O Genoa é um time grande ou não é? Muita gente levanta esta questão, uma vez que os rossoblù são os donos do maior número de scudetti se desconsiderarmos os gigantes Inter, Juventus e Milan. Com nove títulos, os genoanos tem mais conquistas do que Roma, Lazio, Fiorentina, Napoli, Bologna e sua maior rival, a Sampdoria. Falta apenas um para que o clube tenha o direito de estampar uma estrela em seu peito. No entanto, a última conquista dos grifoni aconteceu em 1923. Bom, faz tempo.
O Genoa é o time mais velho da Itália, fundado em 1893, e também o primeiro campeão. Gênova é um dos portos mais importantes da Europa e foi porta de entrada de muitos industriais britânicos nos séculos XIX e XX, no auge da Segunda Revolução Industrial. Com eles, chegaram o futebol e, claro, o críquete. O Genoa, como tantos times mundo afora (inclusive no Brasil) foi fundado como Genoa Cricket and Athletic Club, mudando sua denominação para Genoa Cricket and Football Club em 1899. Permanece até hoje.
Todos os nove títulos nacionais do Genoa foram conquistados antes de a Serie A se transformar no que a conhecemos: um torneio com grupo único, em pontos corridos. Sete destes nove foram conquistados ainda mais nos primórdios, em uma época em que havia poucos clubes do esporte na Itália e em tempos de amadorismo. Houve títulos italianos que foram decididos em apenas dois jogos – como o primeiro deles, em 1898.
Por isso, já avisamos: não consideramos os multicampeões James Spensley (seis scudetti), Enrico Pasteur e Henri Dapples (ambos com cinco) em nossa lista com os maiores jogadores da história do clube. Para começar, nenhum deles jogou em mais de 20 partidas para conseguirem os feitos, adquiridos entre 1898 e 1904. Não há, também, registros muito fieis sobre a qualidade técnica dos atletas. Os tempos eram outros, mesmo. Basta pensar que Spensley era técnico, médico, goleiro e defensor da equipe. E, ah, também foi árbitro por um tempo. E patrono do escotismo italiano. Outros parâmetros.
Portanto, estamos considerando apenas os jogadores que atuaram no clube após o fim da I Guerra Mundial, a partir de 1919 – com exceção de Luigi Ferraris, que passou por lá antes disso e morreu, como soldado, no conflito, sendo homenageado com o nome do estádio da cidade. Dentre todos, apenas um que está no Top 10 conquistou um título com a camisa vermelha e azul – outros dois estão na lista de 25. Depois dos últimos títulos, conquistados nos anos 1920, o Genoa decaiu bastante, e só teve grandes momentos no início da década de 1990 e no final dos 2000. A esmagadora maioria dos jogadores citados estão compreendidos neste período. Sobretudo atacantes matadores, capitães e outros extremamente identificados com a torcida – e um tetracampeão mundial pelo Brasil também. Falando em brasileiros, veja antes todos os canarinhos que envergaram a camisa azul e vermelha.
Brasileiros da história do Genoa
Adaílton, Aldair, Almir Pernambuquinho, Anselmo, Branco, Danilo Sacramento, Davide Curti, Edenílson, Édson, Elisio Gabardo, Elói, Fabiano, Gabriel Silva, Germano, Gleison Santos, Marinho (Mario Di Pietro), Matuzalém, Paulo Pereira, Rafinha, Robert Anderson, Roger Carvalho, Rubinho, Thiago Gosling, Thiago Motta, Wilson, Zé Eduardo e Zé Elias.
Critérios
Para montar as listas, o Quattro Tratti levou em consideração a importância de determinado jogador na história do clube, qualidade técnica do atleta versus expectativa, identificação com a torcida e o dia a dia do clube (mesmo após o fim da carreira), grau de participação nas conquistas, respaldo atingido através da equipe e prêmios individuais. Listas são sempre discutíveis, é claro, e você pode deixar a sua nos comentários!
Além do “top 10”, com detalhes sobre os jogadores, suas conquistas e motivos que os credenciam a figurar em nossa listagem, damos espaço para mais alguns grandes. Quem não atingiu o índice necessário para entrar no top 10 é mostrado no ranking a seguir.
