Ao procurar por “Fabio Quagliarella” na caixa de pesquisa do YouTube, você se depara com vários compilados de gols do italiano. À medida que os vídeos começam a ser reproduzidos, você é impactado com o extenso repertório do ex-atacante diante das redes: tentos de direita, de esquerda, de cabeça; de longe, de perto; de puxeta, de cobertura, de calcanhar. Uma plasticidade absurda para marcar golaços. Se o Brasil consagrou Dodô como o artilheiro dos gols bonitos, a Itália contemplou Quaglia, guardada as devidas proporções. Torcedor do Napoli, o campano ganhou títulos pela Juventus, decidiu um histórico Derby della Mole a favor do Torino, alcançou a idolatria na Sampdoria e se tornou o jogador mais velho a balançar as redes pela seleção italiana. Sem dúvidas, muita história para contar.
Embora tenha nascido em Castellamare di Stabia, nos arredores de Nápoles, Quagliarella começou a sua trajetória futebolística no Piemonte, no norte da Itália. Fabio entrou para a base do Torino com apenas 10 anos e estreou pelo time aos 17, durante a vitória por 2 a 1 sobre o Piacenza, pela última rodada da Serie A 1999-2000. Os granata acabaram rebaixados à segundona.
Em sua primeira passagem pelo Torino, Quagliarella, então um garoto com aparições pelas seleções sub-17 e sub-19 da Itália, teve pouquíssimas oportunidades. Em 2000-01, sequer entrou em campo na campanha de retorno dos grenás à elite. No ano seguinte, fez quatro partidas na Serie A. Era pouco e, no intuito de que a joia amadurecesse, o Toro o emprestaria à Fiorentina – então chamada de Florentia Viola, porque falira e a nova sociedade formada ainda não havia sido liberada para usar o antigo nome – e ao Chieti, nas divisões inferiores.
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Quagliarella começou a brilhar como goleador na Sampdoria, equipe em que viria se consagrar mais tarde (New Press/Getty)
Nesse período inicial da carreira, o jovem Quagliarella viveu um drama que marcaria a sua carreira. Em 2001, Fabio sofreu uma grande perda: Niccolò Galli, seu amigo desde a base do Torino e colega de quarto na seleção sub-17, morreu em um acidente de carro. No Bologna, o filho de Giovanni Galli, goleiro tricampeão mundial pela Itália, portava a camisa 27. Após a tragédia, o clube emiliano optou por aposentar a numeração que o zagueiro usava, e Quagliarella decidiu adotar o número em seus uniformes, sempre que pôde, até o final de sua trajetória esportiva.
Em 2002, Quagliarella foi emprestado à Florentia Viola, que disputava a quarta divisão devido à falência da então Fiorentina, e disputou 15 partidas da campanha que terminaria com o acesso à Serie C1. Antes disso, em janeiro de 2003, o atacante terminou repassado ao Chieti, que disputava a categoria acima, e representou o clube dos Abruzos por um ano e meio. Fabio se destacou muito em 2003-04, quando marcou 17 dos 39 gols dos neroverdi na terceirona.
Após as experiências nas divisões inferiores, Quagliagol seria aproveitado pelo Torino a partir da temporada 2004-05, na segundona. Atacante versátil, de muita movimentação e finalização acima da média, ele contribuiu para o acesso do clube grená, que não pôde assumir a vaga na elite porque faliu. Sem contrato, o atacante aceitou uma proposta da Udinese e foi emprestado ao Ascoli, que foi promovido à Serie A devido à bancarrota do Toro.
Quagliarella virou titular no time comandado por um jovem Marco Giampaolo, ladeado por Massimo Silva. Entretanto, Fabio não era o principal responsável por marcar gols, sendo coadjuvante do veterano Marco Ferrante. Tanto é que anotou seu primeiro gol na primeira divisão somente em dezembro de 2005, quando garantiu o triunfo dos bianconeri sobre o Treviso. Ele terminaria a campanha de meio de tabela do Ascoli com três bolas na rede em 33 jogos e continuaria sua peregrinação pelo Belpaese.
