Listas Serie A

Corações ingratos: os jogadores que defenderam os rivais Genoa e Sampdoria

É possível que apenas dois dos mais importantes clássicos italianos possam ser definidos como batalhas campais: o Derby della Capitale, entre Lazio e Roma, e o Derby della Lanterna, entre Genoa e Sampdoria. O acirradíssimo confronto genovês costuma registrar duros trancos entre os jogadores, cenas lamentáveis e cartões vermelhos em profusão, geralmente num Marassi castigado pela costumeira chuva da Ligúria. Por causa do sentimento de desgosto tão intenso entre as torcidas, poucos são os corações ingratos rossoblù e blucerchiati. Até hoje, apenas 40.

A rivalidade em Gênova é grande, mas é relativamente recente. Enquanto o Genoa foi fundado em 1893 e é a agremiação mais antiga da Itália, a Sampdoria é uma das mais jovens: surgiu em 1946, a partir da fusão entre Sampierdarenese e Andrea Doria. Pouco após a sua formação, quando o antagonismo entre as equipes ainda não era tão forte, negociações feitas pelas duas diretorias não eram tão incomuns e alguns jogadores até passaram diretamente de um lado para o outro da cidade.

Até 1950, por exemplo, isso aconteceu com Engelbert König (o pioneiro), Giuseppe Baldini, Pietro Bonetti e Vittorio Bergamo. Uma década depois foi a vez de Giovanni Bolzoni e, em 1971, Giorgio Garbarini foi o último a fazer o trajeto sem escalas. Isso porque Alessandro Scanziani, Vincenzo Montella e Ezequiel Muñoz trocaram de camisa em Gênova em situações diferentes: o primeiro era agente livre, o segundo foi adquirido junto a um terceiro clube e, por fim, o argentino atuou emprestado pelo Palermo aos blucerchiati e, em fim de contrato, rumou aos rossoblù. Portanto, há quase 50 anos os dois times não estabelecem tratativas entre si. Os presidentes Enrico Preziosi e Riccardo Garrone até ensaiaram alguns acordos durante o último decênio, mas sem chegar a consenso.

Escolhemos os 10 jogadores mais importantes que viraram casaca na cidade simbolizada pela Lanterna, o farol milenar que orienta os navegadores num dos portos mais antigos e importantes da Europa. No final da lista, elencamos todos os “ingratos” de Genoa e Samp. Confira!

Andrea Ranocchia

Posição: zagueiro
Trajetória nos clubes: 17 jogos pelo Genoa (2010) e 14 pela Sampdoria (2016)

A cidade de Gênova viu o melhor e o pior de Ranocchia. Em 2008, quando tinha 20 anos e despontava pela seleção italiana sub-21, o alto defensor formado nas categorias de base de Perugia e Arezzo foi adquirido pelo Genoa e, de imediato, emprestado ao Bari. Em duas temporadas na Apúlia, tirou o time da segundona e formou uma sólida dupla de defesa com Leonardo Bonucci, na campanha do 10º lugar dos biancorossi na elite – de quebra, ainda representou a Itália numa Olimpíada e na campanha do terceiro lugar no Europeu sub-21 de 2009. Consolidado como um dos mais promissores do país em sua posição, o grandalhão finalmente aportou em Gênova, mas não vestiu a camisa dos grifoni por muito tempo. Logo em sua chegada, Ranocchia teve metade de seu passe comprado pela Inter, mas permaneceu no elenco lígure para ganhar mais rodagem.

O umbro foi titular em todos os jogos do primeiro turno de 2010-11 e, quase imbatível na bola aérea ajudou a defesa a se tornar a quarta menos vazada do torneio. Assim, ganhou as primeiras chances na Nazionale. Devido a uma lesão de Walter Samuel, a Inter antecipou a chegada do italiano em janeiro de 2011, mas as coisas não andaram muito bem para ele em Milão. Após um bom período inicial, Ranocchia caiu em desgraça e passou a cometer erros crassos seguidamente. Em janeiro de 2016, retornou a Gênova para tentar colocar a carreira nos trilhos de novo, mas continuou falhando em profusão. Dessa forma, não emplacou numa Sampdoria que rendeu menos do que o esperado e só brigou contra o rebaixamento.