Observações: Para saber mais sobre os jogadores, os links levam a seus perfis no site. Os títulos e prêmios individuais citados são apenas aqueles conquistados pelos jogadores em seu período no clube. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais, desde que ocorressem durante a passagem dos jogadores nos clubes em questão.
Top 25 Genoa
11. Renzo De Vecchi; 12. Fulvio Collovati; 13. Juan Carlos Verdeal; 14. Ottavio Barbieri; 15. Aristodemo Santamaria; 16. Omar Milanetto; 17. Fosco Becattini; 18. Claudio Onofri; 19. Sebastiano Nela; 20. Luigi Simoni; 21. Luigi Ferraris; 22. Simone Braglia; 23. Stefano Eranio; 24. Mario Bortolazzi; 25. Luigi Meroni.
10º – Branco
Posição: lateral esquerdo
Período em que atuou no clube: 1990-93
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: nenhum
25 de novembro de 1990. Naquele dia o Genoa acabava com um jejum de 11 anos sem vencer a Sampdoria no dérbi local com um gostinho a mais: o time estava bem colocado para conseguir uma vaga em competição europeia, algo inédito na história do clube. No final das contas, a vitória por 2 a 1 foi fundamental para o melhor resultado do time desde 1942, a classificação à Copa Uefa e ainda valeu uma carimbada na faixa de campeã da eterna rival. O gol – na verdade um golaço – teve a marca registrada do nono colocado nesta lista. Em uma cobrança de falta, Branco mandou um petardo de perna esquerda no ângulo de Gianluca Pagliuca, fazendo com que a foto fosse utilizada como cartão de Natal provocativo de torcedores rossoblù aos dorianos.
Branco já havia sido campeão brasileiro pelo Fluminense, português pelo Porto e também já tinha conquistado uma Copa América com a Seleção – também tinha até jogado uma Serie B pelo Brescia. Contratado pelo Genoa no auge de sua carreira, Branco não decepcionou, e no período em que esteve na Itália manteve sua vaga no grupo de Carlos Alberto Parreira. No Genoa da fase áurea, ele era um dos jogadores mais técnicos e importantes, ao lado de Tomáš Skuhravý, Carlos Alberto Aguilera e do capitão Gianluca Signorini. Suas constantes subidas pelo lado esquerdo davam opções de ataque a um time que atuava com velocidade. Pelo Genoa, suas cobranças de falta sempre foram temidas pelos adversários – como em qualquer outro período de sua carreira. Além do marcante gol contra a Samp, Branco anotou um dos mais lindos gols de sua carreira nas quartas de final da Copa Uefa 1991-92, contra o Liverpool, que ajudaram o time a seguir na competição.
9º – Vincenzo Torrente
Posição: zagueiro
Período em que atuou no clube: 1985-2000
Títulos conquistados: Serie B (1988-89) e Copa Anglo-Italiana (1995-96)
Prêmios individuais: nenhum
Um jogador com o sobrenome Torrente – enxurrada, em italiano – em uma das cidades mais chuvosas da Itália poderia não dar certo. As muitas enchentes que já traumatizaram os genoveses, no entanto, não impediram que o presidente Aldo Spinelli e o diretor esportivo Spartaco Landini contratassem o jovem zagueiro Torrente junto ao Nocerina, quando ele tinha 19 anos. Após agradar no Torneio de Viareggio, o time rossoblù exerceu a opção de compra após o empréstimo e não se arrependeu. O zagueiro não era alto (media 1,80m), mas tinha boa impulsão e compensava com excelente posicionamento.
Torrente, como tantos outros jogadores da nossa lista, subiu com o Genoa à elite, em seu terceiro ano de clube, e jogou a histórica Copa Uefa de 1991-92, ajudando a equipe a alcançar as semifinais. Em 15 anos de clube, ainda viveu o inferno da Serie B com o Genoa por mais cinco anos, entre 1995 e 2000. Quando Gianluca Signorini deixou o clube, com a queda para a segundona, Torrente assumiu a braçadeira definitivamente – ele era o vice-capitão, em caso de ausência do ídolo genoano. Na temporada de queda para a série cadetta, coube a Torrente fazer um anúncio importante. Em 29 de janeiro de 1995, antes de jogo contra o Milan, brigas entre as torcidas deixaram um jovem torcedor genovês morto. Foi Torrente que anunciou ao estádio que a partida não seria jogada em sinal de luto. O zagueiro deixou Gênova em 2000, para encerrar a carreira no Alessandria, mas em 2002 retornou à cidade que o acolheu. Durante sete anos, até 2009, treinou jovens nas categorias de base do clube e teve curta experiência treinando o time principal, interinamente. Até hoje, não esconde que o seu maior sonho é treinar a equipe que adotou como sua.