Em 2006-07, a Sampdoria investiu em metade do passe de Quagliarella, que se tornou sua nova contratação. O atacante começou como reserva de Francesco Flachi, mas simplesmente deslanchou em Gênova. Marcou gols plásticos, como a puxeta que deu o triunfo sobre a Reggina ou a maravilha do meio-campo no empate com o Chievo, e foi o destaque ofensivo da equipe, com 13 gols e duas assistências em 35 jogos da Serie A.
Certamente, o primeiro dos gols – o segundo de sua passagem, já que castigara o Benevento na Coppa Italia anteriormente – foi o mais gostoso. Contra a Atalanta, na sétima rodada da Serie A, Quagliarella abriu o placar aos 4 minutos e fez o mais rápido do fim de semana. Por causa disso, ganhou um presentaço: um quilo de queijo Montasio por quilo corporal. Fabio, que pesava 73 kg, ainda fez troça ao amarrar algumas pedras à cintura na hora da pesagem para chegar a 78 kg e levar mais da iguaria para casa.
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Com a camisa da Udinese, o atacante teve um biênio de sucesso, com direito a ótimo desempenho na Copa Uefa (New Press/Getty)
Contando com o brilho do “homem do queijo”, a Samp de Walter Novellino foi nona colocada da Serie A e ainda chegou às semifinais da Coppa Italia, sucumbindo à Inter. O bom desempenho pela equipe doriana o levou ao selecionado italiano principal: em março de 2007, com 24 anos, estreou pela Nazionale. Comandada por Roberto Donadoni, a Itália venceu a Escócia, por 2 a 0, em jogo válido pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2008.
Sampdoria e Udinese travaram uma batalha para contar com o futebol do emergente Quagliarella na temporada 2007-08. No fim das contas, as duas agremiações não entraram num acordo para a renovação da copropriedade nem mesmo por um valor que satisfizesse a vendedora. Assim, a situação foi resolvida à moda antiga, conforme regulamento específico da Federação Italiana de Futebol – FIGC para solucionar esses imbróglios: ofertas às escuras, submetidas através de cartas lacradas. Os blucerchiati propuseram 6,5 milhões de euros; os bianconeri, 7,3 mi. Assim, Fabio finalmente atuaria pela equipe de Údine.
No Friuli, Quaglia formou trio de ataque envolvente com Antonio Di Natale e Simone Pepe ou Asamoah Gyan, manteve a boa média de gols (anotou 12) e auxiliou os comandados de Pasquale Marino a se classificarem à Copa Uefa. No campeonato, o camisa 27 fez valer a lei do ex e anotou uma doppietta contra a Sampdoria: com os dois tentos, o time friulano virou sobre os dorianos, 3 a 2. Ele foi convocado à Euro 2008, mas entrou em apenas um jogo – contra a Romênia, pela segunda rodada da fase de grupos – e não conseguiu impedir a eliminação nas oitavas de final para a Espanha, que se sagraria campeã.
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Quagliarella realizou o sonho de defender o Napoli, seu time do coração, mas a sua passagem pelos azzurri viraria um pesadelo (Getty)
Na temporada 2008-09, Quagliarella ajudou a Udinese a alcançar as quartas de final da Copa Uefa. Os bianconeri caíram para o Werder Bremen. Com oito gols, o italiano ficou em terceiro na lista de artilheiros da competição continental, atrás apenas do brasileiro Vágner Love e do croata Ivica Olic. Nas competições nacionais, os friulanos repetiram o sétimo lugar na Serie A e foram até as quartas da Coppa Italia. Finalizada a temporada de clubes, na qual totalizou 21 tentos, o bomber foi convocado por Marcello Lippi para a Copa das Confederações, mas a Squadra Azzurra fez péssima campanha e sequer avançou ao mata-mata do torneio.
Torcedor do Napoli e nascido na região metropolitana de Nápoles, Quagliarella só conseguiu realizar o sonho de defender o time do coração quando já tinha 26 anos. Os partenopei pagaram 16 milhões de euros e ainda cederam o restante dos direitos econômicos de Maurizio Domizzi à Udinese. Com salário de 1,8 milhão anuais mais bônus ligados a desempenho, o italiano se tornou o jogador mais bem pago do elenco azzurro. Foi titular absoluto na temporada 2009-10, sob as ordens, primeiro, de seu velho conhecido Donadoni e, depois, de Walter Mazzarri.