Mattia Cassani

Posição: lateral-direito
Trajetória nos clubes: 30 jogos pela Sampdoria (2003 e 2015-16) e 5 pelo Genoa (2013)

Lateral apenas mediano, Cassani sempre se destacou mais por ser versátil, voluntarioso e regular na defesa do que por atributos técnicos. Ele até chegou à seleção durante seus melhores momentos, com as camisas de Palermo e Fiorentina, mas não foi muito feliz em Gênova. Sua primeira passagem pela cidade aconteceu no início da carreira: aos 20 anos, foi emprestado pela Juventus à Sampdoria, mas em seis meses só entrou em campo em dois jogos da Serie B. Depois disso, amadureceu no Verona e se destacou principalmente pelo Palermo, clube em que atuou entre 2006 e 2011.

Em janeiro de 2013, beirando os 30 anos, Cassani se viu sem espaço na Fiorentina e aceitou o empréstimo ao Genoa, que brigava para não cair. No entanto, se lesionou em sua estreia, diante da Lazio, e ficou um mês parado. Retornou marcando um gol contra que decretou uma derrota perante a Fiorentina por 3 a 2 e, perseguido por problemas físicos, pouco voltou a ser relacionado até o fim do campeonato. Mattia recuperou a forma com prestações regulares no Parma e, após a falência dos crociati, assinou com a Sampdoria, 12 anos depois de sua primeira experiência pelos blucerchiati. Na volta ao Marassi, finalmente pode jogar uma temporada completa por um dos clubes da cidade: foi titular da Samp em 2015-16 e, embora não tenha comprometido, participou de momentos negativos, como a eliminação na fase preliminar da Liga Europa para o Vojvodina, da Sérvia, com direito a goleada sofrida em plena Itália, e a luta contra o descenso. Acabou não renovando o contrato e acertou com o Bari, então na segundona.

Luca Antonini

Posição: lateral-esquerdo
Trajetória nos clubes: 7 jogos pela Sampdoria (2003-04) e 34 pelo Genoa (2013-15)

Assim como Cassani, Antonini também foi um jogador bastante limitado, que tentava compensar suas deficiências com muita força de vontade. Revelado pelo Milan, Luca irritou a torcida rossonera por alguns bons anos, mas não estreou na primeira divisão com a camisa milanista: até ser integrado ao plantel profissional do Diavolo, o prata da casa foi cedido a oito outros clubes. Em 2003-04, a Samp foi o terceiro deles e se tornou a responsável pelo debute do jovem de 21 anos na elite. Jogando como meia aberto pelo flanco canhoto, Antonini foi reserva de Andrea Gasbarroni e pouco entrou em campo.

Uma década e muitas pixotadas depois, o lateral/ala canhoto voltou para a Ligúria, desta vez para reforçar um Genoa chamuscado por uma dura luta contra o rebaixamento. Estreou em grande estilo, marcando um dos gols da vitória por 3 a 0 no Derby della Lanterna, e depois foi tragado pela experimentação tática de Gian Piero Gasperini. Com o treinador, Antonini não ficou restrito a sua posição de origem: também atuou, em bom nível, pelo flanco direito e improvisado nos dois extremos da tríade de zagueiros. Na segunda temporada pelos grifoni, no entanto, contribuiu pouco para a campanha do sexto lugar na Serie A: a única nota positiva foi um gol aos 94 minutos, que garantiu suada vitória contra a Juventus. Após recusar uma transferência ao Watford, em janeiro de 2015, Luca foi afastado do grupo e não entrou mais em campo até consumar a rescisão do seu contrato, em agosto.

Ivano Bonetti

Posição: meio-campista
Trajetória nos clubes: 86 jogos pelo Genoa (1984-85 e 1997-99) e 61 pela Sampdoria (1990-93)

Embora seja um coração ingrato, Ivano Bonetti é mais conhecido por ter sido um dos primeiros italianos a jogarem no futebol inglês – primeiro no Grimsby Town e no Tranmere Rovers, da segundona, e depois no Crystal Palace, na Premier League. Em sua longa carreira, o meia canhoto se consolidou como um jogador pouco brilhante, mas que cumpria suas funções com regularidade. Por isso, chegou a vestir as camisas de Juventus, Atalanta, Bologna e Torino, além das duas genovesas.

Bonetti começou sua carreira no Brescia, que disputava a terceirona, e, aos 20 anos, passou ao Genoa, que acabara de ser rebaixado para a Serie B. Um ano sólido, como titular no flanco esquerdo do meio-campo grifoni rendeu a Ivano uma transferência para a Juve, onde foi coadjuvante, mas venceu Serie A e Mundial Interclubes. Depois de rodar por vários times da Bota, em 1990, o lombardo foi contratado pela forte Sampdoria de Vujadin Boskov, clube em que disputaria posição com Giovanni Invernizzi. Bonetti foi nome importante do único scudetto blucerchiato, conquistado em 1991, e também disputou a final da Copa dos Campeões do ano seguinte, contra o Barcelona. De quebra, ainda pode jogar com Dario, seu irmão mais famoso (zagueiro que até fez jogos pela Nazionale). Ivano teve alguns anos de baixa e rodou por clubes italianos e ingleses até os 33 anos, quando acertou novamente com o Genoa. Num clube em profunda crise, relegado à segunda categoria, não teve o mesmo sucesso de outrora.