Posição: atacante
Período em que atuou no clube: 1989-92
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: nenhum
Com apenas 1,62m, Pato Aguilera era um diabinho para as defesas adversárias. O jogador uruguaio chegou ao Genoa já coroado com a Copa América (1983) e por passagens por Nacional-URU, Racing e Peñarol. Aguilera desembarcou na cidade juntamente com os compatriotas Rubén Paz e José Perdomo, e foi o único a se firmar na equipe, com muita velocidade, habilidade e gols importantes, de falta, pênalti ou mesmo com a bola rolando. Enquanto Paz e Perdomo foram negociados, o Pato passou três anos brilhando em Gênova, e foi um dos grandes responsáveis por levar os grifoni para a Copa Uefa, e o grande destaque rossoblù na forte campanha, que acabou nas semifinais.
No primeiro ano no Luigi Ferraris, Aguilera teve atuação regular e fez oito gols em 31 partidas, escalado quase sempre como titular por Franco Scoglio. Na segunda temporada, explodiu de vez e deixou 15 gols – sete deles de pênalti –, sendo, juntamente a Tomáš Skuhravý, o artilheiro da equipe na histórica classificação para a Copa Uefa. A dupla marcou 60% dos gols rossoblù naquela temporada. Com o Vecchio Balordo na Copa Uefa, Aguilera se valorizou ainda mais, e foi vice-artilheiro da competição europeia, com 8 gols – um a menos que Dean Saunders, do Liverpool – e também fez 10 na Serie A. O uruguaio se destacou por ter marcado os dois gols que garantiram a classificação italiana nas quartas, sobre os Reds, em Anfield Road, e por ter anotado outros dois diante do Ajax, em semifinal na qual o Genoa lutou demais para não ser eliminado. Além dos gols no mata-mata europeu, Aguilera também fez gols contra adversários de quilate na Itália, como Inter, Roma, Milan, Napoli, Torino e Fiorentina, e acabou se transferindo como uma das contratações de peso do Torino vice-campeão da Copa Uefa para 1992-93, deixando saudades no Marassi.
7º – Giovanni De Prà
Posição: goleiro
Período em que atuou no clube: 1921-33
Títulos conquistados: Campeonato Italiano (1922-23 e 1923-24), Bronze olímpico (1928) e Copa Internacional (1927-30)
Prêmios individuais: nenhum
De Prà (com camisa azul e pulôver branco na foto) é o maior goleiro da história do Genoa. Defendendo a meta dos grifoni por mais de uma década, o arqueiro foi um dos grandes nomes na conquista dos dois últimos scudetti do clube, em 1922 e 1923, quando a equipe teve uma das melhores defesas do campeonato – à época, o Campeonato Italiano ainda não se chamava Serie A e era disputado por grupos e tinha final entre os melhores. Na equipe treinada pelo inglês William Garbutt, o goleiro era um dos principais nomes, ao lado do defensor Ottavio Barbieri e dos atacantes Edoardo Catto e Aristodemo Santamaria.
Nos dois únicos títulos genoanos após a I Guerra Mundial, o goleiro contribuiu bastante, especialmente no primeiro, no qual o Genoa ficou 33 jogos sem perder, recorde que só foi quebrado pelo Milan de Fabio Capello, nos anos 1990. De Prà também atuou em dois Jogos Olímpicos pela Itália e é relembrado por, em um jogo da Squadra Azzurra contra a Espanha, ter atuado por 70 minutos com um braço fraturado – e, mesmo assim, não ter sofrido gols. O goleiro recusou diversas transferências por ser torcedor rossoblù e, depois que pendurou as luvas, também foi dirigente da equipe por muitos anos. Até hoje, sua família é ligada ao clube – seu neto, Luca, é preparador de goleiros dos juvenis, e se envolveu em um curioso caso, quando foi pego espionando um treino da Sampdoria antes de um dérbi. Uma rua próxima ao estádio Luigi Ferraris foi batizada em sua homenagem e a sua medalha de bronze conquistada na Olimpíada de 1928 foi enterrada no gramado do Marassi.