Em janeiro de 2010, Fabio ganhou um Oscar da Associação de Jogadores Italianos – AIC por ter marcado o gol mais bonito da temporada anterior: contra o Napoli, no San Paolo, o bomber recebeu passe de Mauricio Isla e tirou da cartola um improvável voleio de fora da área, que deixou o goleiro Nicolás Navarro imóvel debaixo das traves. O tento saiu no último minuto da partida e impediu a derrota da equipe friulana em Nápoles: 2 a 2.
Voltando ao cenário do Napoli, Quagliarella foi às redes em seu segundo jogo pelos azzurri: anotou dois tentos e se tornou o destaque da vitória por 3 a 1 sobre o Livorno, em Nápoles. Ele cravou outras duas doppiette no decorrer do campeonato, além de ter saboreado vitória ante a rival Juventus no turno e no returno – neste último, marcou e deu assistência no triunfo por 3 a 1. Destaque do setor ofensivo, juntamente a Ezequiel Lavezzi e Marek Hamsík, Fabio concluiu a temporada com 11 gols e ajudou o time azzurro a se classificar para a Liga Europa. A bomba de longa distância contra a Atalanta, em Bérgamo, foi o mais belo golaço do camisa 27 em 2009-10.
Em boa fase no Napoli, Quagliarella foi convocado para a Copa do Mundo de 2010. Com péssima campanha, os italianos, defendendo o tetracampeonato mundial na época, caíram na fase de grupos. O campano, pelo menos, anotou um dos tentos mais bonitos da Copa: na derrota por 3 a 2 para a Eslováquia, o artilheiro deu uma cavadinha de fora da área e mandou a Jabulani no ângulo. De volta ao Belpaese após a eliminação precoce na África do Sul, o jogador acabou sendo emprestado à Juventus, o que fez a torcida napolitana ficar furiosa e se voltar contra ele. A transferência também gerou insatisfação em torcedores do Torino, clube pelo qual o artilheiro começara a carreira.
O fato é que Quagliarella passou os sete anos seguintes de sua carreira convivendo com vaias a cada visita ao San Paolo – estádio rebatizado como Diego Armando Maradona, posteriormente – e com mensagens ofensivas de torcedores napolitanos em redes sociais. O que ninguém sabia é que o atacante havia deixado o Napoli porque estava sendo ameaçado – algo que durou cinco anos. Um policial do setor de combate a crimes cibernéticos lhe chantageava e ameaçava seus familiares através de cartas em que acusava, sem fundamentos, o atacante de envolvimento com a camorra e manutenção de relações sexuais com menores de idade.
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Jogador de muitos clubes, inclusive rivais, Quaglia também teve uma passagem relevante pelo Torino (Getty)
O caso corria em segredo de justiça e veio à tona apenas em fevereiro de 2017, com a condenação do oficial corrupto. Instantaneamente, Fabio foi perdoado pela torcida azzurra, que selou a reconciliação com uma carta aberta e uma homenagem presencial, quando o atacante, que já atuava pela Sampdoria, retornou à cidade. Porém, voltando à ida do atleta à Juventus, em agosto de 2010, Quagliarella participou da reconstrução da Vecchia Signora e do início de sua hegemonia em território nacional.
Mesmo saindo do banco na maioria das vezes, o atacante sempre foi muito útil em Turim e marcou gols de enorme plasticidade. Ele chegou a ser artilheiro do time juventino em 2010-11, ainda que tenha perdido todo o segundo turno da temporada após romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito – a Juve contratou, em janeiro de 2011, Luca Toni para substituí-lo.