Alessandro Scanziani

Posição: meio-campista
Trajetória nos clubes: 152 jogos pela Sampdoria (1981-86) e 68 pelo Genoa (1986-88)

O capitão que virou traidor? Nem tanto. Embora seja um coração ingrato, o habilidoso meia Scanziani não perdeu o afeto da torcida da Sampdoria mesmo após ter sido um dos poucos jogadores que trocaram um rival diretamente pelo outro. O lombardo aportou na Ligúria aos 28 anos, depois de já ter atuado pela Inter e ter feito ótimo trabalho num Ascoli histórico, que chegou a ser quinto colocado na Serie A. Alessandro aceitou descer um degrau para disputar a segundona com a Samp recém-comprada pelo ambicioso presidente Paolo Mantovani e, de cara, foi peça fundamental no acesso e na campanha que colocou os dorianos nas semifinais da Coppa Italia. Na elite, Scanziani foi melhor goleador blucerchiato em 1982-83 e fez parcerias de meia-cancha com Liam Brady, Fausto Salsano e Graeme Souness. O carequinha usou a braçadeira de capitão por três temporadas e foi o responsável por levantar a Coppa Italia de 1985 – o primeiro título relevante do clube, que iniciou oficialmente a sua era de ouro.

Aos 33 anos, Alessandro deixava a Samp em fim de contrato e tinha um acordo com a Fiorentina, mas o clube viola desistiu de finalizar o negócio após o meia sofrer uma lesão no menisco. Tido como acabado para o esporte, sem condições de atuar no mais alto nível, perto do fechamento da janela de transferências, Scanziani recebeu apoio de onde menos se esperava: o Genoa, então comandado por Aldo Spinelli, na Serie B, lhe fez uma proposta. Mesmo sem vínculo vigente com a Sampdoria e se sentindo contrariado pelo destino, Alessandro pediu permissão ao presidente Mantovani para assinar com o arquirrival. Com a bênção do cartola, trocou de lado e foi bem recebido pelos rossoblù, mas inicialmente hostilizado pelos dorianos. No clube mais antigo da Itália, o meia foi importante para evitar a queda para a terceirona, em 1988: foi dele um dos gols da vitória por 3 a 1 contra o Modena, no confronto direto que definiu a permanência dos grifoni apenas na última rodada.

Paolo Barison

Posição: atacante
Trajetória nos clubes: 71 jogos pelo Genoa (1957-60) e 57 pela Sampdoria (1963-65)

O clube de jogadores que tiveram passagens no mínimo razoáveis por todas as equipes que defenderam em suas carreiras não é tão grande assim. Neste seleto grupo, porém, há espaço para Paolo Barison (o mais alto, à direita, na foto acima), que cumpriu o seu papel por Venezia, Milan, Roma, Napoli e pelos rivais da Ligúria. No Genoa, ganhou a sua primeira convocação para a seleção italiana, enquanto na Samp se afirmou como jogador de alto nível. Em ambas as equipes, o ponta-esquerda loiro se destacou por utilizar sua privilegiada força física para ganhar as disputas corpo a corpo com os defensores adversários, o que lhe rendeu o apelido de “bisão”. Além disso, teve o mérito de ser um dos três únicos atletas que marcaram gols no dérbi local com as duas camisas.

Natural do Vêneto, Paolo brilhou nas divisões inferiores pelo Venezia e, aos 21 anos, acertou com o Genoa. Embora o clube rossoblù brigasse para não cair, o bisão obtinha grande destaque individual, a ponto de ser lembrado pela Nazionale. Em três temporadas pelos grifoni, marcou 30 gols e só deixou a cidade após o rebaixamento da equipe e uma proposta do Milan. Pelo Diavolo, venceu uma Serie A e uma Copa dos Campeões, mas teve dificuldades de se afirmar, o que acabou impulsionando sua ida para a Sampdoria, pouco após completar 27 anos. Nos blucerchiati, Barison formou a segunda versão do “ataque atômico” doriano, ao lado de Mario Frustalupi, do argentino Francisco Loiácono e dos brasileiros Angelo Sormani e China – todos retratados na imagem acima. Após salvar a equipe do rebaixamento duas vezes e recuperar seu espaço na Nazionale, Paolo foi para a Roma e ainda disputou a Copa de 1966. No final da década de 1970, acabou morrendo prematuramente, aos 42 anos, devido a um acidente automobilístico em Savona, nas cercanias de Gênova.