6º – Gennaro Ruotolo
Posição: volante
Período em que atuou no clube: 1988-2002
Títulos conquistados: Serie B (1988-89) e Copa Anglo-Italiana (1995-96)
Prêmios individuais: nenhum
Contratado junto à Arezzo, em 1988, o volante Gennaro Ruotolo era tido como a principal revelação da Serie B e chegou ao Genoa com este cartaz. A equipe mirava o retorno à primeira divisão, da qual estava longe desde 1984, e com Ruotolo no time titular, conseguiu em 1989. O meia, apesar de ter características defensivas, tinha liberdade de atacar no time comandado por Osvaldo Bagnoli, que substituíra Franco Scoglio em 1990. Foi assim que marcou alguns gols importantes – ao todo, foram 36 em sua passagem de quase 500 partidas –, como o gol mas rápido da história dos dérbis contra a Sampdoria: em 1994, com apenas 1 minuto de jogo, aproveitou uma bobeira da defesa doriana e concluiu com categoria. No total, disputou 14 temporadas vestindo azul e vermelho – seis pela Serie A, oito pela B.
Ruotolo atingiu o ápice de sua carreira do meia naqueles anos, com um quarto lugar na Serie A, melhor campanha lígure desde 1942, e a semifinal na Copa da Uefa, batendo o Liverpool pelo caminho – num dos jogos da eliminatória, foi o autor do passe para o gol de Aguilera, que liquidou a fatura. Sua liderança e a personalidade ajudaram a fazer vingar um jovem meio-campo, com Stefano Eranio, Mario Bortolazzi e Roberto Onorati, que, com a ajuda de Branco, municiava bem o ataque formado por Aguilera e Skuhravý. Nessa temporada, o volante também foi convocado para três jogos com a seleção italiana, num dos quais fez seu único jogo em azzurro, contra a Dinamarca. Mesmo num Genoa oscilante, Ruotolo foi a grande bandeira da gestão Spinelli à frente do clube e sempre recusou propostas melhores para poder permanecer na cidade na qual tinha conseguido tanta identificação. Em 1996, ajudou o time a vencer seu último troféu internacional, marcando três vezes contra o Port Vale em Wembley pela final do Torneio Anglo-Italiano. Só deixou o Genoa em 2002, para seguir para o Livorno, então na Serie C1, que era dirigido pelo ex-presidente Spinelli.
5º – Roberto Pruzzo
Posição: atacante
Período em que atuou no clube: 1973-78
Títulos conquistados: Serie B (1975-76)
Prêmios individuais: Artilheiro da Serie B (1975-76)
O Rei de Crocefieschi brilhou antes no Genoa antes de ser um dos grandes destaques da Roma “scudettata” de Paulo Roberto Falcão e Bruno Conti. Formado pela equipe genoana, onde chegou a atuar com o colega italiano, foi lá mesmo nos juvenis do Grifone que o atacante ganhou o apelido que lhe acompanhou por toda a carreira. Apesar de ter feito sucesso como um dos melhores atacantes da década de 1980, por pouco ele não virou jogador. Ele não queria seguir carreira e acabou convencido pelo presidente Renzo Fossati. No elenco principal genovês a partir de 1973, Pruzzo assumiu a titularidade em seu segundo ano no time, quando fez uma excelente Serie B, com 12 gols marcados. Depois disso, marcou 18 gols em 32 jogos na campanha do título da segundona, e foi o artilheiro da competição que devolveu a equipe à elite.
Pruzzo marcou seu primeiro gol na Serie A contra aquele que viria a ser o seu próximo time, a Roma, naquele mesmo ano, e voltou a anotar 18 gols, desta vez na elite. Apesar de não ser muito alto (tinha 1,75m), Pruzzo marcava muitos gols de cabeça, graças a sua boa impulsão e incrível senso de posicionamento. Um deles (foto), decidiu um dérbi contra a Sampdoria, em 1977 – Pruzzo se redimia, já que havia desperdiçado um penal pouco antes. Em seu último ano vestindo rossoblù, o atacante, que tem a boa média de 0,4 gol por jogo, viu o time cair para a segundona, mas mesmo assim foi negociado a peso de ouro com a Roma, que venceu concorrência da Juventus. Em 2009, o atacante voltou à Ligúria, e treinou os juvenis do Genoa por pouco tempo.