Em junho daquele ano, a Velha Senhora comprou Quagliagol em definitivo junto ao Napoli por 10,5 milhões de euros, e o atleta assinou contrato até 2014. O jogador foi o segundo melhor marcador dos piemonteses em 2012-13. Os únicos títulos de sua carreira foram obtidos com a camisa bianconera: três scudetti (2012, 2013 e 2014) e duas edições de Supercopa Italiana (2012 e 2013). Por outro lado, a transferência à Juventus, a lesão e sua presença frequente no banco de reservas fizeram com que Cesare Prandelli só o convocasse para a seleção no início de seu ciclo, nos meses iniciais da temporada 2010-11.
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Na volta à Sampdoria, em meados da década de 2010, Fabio viveu o auge tardio de uma carreira bastante exitosa (Getty)
Em 2014, o presidente Urbano Cairo, do Torino, decidiu repatriar o atacante de 31 anos, mas enfrentou resistência das organizadas. Apesar dos olhares tortos de alguns torcedores, Fabio rendeu em bom nível dentro de campo e foi autor de um gol histórico: virou o clássico contra a Juve, em abril de 2015, e fez os grenás comemorarem um triunfo sobre a arquirrival pela primeira vez em 20 anos – a vitória segue sendo a última do Toro no Derby della Mole até a publicação deste texto, em janeiro de 2024. O tento sobre a rival local e os outros 16 que guardou na temporada não foram suficientes para selar a paz entre o atacante e a torcida.
Depois que Quagliarella declarou que torceria pela Juventus na final da Champions League contra o Barcelona, em 2015, a má vontade da tifoseria se reacendeu. O relacionamento degringolou de vez quando o camisa 27 não comemorou um gol marcado contra o Napoli, em janeiro de 2016. Semanas depois, no último dia da janela de transferências do inverno europeu, o veterano encerrou sua terceira passagem pelo Toro, onde acumulou 109 jogos e 32 tentos, e acertou com a Sampdoria para viver momentos mágicos e se tornar uma bandeira da agremiação. Ele retornou a Gênova após nove anos, sob a condição de empréstimo com obrigação de compra.
Na temporada 2016-17, Quagliarella usou pela primeira vez a braçadeira de capitão da Samp. Na antevéspera de Natal de 2018, o campano se tornou o primeiro jogador italiano a marcar em sete aparições seguidas na Serie A desde Antonio Di Natale, em maio de 2010. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Scirea, inspirado no zagueiraço Gaetano Scirea, concedido por seus feitos durante a carreira. O ano de 2019 foi especial para o veterano. Em janeiro, ao cravar uma doppietta na goleada por 4 a 0 sobre a Udinese, ele marcou pelo 11º jogo consecutivo na Serie A e igualou o recorde estabelecido por Gabriel Batistuta, em 1994-95.
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Com o sucesso e os recordes na Sampdoria, Quagliarella voltou à seleção italiana e fez história com a camisa azzurra (Getty)
Quagliagol disputou 37 jogos daquele Italianão e terminou como o artilheiro do certame, com 26 tentos e oito assistências – aos 36 anos, se tornou o segundo jogador mais velho a ser o goleador máximo da Serie A. Fabio também foi apenas o terceiro atleta a obter o feito pela Sampdoria, após Sergio Brighenti, em 1961, e Gianluca Vialli, em 1991, na campanha do histórico scudetto blucerchiato.
O gol mais espetacular naquela campanha, com certeza, saiu contra seu time do coração. No dia 2 de setembro de 2018, pela segunda rodada do campeonato, a Samp enfiou um 3 a 0 no Napoli, no Luigi Ferraris. O camisa 27 fechou a conta com um golaço: livre na área, o atacante aproveitou cruzamento à meia altura de Bartosz Bereszynski, saiu do chão e tocou a bola com o calcanhar, no ar. A bola morreu no canto direito do goleiro David Ospina, e o atleta não comemorou o tento em respeito a sua paixão pelos napolitanos. O lindo gol concorreu ao Prêmio Puskás de 2019, mas a condecoração foi para o húngaro Daniel Zsori, que, à época, defendia o Debrecen.
Fabio, portanto, intensificou a verve goleadora que começou a desenvolver desde que retornou à Ligúria, em 2016: foram 60 gols na Serie A em três anos e meio, o mesmo número que anotou entre 2009 e fevereiro de 2016, período em que defendeu Napoli, Juventus e Torino. Ao fim da temporada 2018-19, Quagliagol era o maior goleador em atividade na liga italiana, com 153 tentos, e ocupava a 24ª posição na classificação geral.