Giuseppe Baldini

Posição: atacante
Trajetória nos clubes: 186 jogos pela Sampdoria (1946-50 e 1953-55) e 31 pelo Genoa (1950-51)

Autor do primeiro gol num Derby della Lanterna entre Samp e Genoa, maior artilheiro do duelo e coração ingrato. Este poderia ser o epitáfio de Giuseppe Baldini (à direita na foto), atacante que marcou época nos primeiros anos de existência da Sampdoria. Pinella, como era conhecido, havia defendido Fiorentina e Inter quando chegou à Ligúria, em 1945, para assinar com a Andrea Doria – portanto, um ano antes da fusão com a Sampierdarenese e da fundação do clube blucerchiato. Com isso, acabou sendo um dos ídolos de primeira hora da agremiação, juntamente ao parceiro Adriano Bassetto, com quem formou o “ataque atômico”. Não à toa, eles são, respectivamente, quinto e quarto maiores goleadores da história doriana.

Em 1946, Baldini abriu sua contagem nos embates entre Samp e Genoa com um balaço de longa distância, que foi direto no ângulo rossoblù e iniciou o triunfo blucerchiato (3 a 0). O clube recém-fundado ainda era muito modesto e lutava na parte baixa da tabela, mas o ataque atômico fez proezas em 1948-49 e levou a Sampdoria à quinta colocação. Baldini, com 15 gols, chegou até a ser convocado pela Itália. Em 1950, Pinella acabou seduzido por uma proposta do Genoa, que vinha de uma temporada superior à rival. Sua escolha se revelou um fracasso: embora tenha feito valer a lei do ex no clássico, só balançou as redes seis vezes e não evitou que os grifoni ficassem na última posição e terminassem rebaixados. Depois, o centroavante teve passagem positiva pelo Como e retornou para mais um biênio na Sampdoria, período em que a equipe fez boas campanhas e até aplicou (com sua participação, é claro) um 5 a 1 na Juve. No total, Pinella fez 73 gols pela equipe blucerchiata e seis no dérbi: quatro pela Samp, um pelo Genoa e, para não deixar dúvidas sobre sua grandeza, mais um pela Andrea Doria.

Eddie Firmani

Posição: atacante
Trajetória nos clubes: 83 jogos pela Sampdoria (1955-58) e 62 pelo Genoa (1961-62)

O último dos três jogadores que marcaram no dérbi genovês com as duas camisas é o bomber Eddie Firmani, que anotou um pela Sampdoria e outro pelo Genoa. Neto de um italiano e nascido na África do Sul, Edwin foi um dos atacantes mais letais dos anos 1950 e 1960 e chegou a defender a Squadra Azzurra em algumas ocasiões. Antes de se transferir para a Itália, porém, o goleador da Cidade do Cabo obteve grande destaque no Charlton, que o revelou: é um dos 10 principais artilheiros dos Addicks. O sucesso na primeira divisão inglesa o levou à Samp, onde virou ídolo instantâneo.

Em três temporadas pelo Doria, Eddie anotou 52 gols, se consolidando como um dos atacantes mais prolíficos do Belpaese. Em 1955-56 e 1956-57, ajudou a equipe blucerchiata a fazer campanhas que a colocaram na parte alta da tabela e, no último ano pelo clube, foi fundamental para salvá-lo do rebaixamento. Firmani terminou a Serie A como vice-artilheiro, com 23 tentos, e emplacou transferência para a Inter. Após formar dupla perigosa com Antonio Angelillo e passar um triênio em Milão, o sul-africano, então com 28 anos, topou disputar a segunda divisão com o Genoa. Com Gastone Bean a seu lado, marcou 17 vezes e devolveu os grifoni à elite, além de conquistar os títulos da Copa dos Alpes e da Copa da Amizade Ítalo-Francesa. Eddie ainda retornaria ao Charlton e passaria pelo futebol norte-americano como jogador e técnico: inclusive, comandou Pelé, Franz Beckenbauer, Carlos Alberto Torres e Giorgio Chinaglia no New York Cosmos.