4º – Tomáš Skuhravý
Posição: atacante
Período em que atuou no clube: 1990-96
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: Jogador checoslovaco do ano (1991)
Depois de ter sido vice-artilheiro da Copa de 1990, Skuhravý continuou sua vida em solo italiano. O jogador checoslovaco – que, a partir de 1992, assumiu a nacionalidade checa, com a divisão do país – foi contratado pelo Genoa logo após o Mundial e foi um dos grandes destaques da equipe na primeira metade da década de 90. Atacante de muita força, presença de área e forte no jogo aéreo, foi utilizado como uma das principais armas do time genovês e, em 163 partidas pela Serie A, com 57 gols, é o maior artilheiro da equipe na história da competição.
Skuhravý marcava gols de todas as formas, e não obstante parecesse gordinho, era bastante ágil – inclusive, ficou conhecido pelas cabriolas que dava nas comemorações dos gols. Na temporada 1990-91, que deu ao Grifone a classificação à Copa Uefa, foi o artilheiro do time, com 15 gols, ao lado de Aguilera – porém, o uruguaio marcou sete de pênalti. Na disputa da Copa Uefa, o forte atacante do Leste Europeu apenas dois gols, mas ambos fundamentais: o primeiro deles foi contra o Oviedo, aos 89 minutos de jogo, definiu a classificação dos rossoblù na primeira fase da competição. Com pouca história nos dérbis contra a Sampdoria, o checo se livrou de um incômodo em seu último clássico, quando marcou um gol de pênalti na vitória por 3 a 1 contra os rivais. Após a aposentadoria, o atacante chegou a viver na região de Gênova, mostrando sua ligação com o clube e a Ligúria.
3º – Diego Milito
Posição: atacante
Período em que atuou no clube: 2004-05 e 2008-09
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: Guerin d’Oro (2008-09), Melhor atacante da Serie A (2009), Jogador mais amado pela torcida (2009)
Um dos últimos grandes ídolos da torcida rossoblù, Milito marcou época em um dos melhores times do Genoa na história – abaixo somente dos times que garantiram os nove scudetti da história rossoblù. Além do elenco que colocou o Grifone na Europa pela primeira vez, apenas o time comandado pelo Príncipe também deu à torcida a alegria de vivenciar um torneio continental. Porém, Milito e companhia, treinados por Gian Piero Gasperini, por pouco não fizeram o Vecchio Balordo jogar uma Liga dos Campeões. Em 2008-09, a equipe fez os mesmos 68 pontos que a Fiorentina, mas acabou relegada à Liga Europa por causa do confronto direto, favorável aos viola.
Antes disso, em 2004, Milito aportava em Gênova proveniente do Racing para jogar a Serie B. Em um ano e meio, o argentino marcou 34 gols pelo clube e, com a vice-artilharia da segundona em 2004-05, ajudou o time a vencer a competição – porém, por não ter denunciado a tentativa de compra de um jogo que o envolvia, o Genoa acabou rebaixado por ilícito esportivo. Milito retornou apenas em 2008, como grande contratação para a temporada, e demonstrou seus melhores atributos: dribles secos, chutes fulminantes de pé direito, muita movimentação e presença de área. Ao longo do ano, marcou 24 gols, foi vice-artilheiro da Serie A e acabou atraindo a Inter, que o levou juntamente com Thiago Motta, por 25 milhões. Milito é recordado ainda por ter a maior média de gols/jogo da história genoana (0,62) e por ser o único autor de uma tripletta em um Derby della Lanterna. O argentino ainda é um dos vice-artilheiros do confronto com a Sampdoria, com quatro gols anotados.