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Quaglia se tornou um dos maiores atacantes da história da Sampdoria e foi merecidamente homenageado pelos blucerchiati (Getty)
Veterano, Quagliarella convenceu, em campo, Roberto Mancini a convocá-lo à seleção italiana – Antonio Conte, seu comandante na Juventus, até chegou a chamá-lo em 2014 e 2015, mas não o utilizou. Seria sua last dance com a Nazionale. Em março de 2019, Fabio voltou a disputar uma partida com a camisa azzurra após oito anos. Mancio o chamou para uma sequência de três jogos válidos pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020. Jogou os minutos finais da vitória contra a Finlândia; foi titular e guardou uma doppietta no 6 a 0 sobre Liechtenstein; e acabou substituído no intervalo durante o triunfo sobre a Bósnia.
Com os dois gols de pênalti marcados contra a seleção de Liechtenstein, ele se tornou, aos 36 anos e 54 dias, o jogador mais velho a encontrar as redes pela Squadra Azzura, superando o recorde que antes pertencia ao ex-defensor Christian Panucci (35 anos e 62 dias). A partida contra os bósnios foi a última do artilheiro pela seleção italiana, com a qual contabilizou nove gols em 28 jogos.
Em janeiro de 2021, a Juventus estava à procura de um atacante para reforçar o time treinado por Andrea Pirlo, e Quagliarella estava na pauta bianconera. O atacante blucerchiato, porém, recusou a proposta da Vecchia Signora. Um ano depois, o artilheiro balançou as redes do Empoli e se tornou o oitavo jogador na história da Serie A a fazer pelo menos um gol em 18 anos consecutivos. Na temporada 2022-23, o camisa 27 conseguiu anotar apenas um tento, o de honra na derrota por 5 a 1 frente ao Milan, em San Siro. Assim, se tornou o quinto mais velho a marcar pela Serie A, atrás de Zlatan Ibrahimovic, Alessandro Costacurta, Silvio Piola e Pietro Vierchowod.
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Do ódio à homenagem: o perdoado Quagliarella se despediu do futebol ovacionado pela torcida do Napoli e da Sampdoria (Getty)
Ao fim da temporada 2022-23, a Samp acabou rebaixada à segunda divisão, e Quagliarella deixou o clube após sete anos, ao fim de seu contrato. Foram 293 jogos e 106 gols pelos dorianos, além do status de ídolo. Afinal, apesar de ter participado apenas de campanhas de meio de tabela pela equipe de Gênova, a agremiação foi aquela que mais vezes defendeu na carreira e a que lhe permitiu, de fato, alcançar o 14º posto na artilharia histórica da Serie A, com 182 tentos.
Pairava no ar a seguinte dúvida: se o jogador penduraria as chuteiras ou se ainda teria lenha para queimar. A princípio, ele começou a comentar jogos pela emissora Sky Sport. No entanto, em 19 de novembro de 2023, Quagliagol oficializou, aos 40 anos, sua aposentadoria dos gramados, e na condição de um dos atacantes italianos mais prolíficos do século XXI. O carinho da torcida napolitana em sua última visita ao Diego Armando Maradona, no jogo que terminou sendo o seu derradeiro como profissional, simboliza como o campano deixou o futebol pela porta da frente, amado tanto em Gênova quanto em Nápoles.
Fabio Quagliarella
Nascimento: 31 de janeiro de 1983, em Castellammare di Stabia, Itália
Posição: atacante
Clubes: Torino (1999-2002, 2004-05 e 2014-16), Florentia Viola (2002-03), Chieti (2003-04), Ascoli (2005-06), Sampdoria (2006-07 e 2016-23), Udinese (2007-09), Napoli (2009-10) e Juventus (2010-14)
Títulos: Serie C2 (2003), Serie A (2012, 2013 e 2014) e Supercopa Italiana (2012 e 2013)
Seleção italiana: 28 jogos e 9 gols