Vincenzo Montella

Posição: atacante
Trajetória nos clubes: 40 jogos pelo Genoa (1995-96) e 116 pela Sampdoria (1996-99 e 2007-08)

O Aeroplanino encontrou espaço para aterrissar nos CTs de Pegli e Bogliasco sem qualquer dificuldade. Um dos principais avantes italianos dos anos 1990 e 2000, Montella nasceu em Nápoles, mas se profissionalizou e deu seus primeiros passos pelo Empoli, na Serie C1. Aos 21 anos, após anotar 17 gols na terceirona, Vincenzo passou ao Genoa, que estava na segunda categoria. Pelos grifoni, o campano anotou 21 vezes, foi o vice-artilheiro da competição e também colocou cinco bolas na rede na Copa Anglo-Italiana, conquistada diante do Port Vale. O grande desempenho fez com que o Empoli, promovido à Serie B, o recomprasse. No entanto, a Sampdoria se inseriu na transação e adquiriu o passe do talentoso atacante junto aos toscanos.

Montella estreou no novo clube de forma cruel: pela Coppa Italia, marcou uma doppietta no Derby della Lanterna, embora não tenha evitado a eliminação diante do Genoa. Na Serie A, chegou a perder seis rodadas por conta de uma pubalgia, mas nem isso o parou: foi vice-artilheiro da competição, com 22 gols, e se tornou o jogador que, em toda a história, mais marcou gols em seu ano estreia no campeonato. Ademais, estabeleceu um recorde, que divide com Ettore Puricelli: quatro rodadas seguidas com dois tentos anotados. O Aeroplanino continuou em alta nas temporadas seguintes e nem uma séria lesão no tornozelo o prejudicou: fez 20 e 12 gols, respectivamente. Mesmo com o rebaixamento da Samp, ganhou chance na seleção e se transferiu para a Roma. Quase uma década depois, já veterano, Vincenzo voltou ao clube para dar uma forcinha a Walter Mazzarri e contribuiu para a conquista de uma vaga na Copa Uefa. Autor de 66 gols pelos blucerchiati, Montella também ocupou o cargo de treinador da equipe.

Marco Borriello

Posição: atacante
Trajetória nos clubes: 14 jogos pela Sampdoria (2005) e 73 pelo Genoa (2007-08, 2012-13 e 2015)

Cigano da bola, Borriello é o jogador que marcou gols pela Serie A pelo maior número de clubes diferentes: 12. Sampdoria e Genoa, claro, estão na lista do atacante, que só não é mais extensa do que a de modelos que ele já cortejou ou teve algum tipo de relacionamento. Chamado de dândi ou de Kiss Kiss Bang Bang, por causa de seu envolvimento com o mundo da moda e do showbiz, o napolitano vestiu algumas das maiores camisas do futebol italiano (Milan, Juventus e Roma), mas foi em Gênova que viveu a maior parte de seus melhores momentos.

Certamente, Borriello não considera a passagem pela Sampdoria como uma dessas recordações mais positivas. Mal foi considerado pelo técnico Walter Novellino e, com apenas seis meses de casa e menos de 300 minutos em campo, passou ao Treviso – emprestado pelo Milan. Em 2007, retornou à Ligúria e foi o centroavante do Genoa na temporada que marcava o retorno dos grifoni à elite após 12 anos. Com 19 gols, foi o terceiro principal artilheiro da Serie A, ajudou a equipe a ter uma temporada tranquila e ainda garantiu as primeiras convocações pela Itália e o retorno ao Diavolo. Marco passou anos como coadjuvante em times com maiores ambições e, em 2012, retornou à agremiação rossoblù, pela qual voltou a ter boa performance: foram 12 gols que garantiram uma tranquila permanência na primeira divisão. A terceira e última experiência pelo Genoa foi menos gloriosa, sem qualquer bola nas redes, mas Borriello já havia garantido o respeito da torcida.

Os outros jogadores que defenderam Genoa e Sampdoria

Antonio Barreca, Giorgio Barsanti, Vittorio Bergamo, Gianluca Berti, Giovanni Bolzoni, Pietro Bonetti, Roberto Breda, Andrea Caracciolo, Marco Carparelli, Rosario Di Vincenzo, Longino Di Piazza, Radu Dragusin, Natalino Fossati, Bruno Franzini, Giorgio Garbarini, Andrea Gasbarroni, Koray Günter, Engelbert König Jr, Dario Marcolin, Giancarlo Morelli, Ezequiel Muñoz, Rubén Olivera, Pedro Pereira, Ernesto Matteo Poggi, Ugo Rosin, Riccardo Saponara, Pietro Strada, Morten Thorsby, Vittorio Tosto e Nicola Zanini.

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