2º – Marco Rossi
Posição: meio-campista
Período em que atuou no clube: 2003-04 e 2005-13
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: nenhum
Um dos históricos capitães da sociedade genovesa, Marco Rossi foi importante em um momento de reconstrução do clube. O meia é, até hoje, um dos poucos jogadores a ter atuado pelo clube em três divisões diferentes, conquistando o acesso desde a Serie C1 até a A. Após uma boa primeira passagem pelo Grifone entre 2003 e 2004, Rossi retornou em 2005 e ajudou o time a conquistar o acesso no campo – graças a oito gols seus, um deles contra a Fiorentina, time do qual saiu brigado – mas viu a fraude esportiva acabar com os esforços do elenco. Permaneceu no Marassi para jogar a terceirona e ajudou o time a conseguir dois acessos consecutivos. Ainda foi peça-chave na campanha rossoblù que quase acabou na felicidade plena da Liga dos Campeões, mas que acabou com uma já valorosa classificação à Liga Europa.
A partir de 2007, ainda na Serie B, o meia se tornou capitão do time, com o treinador Gasperini no comando. Foi com ele que o jogador aprendeu a se multiplicar em campo. O treinador improvisou o jogador, originalmente um meia que cai pelo lado direito do meio-campo, na lateral-direita, no centro ou no lado esquerdo do meio-campo e até como esterno no tridente de atacantes, e sempre com sucesso. O sacrifício em campo e seu perfil de liderança fizeram de Marco Rossi um histórico capitão, amado pela torcida e homem de confiança de todos os técnicos que passaram pelo clube até 2013. Aos 35 anos, decidiu se aposentar, finalizando sua experiência em Gênova com exatas 300 partidas e 44 gols. Sua camisa 7 foi aposentada pelos serviços prestados ao clube. Ele não poderia querer mais.
1º – Gianluca Signorini
Posição: zagueiro
Período em que atuou no clube: 1988-95
Títulos conquistados: Serie B (1988-89)
Prêmios individuais: nenhum
Histórico capitão genoano, Signorini foi alvo de muita discussão… no Milan. Antes de passar por uma Roma terceira colocada na Serie A e viver seus sete anos em Gênova, o zagueiro atuou pelo Parma de Arrigo Sacchi, pelo qual conquistou a Serie C em 1986. Quando Sacchi estava no Milan, utilizava vídeos com a movimentação do líbero Signorini como referência para o mito Franco Baresi. A história é contada como folclore e dizem que Baresi, já campeão mundial, não gostava de assistir a um zagueiro de divisões inferiores. Mas fato é que Signorini foi um dos mais sólidos zagueiros do fim dos anos 1980 e 1990 e, pelo Genoa, demonstrou isso em campo. Além de ter bom posicionamento e ser forte nas jogadas pelo alto, Signorini também era um líder nato e chegava com força ao ataque. Os poucos gols marcados pelo Vecchio Balordo foram sempre importantes, como um realizado em um dérbi contra a Sampdoria – 2 a 2, em 1992.
Contratado em 1988, Signorini subiu à elite com o clube genovês em sua primeira temporada já como peça fundamental do time de Franco Scoglio. A partir do ano seguinte, voltou a ter a companhia do campeão mundial Fulvio Collovati na zaga – jogaram juntos na Roma –, foi vice-campeão da Copa Mitropa, em 1990, e, em 1990-91, na melhor temporada da história do futebol da cidade de Gênova, ajudou a sua equipe a conseguir a melhor classificação no pós-II Guerra: o time, guiado por Osvaldo Bagnoli, se classificou à Copa Uefa. Na competição, o Genoa parou apenas nas semifinais, frente ao Ajax que se sagraria campeão contra o Torino de Casagrande. Signorini também esteve presente – e como – nas horas mais dramáticas. Em 1995, o Genoa venceu o Torino pela última rodada da Serie A, mas ia sendo rebaixado mesmo assim. Quando a Inter virou sobre o Padova, provocando o spareggio (partida-desempate entre as equipes, disputada em campo neutro), Signorini correu dos vestiários para a Gradinata Nord comemorando e chorando muito com a torcida – mesmo assim, o time caiu, após perder nos pênaltis. Com o rebaixamento, ele voltou para o Pisa, onde encerraria a carreira, mas nunca foi esquecido pela torcida rossoblù. O ex-jogador foi vítima de esclerose lateral amiotrófica, como Stefano Borgonovo, e faleceu precocemente, aos 42 anos. Uma partida beneficente com sua presença, pouco antes de sua morte, lotou o Marassi. Sua camisa 6 foi aposentada pelo clube, que também renomeou o centro de treinamentos em sua homenagem. Nada mais justo para o jogador que mais se identificou com o vermelho e azul genoano.