito em relação a seus tempos de Corinthians: também foi titular e, quase sempre bastante exposto, por causa do esquema ofensivo do Genoa, tinha de se desdobrar para realizar suas defesas. O estilo discreto e eficiente de Rubinho foi fundamental na temporada 2008-09, na qual o Genoa se classificou à Liga Europa, ele só não atuou em um jogo.

1º – Branco

Posição: lateral-esquerdo
Período em que atuou no clube: 1990-93
Títulos conquistados: nenhum

25 de novembro de 1990. Naquele dia o Genoa acabava com um jejum de 11 anos sem vencer a Sampdoria no dérbi local com um gostinho a mais: o time estava bem colocado para conseguir uma vaga em competição europeia, algo inédito na história dos grifoni. No final das contas, a vitória por 2 a 1 foi fundamental para o melhor resultado do time desde 1942, a classificação à Copa Uefa e ainda valeu uma carimbada na faixa de campeã da eterna rival. O gol – na verdade um golaço – teve a marca registrada do maior brasileiro da história genoana. Em uma cobrança de falta, Branco mandou um petardo de perna esquerda no ângulo de Gianluca Pagliuca, fazendo com que a foto fosse utilizada como cartão de Natal provocativo de torcedores rossoblù aos dorianos.

Branco já havia sido campeão brasileiro pelo Fluminense, português pelo Porto e também já tinha conquistado uma Copa América com a Seleção – também tinha jogado uma Serie B pelo Brescia. Contratado pelo Genoa no auge de sua carreira, Branco não decepcionou, e no período em que esteve na Itália manteve sua vaga no grupo de Carlos Alberto Parreira. No Genoa da fase áurea, ele era um dos jogadores mais técnicos e importantes, ao lado de Tomáš Skuhravý, Carlos Alberto Aguilera e do capitão Gianluca Signorini. Suas constantes subidas pelo lado esquerdo davam opções de ataque a um time que atuava com velocidade. Pelo Genoa, suas cobranças de falta sempre foram temidas pelos adversários – como em qualquer outro período de sua carreira. Além do marcante gol contra a Samp, Branco anotou um dos mais lindos gols de sua carreira nas quartas de final da Copa Uefa 1991-92, contra o Liverpool, que ajudaram o time a seguir na competição, na qual foi eliminada nas semifinais.

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